O Fim do Mundo
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A notícia se espalhou pelos quatro cantos do globo. Um cometa estava chegando. No dia 13 de junho de 1857, dia de Santo Antônio, o corpo celeste colidiria contra a Terra e destruiria tudo o que encontrasse no caminho. O Martinho, um respeitável ator no Rio de Janeiro, inconformado em padecer tão precocemente, elabora um plano para sobreviver ao terrível cataclismo.
Considerada uma das primeiras obras brasileiras a flertar com a ficção científica, "O Fim do Mundo" é um trabalho singular de Joaquim Manuel de Macedo, autor do clássico "A Moreninha". Uma noveleta cheia de humor e críticas afiadas ao Império.
A edição mais completa deste trabalho de Macedo, com notas complementares e ilustrações de Honoré Daumier.
Parte do projeto de resgate histórico "Primórdios do Fantástico Brasileiro".
Joaquim Manuel de Macedo
Joaquim Manuel de Macedo nasceu em Itaboraí em 1820. Em 1844 formou-se em Medicina no Rio de Janeiro e, no mesmo ano, estreou na literatura com a publicação daquele que viria a ser seu romance mais conhecido, A Moreninha, que lhe deu fama e fortuna imediata. Além de médico, Macedo foi jornalista, professor de Geografia e História do Brasil no Colégio Pedro II, e sócio fundador, secretário e orador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, desde 1845. Em 1849 fundou, juntamente com Gonçalves Dias e Manuel de Araújo Porto-Alegre, a revista Guanabara, que publicou grande parte do seu poema- romance A nebulosa — considerado por críticos como um dos melhores do Romantismo. Foi membro do Conselho Diretor da Instrução Pública da Corte (1866). Joaquim Manuel de Macedo abandonou a medicina e criou uma forte ligação com Dom Pedro II e com a Família Imperial Brasileira, chegando a ser preceptor e professor dos filhos da Princesa Isabel. Era amigo íntimo e confidente de uma celebridade da Corte, Manuel José de Araújo Porto- Alegre, Cônsul do Brasil na Alemanha, de quem recebeu uma longa e histórica correspondência pela qual o remetente se declara um espírita convicto e apaixonado pelo credo que na metade do século XIX fora codificado por Allan Kardec, na França. Macedo também atuou decisivamente na política, tendo militado no Partido Liberal, servindo-o com lealdade e firmeza de princípios, como o provam seus discursos parlamentares, conforme relatos da época. Durante a sua militância política foi deputado provincial (1850, 1853, 1854-1859) e deputado geral (1864-1868 e 1873-1881). Nos últimos anos de vida padeceu de problemas mentais, morrendo pouco antes de completar 62 anos.
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Book preview
O Fim do Mundo - Joaquim Manuel de Macedo
O Fim Do Mundo
Joaquim Manuel de Macedo, 1857
Edição, capa e projeto gráfico
Samuel Cardeal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP:
*
Joaquim Manuel de Macedo, 1820 - 1882
M171f O fim do mundo / Joaquim Manuel de Macedo – Belo Horizonte, EX! Editora/2016
1. Contos brasileiros 2. Joaquim Manuel de Macedo, 1857 3. Folhetim I. Título
CDD B869.2
CDU 821.134.3(81)
*
Esta obra encontra-se em domínio público, de acordo com a lei nº 9.610 - de 19 de fevereiro de 1998, art. 41.
img2.pngCréditos
Prefácio
Introdução do autor à edição de 1873
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
Apêndices
Biografia de Joaquim Manuel de Macedo
Imagens das primeiras publicações
Poemas sobre o fim do mundo no jornal A Marmota Fluminense
Sobre as Ilustrações
Primórdios do Fantástico Brasileiro
Notas
img3.pngNo ano de 1556, foi visto da terra o um grande cometa. O imperador Carlos V, que reinava com jugo sobre grande parte da Europa, teria visto a aparição como uma advertência por seu grande poder acumulado e, diante do suposto mau presságio, abdicou de seu trono; no ano seguinte, tornou-se frade, recolhendo-se ao Monastério de Yuste, na província espanhola de Cáceres. Ao cometa, após tal episódio apelidado de Carlos V, também teria sido atribuída a morte do Papa Urbano IV, quando de sua aparição em 1264. Há, ainda, relatos de que o mesmo corpo celeste fora avistado do continente nos anos de 995, 681 e 104.
Com sua previsão de uma nova aparição em 1848 frustrada, por volta do ano de 1856, dois astrônomos, o holandês M. Bomme e o inglês John Russel Hind, debruçaram-se em cálculos e concluíram que Carlos V voltaria a marcar presença no firmamento terrestre em agosto de 1857. Um jornal parisiense veiculou a informação, acrescentando-se a insinuação de um anônimo astrônomo alemão de que o cometa poderia vir a colidir contra a superfície da Terra.
O futuro mostraria que os cálculos de Bomme e Hind estavam equivocados, visto que o cometa nunca apareceu; no entanto, a notícia de uma possível colisão causou enorme alvoroço. Isso ocorreu porque não demorou a que associassem a chegada do cometa com o prognóstico publicado no Almanaque profético do cônego de Liege, Matthieu Laensberg, o qual previa a chegada de um cometa por volta do dia 15 de julho de 1857
No Brasil, alardearam que o cometa chegaria em 13 de junho 1857, data na qual já se comemorava o dia de Santo Antônio. Assim, inspirado a escrever sobre o tema, Joaquim Manuel de Macedo produziu O Fim do Mundo, cuja primeira publicação