Discover millions of ebooks, audiobooks, and so much more with a free trial

Only $11.99/month after trial. Cancel anytime.

O monarca das areias
O monarca das areias
O monarca das areias
Ebook142 pages1 hour

O monarca das areias

Rating: 5 out of 5 stars

5/5

()

Read preview

About this ebook

O dever para com o seu reino impedia-o de se deixar levar pela paixão…

Francesca ficou surpreendida quando Zahid al Hakam, um amigo da família, apareceu à porta da sua casa. Afinal, ele era o xeque de Khayarzah e devia estar habituado a movimentar-se noutros ambientes.
Continuava tão atraente como sempre e ela sentiu-se tentada a aceitar o convite que lhe fez para ir trabalhar com ele para o seu país.
Zahid descobriu que a adolescente que ele conhecera tinha desabrochado numa linda mulher. Seria justo ter uma aventura secreta com ela?
LanguagePortuguês
Release dateJan 1, 2012
ISBN9788490106396
O monarca das areias
Author

Sharon Kendrick

Sharon Kendrick started story-telling at the age of eleven and has never stopped. She likes to write fast-paced, feel-good romances with heroes who are so sexy they’ll make your toes curl! She lives in the beautiful city of Winchester – where she can see the cathedral from her window (when standing on tip-toe!). She has two children, Celia and Patrick and her passions include music, books, cooking and eating – and drifting into daydreams while working out new plots.

Related to O monarca das areias

Titles in the series (100)

View More

Related ebooks

Romance For You

View More

Related articles

Reviews for O monarca das areias

Rating: 5 out of 5 stars
5/5

2 ratings0 reviews

What did you think?

Tap to rate

Review must be at least 10 words

    Book preview

    O monarca das areias - Sharon Kendrick

    Publidisa

    CAPÍTULO 1

    Em contraste com a pele pálida, o diamante brilhava como uma estrela e Frankie suspirou, atónita. Quem teria imaginado? Frankie O’Hara, a rapariga estranha para quem ninguém olhava no liceu ia casar- se e tinha um diamante enorme no dedo.

    Esticando os dedos, admirou como a pedra refletia a luz de novembro. O seu pai dissera-lhe uma vez que um diamante era apenas um pedaço de carvão que refletia a luz, mas, para Frankie, era muito mais do que isso, era um símbolo. Significava que um homem a amava e queria passar o resto da vida com ela. Um homem rico e bonito. Não era o tipo de homem que teria imaginado que se sentiria atraído por alguém como ela.

    O barulho de um carro interrompeu os seus pensamentos, Frankie pestanejou, surpreendida e um pouco assustada. Não podia ser Simon tão cedo. Ainda não descascara as batatas para o jantar de celebração que planeara e os peitos de frango não estavam há tempo suficiente no forno.

    Mas, quando olhou pela janela, ficou surpreendida ao ver o carro luxuoso que percorria o caminho.

    Não era o carro de Simon, pois este conduzia um utilitário como tantos outros que percorriam aquela zona residencial de Inglaterra. O carro que parou em frente à casa era um desportivo preto dos que apareciam nos filmes. E não tinha de olhar para o condutor para saber quem era.

    Zahid!

    Frankie levou uma mão ao coração. Zahid era a fantasia de qualquer mulher. Zahid Al Hakam, o xeque de Khayarzah. O homem com feições de falcão e olhos pretos enigmáticos.

    Era muito estranho para alguém tão normal como ela ter amigos como o exótico e poderoso xeque, mas a vida tinha destas coisas. O pai de Zahid fora amigo do seu pai, de modo que o conhecia desde criança, embora as suas visitas fossem menos comuns desde que subira ao trono do seu país, tornando-se rei. A morte repentina do seu tio e do seu primo num acidente transformara Zahid no único herdeiro, sem tempo na sua agenda demasiado preenchida para visitar os seus velhos amigos ingleses.

    Ao princípio, Frankie sentia a falta das suas visitas, mas depressa decidiu que a sua ausência era o melhor que lhe podia acontecer, pois já perdera muitas horas a fantasiar com um homem que estava fora do seu alcance.

    Então, porque aparecia de repente? Mas porquê precisamente naquele dia?

    Viu-o a sair do carro, movendo-se com a elegância que sempre a fizera pensar num felino, e fechar a porta sem se incomodar em ativar o alarme. Ainda que certamente, a sua equipa de segurança devesse estar por perto. Quem se atreveria a roubar o carro a um homem que tinha um séquito de guarda-costas?

    O som da campainha pô-la em ação e, enquanto se dirigia para a porta, olhou para as paredes, que precisavam de uma pintura. A casa enorme começava a mostrar sinais de declínio, apesar dos seus esforços. No entanto isso não reforçava a sugestão de Simon de vender a casa e a parcela valiosa em que estava situada?

    Com o coração acelerado, Frankie abriu a porta, rezando para não se deixar afetar por ele como quando era adolescente. Tinham passado cinco longos anos desde a última vez que o vira, era tempo suficiente para se tornar imune.

    Esperança vã.

    Frankie engoliu em seco, tentando conter o sentimento de culpa que acelerava o seu coração. Havia alguma mulher no mundo que conseguisse ser imune à sua presença, mesmo que fosse casar-se com outro homem?

    Zahid não era o que a maioria das pessoas esperaria de um xeque árabe. Não tinha o traje tradicional do seu país, mas isso era uma coisa que fazia de propósito. Há anos, dissera-lhe que preferia misturar-se com os europeus, como um camaleão que adaptava a sua aparência ao habitat para sobreviver. Essa era também a razão por que falava várias línguas.

    Mas a verdade era que alguém tão especial como Zahid nunca conseguiria passar despercebido. Embora se vestisse como os outros, chamaria sempre a atenção.

    Com um fato cinzento que destacava a sua musculatura, os olhos pretos emoldurados por umas feições fabulosas, a pele de um tom mais claro do que o cobre e aquele cabelo preto e ondulado que lhe dava aspeto de estrela de cinema, exsudava magnetismo sexual.

    Por alguma razão inexplicável, Frankie pôs a mão esquerda no bolso das calças de ganga, sentindo-se culpada. Estava a tentar esconder o seu anel de noivado? E porque havia de fazer isso?

    – Olá, Zahid!

    Pouca gente podia chamá-lo pelo seu nome próprio, mas Zahid não estava a pensar no protocolo naquele momento. Não podia ser…

    – Francesca? – murmurou, olhando para ela como se estivesse a ver uma miragem. – És tu?

    Frankie cerrou os dentes. Ninguém lhe chamava Francesca. Ninguém senão ele e a sua maneira de pronunciar aquele nome fez com que sentisse um calafrio. Era um nome que a sua mãe lhe dera, esperando que fosse tão elegante e refinada como ela… e tivera uma desilusão. Quando o patinho feio se recusara a transformar-se em cisne, o nome exótico desaparecera para se transformar em Frankie. Mas não para Zahid.

    – Claro que sou eu! – exclamou. Mas não seria humana se não se alegrasse ao ver um brilho de admiração nos seus olhos. Sempre a tratara como se fosse uma criança, um empregado leal ou uma mascote que corria para o seu dono, abanando a cauda alegremente. – Já não me conheces?

    Zahid engoliu em seco. Claro que a conhecia, mas não parecia a mesma de sempre. A última vez que a vira era uma criança de dezanove anos sem formas e sem beleza. O que acontecera naqueles cinco anos?

    O cabelo curto e rígido transformara-se num cabelo escuro que caía em ondas pelos seus ombros. Os óculos tinham desaparecido e os seus olhos eram de um azul surpreendente. A roupa larga que costumava usar fora substituída por umas calças de ganga justas e um pulôver de caxemira bege que destacava umas curvas que nunca teria imaginado.

    – O que aconteceu aos teus óculos? – perguntou-lhe.

    – Agora uso lentes de contacto – respondeu ela.

    Gostaria de perguntar quando desenvolvera aqueles seios e aquelas curvas. Queria saber quando acontecera a dramática transformação de menina para mulher, mas não disse nada. Estava a falar com Francesca, a inocente e doce Francesca, não com uma possível amante que conhecera numa festa.

    Em vez disso, olhou para ela com uma certa frieza, como se lhe recordasse que, apesar de ser amigo da família, esperava uma certa formalidade.

    – Ai, desculpa. Queres entrar?

    Frankie empurrou a porta, sem saber se queria que se fosse embora ou ficasse. Se ficasse deixá-la-ia nervosa. Não seria um risco começar a fantasiar outra vez com ele? Renovar essas fantasias em que Zahid a abraçava e a beijava, dizendo que não conseguia viver sem ela…

    – Claro que quero entrar – disse Zahid.

    Não, fora a Londres para ficar à porta como um vendedor de enciclopédias!

    – Entra, por favor – Frankie pigarreou.

    – Obrigado – disse ele, gozando, entrando num sítio que lhe parecia estranho e familiar ao mesmo tempo. Uma mansão inglesa grande, mas descuidada, com um jardim enorme. Aquela casa fora o único sítio onde conseguira relaxar enquanto estudava em Inglaterra. Quase se sentia como em sua casa. Não, melhor do que em sua casa. Um sítio onde ninguém o vigiava, onde não havia mexericos nem a ameaça de alguém falar com a imprensa. Ser o sobrinho de um xeque significava estar vigiado a todas as horas.

    O seu pai costumava ir lá para falar com o homem que mudara o curso da história do seu país, um geólogo excêntrico e brilhante, o pai de Francesca. Fora a sua descoberta inesperada de petróleo que tirara Khayarzah da ruína, causada por décadas de guerras civis, e mudara o seu futuro para sempre.

    Enquanto Francesca fechava a porta, Zahid deu por si a olhar para os seus fabulosos olhos azuis, recordando que a vira pela primeira vez pouco depois de nascer. Então, era uma criança pequena com o rosto corado de tanto chorar e ele tinha… treze anos?

    Quando era pequena, Francesca queria sempre que pegasse nela ao colo e ele fazia tudo o que lhe pedia. Tinha-o a comer da palma da sua mão como nenhuma outra mulher.

    Mas recordava também o ambiente desolado que havia na casa quando a sua mãe os abandonara porque estava aborrecida com o seu marido, um cientista obcecado com o trabalho. A mãe de Francesca fugira com um homem rico, um dos seus múltiplos amantes, e morrera num trágico acidente de viação. Um acontecimento que se transformara num escândalo quando se descobriu que viajava com um conhecido político que era casado.

    Mas Francesca e o pai eram como unha e carne. Ela crescera rodeada de cientistas perpetuamente ocupados com os seus estudos, fazendo o que queria e comportando-se como uma maria-rapaz. Portanto, não passara por essa época adolescente em que todas as raparigas usam saias muito curtas e vestidos muito justos. De facto, até àquele momento, certamente, ninguém teria notado que era uma mulher.

    Zahid recordava-se de tê-la ensinado a jogar às cartas quando voltava do colégio. Costumava deixá-la ganhar! Ele, que era competitivo por natureza. Mas valera a pena para a ver sorrir.

    Uma vozinha interrompeu os seus pensamentos e apercebeu-se de que Francesca estava a falar com ele.

    – Desculpa, o que disseste?

    – Perguntei-te o que fazes em Surrey. Ou estás só de passagem?

    Zahid não respondeu imediatamente. O que o levara ali, o sentimento de culpa por não ter ido visitá-la nos últimos cinco anos? Ele sabia que estava sozinha no mundo e, embora quisesse cuidar dela, a vida e as ocupações atravessavam-se sempre no caminho.

    Enjoying the preview?
    Page 1 of 1