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Poemas da Musa
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Poemas da Musa

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About this ebook

Nesta imaginativa coleção de poemas, Elliott Parker obedece à sua musa e cria coloridas experiências de admirável delicadeza. São destemidos, nada deixam por explorar e não desperdiçam palavras.

Esta diversificada coleção está ao nível das obras em prosa de Parker, distinguindo-o como um importante poeta da geração do milénio.

CONVOCADOS

Que luz é esta, que enche o céu suburbano?

O que é este verde cintilante que faz a cintura de Órion 

brilhar num fogo rápido? Porque desce como neblina etérea,

roçando as telhas das casas,

transformando as janelas em microcosmos esmeralda?

Tu não sabes, mas assim que desça sobre ti,

vão soltar-se pequenas bolas, a vizinhança vai dançar,

cadeados brilhantes vão abrir-se e surpreender toda a gente que dorme. 

Não sabes porquê, mas sabe bem

enquanto pequenos dedos de luz te levantam do chão,

te exaltam em direção a uma espiral lenta, nas estrelas.

Transbordas de êxtase e dizes finalmente, vieste

à colónia de olhos que se juntou à volta da mesa de operações

onde foste colocado.

LanguagePortuguês
Release dateJul 18, 2017
ISBN9781633398689
Poemas da Musa

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    Bom!

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Poemas da Musa - Elliott Parker

Ao Departamento de Inglês da Faculdade de Simpson,

por apoiar a minha carreira de escritor.

DANÇAR SALSA

O que nos surpreende neste terraço,

a sessenta andares sobre a cidade,

não são os movimentos líquidos dos dançarinos de salsa,

a atravessar o betão

​ou as lanternas de pinhatas

penduradas em grinalda, por cordas.

É a vista: um elétrico suspiro de noite,

o brilho da cidade a flutuar num balão, contra o horizonte.

Um Salvadorenho atarracado arranha uma canção em Inglês

e do palco, convida-nos a dançar. No

silêncio entre duas músicas, avançamos.

A música novamente começa. Faço-te rodopiar. Fazemos

círculos no betão, a neblina dos nossos passos enevoa 

os nossos tornozelos.

O espaço que rodeia os nossos corpos

torna-se uma mancha cinética

e carimbamos o chão com passos de salsa.

Deus, a espreitar com orgulho pelos buracos da cintura de Órion,

está tão contente, agarra a Ursa Maior e transforma-a num timbale.

Toca-o, enquanto a lua de nachos pega em nós

e nos salpica pelas estrelas.

VAPOR E SONHOS

Arrebato a cortina do chuveiro, salto para a tijoleira. Rodeiam-me hélices de vapor e o espelho tríptico reflete a minha cara a falar com ela mesma, e com ela mesma, e com ela mesma, como se as cabeças se esquecessem – de Mim. Sou uma bruma que sussurra contra a espuma do mar e as estrelas, quando a minha mulher irrompe à procura... do secador de cabelo. Não devia sentir-me embaraçado, mas estive no banho com a Musa. Deixa o nevoeiro dissipar-se e

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