Noiva inocente
3.5/5
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About this ebook
Quando a tutela conjunta da pequena Molly se vê ameaçada, o italiano Mario Marcolini conclui que, para a proteger, só existe uma opção: Sabrina, a ama da menina, deve aceitar o seu pedido de casamento.
Sabrina, que receia o perigoso e atraente Mario, acaba por aceitar o pedido de casamento dele pelo bem da menina.
Mario está convencido de que a sua futura esposa não passa de uma astuta caçadora de fortunas, porém depressa descobre a verdade.
Melanie Milburne
Melanie Milburne read her first Harlequin at age seventeen in between studying for her final exams. After completing a Masters Degree in Education she decided to write a novel and thus her career as a romance author was born. Melanie is an ambassador for the Australian Childhood Foundation and is a keen dog lover and trainer and enjoys long walks in the Tasmanian bush. In 2015 Melanie won the HOLT Medallion, a prestigous award honouring outstanding literary talent.
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Book preview
Noiva inocente - Melanie Milburne
Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2009 Melanie Milburne. Todos os direitos reservados.
NOIVA INOCENTE, N.º 1260 - Setembro 2012
Título original: Bound by the Marcolini Diamonds
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em portugués em 2010
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.
™ ®, Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.
® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
I.S.B.N.: 978-84-687-0649-8
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Capítulo 1
Sabrina tinha a sensação de que tinham decorrido apenas algumas semanas desde o casamento da sua melhor amiga. E agora encontrava-se a assistir ao funeral dela. Todos os funerais eram tristes, mas um duplo era ainda pior, pensou, enquanto os caixões de Laura e de Ric, o marido da sua amiga, saíam solenemente da igreja aos ombros dos homens de fato escuro.
O olhar de Sabrina encontrou-se com o do mais alto, mas desviou-o em seguida. O seu coração começou a pulsar com a força de uma locomotiva. Aqueles olhos pretos expressavam algo muito pouco apropriado, dada a situação. Sentiu que se arrepiava de excitação.
Aninhou Molly junto do seu peito, enquanto saía da igreja com o resto dos presentes. Tentou encontrar consolo no facto de que um bebé de apenas quatro meses não recordaria o acidente trágico que lhe levara os pais. Ao contrário de Sabrina, Molly não recordaria o cheiro adocicado dos lírios e os rostos de dor, nem seria testemunha do momento terrível em que a mãe era depositada na terra, deixando-a sozinha no mundo.
O cortejo fúnebre partiu para o cemitério. Depois de um serviço religioso breve, mas comovente, os presentes dirigiram-se para a casa da madrasta de Laura.
Ingrid Knowles estava à vontade no seu papel de anfitriã. Abria passagem entre a multidão, conversando com uns e com outros, com um copo de vinho na mão e a maquilhagem e o penteado intactos.
Sabrina tentou passar despercebida, ficando num segundo plano para proteger Molly do falatório dos convidados. A maioria dos amigos íntimos de Laura e Ric fora-se embora depois do serviço religioso. Menos Mario Marcolini. Desde que tinha entrado na casa, tinha permanecido apoiado indolentemente numa parede, sem falar e sem beber, limitando-se a observar os presentes.
Sabrina tentava ignorá-lo, mas, de vez em quando, olhava para ele sem querer e, cada vez que isso acontecia, deparava-se com o seu olhar escuro e cínico fixo nela. Um suor frio invadiu-a ao recordar o sucedido da última vez que tinham estado sozinhos.
Sentiu-se aliviada quando Molly começou a agitar-se, pois isso servia-lhe de desculpa para fugir para outra divisão para cuidar da menina.
Quando regressou, Mario já não estava apoiado contra a parede. Estava a suspirar, aliviada, pensando que se teria ido embora, quando sentiu o contacto de um corpo masculino atrás dela.
– Não esperava voltar a ver-te tão cedo – disse Mario, com um sotaque italiano marcado.
Sabrina virou-se lentamente, embalando Molly contra o seu peito.
– Não, eu também não...
Desceu o olhar, tentando encontrar alguma coisa para dizer. Como é que aquele homem conseguia fazê-la sentir-se como se fosse uma adolescente, em vez de uma mulher madura de vinte e cinco anos? Era sofisticado e elegante, um homem do mundo, enquanto ela era, reconhecia-o, bastante desajeitada socialmente.
– Foi muito atencioso da tua parte teres vindo de tão longe – murmurou.
– Não tem importância – replicou ele, com voz rouca. – Era o mínimo que podia fazer.
Produziu-se outro silêncio incómodo.
Sabrina humedeceu os lábios, tentando não pensar em como os seus corpos estavam perto, nem na reacção tão estúpida que tinha tido perante aquela proximidade algumas semanas antes. Seria capaz de esquecer alguma vez aqueles minutos embaraçosos?
– Parece que a madrasta de Laura está a divertir-se imenso – comentou Mario.
– Sim, fico contente por o seu pai não estar aqui para o ver – replicou ela. – Laura ter-se-ia envergonhado se... – mordeu o lábio, tentando conter as lágrimas. – Desculpa. Estou a tentar ser forte por Molly, mas, às vezes...
– Não te desculpes – disse ele. – Achas que Molly é consciente do que está a acontecer?
Sabrina olhou para o bebé minúsculo e suspirou.
– Tem apenas quatro meses, é difícil sabê-lo. Come e dorme bem, mas, provavelmente, porque está habituada a que eu cuide dela de vez em quando.
Produziu-se outro silêncio tenso.
– Há algum sítio onde possamos falar em privado? – perguntou Mario.
Sabrina tinha jurado a si mesma que nunca mais se permitiria voltar a estar a sós com Mario Marcolini. Era demasiado perigoso. Aquele homem era um mulherengo, toda a gente o sabia. Até numa situação tão triste como um funeral era incapaz de se despojar daquele ar de encanto desenvolto.
Viu que os olhos escuros a envolviam com interesse e experimentou um calafrio ao recordar a paixão que tinha estado prestes a experimentar há algum tempo. Nem os seus lábios, nem o seu corpo tinham voltado a ser os mesmos depois de ter sentido a dureza da masculinidade contra o seu corpo.
Fez um esforço para pensar noutra coisa. Não era o momento nem o lugar para pensar na sua reacção estúpida. Endireitou os ombros e assinalou com a cabeça uma das divisões que comunicavam com a sala principal.
– Há um pequeno escritório onde deixei o carrinho e o saco de Molly.
Guiou-o até ao escritório, trémula, consciente do seu olhar a cada passo que dava. Sem dúvida, estaria a compará-la com as mulheres bonitas com quem saía no seu país, pensou, com amargura. A sua última amante era uma modelo, loira platinada, alta e magra, e com uns seios que certamente fariam com que dormir de barriga para baixo fosse bastante incómodo, se não impossível. Embora o mais provável fosse que já estivesse com outra. Era daqueles homens que mudam de namorada como de camisa.
O seu estilo de vida não a cativava absolutamente. Sabrina desejava três coisas na vida: amor, estabilidade e compromisso, e sabia que só uma ingénua poderia esperar isso de Mario Marcolini. Era bonito e tentador como o próprio diabo, mas estava fora do seu alcance e sempre estaria. A sua tentativa desajeitada de chamar a atenção dele no baptizado de Molly tinha-o deixado claro.
Abriu a porta do escritório e pôs Molly sob a manta cor-de-rosa, antes de se virar para Mario. Era incrivelmente atraente. Com o seu metro e noventa e cinco de altura, que contrastava com o metro e setenta e três dela, e aqueles cabelos tão pretos e brilhantes como os seus olhos, fazia-a sentir-se insignificante em comparação.
Ele fechou a porta atrás de si. O bulício das conversas foi amortecido imediatamente, fazendo com que o silêncio se tornasse ainda mais intimidante.
Olhou longamente para ela, exercendo sobre ela um poder quase magnético.
– Temos de resolver um assunto o mais depressa possível – anunciou.
Sabrina humedeceu os lábios com a ponta da língua. Estivera a preparar-se para aquele momento, mas, mesmo assim, sentiu-se desolada. Sabia o que ele pretendia fazer. Ia levar Molly para Itália e não havia nada que ela pudesse fazer para o impedir. Se Mario Marcolini, tão poderoso e implacável, assim o decidisse, ela não voltaria a ver a sua pequena afilhada.
– Suponho que saibas que nos nomearam tutores de Molly – declarou.
Sabrina assentiu enquanto engolia em seco com dificuldade. Dois dias antes, tinham-na informado das condições da tutela, dispostas no testamento de Laura e de Ric. E também do facto de que a madrasta de Laura pensava impugná-lo, convencida de que o seu marido e ela poderiam oferecer a Molly um futuro mais seguro e estável.
O advogado tinha exposto com franqueza as possibilidades que Sabrina tinha de ficar com a menina e a coisa não tinha bom aspecto. O tribunal daria prioridade aos interesses da menina na hora de tomar a sua decisão.
Sabrina era solteira e estava desempregada, enquanto Ingrid Knowles e Stanley, o seu marido, apesar de ultrapassarem os cinquenta anos, tinham uma boa posição económica e estavam claramente desejosos de ter uma criança.
– Sim, conheço os desejos de Laura e de Ric, mas o meu advogado disse-me que tenho muito poucas probabilidades de os cumprir, dadas as minhas... circunstâncias actuais.
Ele dirigiu-lhe um olhar inescrutável.
– Essas circunstâncias consistem em seres solteira, estares desempregada e te considerarem uma destruidora de famílias, não é?
Apesar da raiva que lhe dava mostrar-se de acordo, Sabrina sabia que não tinha outra alternativa. A imprensa cor-de-rosa tinha-a descrito como uma ama que não tinha hesitado em saltar de cama em cama para conseguir os seus propósitos. Ela gostaria de se defender, mas sabia que as vítimas seriam as crianças Roebourne, que descobririam que o seu pai não passava de um canalha lascivo.
– Algo do género – respondeu ela, com expressão sombria. – Se Laura soubesse que a sua madrasta vai conseguir a guarda de Molly, ficaria destroçada. Odiava-a com todas as suas forças. Disse-mo alguns dias antes do acidente – confessou, contendo as lágrimas.
Mario começou a percorrer o escritório de um lado para o outro, como se fosse um leão enjaulado a planear a sua fuga.
– Não permitirei que essa mulher e o seu marido consigam a guarda da filha de Ric – anunciou, com os olhos brilhantes de determinação. – Farei tudo, repito, tudo o que estiver ao meu alcance para o impedir.
O coração de Sabrina disparou ao ouvir tão firme declaração. Depois, expressaria a sua intenção de levar Molly para Itália com ele. Ela poderia impedi-lo? Sabrina tinha crescido sem mãe, sem ninguém que a amasse e a compreendesse. Como poderia permitir que acontecesse o mesmo à pequena Molly?
– Ocorreu-me uma solução provisória