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O Homem Eterno - livro 1: PULSO
O Homem Eterno - livro 1: PULSO
O Homem Eterno - livro 1: PULSO
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O Homem Eterno - livro 1: PULSO

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About this ebook

Recomendado por: British Fantasy Award Winner & New York Times Best Seller, Michael Marshall-Smith.
Para fãs de: Game of Thrones, Wool, Blade Runner, O Hobbit, Stephen King, David Gemmell e Robert J. Crane.

O mundo como o conhecemos não existe mais.

Um homem mantem-se firme. Um homem que foi treinado nas terríveis artes da guerra. Um homem que vive de acordo com suas convicções. Um homem comum que não quer nenhum dos poderes impostos a ele. Este homem é o Sargento da Marinha Nathaniel Hogan, destacado para a Embaixada Americana em Londres e, embora ele não saiba, O Homem Eterno.

Este primeiro pulso aconteceu no ano de 2022. Uma sequência de chamas solares gigantescas criou uma série de pulsos eletromagnéticos de grandes proporções que paralisaram o coração do nosso mundo moderno, e nos levaram de volta à idade das Trevas.

Dezenas de milhares morreram nas primeiras horas quando os aviões caíram do céu. Hospitais deixaram de atender, e toda forma moderna de transporte parou de funcionar. Em dias, o número de mortos chegou a centenas de milhares. Incêndios não contidos assolaram cidades, acabou o abastecimento de água, e os sobreviventes voltarem-se uns contra os outros quando a regra do cada um por si dominou tudo.

E Nathaniel descobre que foi transformado pela alta quantidade de radiação gama nas chamas solares. Elas intensificaram as habilidades naturais dele, dando-lhe mais força, maior velocidade e capacidade de cura. Expandindo indefinidamente seu tempo de vida e permitindo que seja capaz de utilizar o poder das chamas solares para criar magia. Mas nem o Homem Eterno estava preparado para o que viria a seguir, pois as chamas contínuas abriram um buraco no espaço-tempo criando um portal através do qual “eles” apareceram. Do reino da fantasia vieram, os Orcs, os Goblins e, liderando todos eles, o povo das fadas.

Eles estão aqui para ajudar, ou para conquistar?

O melhor da série de fantasia épica.

LanguagePortuguês
PublisherBadPress
Release dateJan 4, 2017
ISBN9781507160459
O Homem Eterno - livro 1: PULSO

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    Book preview

    O Homem Eterno - livro 1 - Craig Zerf

    Como sempre – para minha esposa Polly e para meu filho Axel. Vocês afugentam as sombras da minha alma.

    Uma vez eu disse a um espantalho: Você deve estar cansado de ficar neste campo solitário.

    E ele disse: O prazer de assustar é profundo e duradouro, e eu nunca me canso dele.

    Disse eu, depois de pensar um pouco: É verdade, pois eu também conheci este prazer.

    Disse ele: Somente aqueles recheados com palha podem saber.

    Então me afastei dele sem saber se ele me havia elogiado ou desprezado.

    Khalil Gibran

    Livro 1: Pulso

    Capítulo 1

    O Sargento Mestre em Ciências de Artilharia, Nathaniel Hogan, estava do lado de fora da nova embaixada americana em Nine Elms – Londres e ficou olhando os barcos navegando no rio Tamisa.  Ele vestia o uniforme padrão de combate ou digies, assim chamado devido ao padrão de camuflagem dos fuzileiros.  Ele usava a versão mais escura para floresta em vez da mais clara para deserto, mesmo que, a rigor, fosse para uso somente no inverno.

    Hogan era um homem grande. Ossudo, um metro e noventa de altura, cento e dez quilos. E, com apenas vinte e seis anos era um dos mais jovens Sargentos Mestre em Ciências de Artilharia na corporação. O cabelo preto estava cortado no estilo fuzileiro naval, curto atrás e nas laterais e o resto com não mais que sete centímetros.  Ele estava bem barbeado.  Os olhosverde escuro profundo embaixo de grossas sobrancelhas, como esmeraldas em piscinas de sombra.  Maçãs do rosto salientes sugerem descendência do índio americano e são suportadas pelos dentes grandes e brancos, e o nariz romano reto.

    Ele não portava um fuzil, mas levava na cintura uma Colt 1911M25, a última versão da venerável 1911. Ainda tinha a câmara calibre 45, mas com carregador com capacidade para dez balas e também um compensador embutido. 

    Ele verificou o relógio, eram dezoito horas. Os últimos visitantes já haviam saído. O pôr do sol estava previsto para as vinte horas. A troca de guarda estava programada para o mesmo horário.

    Hogan era responsável por oito fuzileiros navais alocados na embaixada.  Era o que a corporação chamava de nomeação de recompensa. Dezoito meses de serviço fácil numa das cidades mais divertidas do mundo.Esta noite ele encerrou depois de trocar a guarda e estava indo para a cidade encontrar uma garota inglesa.

    Emma Rittington. Alta, loira, com corpo de amazona. Os amigos ingleses dele se referiam a ela como Posh Totty, e os americanos diziam que ela era atraente. Ela tinha um apartamento de três quartos, ou flat, na Sloane Square e parecia não querer nada.Mas não era isto que atraía o sargento da marinha. A atração dele por ela era baseada quase que totalmente no aspecto físico. Ela admitira sentir o mesmo em relação a ele. E, sendo ele americano e oficial sem patente, nas palavras dela, causou em papai um verdadeiro banho de angústia, o que parecia deixa-la extremamente feliz.

    Ele fitou o Tamisa de novo. As nuvens no céu refletiam na água que corria rápido, uma cópia marrom e manchadado firmamento.

    E então, um arco-íris deslizou pela superfície. Como se um milhão de galões de óleo tivesse sido despejado na água. Um orgasmo de cores. Hogan fitou o céu brilhante de luz. Movendo-se para frente, recuando, espalhando-se, unindo-se. Ele tivera esta visão antes, embora nunca com tanta claridade. E nunca à luz do dia. Ele vira quando fora destacado para a embaixada em Moscou. Era a Aurora Boreal ou as Luzes do Norte. Ele a encarou, hipnotizado, conforme ondulava no céu. Grandiosa. Avassaladora. E totalmente silenciosa. Com toda esta amplitude ele esperava que algum som as acompanhasse. Trovão. Vento. Algum tipo de rufar de tambores da natureza. Mas nada. Nem um som.

    Ele levantou a cabeça para um lado e se concentrou. O silêncio era apavorante. Na verdade, não havia som algum. Nada mesmo. O constante fundo de uma cidade em movimento não estava lá.

    Dois milhões e meio de carros e ônibus. Dois mil e oitocentas obras, mil projetos de estradas, cento e vinte mil equipamentos de ar condicionado, e mais de cem aviões de passageiros.

    Silêncio.

    E então o som de passos correndo. O cabo Manson correu e tomou posição de sentido em frente a ele.

    – Sargento, acabou a energia no prédio e o gerador não entrou. Queda completa de energia.

    – Certo Manson. Diga aos homens para permanecerem em seus postos. Depois encontre o zelador e veja o que ele pode fazer com o gerador. Turno dobrado.

    Manson não se mexeu. Era como se estivesse congelado no lugar, olhando com os olhos arregalados sobre o ombro de Hogan. E então, como um homem apontando para a própria morte, ele levantou um braço. Hogan virou-se para olhar.

    Chovia aviões do céu. Dez, vinte, trinta aviões. Centenas de milhares de toneladas de metal despencando dos céus.Girando de forma desajeitada rumo a terra. Sucumbindo às leis da gravidade que fora dominada por motores de trezentos mil cavalos de potência.

    O primeiro atingiu a cidade. Kensington. Poeira, depois chamas. Finalmente som. Um som ensurdecedor conforme cem mil litros de combustível de aviação explodiram. Em segundos a próxima aeronave caiu. E a próxima. E a próxima.

    Brentford, Fulham, Shepherd´s Bush. Belgravia.

    Os sons das explosões ressoavam pela cidade. Mas não havia som de sirenes. Nada da sirene do carro de bombeiro. Nada das sirenes de alerta. Nada além do som do fogo. Eles estavam muito longe para escutar os gritos dos que morriam.

    Hogan agarrou o Cabo pelos ombros e o sacudiu com força.  – Manson.  Atenção. Entre agora. Diga aos civis para permanecerem lá dentro. Peça ao sargento Johnson para abrir o depósito de armas. Quero todos os fuzileiros prontos para batalha, Ms16, quatro extra mags, colts, duas extra mags. Traga-me meu equipamento, mais uma metralhadora M249M22,mais três correias com bolsas. Vai.

    O treinamento tomou conta do pensamento e Manson bateu continência e correu de volta para a embaixada.

    Hogan trotou pelos portões principais. No caminho, ele pegou o celular e olhou a tela. Morto.

    Os dois fuzileiros bateram continência para ele. Braços trêmulos e faces pálidas pelo choque. Mas a disciplina estava intacta. Hogan também bateu continência. – Ronaldo. Jessup.

    – Senhor, o que está acontecendo? – perguntou Ronaldo.

    –Não sei ao certo. Desconfio que seja um ataque de pulsos eletromagnéticos.

    – Estamos sendo atacados, Senhor?

    Hogan pensou um pouco. –Precisamos confirmar isto, soldado. Podem ser causas naturais. Pode ser explosão nuclear na atmosfera. Johnson e Manson estão separando os equipamentos, eles vão trazer o de vocês. Quero todos prontos para batalha. Fiquem em seus postos. Eu já volto.

    Hogan caminhou a passos largos em direção às portas da embaixada. Na metade do caminho, Johnson e Manson saíram correndo com os braços cheios de equipamentos. Johnson seguiu até os homens no portão. Manson ajudou Hogan com o equipamento dele. Um traje tático moderno com placas de blindagem ajustáveis. Uma mochila de hidratação completa com sistema de purificação de água. Kit de primeiros socorros. Capacetes de combate aperfeiçoados. Colete de munição com sacos de munição extra acoplados. E, por fim, a metralhadora M249M22.

    – Senhor – disse Manson –Fui até o zelador, ele disse que todos os circuitos do gerador estão queimados.

    Hogan ajoelhou-se e apoiou a base da M249M22 no joelho, sacudiu o carregador liberando a tampa da bandeja de alimentação e prendeu um cinto de projéteis. Ao levantar ele viuse aproximandoLiz Tutor, a chefe adjunto da missão. Ela desceu rapidamente as escadas. Calçava sapatos baixos e confortáveis. Vestia um vestido rosa na altura dos joelhos. Cabelos castanhos lisos e duros como um capacete. Dentes brancos como os de uma aspirante a Hollywood.

    – Sargento.

    – Senhora.

    – O que está acontecendo?

    – Parece um ataque de pulsos eletromagnéticos, senhora. Um pulso elétrico que parece ter acabado com nossos recursos eletrônicos.O gerador queimou, estamos sem comunicação e aviões estão caindo do céu. Coloquei os fuzileiros em alerta máximo.

    – Nós estamos sendo atacados?

    –Ainda não sabemos, senhora. Porém, se eu tivesse que dar um palpite eu diria que é um fenômeno natural.– Hogan apontou para o céu.

    – Auroras boreais, senhora. Se fosse um ataque nuclear o céu estaria claro.

    – Então, o que fazemos agora?

    – Não tenho certeza, senhora. Talvez devêssemos questionar o embaixador.

    – Não podemos, ele não está aqui hoje. Está reunido com o Primeiro Ministro.

    – Bem, senhora, então sugiro que fechemos as portas e aguardemos um pouco para ver o que acontece. Mantemos todos aqui dentro, temos comida e água suficientes para pelo menos dez dias. Vou pedir a um dos rapazes que providencie lâmpadas a gás e fogareiros. Amanhã vemos o que acontece e tomamos as ações necessárias.

    Liz concordou com um sinal de cabeça. – Quanto tempo para chegar ajuda? – perguntou ela.

    Hogan respirou fundo. – Senhora, não haverá ajuda. Principalmente se este foi um fenômeno mundial. Não há transporte, não há comunicação. Estamos por nossa conta, senhora.

    Liz balançou a cabeça. – Não seja tolo, sargento. Nós somos cidadãos americanos, a maior nação do planeta. Não acredito que uma simples queda de energia pode nos paralisar. Mas aceito que fiquemos aqui esta noite. Tenho certeza de que receberemos boas notícias amanhã.

    Ela virou e subiu as escadas para a embaixada.

    Hogan ficou próximo aos dois fuzileiros no portão.

    O sol desceu lentamente no horizonte.

    E Londres ardia em chamas. De vez em quando, a noite quieta era sacudida por uma explosão de um posto de combustível ou uma linha de gás enviando grandes bolas de fogo para o céu.

    E, conforme a noite avançava, a cidade de dois mil anos começou a queimar de volta para a Idade das Trevas.

    Contudo, o que a humanidade não sabia era que o pulso não afetava somente a Terra, ele fazia um chamado. Através de distâncias inimagináveis medidas em espaço-tempo.

    O pulso chamara.

    E alguém ouvira.

    ***

    O comandante do povo das fadas Ammon Set-Bat,estava fora de sua tenda e olhou para o céu. Estava parado. Azul e feio, sem o costumeiro banho de cores pulsando através dele.  Havia apenas um indício da Luz da Vida. Talvez uma pequena cintilação no horizonte. Mas aquilo podia ser somente o desejo dele, admitiu Ammom para si mesmo. Pois, sem a Luz da Vida no céu o povo das fadas não tinha de onde canalizar seu poder. A magia deles era inútil sem o poder das luzes. Fraca e débil. Para sobreviverem eles precisariam seguir a Luz da Vida em outro lugar onde fosse mais forte e duradoura. E lá eles prosperariam. O povo das fadas já fizera isto antes, muitas e muitas vezes em sua antiga história. Eles iriam para onde a Luz da Vida fosse.

    Mas com toda honestidade, disse Ammon a si mesmo, havia pouca chance de aquilo acontecer e, mesmo que acontecesse, havia menos chance ainda de que seu povo sobrevivesse à guerra que estava enfrentando. Talvez este fosse o fim.

    – Não! – Ele respirou fundo, voltou sua atenção ao momento presente e continuou vasculhando o vale abaixo. Ele não precisava de um telescópio, pois há tempos aperfeiçoara a arte da visão à distância e podia identificar o tipo de borboleta a uma distância de mais de dois quilômetros.

    Como comandante do exército, Ammon era membro do Conselho dos Doze que governava o povo das fadas e seus subordinados e, no momento, seu exército cobria a parte estreita do vale de Southee. Em cada lado do vale formaram-se as montanhas Sethanon, um reduto natural entre o High Kingdom e Midlands. O vale era o único caminho entre um e outro. Então, ele posicionou ali seu exército.

    Cinco batalhões de Orcs totalizando cem mil. Seis mil Trolls com armaduras, lanças de seis metros e escudos enormes. Os Trolls formariam uma parede de metal contra a qual ele tinha a esperança de que o inimigo se chocaria, como a maré contra o penhasco.  Atrás, quarenta mil Goblins arqueiros com os pequenos arcos curvados já carregados e muitas flechas a seus pés.

    E por fim os Constructs, percebidos por suas túnicas brancas e brilhantes e o comportamento lento. Estas criaturas do mundo das fadas, sempre sorridentes e pálidas, carregavam água, curativos e flechas extras aos combatentes. Depois, se houvesse depois, os Orcs e os Goblins os usariam para suas mais... graciosas oferendas.

    O povo das fadas não estava na formação para a batalha. Os talentos deles eram governar, criar, comandar e controlar. A crueldade da linha frente da batalha não era para eles. E mesmo que eles desejassem participar de uma forma mais física eles não fariam muita diferença.

    Os machos tinham cerca de um metro e vinte, pele suave sem pelos e cinza, musculatura não definida, cabeça grande em forma de cúpula, sem orelhas ou narinas perceptíveis, boca pequena e olhos grandes e negros. O corpo deles, um mero sistema ambulante para o cérebro extraordinariamente avançado. Cérebros capazes de controlar aqueles inferiores a eles, capazes de psicocinese, pirocinese e, mais importante, são condutores do poder da Luz da Vida. Embora, como tem pensado Ammon, recentemente, a Luz da Vida tem desaparecido, seu poder diminuído. E com ela, o poder do povo das fadas.

    As fêmeas da espécie raramente eram vistas. Menores e de pele mais clara que os machos, com cabeças menores e alongadas. Eram mantidas dentro de casa, longe da luz do sol, e quando queriam se aventurar fora eram transportadas por dois Orcs em palanquins com cortina, ou em liteiras.

    Como os machos, as fêmeas viviam por bem mais de trezentos anos, durante este tempo elas normalmente colocavam três ou quatro sacos embrionários. Estes sacos eram fertilizados pelos machos que se agachavam sobre eles e os pulverizavam com seu sêmen. Os prazeres do povo das fadas eram mais esotéricos do que meramente sexuais, algo que eles consideravam adequado somente para os seres inferiores.

    Aquele dia marcava um anode guerra contínua. Um ano de constante e amarga derrota conforme, pouco a pouco, os forasteiros élficostomaram o reino do povo das fadas. Forçando-os a retroceder, pois estavam em maior número. Eram nada mais que combatentes hábeis, altos e inacreditavelmente magros com o rosto em formato de coração, cabelos claros, finos como teia de aranha e dentes pequenos e pontudos. Mas seu número combinado com sua mentalidade de enxame os tornava opositores formidáveis. As estratégias de batalha deles eram fracas, mas devido ao fato das mentes deles estarem ligadas via rainha do enxame, as reações como grupo eram extraordinárias. As brechas eram preenchidas imediatamente, os substitutos sempre chegavam no momento preciso, e os suprimentos eram enviados exatamente quando eram necessários. Eles nunca entravam em pânico. Raramente se deixavam enganar por qualquer subterfúgio ou artimanha e o moral deles estava sempre alto por que eles canalizavam força da rainha.

    Ammon fez uso de sua visão a distância e os viu chegando. Um aglomerado de guerreiros amorfo e sombrio, vestidos com o habitual verde escuro. Movendo-se ao mesmo tempo, como um cardume ou um bando de pássaros.

    Eles apareceram pela primeira vez há um ano, nos Lower Kingdoms. Foi um período de grande convulsão solar, os dias ficaram mais curtos, as noites mais frias, e o brilho constante da Luz da Vida no céu desapareceu por seis dias.

    E então, um buraco abriu. Literalmente uma enorme porta entre os reinos e o lugar esquecido por Deus de onde os elfos vieram.  Aos montes eles cruzaram pela abertura, tomando a maioria das cidades costeiras de Eastern Lowers Kingdom em questão de dias.

    Ammon reuniu as tropas e avançou com vigor partindo de Highlands para encontrar com o inimigo nas planícies de Midland. Aprendera rápido a não lutar com as hordas de elfos em grandes campos de batalha. Eles estavam em maior número e sua mentalidade de enxame garantia que as manobras militares fossem sempre perfeitas.

    Entãoele lutara uma centena de batalhas menores, sempre escolhendo com bastante cuidado o território. Desfiladeiros, confluências de rio, florestas.  O que fosse que impedisse que seu reduzido exército fosse envolvido pelos numerosos inimigos.

    E, ao passar o ano, o arco-íris bruxuleante da Luz da Vida foi escurecendo no céu. Antes costumava reluzir pelo céu, uma oscilação constante de cores, como óleo de lâmpada derramado na água trazendo o poder que o povo das fadas usa para conduzir sua magia.O poder básico do universo. O poder da Luz da Vida.

    Ele sentiu Seth Hil-Nu aproximar-se dele. Seth era o mago supremo do povo das fadas e ele, mais do que quaisquer outros, enfraquecera devido à decadência da Luz da Vida. Seus poderes grandiosos minguando dia a dia. Antes, quando a Luz da vida estava forte ele podia conjurar grande quantidade de bolas de fogo que incendiaria os elfos que havia no vale. Ele poderia ter derrubado montanhas sobre eles ou causado tempestade de relâmpagos para destruí-los. Agora era nada mais que uma fonte de sabedoria capaz de executar umas poucas mágicas caso as circunstâncias fossem favoráveis.

    – Que bom vê-lo Seth. – Saudou o comandante.

    –Que bom encontra-lo, Ammon. Quanto tempo falta para começar a batalha?

    – Só alguns minutos, mago. Só alguns minutos. Rogo-lhe, pode amplificar minha voz para que as tropas possam ouvir-me? Eu costumava fazer isto sozinho quando a Luz da Vida era forte, mas agora esta é uma habilidade que me falta.

    – Tristes são os tempos em que você precisa perguntar se eu posso realizar mágicas tão simples – respondeu Seth. – Mas sim, eu posso fazer com que você seja ouvido. Não amplificando sua voz, mas fazendo-os ouvir o que você diz.

    – Obrigado, mago.

    A multidão de elfos continuava a invadir o vale, correndo rápido com os pés ágeis. Aproximando-se.

    Ammon aguardou, e então:

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