Poextremos (extremoesias)
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Este livro, que me arrisco a chamar “de poesias”, teve início em um texto escrito à mão e motivado pela morte do cineasta Glauber Rocha em 22/08/1981. Um sábado chocante, para muitos.
Chegando a casa com algo angustiante a me corroer por dentro, sentei-me com caneta e papel e despejei todas as sensações que giravam pela cabeça. Em uma sentada, enchi folhas e mais folhas de papel. Em texto corrido, forma de prosa. Até, enfim, sentir-me oco.
Passado um tempo, encontrei aquele amontoado de folhas manuscritas, a olhar para mim. E eu, a olhar para elas. Olhamo-nos bastante, com algum estranhamento. Então, num repente, tomei as folhas e sentei-me à máquina de escrever, passando todo aquele texto para a forma de versos. Totalizaram mais de trinta e cinco páginas. Realmente, um monstrengo.
Em especial, pelo fato de a transcrição do texto em versos haver sido feita quase sem pontuações (mas estão implícitas e podem ser ‘colocadas’ pelo leitor). Sem qualquer rima fonética. Dessa forma, vejo-me obrigado a alertar que sua leitura demandará alguma atenção extra: “O Haarvo (poema do distúrbio)”.
Depois, segue-se “A Morada de Damião”, com apenas três páginas. Esta me surgiu à mente numa tarde de primavera e é mais palatável – espero. Em seguida, vêm Labirintos & Absintos, com dez poesias esparsas selecionadas, sendo apenas a primeira um pouco mais longa (seis páginas); creio que sejam mais facilmente assimiláveis.
Finalmente, ouso incluir 28 páginas de Haikais, de sobrenome Tupinikins, compostas de setenta Haikais distribuídos entre um a cinco haikais por página. Como deve ser inerente ao conceito do haikai, acredito têm em si seu ‘spiritus’: concisos, simples e estáticos. E até bonitos, eu diria, quando sua dinâmica mágica se dá na mente de quem o lê.
Firmino de Tibúrçia
Nascido em 16 de junho de 1948, em São Paulo/SP, iniciou graduação em Engenharia Eletrônica no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil - 1968-1970), havendo sido desligado (por anarquia) em novembro de 1970 no período da ditadura militar no Brasil e acabou por concluir sua graduação no IST (Instituto Superior Técnico, Lisboa, Portugal - 1971-1974).Nesses anos, quando a Universidade de Lisboa andava conturbada por greves, esteve por três meses em Heidelberg (Alemanha), para onde foi de motocicleta a partir de Lisboa visando a trabalhar como estudante e conhecer um pouco esse país. De julho a setembro de 1974, fez estágio na General Eléctrica de Madrid, para conclusão de sua Graduação pelo IST.Retornou ao Brasil no final de dezembro de 1974, validou seu diploma e começou a trabalhar em maio deste ano. Em 1978, ingressou na FGV (Fundação Getúlio Vargas, SP) para cursar o CEAG (Curso de Especialização em Administração para Graduados), onde obteve indicação por parte de um professor de Psicologia do Trabalho para fazer terapia de orientação profissional com a terapeuta Maria Elci Spaccaquerche, pois não conseguia se enquadrar profissionalmente.Foi durante esse período em terapia que, por sugestão da terapeuta, começou a escrever o que lhe viesse à cabeça. A cada sessão, levava textos para análise junto com Maria Elci. Passadas algumas sessões, ela sentiu que havia algo nos textos além de esperados sinais de fundo psíquico, desconfiando haver neles algum talento literário.Diante disso, perguntou se poderia encaminhar alguns textos para Maria Lucia Santaella Braga (à época professora titular no programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUCSP, com doutoramento em Teoria Literária na PUCSP em 1973), com o que concordou o autor e o material foi encaminhado a ela.Como retorno, Lucia Santaella disse à terapeuta que ficara surpresa com os textos e que somente havia um aluno seu de pós-graduação que demonstrava também características literárias semelhantes.Provavelmente esse foi o estopim para que o autor começasse a escrever rotineiramente a partir do momento em que foi demitido de seu trabalho no Grupo Philips por sair mais cedo uma vez por semana para sua terapia (coisa de anarquista?).Consequência de seu temperamento: desempregado, faltando apenas o último semestre para concluir o CEAG na FGV, viu-se obrigado a abandonar o curso por falta de dinheiro e, pouco depois, também a terapia.Acreditava que poderia viver de literatura...! Participou de concursos literários, classificou-se em dois deles (1980, Concurso de Contos Eróticos, revista Status, e 1981, concurso de contos Prêmio “Ignácio de Loyola Brandão”). A realidade o fez voltar ao trabalho formal – BOVESPA, BASF, CPM Informática, Banco de Boston, etc.Muita água rolou por baixo da ponte. Em janeiro de 1996, decidiu cursar graduação em Direito e passou por teste na única faculdade que ainda tinha inscrições abertas, UNIb – Universidade Ibirapuera. Surpreso, 30 anos depois de haver feito cursinho para vestibular de Engenharia, classificou-se em 1o lugar...! Conclui a graduação, fez estágio concursado na Procuradoria da República em São Paulo e obteve sua inscrição na OAB/SP no primeiro exame da Ordem. E a vida continuou.
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Poextremos (extremoesias) - Firmino de Tibúrçia
Praia
À Mulher-Minuto
Fuga
Lili
Eu em Ti
Mudou
Haikais Tupinikins
01. Um Haikai (paz)
02. Dois Haikais (ombros)
03. Dois Haikais (ruído)
04. Três Haikais (olhar)
05. Dois Haikais (murmúrio)
06. Um Haikai (maresia)
07. Dois Haikais (mulher)
08. Três Haikais (rã)
09. Um Haikai (vista)
10. Dois Haikais (canto suave)
11. Dois Haikais (outono)
12. Quatro Haikais (vida)
13. Dois Haikais (chuva)
14. Dois Haikais (água)
15. Quatro Haikais (buraco)
16. Três Haikais (tanto)
17. Quatro Haikais (canto dos olhos)
18. Dois Haikais (sopro)
19. Quatro Haikais (sapo)
20. Três Haikais (cacos)
21. Três Haikais (tempo)
22. Dois Haikais (reflete)
23. Cinco Haikais (sombras)
24. Dois Haikais (fundo)
25. Três Haikais (flores)
26. Três Haikais (olhos puxados)
27. Um Haikai (morrer)
28. Três Haikais (o bento)
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Agradecimentos
Enfim, acho que a coragem aumentou um tanto…
Mais uma vez, quero declarar o profundo amor e sentimento de gratidão à minha mulher Sandra, que continua me aturando e, melhor ainda, anda a me incentivar com novas ideias.
Da mesma forma, homenageio a minha prole (Rodrigo, Maira, Priscilla, Ivan e Rudah), quatro deles morando em outras cidades, desta feita prometendo a eles que conseguirei alcançar meu antigo sonho de tornar-me um Escritor, pois meu empenho agora será total e sem desânimo.
Finalmente, deixo aqui registrado que a sugestão de Sandra para que eu escreva um livro com foco em contos eróticos já está em fermentação.
Pretendo começar a trabalhar neles em breve e, se tudo correr bem, publicá-los em junho de 2015. Ainda não sei o título e nem tenho noção de enredos, mas certamente não será obstáculo: Sandra me disse que tenho jeito para isso…
Introdução
Este é o segundo e-Book que publico, agora arriscando o gênero Poesia. Na verdade, não estou certo de que os textos sejam exatamente poesia, pois o primeiro deles – O Haarvo (poema do distúrbio) – veio de um texto escrito à mão e motivado pela morte do cineasta Glauber Rocha em 22/08/1981. Um sábado chocante, para muitos.
Chegando a casa com algo angustiante me corroendo por dentro, sentei-me com caneta e papel e despejei todas as sensações que giravam pela cabeça. Em uma sentada, enchi folhas e mais folhas de papel. Em texto corrido, forma de prosa. Até, enfim, sentir-me oco.
Passado um tempo, encontrei aquele amontoado de folhas manuscritas, a olhar para mim. E eu, a olhar para elas. Olhamo-nos bastante, com algum estranhamento. Então, num repente, tomei as folhas e sentei-me à máquina de escrever, passando todo aquele texto para a forma de versos. Totalizaram mais de trinta e cinco páginas. Realmente, um monstrengo.
Em especial, pelo fato de a transcrição do texto em versos haver sido feita quase sem pontuações (mas estão implícitas e podem ser ‘colocadas’ pelo leitor). Sem qualquer rima. Dessa forma, vejo-me obrigado a alertar que sua leitura demandará alguma atenção extra.
Depois, segue-se A Morada de Damião, com apenas três páginas. Esta me surgiu à mente numa tarde de primavera e é mais palatável – espero. Em seguida, vêm Labirintos & Absintos, com dez poesias esparsas selecionadas, sendo apenas a primeira um pouco mais longa (seis páginas); creio que sejam mais facilmente assimiláveis.
Finalmente, ouso incluir 28 páginas de Haikais, de sobrenome Tupinikins, compostas de setenta Haikais distribuídos entre um a cinco haikais por página. Como deve ser inerente ao conceito do haikai, acredito têm em si seu spiritus – concisão, simplicidade e que sejam simples e diretos. Até bonitos, eu diria.
Espero que o leitor aprecie esse