O filho de outra
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About this ebook
Quando descobriu que o seu filho tinha sido trocado à nascença,Annie Talbot teve a sensação de estar a viver um pesadelo... e mais ainda quando soube que o seu lindíssimo ex-patrão, Brant Cadman, tinha o seu filho e ela tinha o dele. Mal soube da notícia, Brant fez-lhe uma proposta difícil de recusar: casar-se com ela. Annie sabia perfeitamente que as duas crianças precisavam deles... da mesma forma que sabia que entre ela e Brant havia uma paixão avassaladora... pela qual já se tinham deixado levar uma vez.
Elizabeth Power
English author, Elizabeth Power was first published by Mills and Boon in 1986. Widely travelled, many places she has visited have been recreated in her books. Living in the beautiful West Country, Elizabeth likes nothing better than walking with her husband in the countryside surrounding her home and enjoying all that nature has to offer. Emotional intensity is paramount in her writing. "Times, places and trends change," she says, "but emotion is timeless."
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Book preview
O filho de outra - Elizabeth Power
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2004 Elizabeth Power
© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
O filho de outra, n.º 832 - Outubro 2015
Título original: The Millionaire’s Love-Child
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2005
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7529-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Se gostou deste livro…
Capítulo 1
– Não, não! Não pode ser verdade! Não acredito em ti!
Annie dirigiu-se à janela e voltou-se de costas para o homem que lhe tinha dado aquela terrível notícia. Sob a sua franja escura, dois olhos castanhos surpreendidos ficaram a olhar para a pequena varanda ajardinada do seu apartamento de Londres. Ali, o gato às riscas de pêlo comprido esperava por qualquer bichano perdido que ousasse penetrar no seu território.
– Diz-me que é tudo uma brincadeira cruel! Estás a brincar, não estás?
– Sinto muito, Annie – respondeu o homem com ternura. – Se tivesse encontrado uma forma mais fácil de te dizer isso, a sério que o teria feito.
– Eu ter-me-ia dado conta – insistiu Annie virando-se para ele.
Pareceu-lhe ver nos seus olhos… o quê? Pena? Era um sentimento que suavizava os traços duros do seu queixo poderoso e do seu nariz de falcão, que juntamente com o seu cabelo preto e liso e o fato escuro imaculado que aquele homem usava faziam dele uma presença intimidatória.
– Não achas que me teria dado conta se tivesse sido cometido um erro assim? Achas que não conheço o meu próprio filho?
– Annie. Annie… – disse-lhe o homem, esticando o braço para ela.
No entanto, Annie fez uma careta de desgosto, pois não queria que ninguém lhe tocasse naquele momento.
– Acabaste de sofrer um abalo forte.
– E o que esperavas? – espetou-lhe Annie.
O homem suspirou.
– Não percebes que para mim isto também foi muito duro?
Annie fixou-se naqueles lindos olhos verdes, que pareciam cansados, e naquele rosto de pele morena, que reflectia um tumulto de sentimentos contraditórios.
Parecia mais violento do que quando o tinha conhecido, se se podia dizer que o tinha conhecido, claro, porque ela não tinha sido mais do que uma peça do seu império empresarial.
Brant Cadman, de trinta e cinco anos, era a força motriz da Cadman Leisure, uma cadeia de estabelecimentos dedicados ao desporto e umas quantas fábricas que fabricavam roupa desportiva.
Assim o tinha conhecido, na empresa onde trabalhava com Warren. Claro que isso tinha sido antes de se dar conta do preço que teria que pagar por confiar nas pessoas, antes de ter tido que deixar o emprego, envergonhada porque toda a gente sabia, antes de ter o seu filho.
E ali estava Brant, dizendo-lhe que aquela criança que ela tinha criado durante dois anos não era dela, mas sim dele. Dele e de outra mulher.
Pelos vistos, o hospital onde o seu filho tinha nascido dera-se conta de que qualquer coisa não estava bem quando pai e filho fizeram testes de sangue depois de regressarem de uma viagem em que tinham estado expostos a uma infecção viral.
Annie sentia lágrimas ardentes nos olhos enquanto abanava a cabeça.
– Não, não. Não pode ser verdade! Sean é meu!
Aos vinte e cinco anos, nunca tinha ocorrido a Annie que lhe ia acontecer algo tão terrível. Sentiu que as pernas lhe falhavam e Brant apressou-se a aproximar-lhe uma cadeira.
– Annie, senta-te.
Annie obedeceu como um autómato, pois estava demasiado fraca para reagir.
– Quando mo disseram, eu também não quis acreditar – disse Brant angustiado, – mas, assim que te vi à porta, não houve nenhuma dúvida.
O que estava a dizer-lhe? Annie olhou para ele com dor e confusão. Estava a dizer-lhe que a criança que ele estava a criar como dele na verdade se parecia com ela? Estava a dizer-lhe que era o seu filho?
Annie voltou a abanar a cabeça. Era impossível. O seu filho era o bebé que estava a dormir calmamente no quarto ao lado. O seu filho era Sean.
– Muito bem, portanto a criança que a tua mulher e tu acreditavam ser vossa não é, mas, o que te faz pensar que Sean seja teu filho? – perguntou-lhe Annie presa pela ira. – Como te ocorre apresentares-te na minha casa para me tirares o meu filho? Disseram-te no hospital que viesses ver-me?
– Não – respondeu Brant, pondo mãos nos bolsos. – A última coisa que quero fazer é tirar-te o teu filho – acrescentou muito sério.
Annie respirou fundo.
– Não poderias fazê-lo mesmo que quisesses – respondeu agressivamente.
Brant ignorou a provocação.
– O hospital contactou-me quando comprovaram que o tipo de sangue de Jack não correspondia ao que tinham na base de dados do computador. Confirmaram-me que Naomi e eu nunca poderíamos ter tido um filho com o grupo sanguíneo de Jack. Naquele dia de há dois anos só nasceu um bebé cujas características coincidissem com o grupo sanguíneo correcto e esse bebé é o teu, Annie. No hospital têm a certeza que houve uma troca entre os nossos filhos.
– Não, tem que ser um erro! – exclamou Annie. – De qualquer forma, não tinham direito nenhum de te dar o meu nome!
– Não mo deram – disse Brant olhando para a ponta dos sapatos. – Disseram-me que não podiam divulgar a identidade da mãe biológica do nosso filho.
Mãe biológica?
Nesse momento, chegou do jardim um gemido longo e agudo que bem poderia ter procedido da sua garganta, mas que era um grito felino de advertência.
– E o que vieste cá fazer?
Saberia aquele homem que Annie Talbot, a pobre Annie que tinha trabalhado para ele, tinha dado à luz no mesmo dia que a sua esposa? Ela só soubera quando uma amiga lhe tinha contado que Naomi Cadman tinha morrido vinte e quatro horas depois de ser mãe.
– O hospital não me contactou. Tê-lo-iam feito se acreditassem que o que estás a dizer-me é verdade, não achas?
– Deviam ter-te contactado, porque, de facto, disseram-me que iam fazê-lo. De qualquer forma, Annie, o que estou a contar-te, infelizmente, é verdade. Garanto-te que tudo o que te contei pode ser confirmado pelo hospital.
– Mas se acabas de me dizer que não te deram os meus dados…
– Não, quando me telefonaram, fui lá imediatamente, e deixaram-me a sós um momento num escritório com um computador ligado. Não pude resistir à tentação.
– Viste a base de dados do hospital? – acusou-o Annie.
Agora estava tudo explicado. Aquele homem tinha escolhido o seu nome ao calhas.
– Não – respondeu Brant. – Simplesmente, sentei-me na poltrona do médico e a tua ficha estava no monitor. Suponho que não devia ficar surpreendido por serem tão descuidados num centro em que mandam os pais para casa com as crianças trocadas.
As crianças trocadas. As suas palavras, tal como as tinha dito, completamente zangado, fizeram com que Annie começasse a dar-se conta de que aquilo tudo podia ser verdade.
Sean, a criança que ela amava e queria mais do que tudo no mundo, poderia não ser dela e, talvez, em breve se visse numa terrível batalha judicial se não quisesse que lho tirassem.
Através da janela aberta chegou até ela um coro repentino de gatos a miar.
– Não tinham a tua morada actual, portanto, consegui-a através de Katrina King – disse-lhe Brant observando a sua modesta moradia. – Segundo me lembro, eram muito amigas quando trabalhavam na Cadman Sport.
Portanto lembrava-se dela.
– Fizeram-te testes de ADN? Por isso tens tanta certeza que os nossos filhos foram trocados?
– Ainda não – respondeu Brant.
– Porquê?
Ao olhar para os seus olhos verdes, compreendeu porquê. Aquele homem queria saber a verdade, é claro que sim, contudo ao mesmo tempo tinha medo porque, se o seu filho não era a criança que Naomi tinha dado à luz…
Annie ficou a olhar para a mesa onde estava a pintar antes de Brant aparecer, a mesa sobre a qual descansavam a paleta, as pinturas e os trapos, que a ajudavam a viver, tanto económica como animicamente.
Ela também queria saber a verdade, mas também voltaria atrás, tal como Brant estava a fazer, se tivesse a mínima suspeita de que Sean não era seu filho.
Naquele momento, ouviu a criança a acordar no quarto ao lado, provavelmente devido à sua conversa ou aos ruídos dos gatos.
Annie levantou-se e abriu a porta, todavia Sean voltou a adormecer, portanto voltou a fechá-la.
– Posso