Amor e pérolas
By Trish Morey
3.5/5
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About this ebook
Quando descobriu que herdara quase metade do império Bastiani, Ruby Clemenger soube que a sua vida estava prestes a complicar-se… sobretudo depois da chegada de Zane Bastiani, o filho do falecido dono do negócio milionário de pérolas.
Zane desejava livrar-se de Ruby o mais depressa possível, pois pensava que era a amante do seu pai e, como boa caçadora de fortunas, tinha a certeza de que podia comprá-la facilmente.
Contudo Ruby não se vendia por qualquer coisa, o seu preço era muito alto... inclusive para um milionário. Ao aperceber-se de que não podia pagar o que ela lhe pedia, Zane decidiu convencê-la… através da sedução.
Trish Morey
Trish always fancied herself a writer, but she dutifully picked gherkins and washed dishes in a Chinese restaurant on her way to earning herself an economics degree and a qualification as a chartered accountant instead. Work took her to Canberra where she promptly fell in love with a tall, dark and handsome hero who cut computer code, and marriage and four daughters followed, which gave Trish the chance to step back from her career and think about what she'd really like to do. Writing romantic fiction was at the top of the list, so Trish made a choice and followed her heart. It was the right choice. Since then, she's sold more than thirty titles to Harlequin with sales in excess of seven million globally, with her books printed in more than thirty languages in forty countries worldwide. Four times nominated and two times winner of Romance Writers of Australia's RuBY Award for Romantic Book of the Year, Trish was also a 2012 RITA finalist in the US. You can find out more about Trish and her upcoming books at www.trishmorey.com and you can email her at trish@trishmorey.com. Trish loves to hear from her readers.
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Book preview
Amor e pérolas - Trish Morey
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2006 Trish Morey
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Amor e Pérolas, n.º 2196 - janeiro 2017
Título original: A Virgin for the Taking
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-9455-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Epílogo
Se gostou deste livro…
Capítulo 1
Zane Bastiani pisou a pista do Aeroporto Internacional de Broome e reparou como a humidade pegajosa própria do final da estação das chuvas o envolvia. Olhou para o céu, irritado, onde o sol tropical resplandecia implacável.
Esquecera-se do calor. E também de outras coisas: do azul do céu, do cheiro a mar e a salitre que impregnava tudo e da qualidade maravilhosa da luz. Nove anos do clima chuvoso londrino e edifícios cinzentos de betão tinham-no desorientado por completo. Agora sentia-se como um estrangeiro na sua cidade natal.
Nove anos.
Era difícil de acreditar que passara tanto tempo desde o dia em que saíra dali só com o seu nome e a convicção absoluta de ser capaz de triunfar sozinho, sem o apoio do seu pai. E conseguira fazê-lo. Agora era proprietário de uma moradia luxuosa em Chelsea, de um chalé em Klosters e ocupava a presidência de um daqueles bancos mercantis mais competitivos de Londres.
Naqueles nove anos esperou que o seu pai lhe telefonasse para reconhecer o seu erro e pedir-lhe perdão, mas quando finalmente chegou a tão aguardada chamada, não era do seu pai.
– O seu estado não é crítico – assegurara o médico, – mas Laurence deseja vê-lo.
O seu pai queria vê-lo.
Fora necessário um enfarte, mas depois de toda a amargura e rancor que existira entre ambos, o pedido tinha de significar alguma coisa.
E por isso Zane apanhara o primeiro voo de Londres, procurando a ligação mais rápida com aquela cidade remota do norte da Austrália. O seu cartão de crédito tratara de todos os detalhes.
A caminho do terminal encolheu os ombros, a tentar ganhar forças para voltar a encontrar-se com o seu pai. Quando era pequeno, sempre vira o seu pai como um homem enorme e inalcançável, com um vozeirão forte e uma cascata inesgotável de grandes ideias que nunca sucumbia nem a uma simples constipação. Por isso agora era impossível para ele imaginá-lo doente na cama de um hospital. De certeza que Laurence Bastiani odiava ver-se assim.
Zane apanhou a mala de viagem e saiu em direcção à praça de táxis, cada vez mais consciente de que a camisa caríssima de algodão que usava já estava completamente encharcada em suor.
Quanto tempo demoraria para voltar a ambientar-se às temperaturas tropicais de Broome, depois de tantos anos longe dali?
Embora a verdade era que também não importava, disse para si sentando-se no banco de trás do táxi. Pensava estar de regresso a Londres muito antes de isso acontecer.
Capítulo 2
A equipa médica já tinha saído do quarto, depois de retirar os tubos e as agulhas e desligar os aparelhos. Era estranho. Ruby chegara a odiar o som incessante do monitor que nos últimos dias fora a lembrança constante da condição cada vez mais frágil de Laurence. Mas agora daria qualquer coisa para voltar a ouvi-lo, o que fosse preciso se isso significasse que Laurence continuava com ela.
Mas tinha morrido.
Os olhos de Ruby estavam inchados e irritados, mas neles não havia lágrimas, ainda não, porque ainda era demasiado difícil de aceitar. E muito injusto. Cinquenta e cinco anos é demasiado cedo para se morrer, sobretudo alguém com a visão e a energia de Laurence Bastiani, o presidente da empresa de pérolas cultivadas dos mares do sul, mais importante do mundo.
Mesmo naquele momento parecia estar a dormir; a sua mão quente ainda estava entre as dela. Mas o peito já não se mexia, nem as pestanas se moviam suavemente como se estivesse a sonhar, nem lhe apertava ligeiramente os dedos em resposta ao contacto.
Ruby deixou cair a cabeça no peito com desespero. Agora só conseguia pensar nas últimas palavras que ele lhe sussurrara com urgência e dificuldade, enquanto agonizava depois do ataque que sofrera.
– Cuida dele – conseguira Laurence sussurrar entre convulsões e quase sem fôlego. – Cuida de Zane, e diz-lhe… que lamento…
Então o som do monitor mudou para um tom agudo e contínuo e ela sentiu pânico. Uma décima de segundo depois as portas do quarto abriam-se de par em par, várias pessoas entraram com passos apressados e rodearam a cama, enquanto umas mãos compreensivas mas firmes a encaminharam para o corredor.
Quando permitiram que voltasse a entrar já tudo tinha terminado e Ruby não tivera oportunidade de lhe perguntar ao que se referia e porque é que tinha de pedir perdão a um filho que não se incomodara a entrar em contacto com o seu pai durante quase uma década.
No entanto, agora Zane era o que menos a preocupava. Ela acabava de perder o seu mentor, o homem que se transformara no seu segundo pai e na sua inspiração, e sobretudo no seu melhor amigo.
– Oh, Laurence – sussurrou com a voz entrecortada pela dor da perda. – Vou sentir muito a tua falta.
As portas atrás de si abriram-se. Ruby conteve um soluço e respirou fundo. Seriam as enfermeiras para lhe pedir para sair, pensou, e levantou a cabeça uns centímetros.
– Estou quase pronta – disse, virando ligeiramente a cabeça para a porta. – Só mais um momento, por favor, se não se importam.
– Preferiria ver o meu pai sozinho.
Ruby virou a cabeça para onde estava o desconhecido de voz gelada que acabava de falar. E sim, durante um segundo breve achou reconhecer nele o homem que acabava de a deixar para sempre, até que a realidade a fez acordar do júbilo momentâneo.
Sim, os olhos que olhavam para ela podiam ter sido de Laurence. Tinham a mesma intensidade, o mesmo tom castanho-escuro, a mesma forma e as mesmas pestanas compridas. Mas enquanto nos olhos do pai havia uma mistura de afecto e respeito, os olhos que agora a observavam eram frios e autoritários.
Zane, pensou ela ao mesmo tempo que os seus alarmes disparavam todos ao mesmo tempo.
E o que é que tinha que fosse filho de Laurence?, disse para si. Isso não fazia dele seu amigo.
A animosidade que o recém-chegado expressava com a sua linguagem corporal, com a postura carregada de antagonismo, desde a barba por fazer, o cabelo muito curto, as calças de ganga pretas e as botas de pele nos ladrilhos do chão como se o hospital fosse dele, deixava tudo muito claro. Nem sequer a camisa branca e enrugada conseguia suavizar a expressão, que, na verdade, acentuava ainda mais o tom bronzeado da sua pele e as feições escuras.
Os olhos do homem percorreram-na de cima a baixo e pararam nas suas mãos, que continuavam a segurar a mão inerte de Laurence, com um olhar que era claramente uma recriminação. No entanto, Ruby não se deixou intimidar. Tinha direito de estar ali mesmo que ele não gostasse. E era evidente que não gostava. Mas não se importava.
No entanto, apesar de todos os seus defeitos, Ruby reconheceu que ele também devia estar a sofrer. Embora estivesse há anos sem falar com o seu pai, a sua morte devia tê-lo apanhado tão de surpresa como a ela. No dia anterior os médicos esperavam a sua recuperação total, portanto quando Zane saiu de Londres, a morte do seu pai ainda era uma possibilidade remota.
Tinha de ser de pedra para não se ver afectado ao encontrá-lo morto. Ninguém podia ser tão duro. Nem tão insensível.
– Tu deves ser Zane – disse ela. – Sou Ruby Clemenger. Trabalhava com o teu pai.
– Sei quem és – apontou ele.
Ruby pestanejou e respirou devagar numa tentativa de se acalmar. Talvez se tivesse enganado e o filho de Laurence fosse realmente duro e insensível.
– Lamento a tua perda – insistiu ela novamente, embora fosse apenas por Laurence e para cumprir o seu último desejo. – Tinha muita vontade de te ver, mas já vens tarde.
– Tarde? – repetiu ele. – Oh, sim, daqui é o que parece.
Ruby tremeu. Porque é que tinha a sensação de que estava a falar de outra coisa que não a morte do seu pai?
Zane fez um esforço para controlar a sua irritação crescente. Devia ter esperado aquilo. Ela tinha de estar ali. Nos últimos anos não vira nenhuma fotografia do seu pai na imprensa em que ela não aparecesse de braço dado com ele. Ruby Clemenger, a sua acompanhante e mão direita. O seu pai sempre se sentira atraído pelas pernas de uma mulher e a julgar pelas pernas compridas e torneadas que se adivinhavam cruzadas sob a cadeira, nesse aspecto não tinha mudado.
Mas agora só queria que aquelas pernas compridas saíssem dali e o deixassem sozinho com o seu pai. Não viajara vinte e quatro horas desde o outro extremo do planeta para o partilhar com ninguém, e muito menos com aquela mulher.
Finalmente ela pareceu entender a indirecta. O brilho nos olhos azuis apagou-se, enquanto ela se levantava da cadeira com movimentos lentos, como se estivesse há muito tempo sentada e estivesse intumescida. No entanto, a jovem não se afastou da cama.
Apesar do cansaço devido às horas de voo e à mudança horária, Zane não conseguiu evitar comprovar que não se enganara em relação às pernas que tinha cobertas quase até ao joelho por uma saia comprida. Mas agora que estava de pé, era evidente que as pernas não eram o seu único aspecto atraente. Zane percorreu a mistura atraente de curvas femininas e pele sedosa, de olhos azuis e lábios carnudos que pareciam feitos para serem beijados, tal como ele gostava.
Tal como o seu pai gostava, recordou-se.
Com amargura, disse para si que a mulher teria, pelo menos, menos trinta anos do que Laurence Bastiani, e que com uma cara e um corpo como aqueles não era de estranhar que o seu pai tivesse sofrido um enfarte.
Enquanto a observava, a jovem levantou a mão que segurava e levou-a aos lábios antes de a pousar suavemente encostada ao corpo de Laurence. Depois inclinou-se sobre ele, passou-lhe o dedo pela sobrancelha com um gesto