Cativado pela sua inocência
By Kim Lawrence
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About this ebook
Anna estava quase a conseguir o trabalho dos seus sonhos quando lhe arrebataram tudo. E só havia um homem que podia culpar.
Cesare Urquart, um antigo piloto de corridas, pensava que Anna era a mulher que estava a destruir o casamento do seu melhor amigo. Mas, quando Anna chegou à lindíssima quinta que Cesare tinha na Escócia, para trabalhar como empregada da sua irmã, ele experimentou uma atração que não sentira em anos. Em seguida, começou a questionar a opinião que tinha dela. Porque, por trás da atitude insolente de Anna, havia uma inocência irresistível que Cesare não podia deixar de explorar…
Kim Lawrence
Kim Lawrence was encouraged by her husband to write when the unsocial hours of nursing didn't look attractive! He told her she could do anything she set her mind to, so Kim tried her hand at writing. Always a keen Mills & Boon reader, it seemed natural for her to write a romance novel - now she can't imagine doing anything else. She is a keen gardener and cook and enjoys running on the beach with her Jack Russell. Kim lives in Wales.
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Book preview
Cativado pela sua inocência - Kim Lawrence
Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2013 Kim Lawrence
© 2014 Harlequin Ibérica, S.A.
Cativado pela sua inocência, n.º 1523 - Março 2014
Título original: Captivated by Her Innocence
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-5016-3
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
Capítulo 1
Se era verdade que a perfeição se atingia com a prática, o sorriso de Anna teria mostrado a mistura exata de segurança e deferência. No entanto, enquanto expunha a sua opinião a respeito das mudanças recentes que tinham levado a cabo no programa da educação primária, o seu coração estava acelerado sob o casaco de lã cor-de-rosa que usava.
Anna tentou falar com segurança, ergueu o queixo e tentou relaxar. Ao fim e ao cabo, era apenas um trabalho. Só um trabalho? A quem queria enganar?
Aquele trabalho era importante para Anna e apercebera-se disso quando tivera de escolher entre ir à entrevista para trabalhar numa escola local de renome, que ficava a pouca distância da sua casa e onde sabia que tinha muitas possibilidades, ou ir à entrevista para conseguir um lugar numa escola remota, situada na costa do noroeste da Escócia, um trabalho para o qual nunca se teria candidatado, se não tivesse lido um artigo na sala de espera do dentista.
Na verdade, desejava mais aquele trabalho do que desejara qualquer outra coisa em muito tempo.
– É óbvio que queremos que os jovens se transformem em pessoas cultas, mas a disciplina é importante. Não acha, menina Henderson?
Anna assentiu.
– Claro que sim – dirigiu-se à mulher que lhe fizera a pergunta, antes de olhar para os restantes membros do comité, – mas penso que, num ambiente em que as crianças se sintam valorizadas, que as ajude a desenvolver o seu potencial, a disciplina não costuma ser um problema. Pelo menos, essa é a minha experiência numa sala de aula.
O homem careca que estava sentado à sua direita, olhou para o papel que tinha à sua frente.
– E só tem experiência em colégios urbanos? – sorriu para os colegas do comité. – Não está habituada a uma comunidade rural como esta, pois não?
Anna, que já esperava que lhe fizessem essa pergunta, relaxou e assentiu. Os amigos e familiares já tinham feito essa mesma observação, insinuando que, em menos de um mês, teria perdido a vontade de viver naquele deserto cultural. Curiosamente, as pessoas que mais odiavam a ideia não lhe tinham dado uma opinião negativa.
Se a tia Jane e o tio George, cuja única filha fora viver para o Canadá, tivessem ficado aborrecidos ao saber que a sobrinha que sempre tinham tratado como uma filha também se ia embora, teria sido compreensível. Mas não, o casal apoiara-a, como sempre.
– É verdade, mas...
– Diz aqui que tem bons conhecimentos de gaélico.
– Há muito tempo que não o pratico, mas vivi em Harris até aos oito anos. O meu pai era veterinário. Mudei-me para Londres depois do falecimento dos meus pais – Anna não se lembrava do acidente terrível de que saíra ilesa. As pessoas diziam que fora um milagre, mas ela achava que os milagres eram algo melhor. – Viver e trabalhar nas Terras Altas será como regressar às minhas origens, algo que sempre desejei fazer.
A convicção de que a sua vida, se não o seu coração gelado, pertencia às Terras Altas, fizera com que ignorasse os conselhos e se candidatasse ao lugar como professora na pequena escola primária de uma zona isolada, na costa noroeste da Escócia.
Apesar de se ter separado de Mark e de o casamento ter falhado, não estava a fugir!
Cerrou os dentes, ergueu o queixo e tentou não pensar nisso. Mark, o homem que ela nunca conseguira convencer a ir de férias para um lugar sem sol e areia, e muito menos a norte do país, teria ficado perturbado com a sua decisão. Contudo, isso já não era um fator a ter em conta. Era um ser livre e desejava-lhes, a ele e à modelo de roupa interior, toda a felicidade que mereciam. E, se isso incluísse que a mulher loira e magra ganhasse alguns quilos, muito melhor! Apesar de Anna já não estar devastada com a separação, continuava a ser humana.
Demonstraria que conseguia ultrapassar tudo mas, primeiro, tinha de conseguir arranjar trabalho. Concentrou-se em manter uma atitude positiva, esperando que fosse suficiente para convencer o comité a dar-lhe uma oportunidade.
– Muito bem, menina Henderson, muito obrigado por ter vindo. Há alguma coisa que queira perguntar?
Anna, que tinha uma lista de perguntas práticas e inteligentes para um momento como aquele, abanou a cabeça.
– Então, se não se importar de esperar na sala de professores por um instante... Embora ache que não sou o único que pensa que nos impressionou...
Anna levantou-se. Naquele momento, alguém bateu à porta, fazendo com que o entrevistador deixasse a frase incompleta. Ela teve de se conter, para não suspirar ao ver o homem que entrava. Devia ter cerca de trinta anos, era alto, musculado e tremendamente atraente. Tinha um sorriso sensual, pestanas longas e feições bem marcadas. Tinha cabelo preto e despenteado, e os sapatos manchados de lama.
Anna não conseguiu ouvir o que dizia aos membros do comité, mas percebeu a aura de pura masculinidade que projetava. Teria sido impossível não o fazer!
A sensualidade daquele homem misturava-se com um halo potente de autoridade. Era possível que fosse o membro do comité que não comparecera?
Se assim fosse, Anna alegrava-se por ter chegado atrasado, visto que lhe custava olhar para ele sem corar. E o pior de tudo era que o ardor que a invadia não se manifestava apenas nas suas faces!
A probabilidade de ter conseguido enfrentar a entrevista sem fazer uma figura ridícula teria sido escassa. Estava inquieta, possivelmente, devido ao stress acumulado por causa da entrevista e da viagem longa até ao norte. Fosse o que fosse, nunca experimentara uma reação como aquela, com nenhum homem. Até sentia um formigueiro no couro cabeludo.
Espantada com a sua reação, entrelaçou os dedos e cerrou os punhos com força, para tentar controlar-se. Ele olhou para outro lado por uns instantes e, quando voltou a observá-la, ela estremeceu.
Certamente, a intenção daquele olhar não era cativá-la. Por um instante, pensou que aqueles olhos cor de aço mostravam um brilho de apreciação, mas depressa se apercebeu de que não era assim e teve de se esforçar para recuperar a compostura, quando o presidente do comité fez as apresentações necessárias.
– Cesare, esta é a menina Henderson, a nossa última candidata, ainda que não seja a menos qualificada.
Anna esboçou um sorriso de aprovação.
– Há chá e bolachas no escritório. A senhora Sinclair falará consigo – o presidente desviou-se, para permitir que Anna saísse da sala. Depois, virou-se para falar com o homem alto, de pele morena e com um nome de origem italiana. – A menina Henderson vai ausentar-se durante uns minutos, enquanto nós... Ah, menina Henderson, este é Cesare Urquart. Ele é o motivo por que a escola desfruta da boa relação com os negócios locais, que tanto elogiou.
Anna estava tão atordoada, que nem sequer se recordava do comentário que fizera.
– Senhor Urquart... – murmurou, tentando aparentar tranquilidade, apesar de ele a observar de forma penetrante.
– Anna também está impressionada com o nosso esforço ecológico.
Anna tinha a mão na maçaneta da porta, mas parou ao ouvir que dizia:
– Graças à previsão e generosidade de Cesare, a escola não só produz eletricidade suficiente para se autoabastecer, como também vende a restante. Houve uma altura em que se falava em ter de fechar a escola, como aconteceu com muitas outras, antes de Cesare se interessar por ela pessoalmente.
Fez-se uma pausa e Anna soube que esperavam ter uma resposta. Assentiu e disse:
– Eu também tenho interesse pessoal.
A mulher do comité falou em voz alta:
– E como está a pequena Jasmine? Sentimos a falta dela, Killaran.
– Aborrecida.
Segundo parece, o senhor Urquart era pai. Supostamente, a menina estaria acompanhada por uma mãe, que seria tão bonita como o pai. Pessoas ricas que tinham conquistado o coração dos aldeãos? Apesar do seu cinismo, também pensava que os motivos podiam ter sido puramente altruístas. Em qualquer caso, sabia que havia muitas escolas pequenas, prestes a fechar, que teriam invejado o benfeitor rico. E era uma pena que precisassem dele.
– Menina Henderson – Cesare Urquart deu um passo para Anna e ela agarrou a maçaneta com força. – Devo pedir desculpa pelo