Uma cinderela para o milionário
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About this ebook
Darcy Parrish aprendera a cuidar de si própria da forma mais dolorosa possível. Depois do acidente que destruíra a sua coluna vertebral, criara uma nova vida como chef em casa de Patrick Judson. O emprego era temporário, no entanto o seu chefe, um homem incrivelmente atraente, parecia ter outras ideias.
O fresco encanto de Darcy depressa cativou Patrick, que desejava conhecer melhor aquela mulher que criava obras de arte culinárias com as mãos. O maior obstáculo era a própria Darcy…
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Uma cinderela para o milionário - Myrna Mackenzie
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2009 Myrna Topol
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Uma Cinderela para o milionário, n.º 1208 - Fevereiro 2016
Título original: Hired: Cinderella Chef
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2010
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7749-8
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Epílogo
Se gostou deste livro...
Capítulo 1
– O senhor Judson diz que os seus convidados querem conhecer a chefe de cozinha.
– Desculpa? – Darcy Parrish engoliu em seco quando a jovem empregada lhe deu a mensagem.
– Os convidados do senhor Judson querem conhecer-te.
Palavras tão simples, um pedido tão simples. Então, porque lhe tremiam as mãos?
– Isso é impossível. Diz-lhe que não.
Olivia olhou para ela, atónita. Para dizer a verdade, ela própria estava surpreendida com tal ousadia. Só estava há uma semana em casa de Patrick Judson. Contratara-a a sua governanta, enquanto ele estava fora da cidade, de modo que ainda não conhecia o seu patrão. Mas sabia muito sobre ele.
Mais do que isso, sabia que ele não sabia nada dela. Pelo menos, não os detalhes importantes.
– Lamento, não posso fazê-lo – disse Olivia. – Ao contrário de ti, eu preciso deste emprego. Não recebo nenhum subsídio e...
Darcy olhou para ela, magoada. Não era justo ferir outra pessoa só por receio de se ser despedido.
– Desculpa, não devia ter dito isto.
– Não te preocupes, não faz mal. Mas não posso ir lá. Tu não sabes o que é olharem para ti como se fosses um animal estranho... Não posso, a sério.
Olivia suspirou.
– Mas o que vou dizer ao senhor Judson?
– Diz-lhe... que estou coberta de farinha.
– Mas não é verdade.
Darcy revirou os olhos. Olivia era tão jovem, tão sincera... Não tinha aprendido a usar pequenas mentiras para se proteger dos golpes da vida. Mas que Patrick Judson a exibisse diante dos seus convidados seria insuportável. Ela não queria compaixão.
– Então, diz-lhe que estou a fazer as sobremesas.
– Darcy...
– Olivia, por favor. Não posso ir lá.
– Algum problema? – a voz masculina rouca ecoou por toda a cozinha e Darcy virou-se na sua cadeira de rodas para olhar para Patrick Judson, o seu novo patrão, o homem que financiara o lar onde vivia.
Parecia-se muito com as fotografias que vira dele nos jornais. Com aqueles ombros tão largos, o cabelo escuro um pouco comprido, os olhos verdes e o queixo duro parecia saído de um romance. Certamente, era o tipo de homem pelo qual as mulheres perdiam a cabeça, inclusive as mais bonitas, mais ricas e sem nenhum problema físico. Parecia Heathcliff, o protagonista de O monte dos vendavais, com um smoking do século XXI. E era tão alto...
Darcy era mais baixa do que o normal e os homens altos e formidáveis sempre a tinham feito sentir-se pequena, inclusive quando podia andar. Agora, numa cadeira de rodas, sentia-se minúscula e em desvantagem. Contudo fora uma lutadora a sua vida toda e não costumava mostrar os seus medos.
– Senhor Judson, agradeço a oferta de conhecer os seus convidados, mas receio que não seja possível. Tenho de acabar as sobremesas.
Patrick Judson olhou à sua volta e Darcy desejou poder tapar a mousse de chocolate que, evidentemente, já estava pronta e colocada em tigelas de vidro. Felizmente, ele não disse uma palavra a esse respeito.
– Porque não serves o café, Olivia?
A jovem pegou na bandeja do café e saiu da cozinha, sem dizer nada.
Patrick virou então o olhar para Darcy.
– Há quanto tempo estás aqui? Não recordo ter-te visto.
Já não conseguiria ser invisível, como pretendia. Gostaria de poder levantar-se e ser mais alta do que ele.
Como se tivesse lido os seus pensamentos, ele sentou-se num banco.
– Estou aqui há uma semana. O meu nome é Darcy Parrish.
– E és de Able House.
Ela arqueou um sobrolho, irónica.
– Como adivinhou?
Era uma pergunta tola, claro. A luxuosa vizinhança lutara para que não se construísse o lar para pessoas com lesões na espinha dorsal. Todos, salvo Patrick Judson, que não só doara o terreno, como também financiara a construção, dotando-a de todos os avanços técnicos. E Darcy estava agradecida, mais do que agradecida pela oportunidade de viver num sítio onde podia sentir-se menos dependente. Contudo também sabia que ser residente de Able House, ser um exemplo da generosidade de Patrick Judson, a transformava numa pessoa digna de compaixão.
Durante um segundo, Patrick pareceu ter ficado sem palavras.
– Como adivinhei? Está escrito na tua cadeira – sorriu, depois.
– Ah, sim? Eu não vejo.
– Está numa das rodas.
Darcy inclinou a cabeça e olhou para as letras na borracha preta. Nem ela se apercebera. Quando levantou o olhar, os extraordinários olhos verdes de Patrick Judson cravaram-se nos seus, de um castanho comum, e Darcy sentiu-se envolta num redemoinho de sensações. Sentia-se impotente e odiava sentir-se impotente. Já se vira demasiadas vezes na sua vida em situações que não podia controlar ou à mercê dos que eram mais poderosos do que ela. E, desde o acidente, tinha de lidar com o olhar de piedade dos outros. Ela era uma pessoa orgulhosa e sabia como proteger-se, porém precisava daquele emprego.
Desde que o acidente destruíra os seus sonhos de ser agente da polícia, a sua vida era uma espiral descontrolada. Pela segunda vez, tendo sido a primeira a sua infância em que nem sequer queria pensar, tinha de depender dos outros e isso aterrorizava-a. Todavia ali, na cozinha, ela era a rainha. O seu talento para cozinhar fora a sua salvação. Mas e se perdesse o seu lugar por não conseguir manter a boca fechada?
– Lamento decepcionar os seus convidados – disse-lhe, tentando parecer respeitosa.
– Ah, sim? – Patrick Judson arqueou um sobrolho.
Bom, já mentira mais do que o suficiente. Além disso, ela nunca mentia sobre coisas importantes.
– Não, na verdade, não. Não quero conhecê-los, mas espero que não tenham tido uma desilusão.
– Não tiveram, é por isso que querem conhecer-te. Para te dizerem como gostaram do jantar.
– Lamento, mas eu não gosto de me exibir. Não posso fazê-lo.
– Não era essa a minha intenção.
– Não sabia que estava numa cadeira de rodas, pois não?
– Não te conhecia.
– Pois, claro, porque haveria de me conhecer? Só apenas uma empregada – Darcy suspirou, embora soubesse que era mentira.
A senhora Davis, a governanta, sabia que era de Able House e tinha a certeza de que a mulher lhe dera o emprego por isso. Não porque não tivesse talento para a cozinha, mas porque estavam em Chicago. Ali, abundavam os talentos culinários e um homem com o dinheiro e a posição de Patrick Judson poderia contratar o melhor chefe de cozinha. E não deveria tratá-la de maneira especial por viver numa instituição da qual ele era o principal benfeitor.
Mas fizera-o. Ou, pelo menos, a sua governanta tinha-o feito.
Darcy suspirou.
– Estou agradecida por ter este emprego.
Ele não sorriu. Não, a sua expressão era muito séria.
– Se não fosses capaz de fazer o trabalho, a senhora Davis não te teria contratado. Mas devo avisar-te que é temporário.
Sim, sabia-o e tentava não pensar nisso. Esperara que «temporário» significasse... bom, indefinido.
– Mas neste momento?
Patrick olhou para ela e ela soube que era um homem habituado a levar a sua avante.
– Por hoje – insistiu, – desculpar-te-ei perante os meus convidados. Mas só desta vez. Vou de viagem e, quando partir, quero que todos os residentes de Able House tenham um emprego. Foi uma promessa que fiz a mim mesmo, porém não consigo empregar pessoas que se mostrem insubordinadas ou insistam em esconder os seus talentos. Se quisermos que o projecto de Able House se repita noutros sítios, os seus residentes devem estar dispostos a dar o exemplo. Portanto, tu e eu vamos trabalhar nisso, Darcy.
– No quê?
– No teu medo de saíres da cozinha e de conheceres pessoas.
O seu problema não era exactamente medo de conhecer pessoas. Embora não gostasse que olhassem para ela, também não era uma eremita. Obviamente, não queria chamar a atenção sobre si mesma... mas o seu medo ia para além disso.
– Não quero ser o projecto de ninguém.
– É uma pena – Patrick sorriu. – Porque isso acabou de