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Balada do Cárcere de Reading
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Balada do Cárcere de Reading

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A «Balada do Cárcere de Reading» é uma longa carta escrita por Oscar Wilde durante os dois anos em que esteve preso sob a acusação de homossexualidade. Nesta obra, Wilde divaga sobre a importância do belo e sobre o ser e a maneira de ser, acabando por concluir que o mundo é um palco e que os papéis foram mal distribuídos.
LanguagePortuguês
Release dateOct 6, 2015
ISBN9788893159623
Balada do Cárcere de Reading
Author

Oscar Wilde

Born in Ireland in 1856, Oscar Wilde was a noted essayist, playwright, fairy tale writer and poet, as well as an early leader of the Aesthetic Movement. His plays include: An Ideal Husband, Salome, A Woman of No Importance, and Lady Windermere's Fan. Among his best known stories are The Picture of Dorian Gray and The Canterville Ghost.

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    Balada do Cárcere de Reading - Oscar Wilde

    centaur.editions@gmail.com

    Dedicatória

    IN MEMORIAM

    C. T. W.

    ALGUM TEMPO SOLDADO DO ROYAL HORSE GUARDE

    Faleceu no Cárcere de Reading, Berkshire, em 7 de julho de 1896

    1

    Não usava a jaqueta vermelha, pois vermelhos são o sangue e o vinho,

    e de sangue e vinho estavam tintas suas mãos,

    quando o encontraram com a morta, a pobrezita que ele amava e assassinou no leito.

    Com um coçado fato cinzento e um boné de cricket na cabeça, passeava com outros presos;

    leve e ledo era o seu passo, mas nunca vi um homem tão apreensivamente para o dia olhar.

    Nunca vi um homem tão apreensivamente fitar esse toldozinho azul a que os presos chamam céu

    e cada nuvem que, com argênteas velas, ao sabor do vento, ia vogando.

    Com outras almas amarguradas eu passeava noutro pátio e de mim para mim ia perguntando se grande ou pequena seria a culpa daquele homem,

    quando, por trás de mim, cochichou uma voz: Aquele vai dançar na corda.

    Cristo querido! Até as paredes da cadeia pareceram, de súbito, vacilar, e, por cima da minha cabeça, o céu tornou-se um capacete de aço escaldante;

    e embora em minha alma a dor tivesse, minha dor não sentia.

    Somente sabia

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