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Uma princesa pobre
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Uma princesa pobre

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About this ebook

Era a oportunidade perfeita para a tentar com o que desprezara há algum tempo atrás!

Numa ocasião, Alexandro Vallini cometeu o erro de pedir em casamento Rachel McCulloch, uma jovem com presunções de princesa. E a recusa dela magoou-lhe a alma. No entanto, as voltas da vida e o destino colocaram o futuro de Rachel nas mãos de Alessandro. Ele necessitava de uma governanta temporária e ela necessitava de dinheiro...
Mas Rachel tinha-se convertido numa mulher muito diferente da caprichosa menina rica de que Alessandro se recordava. Ele lançou a sua armadilha, pondo-se a si mesmo como isco, mas quem seria a presa e o caçador nas irresistíveis redes do desejo?
LanguagePortuguês
Release dateMay 1, 2012
ISBN9788468702872
Uma princesa pobre
Author

Melanie Milburne

Melanie Milburne read her first Harlequin at age seventeen in between studying for her final exams. After completing a Masters Degree in Education she decided to write a novel and thus her career as a romance author was born. Melanie is an ambassador for the Australian Childhood Foundation and is a keen dog lover and trainer and enjoys long walks in the Tasmanian bush. In 2015 Melanie won the HOLT Medallion, a prestigous award honouring outstanding literary talent.

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    Uma princesa pobre - Melanie Milburne

    CAPÍTULO 1

    Rachel esperou mais de uma hora pelo suposto investidor para a sua marca de moda. Ainda não recuperara do jet-lag e tinha de se esforçar para manter os olhos abertos enquanto lia uma revista na sala de espera.

    No fim, conduziram-na para o escritório do executivo. Quase lhe tremiam as pernas por causa dos nervos.

    Rezou para conseguir salvar o seu negócio e não perder aquilo por que tanto tinha lutado.

    – Lamento muito, menina McCulloch – disse o executivo de meia-idade com um sorriso de desculpa, antes de Rachel ter tempo para se sentar. – Mudámos de ideias. Estamos a reestruturar a nossa empresa. Não estamos preparados para correr riscos e apostar numa estilista desconhecida como a menina. Terá de ir procurar apoio financeiro noutro lugar. Já não estamos interessados.

    Rachel pestanejou, emocionada.

    – Não estão interessados? – repetiu ela. – Mas pensei… A sua carta dizia… Depois de vir até aqui!

    – Um perito famoso em finanças aconselhou-nos a mudar de ideias – explicou o homem. – E a decisão da direção é inalterável. Sugiro-lhe que considere outras opções para o seu negócio.

    Outras opções? Que outras opções?, perguntou-se Rachel, invadida pelo desespero. Tinha de conseguir lançar a sua marca de moda na Europa. Trabalhara muito e fizera muitos sacrifícios para o conseguir. E o seu sonho não podia acabar assim. Ficaria como uma imbecil se falhasse. Se não conseguisse o dinheiro, a sua empresa acabaria. Precisava de um impulso económico e precisava dele com urgência.

    Não podia fracassar.

    Rachel franziu o sobrolho, olhando para o executivo.

    – Que perito vos aconselhou?

    – Lamento muito, mas não estou autorizado a dar essa informação.

    Rachel ficou rígida e a sombra da suspeita ganhou forma dentro dela.

    – Disse que era um perito famoso em finanças.

    – Sim.

    – Trata-se de Alessandro Vallini? – perguntou ela, furiosa.

    – Lamento muito, menina McCulloch. Não posso confirmá-lo nem negá-lo.

    Rachel levantou-se e pôs a mala ao ombro com decisão.

    – Obrigada pelo seu tempo – disse ela e foi-se embora.

    Rachel procurou a morada do escritório de Alessandro Vallini na internet. Era um edifício muito elegante, símbolo do êxito do seu proprietário. O seu triunfo fora enorme. Aquele homem era um exemplo perfeito de como era possível chegar longe, apesar da sua origem humilde. Ela não tinha planeado vê-lo, mas ia ter de o enfrentar.

    – Eu gostaria de ver o senhor Vallini – pediu Rachel, sem mais rodeios, à rececionista.

    – Lamento muito, mas o senhor Vallini está a passar o verão na sua casa de Positano – replicou a rececionista. – Está a gerir o negócio de lá.

    – Então, quero marcar uma reunião o mais depressa possível.

    – É uma cliente?

    – Não, mas…

    – Lamento muito, o senhor Vallini só vai atender novos clientes depois do verão – indicou a rececionista. – Quer que marque uma reunião para setembro ou mais tarde?

    Rachel franziu o sobrolho.

    – Falta mais de um mês para isso! Só estou aqui até ao fim de agosto.

    – Nesse caso, lamento muito…

    – Olhe, eu não sou uma cliente, na verdade – esclareceu Rachel. – Sou uma velha amiga dele de Melbourne. Ele trabalhava para o meu pai. Esperava poder vê-lo enquanto estou aqui. O meu nome é Rachel McCulloch.

    Houve uma pausa.

    – Tenho de falar com ele primeiro – indicou a rececionista e pegou no telefone. – Importa-se de se sentar ali?

    Rachel sentou-se num dos sofás de couro, tentando não pensar na última vez que vira Alessandro. Se a sua intuição não a enganava e fora ele que se encarregara de fazer com que não lhe dessem o financiamento de que precisava, isso só queria dizer uma coisa. Ainda não a perdoara.

    – Lamento muito, mas o senhor Vallini não deseja vê-la – disse a rececionista.

    Rachel levantou-se com um salto.

    – Devo vê-lo – insistiu ela. – É muito importante.

    – Tenho ordens estritas para a informar de que o senhor Vallini não quer recebê-la.

    Rachel sentiu-se ultrajada. Estava claro que Alessandro estava a brincar com ela. Pensaria mesmo que ia aceitar um «não» como resposta depois do que ele acabara de lhe fazer? Não ia deixar que levasse a sua avante. Encontrá-lo-ia, mesmo que ele não quisesse.

    Obrigá-lo-ia a vê-la.

    Com o estômago às voltas, Rachel percorreu a estrada da costa de Amalfi para Positano. Não era tanto pelas curvas como pelo seu nervosismo. Tinha planeado alugar um carro, mas o seu cartão já não tinha crédito. Fora uma experiência bastante vergonhosa, algo que não esqueceria com facilidade. Então, telefonara para o seu banco na Austrália, embora isso não tivesse resolvido as coisas. Estava com saldo negativo e não queriam dar-lhe crédito no banco, sobretudo, depois de Craig ter usado a sua assinatura em vários empréstimos que pedira há anos.

    Rachel precisava do dinheiro mais do que nunca.

    O autocarro deixou-a junto do caminho que levava à Villa Vallini, no topo de uma colina. No entanto, quando o condutor abriu o porta-bagagens para tirar a sua mala de viagem, não estava lá.

    – Devemos tê-la guardado num dos outros autocarros – justificou-se o condutor, fechando o porta-bagagens.

    – Como é possível? – inquiriu ela, tentando não entrar em pânico.

    O homem encolheu os ombros.

    – Acontece por vezes. Falarei com a central e direi para a enviarem para o hotel. Se puder dar-me a morada, eu encarregar-me-ei disso – ofereceu-se o condutor e tirou um caderno do bolso.

    – Ainda não tenho um hotel reservado – indicou Rachel e mordeu o lábio, pensando na sua conta bancária.

    – Dê-me o seu número de telemóvel e telefonar-lhe-ei quando encontrarmos a mala.

    Depois disso, Rachel ficou de pé na estrada, vendo como o autocarro se afastava. Pousou o olhar na casa que tinha à sua frente. Era uma residência enorme, um pouco afastada das outras casas. Tinha quatro andares, estava rodeada de jardins e também tinha uma piscina. Enquanto subia o caminho até lá, o sol brilhava sobre o oceano azul e ela suava sem parar. Cada vez lhe doía mais a cabeça.

    Cheia de determinação, no entanto, Rachel chegou até à porta principal da mansão imponente. Havia um intercomunicador sobre uma coluna de pedra.

    – Não queremos visitantes – disse uma mulher antes de Rachel conseguir falar.

    – Mas eu… – balbuciou Rachel, aproximando-se do intercomunicador.

    Não houve resposta. Rachel olhou para a casa, franzindo o sobrolho, com o sol a bater-lhe nos olhos. Agarrou-se às grades ferro forjado e respirou fundo antes de carregar no botão novamente.

    A mesma mulher respondeu.

    – Nada de visitas.

    – Tenho de ver Alessandro Vallini. Não tenciono ir-me embora sem o ver.

    – Por favor, vá-se embora.

    – Mas não tenho para onde ir – replicou Rachel, prestes a suplicar. – Podia dizer isso ao senhor Vallini, por favor? Não tenho para onde ir.

    O intercomunicador ficou em silêncio novamente e Rachel virou-lhe as costas, para se sentar à sombra. Baixou a cabeça, apoiando-a nos joelhos dobrados, incapaz de acreditar no que estava a acontecer. Era como se aquilo não pudesse acontecer-lhe a ela. Fora criada entre montanhas de dinheiro, mais do que muita gente via em toda a sua vida. Durante muito tempo, pensara que seria sempre assim. Não sentira o que era a necessidade, nem suspeitara que podia ficar sem nada. No entanto, fora assim. E, embora se tivesse esforçado para reconstruir a sua vida durante os dois últimos anos, acabara por suplicar à porta do homem que abandonara há cinco anos. Seria assim que o destino se ria dela?

    Perdida no desespero, Rachel fechou os olhos e rezou para que não lhe doesse tanto a cabeça. Disse-se que, dentro de alguns minutos, se levantaria e tentaria tocar novamente, até Alessandro aceitar recebê-la…

    – Continua lá? – perguntou Alessandro à governanta, Lucia.

    – Sim, senhor – respondeu Lucia, virando-se da janela. – Está ali há uma hora. Está muito calor lá fora.

    Alessandro esfregou o queixo, mantendo uma luta interna com a sua consciência. Ele estava fechado na sua torre enquanto Rachel estava sob o sol abrasador. Não esperara que chegasse assim, sem avisar. De facto, dera ordens à sua secretária para não marcar reuniões. Esperara que aquilo bastasse para a fazer desistir. Quanto tempo demoraria a render-se e ir-se embora? Porque não conseguia entender que não queria vê-la? Não queria ver ninguém.

    – Meu Deus, penso que vai desmaiar! – exclamou Lucia, agarrando-se ao parapeito da janela com ambas as mãos.

    – O mais provável é que esteja a fingir – disse Alessandro com calma, voltando a pousar a atenção nos seus papéis. Fez o possível para ignorar as sensações de angústia e culpa que o embargavam.

    Lucia afastou-se da janela com o sobrolho franzido.

    – Talvez devesse levar-lhe um pouco de água, para ver se está bem.

    – Faz o que quiseres – replicou ele, virando uma página do relatório que tinha entre as mãos, embora sem o ver. – Mas não deixes que se aproxime de mim.

    – Sim, signor.

    Quando Rachel abriu os olhos, viu uma italiana de meia-idade com um copo de água numa mão e um jarro com gelo e limão na outra.

    – Quer beber alguma coisa antes de se ir embora? – perguntou a mulher, passando-lhe o copo através da grade.

    – Obrigada – replicou Rachel, aceitou o copo e bebeu com ansiedade. – Dói-me muito a cabeça.

    – É por causa do calor – indicou Lucia, enchendo-lhe o copo. – Agosto é assim. É possível que esteja desidratada.

    Rachel bebeu outro copo e mais um. Sorriu para a mulher, devolvendo o copo.

    Grazie. Salvou-me a vida.

    – Onde está alojada? – perguntou Lucia. – Em Positano?

    Rachel levantou-se, agarrando-se à grade para manter o equilíbrio.

    – Não tenho dinheiro para pagar um hotel. E perdi a minha bagagem.

    – Não pode ficar aqui – repetiu Lucia. – O signor Vallini insiste que…

    – Só quero falar com ele durante cinco minutos – replicou Rachel, afastando uma madeixa de cabelo húmido por causa do suor. – Por favor, pode dizer-lho? Prometo não demorar. Só peço cinco minutos do seu tempo.

    A outra mulher cerrou os dentes.

    – Podia perder o meu trabalho por isto.

    – Por favor… – suplicou Rachel.

    A italiana suspirou, deixando o copo e o jarro sobre o pilar de pedra.

    – Cinco minutos, mais nada – avisou Lucia e abriu a porta.

    Rachel entrou antes de a outra mulher mudar de opinião. Atrás dela, a porta fechou-se com um ruído estridente.

    Os jardins da entrada eram magníficos. Rosas de todas as cores enchiam o ar com a sua fragrância embriagadora. Uma grande fonte salpicou Rachel com a sua frescura ao passar. Desejou poder ficar ali parada por um momento, deixando que as suas gotinhas de água a ajudassem a acalmar a tensão.

    A governanta abriu a porta da casa. Foram recebidas pelo ar fresco do interior. O chão era de mármore reluzente, tal como as escadas que levavam ao primeiro andar. O teto estava adornado com lustres de cristal e havia quadros de valor incalculável nas paredes. O sol penetrava por janelas grandes,

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