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Nurion Starbringer: Jornada a Elluria
Nurion Starbringer: Jornada a Elluria
Nurion Starbringer: Jornada a Elluria
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Nurion Starbringer: Jornada a Elluria

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About this ebook

Matthew e Anthony continuam sua jornada para Galbar, a capital do império arghuriano, em companhia do príncipe Arghor, quando o inesperado acontece. A tensão está no ar. O perigo, espreitando a cada momento. Tramas, intrigas, exércitos em conflito, guerreiros heróicos e valentes no campo de batalha. Conseguirão nossos amigos sobreviverem? Que aventuras os aguardam no mundo místico de Lafendel?

O segundo volume da série Nurion Starbringer chega até vocês repleta de ação. A tensão em Lafendel cresce exponencialmente. Braghuri inicia seu ataque em massa contra Arghuriam. Grupos rebeldes começam a se movimentar atrás das linhas inimigas. Grandes exércitos são mobilizados para se juntarem às forças aliadas contra o avanço da escuridão. O destino de Matthew e Anthony toma-se ainda mais incerto e nossos amigos encontram-se mais uma vez em meio ao turbilhão da batalha. Novos segredos são revelados. Segredos estes que mudarão, radicalmente, os destinos de todos os povos de Lafendel.

LanguagePortuguês
PublisherR.L. Gomide
Release dateJan 2, 2017
ISBN9781370527588
Nurion Starbringer: Jornada a Elluria
Author

R.L. Gomide

Rodrigo Leite Gomide (1974) was born at Minas Gerais, Brazil, at October 26, 1974. Son of João Carlos C. V. Gomide and Bemvinda L. Gomide, spent his childhood in the city of Viçosa. Bachelor in Social Communication and Information Tecnology Expert, was host of the Visão Plural TV show, broadcasted by regional TV Um in Zona da Mata Mineira. Passionate about books, comics, animes and mangas, started his career as writer in 2011. Professional in the area of technology and communication, he works as Systems Analyst developing softwares for web and mobile devices (iOS / Android) and writes books in the areas of education, reference, self help and fiction.***Rodrigo Leite Gomide (1974) nasceu em Minas Gerais, Brasil, no dia 26 de outubro de 1974. Filho de João Carlos C. V. Gomide e Bemvinda L. Gomide, passou sua infância na cidade de Viçosa. Bacharel em Comunicação Social e Especialista em Tecnologia da Informação, foi apresentador do programa Visão Plural, veiculado pela TV Um regional na Zona da Mata Mineira. Apaixonado por livros, comics, animes e mangas, iniciou sua carreira como escritor em 2011. Profissional da área de tecnologia e comunicação, atua como Analista de Sistemas desenvolvendo softwares para web e dispositivos móveis (iOS/Android) e escreve livros nas áreas de educação, referência, auto-ajuda e ficção.

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    Book preview

    Nurion Starbringer - R.L. Gomide

    Introdução

    ___________________

    Meses haviam se passado desde o incidente ocorrido na cidade de Pestra, dentro do território do império arghuriano. Os conflitos e tensões nas fronteiras escalaram até um ponto em que as forças de Braghuri iniciaram seu ataque. Frustrados pelas tentativas fracassadas de passarem pelas defesas de Pestra, o Alto-Comando braghuriano decide pela segunda alternativa, desferindo um ataque avassalador na cidade de Damental, segunda fronteira entre Braghuri e Arghuriam. O conflito toma conta de toda a região, com centenas de pessoas fugindo apavoradas, temendo pelas suas vidas e pelas vidas de seus entes queridos.

    O clima desagradável da guerra, antes meramente rumores e conflitos apaziguados através da diplomacia, agora se tornam uma sombra sinistra, um vento gélido que congela a nuca, deixando a todos apreensivos. Os esforços diplomáticos arghurianos chegaram ao seu limite. O imperador e os lords braghurianos decidem que o momento da consquista final de Lafendel havia chegado. Exércitos, de ambos os lados, começam a serem mobilizados. A hora negra, a hora do sangue, havia finalmente chegado.

    Capítulo 1

    ___________________

    A Queda de Damental

    Gritos de fúria ecoam pelo ar. Flechas com pontas ardendo em chamas cruzam o céu, atingindo dezenas de soldados que lutam, ferozmente, uns contra os outros, no campo de batalha. Como um enxame, as forças de invasão braghurianas avançam, incessantemente, destruindo tudo e todos em seu caminho.

    Os bravos soldados arghurianos avançam contra as forças invasoras, lutando bravamente, com toda a intensidade de seus corações. As tropas imperiais de Braghuri continuam avançando, pressionando as forças defensoras com toda a sua potência.

    — Não desistam!! Não desistam!! Pelo imperador! Pela honra! Por Damental!! — grita Sars Dalkar, comandante do décimo sétimo regimento do exército de Arghuriam. Conhecido pela sua garra, força e determinação, o comandante avança com seus homens de encontro aos soldados inimigos. Em uma proporção de dez para um, encontrando-se totalmente cercado e em situação de completa desvantagem.

    Ao ecoar seu grito de guerra, Dalkar desembainha a sua espada, seus passos tornam-se rápidos e determinados. Em segundos, ele corre rumo ao comandante braghuriano logo à sua frente. Centenas de soldados inimigos estão entre ele e sua preza. Avançando com sua espada flutuando firme em sua mão, assim que seus homens o veem correndo para a batalha, inúmeros juntam-se a ele, formando uma imensa força de ataque composta de mais de cinquenta homens.

    Os soldados braghurianos, ao perceberem a manobra de ataque de Dalkar, começam a se organizar novamente em formação, criando uma barreira humana diante dos soldados arghurianos que avançam contra eles. Estas não são tropas braghurianas quaisquer, estes são destacamentos de elite, com soldados experientes e altamente treinados, veteranos de inúmeras batalhas, responsáveis pela aniquilação de milhares de homens no campo de batalha. Mas para Dalkar, nada disso importa. Ele não liga para quem seja aquele que esteja diante de sua lâmina. Qualquer inimigo que cruzar o seu caminho cairá morto ao chão.

    Percebendo a formação das tropas inimigas, os soldados arghurianos com lanças passam à dianteira, apontando suas lanças para os pontos estratégicos mais fracos na formação inimiga. As lanças arghurianas são famosas pelas suas capacidades de combinação bélica durante a batalha, sendo possível fundir três ou mais em uma arma ainda mais soberba, tão poderosa que é capaz de destruir até mesmo paredes de fortificações mais leves. Para um escudo braghuriano, o desfecho seria mortal.

    O soldado dianteiro aponta sua lança para o seu alvo. Mais dois se aproximam correndo pela lateral, igualando sua velocidade. Os dois juntam as pontas de suas lanças com a primeira. Elas se encaixam, dando forma a uma ponta diferente, que começa a brilhar, com símbolos mágicos se iluminando ao longo dos respectivos cabos. Mais dois soldados se aproximam, entrando pelo vão entre o primeiro soldado e os outros dois que avançaram junto a ele. Suas lanças avançam além do limite dos soldados à frente e tocam a ponta da lança recém-formada. Assim que as pontas tocam as outras, as duas novas lanças também se fundem com a primeira e o brilho dos cabos se intensifica.

    Em um instante, a ponta iluminada da lança reforçada atinge o escudo de um soldado inimigo. Uma grande explosão de luz se forma, estilhaçando o escudo, atirando dezenas de inimigos para o alto. Com a abertura, o restante das forças do comandante avança, dividindo-se ao meio, forçando as tropas inimigas a se afastarem, abrindo uma passagem ampla o bastante para que Dalkar possa atravessar diretamente rumo ao comandante inimigo.

    Dalkar aproveita, prontamente, a oportunidade de adentrar as defesas inimigas, rompendo como um touro enfurecido, derrubando todos em seu caminho. Contudo, poucos passos adiante, sua trajetória é impedida. Eis que, diante dele, surge um soldado braghuriano, com a espada empunhada, desafiando-o para o combate. Dalkar, embora fosse um homem inteligente, tinha o coração enfurecido pela audácia daqueles que ousavam desafiar suas tropas. Seu orgulho o compelia a aceitar o desafio daquele homem que jazia de pé diante dele. O desafio havia sido aceito, com os dois avançando um contra o outro, com fúria titânica.

    Dalkar, apontando a ponta de sua lâmina para a face do homem diante de si, exclama — Quem és tu que ousa impedir o meu avanço? Certamente um tolo, pois está prestes a ter a cabeça atirada ao chão e teu sangue se misturando com a sujeira.

    O homem que o desafiava não reage à provocação, permanecendo inabalável. Tal fato chama a atenção de Dalkar, que agora se vê avaliando a armadura negra de seu adversário. Tratava-se de um soldado de elite de Braghuri, um capitão, não um qualquer, um capitão Boraki.

    Percebendo que os olhos de Dalkar haviam se desviado dos seus, o capitão inimigo avança com força total. Sua espada, que antes encontrava-se erguida diante de sua face, começa a deslizar pelo ar. Enquanto o homem avança rumo a Dalkar, sua espada desliza para o lado direito, com a ponta direcionada para o chão. Aproveitando o impulso, num movimento elíptico, de baixo para cima, a lâmina se ergue rumo ao pescoço de Dalkar.

    Em um instante, Dalkar percebe a investida de seu oponente e, em um reflexo rápido, sua espada bloqueia o ataque inimigo, com faíscas sendo atiradas, quando as duas lâminas se tocam. Pela potência do impacto, Dalkar agora tem a certeza de que está enfrentando realmente um capitão Boraki. Seu sangue começa a ferver de emoção, pois sempre desejou duelar com um desses soldados de elite braghurianos de que tanto ouvia falar em histórias contadas pelos veteranos de guerra.

    Devolvendo o ataque na mesma intensidade, Dalkar lança sua espada contra seu oponente, sendo bloqueado com igual maestria. O capitão inimigo percebe então que aquele também não é um soldado qualquer e a batalha então atinge um novo patamar. O soldado inimigo desfere um ataque, e outro, e outro, incessantemente, sem dar a Dalkar um segundo sequer de descanso. Seus ataques, sendo majestosamente bloqueados, chamam a atenção de todos ao redor. A batalha entre aqueles dois homens era algo surpreendente, dada a técnica, determinação e elegância dos estilos dos dois espadachins que ali se encontravam.

    Um pequeno círculo se forma entre os dois, composto por aqueles que testemunhavam aquele espetáculo de esgrima sem precedentes. Dalkar pressionava seu oponente cada vez mais, desferindo golpes de espada pela esquerda, direita, acima e abaixo. O capitão braghuriano os defendia, na mesma proporção e intensidade. Era uma batalha de dois grandes lutadores, experientes e preparados. Com toda certeza, ambos eram veteranos de guerra. Tal maestria não se adquire meramente com treinamento. Havia ali, experiência real de combate.

    Percebendo que seus homens estavam ali presenciando a batalha e tornando-se distraídos, Dalkar muda sua estratégia, não desejando prolongar mais aquele combate, o que poderia colocar suas tropas ali presentes em perigo. Ele então muda seu fator de ataque, colocando todo o seu poder em seus golpes. Ele posiciona sua espada, a segurando com as duas mãos, em seu lado direito, alta, ereta, ao lado de seu rosto. Assumindo uma posição de ataque que se mistura com defesa. Em fração de segundo, seus braços se deslocam para frente de seu rosto, com os cotovelos inclinados, deixando sua espada com a ponta voltada para o chão, em suas costas. Ele então, imediatamente, desfere um golpe poderoso, colocando toda a sua força e capacidade, contra o capitão inimigo.

    O capitão braghuriano tenta defender-se do ataque, tentando bloqueá-lo. A espada de Dalkar desliza em linha reta, de cima para baixo, conta a espada do capitão inimigo. Com o impacto, a espada inimiga é então cortada ao meio, enquanto a lâmina de Dalkar continua deslizando, firme, de cima para baixo, contra seu inimigo, dilacerando o peito de seu oponente, quinze centímetros em sua carne, seguindo seu caminho, até atingir o chão, provocando uma explosão de poder que atira o capitão inimigo, ferido e perdendo os sentidos, a três metros de distância adiante dele.

    Os soldados braghurianos que testemunhavam o combate se espantam. Era inacreditável que um capitão Boraki pudesse ser derrotado daquela maneira. Todos olham uns para os outros, não entendendo exatamente o que havia ocorrido. Eis então que o capitão, caído ao chão, de costas, começa a dar gargalhadas. Ele se levanta, calmamente, colocando-se primeiro de lado, então se erguendo até estar de pé, diante de Dalkar. Olhando fixamente para ele, o capitão Boraki então exclama —Hahahaha. Tenho que admitir, você é bom. Há décadas que não encontro um oponente capaz de me ferir em combate dessa maneira.

    Dalkar se espanta. Como era possível que aquele homem pudesse estar de pé, diante dele, com um ferimento daqueles em seu peito. Qualquer outro teria definhado e morrido em segundos. Antes que Dalkar pudesse ponderar a respeito, ele percebe que daquele homem diante de si não jorrava sangue algum. Algo inusitado, em virtude da gravidade do ferimento.

    O capitão Boraki olha para sua armadura arruinada. Ele então começa a retirá-la, deixando o peitoral destruído cair ao chão. Sob a armadura, era possível ver um rasgo gigantesco em seu peito, fechando-se rapidamente, com uma mancha imensa de sangue ao seu redor. Dalkar conhecia a reputação que era murmurada entre as tropas a cerca dos capitães Boraki e do porque eram tão temidos. Diante dele, eis a prova irrefutável de que havia algum tipo de verdade naqueles boatos.

    O capitão inimigo dobra o pescoço para a direita, um estalo é ouvido. Ele dobra novamente o pescoço, agora para a esquerda, outro estalo é ouvido. Ele estende seu braço direito, com a palma da mão aberta, na direção de um dos soldados braghurianos que os assistia, sem tirar os olhos de seu oponente. O soldado imediatamente lhe entrega sua espada e toma distância, retornando para o local onde se encontrava. O capitão sacode a espada de um lado para o outro, desferindo golpes contra o vento, testando-a.

    Ele então aproxima a espada de seu rosto e profere algo, como se estivesse dizendo alguma coisa para ela. Subitamente, runas luminosas, de um brilho esverdeado, surgem na lâmina, enfraquecendo-se e deixando-as marcadas em baixo relevo. Ele olha para a lâmina e as inscrições que agora a adornam.

    — Agora podemos lutar livremente, caro cadáver! — diz o capitão, com desejo de sangue em seus olhos.

    Assim que termina de falar, ele investe contra Dalkar com toda a sua fúria. Sua espada desliza pelo ar, de baixo para cima. Dalkar bloqueia o ataque. Contudo, a força de seu inimigo fora subestimada. Sua espada é arremessada para cima, juntamente com seus braços, deixando seu peito desguarnecido. Imediatamente, percebendo a abertura, o capitão inimigo desfere um forte golpe, girando seu corpo no sentido contrário ao seu ataque, ficando de costas para Dalkar, atingindo-o com o cotovelo no meio do peito de sua armadura. Com o impacto, ele é atirado para trás, caindo de costas, a dois metros de distância.

    Dalkar sente seu peito doer. Em sua armadura, um amassado é a prova de que aquele golpe o teria tirado a vida, se não fosse pela proteção que ela oferecera. Dalkar se põe de pé, olhando diretamente para seu oponente.

    — Oh! Então você ainda está vivo? Impressionante — exclama o capitão inimigo, impressionado.

    Sem responder à provocação, Dalkar avança contra ele. Suas espadas agora realizam uma dança sinistra, mortífera, veloz. Faíscas são vistas, sendo atiradas quando as duas lâminas se chocam em pleno ar. Aqueles dois combatentes encontram-se em um nível muito superior a qualquer outro ali presente.

    Dalkar, sem perder a concentração na batalha, grita para seus homens — Tolos! Não percam tempo apreciando a batalha, avancem e matem os inimigos! Agora!

    Imediatamente, as forças arghurianas presentes iniciam o ataque contra as forças braghurianas presentes diante deles. Um soldado arghuriano desfere o primeiro golpe, separando a cabeça de um soldado inimigo de seu corpo, que cai sem vida ao chão, encharcando-o com seu sangue.

    Um soldado braghuriano avança contra ele, atravessando seu peito com sua lâmina, chutando seu corpo com intensidade suficiente para atirá-lo para longe, liberando sua espada para ceifar outra vida. A selvageria toma conta do campo de batalha, com inúmeras vidas sendo apagadas em questão de minutos.

    Os dois soldados de elite continuam sua dança mortal. Atacando e defendendo, com o máximo de suas habilidades. Dalkar é atingido pela lâmina do inimigo, que rasga a carne de sua coxa esquerda. A experiência em combate de Dalkar era tamanha, que ele consegue desviar-se do ataque o suficiente para que o ferimento não fosse grave, impedindo-o de lutar. Ele contra-ataca, ferindo o capitão inimigo no ombro esquerdo. Assim como ele, o capitão também fora capaz de desviar o suficiente para evitar um ferimento grave que pudesse incapacita-lo.

    Percebendo que aquela batalha se mostrava mais complicada do que havia antecipado, Dalkar resolve que era hora de dar um basta. Ele ainda tinha a cabeça de um certo comandante inimigo para arrancar. Dalkar então muda seu vetor de ataque, reduzindo a distância entre ele e seu oponente, quase que ficando a menos de um metro de distância. O capitão Boraki, não compreendendo aquele movimento, se distrai por um segundo, dando a Dalkar a oportunidade perfeita para se aproximar e emparelhar sua espada com a do seu inimigo. Os dois agora estão fitando, um nos olhos do outro. Dalkar então faz seu movimento, deslizando sua espada no sentido esquerdo, rumo ao pescoço de seu oponente. O capitão Boraki percebe o movimento, mas a distância o impede de realizar qualquer outro movimento que não seja o de inclinar sua espada, para bloquear o ataque de seu oponente.

    Assim que a espada de Dalkar é bloqueada, ele então gira a sua lâmina, em um movimento com as mãos, tão rapidamente, que sua espada desliza para baixo, realizando uma trajetória circular. O cotovelo de Dalkar atinge o rosto do capitão, deixando-o cego por alguns segundos. Tempo suficiente para que ele gire sua espada, primeiro para baixo, deslizando seu corpo, ficando de costas para o inimigo, rapidamente voltando-se para ele pela direita, deslizando sua espada de maneira que ela fique ereta novamente, girando-a para que rotacione em seu próprio eixo, passando para a área entre a espada e a face do inimigo.

    Subitamente, ele irrompe contra o pescoço de seu oponente, deslizando circularmente pelas costas até o seu lado esquerdo, desferindo um golpe em tamanha velocidade, que todos só podem perceber que agora ela encontra-se ao seu lado direito, apontando para o chão em um ângulo inclinado, com sangue deslizando pela lâmina, encharcando o chão.

    Atrás de Dalkar, o capitão Boraki permanece de pé, imóvel. Em fração de segundo, seus braços desfalecem, deixando a espada cair. Ele cai de joelhos, com sua cabeça rolando ao chão assim que seu corpo atinge o solo. Sangue jorra de seu pescoço, deixando uma imensa poça de sangue em seu lugar.

    Dalkar se sente cansado. A batalha havia tomado muito de seu vigor. Era a primeira vez que ele enfrentava um guerreiro tão forte e bem treinado como aquele. Ele olha ao redor e percebe que seus homens haviam triunfado. Um preço alto fora pago por aquela vitória momentânea, tendo sobrado apenas sete de seus homens ainda de pé à sua volta. Dezenas de soldados inimigos jaziam mortos à sua volta.

    Dalkar olha para cima, respirando profundamente. Ele descansa por alguns segundos e então, olhando à sua volta, exclama — Muito bem meus bravos. Agora partamos contra o comandante de todo esse pesadelo. Lembrem-se, eu quero a cabeça do desgraçado!

    Todos os soldados à sua voltam gritam ao mesmo tempo — Hoo!! — e partem junto de seu comandante, correndo no sentido das forças inimigas, onde o comandante inimigo encontra-se lutando.

    Abatendo mais alguns inimigos, a força de Dalkar alcança seu objetivo. Diante deles estão dezenas de soldados inimigos em formação, protegendo, ao centro, o comandante do ataque braghuriano.

    A luta recomeça, com todos desferindo golpes e batalhando ferozmente. Assim que uma abertura é alcançada, Dalkar novamente avança pela brecha, rumo ao comandante inimigo. Assim que ele chega diante de seu alvo, ele imediatamente inicia seu ataque, desferindo um golpe fulminante com sua espada.

    Seu ataque é bloqueado há poucos centímetros de atingir o seu objetivo, separar a cabeça daquele homem de seu corpo. Dalkar observa as vestes de seu novo oponente. Diante dele estava um general braghuriano. O general olha espantado para aquele que o havia pego de surpresa, quase lhe custando a vida. Ele desliza sua espada contra a espada de Dalkar que está pressionando com toda a força contra ele. Num movimento curto, mas poderoso, Dalkar é atirado para trás, afastando-se três metros de distância de seu oponente.

    — Você deve ser o comandante desta patética força de defesa, estou certo? Creio que somente ele seria audacioso o bastante para tentar romper as forças de ataque e atingir, diretamente, seu comandante — indaga o general, confiante.

    — Está certo. Sou o comandante das forças de defesa... — responde, firme, Dalkar, apontando a ponta de sua espada, na direção do rosto do general inimigo, continuando — ...e você não sairá deste lugar com vida!

    — Arrogante, seguro de si, com tendência a lutar lado a lado com seus homens no campo de batalha, você deve ser aquele tal de... Dalkar, estou certo!? — exclama o general, com o olhar fixo em Dalkar.

    — Oh! Vejo que já ouviu falar de mim — responde Dalkar, pensativo.

    O general olha Dalkar de cima a baixo, examinando sua armadura e seus adornos e então diz —Devo confessar que estou um tanto quanto decepcionado. Pelo que ouvi ao seu respeito, eu esperava... mais.

    — Vai mudar de ideia assim que estiver derrotado! — devolve Dalkar, colocando-se em posição para o combate.

    O general braghuriano dá uma gargalhada, colocando-se também em posição de combate. Os dois fitam, um ao outro, por um segundo, e ambos partem para a batalha. Espadas em riste deslizam pelo ar de encontro uma à outra. O calor da batalha aumenta. Após alguns minutos de enfrentamento, Dalkar reconhece a perícia do general braghuriano. O mais provável é que seja mais um soldado de elite. Dizem, em murmúrios surdos por entre as tropas, que um general braghuriano é tão habilidoso e mortal, que são respeitados até mesmo pelos bruxos negros. Algo a ser considerado, em virtude da forma como aquele homem era capaz de bloquear todos os seus ataques.

    A luta entre os dois avança. A lâmina de Dalkar desliza pelo ar, tentando a todo custo atingir seu alvo. Mas o general inimigo é tão bom quanto ele, sendo capaz de bloquear todos os ataques. Em um instante de descuido, Dalkar é atingido no antebraço, o que o força a recuar.

    — Muito bom! Muito bom! Realmente suas habilidades em combate são impressionantes. Eu diria que se igualariam, facilmente, às de um capitão Boraki — comenta o general, vendo o ferimento no antebraço de Dalkar sangrar.

    — Eu admito. Você é um guerreiro habilidoso. Terei que levar você realmente mais a sério — responde Dalkar, com firmeza.

    Sem dizer mais nada, o general avança contra Dalkar com ímpeto violento. Seus ataques são rápidos, certeiros, mortais, com precisão minuciosa. Dalkar é capaz de defender a maioria deles, sendo atingido mais uma vez no ombro direito. O ferimento desta vez é sério, com Dalkar sendo incapaz de desviar a tempo para minimizar os danos do ataque. Sangue começa a pingar pela sua armadura e Dalkar começa a sentir suas forças diminuindo.

    O general continua a pressioná-lo, atacando-o incessantemente, deixando-o mais e mais esgotado. Com dificuldade, Dalkar consegue manter sua defesa eficiente, desviando dos ataques, boqueando e recuando à medida que o general continua a avançar contra ele.

    Ao recuar, não percebendo uma pedra atrás de si, ele tropeça e cai de costas no chão. Ele coloca sua espada diante de si, longitudinalmente, para se proteger de algum ataque. Mas, para seu espanto, o general interrompe sua investida. Ele permanece imóvel, com o seu olhar fixo em Dalkar. Não entendendo direito o que havia ocorrido, Dalkar se colocar de pé, sem jamais tirar os olhos de seu oponente.

    Curioso, ele indaga — Por que parou o seu ataque?

    — Ora, seria desonroso para mim vencê-lo porque foi descuidado, tropeçando em uma pedra estúpida qualquer. Não. Eu quero mata-lo enquanto ainda estiver de pé. Está pronto? — responde o general braghuriano.

    — Me espanta que alguém de Braghuri tenha algum tipo de senso de honra. Qual o seu nome general? — pergunta Dalkar, um tanto quanto admirado.

    Sem dizer uma palavra se quer, o general inimigo avança, retomando seu ataque contra Dalkar. Seus movimentos agora estão ainda mais fortes, ainda mais rápidos. Dalkar procura revidar na mesma intensidade, desferindo golpes capazes de fazer jus à habilidade do oponente.

    Dalkar se vê pressionado uma vez mais, algo que raramente ocorria com ele, em todos os seus anos como comandante. Para Dalkar, aquele era um oponente digno de suas habilidades. Reconhecendo que aquele homem diante de si era alguém verdadeiramente perigoso e com reais chances de vence-lo, ele resolve partir para o extremo, fazendo uso do treinamento especial, recebido de Guillian Vallis, general das forças arghurianas do leste, seu amigo e mentor.

    Na primeira oportunidade, Dalkar inicia seu contra-ataque, utilizando suas técnicas secretas de combate. Em menos de um minuto, Dalkar consegue atingir o general braghuriano, ferindo seu ombro esquerdo, que agora sangra diante de si.

    O general inimigo toma distância, olhando para a ferida em seu ombro. Seu olhar retorna para Dalkar, que agora transborda de ódio. Ele retoma o combate, partindo com força contra Dalkar. Mais uma vez, Dalkar é capaz de bloquear o ataque, girar ao seu lado, e atingir as costas do general, deixando um corte longitudinal. O general inimigo grita de dor, voltando-se para Dalkar, assumindo posição defensiva. Dalkar então avança contra ele, deslizando sua lâmina lateralmente rumo ao inimigo. O general consegue bloquear, desviando a trajetória do ataque para longe dele, imediatamente girando seu corpo no sentido contrário, atingindo Dalkar na região lateral direita do torso.

    Dalkar grita de dor, imediatamente descendo sua espada contra o ombro esquerdo de seu oponente, onde sua lâmina o atinge de forma certeira. O general grita, afastando a lâmina de Dalkar para longe, dando passos cambaleantes para trás, colocando certa distância entre ele e seu oponente.

    Ambos agora estão cansados, machucados, exaustos. A batalha entre os dois está equilibrada. Mesmo sangrando e começando a perder os sentidos, Dalkar avança mais uma vez contra seu inimigo. O general, também, apostando tudo, irrompe contra Dalkar, com fúria. Espada se chocando contra espada. Faíscas sendo atiradas para todos os lados. Ruídos agudos e estridentes sendo emitidos, sempre que uma lâmina mordia a outra. A batalha segue, minuto a minuto, com equilíbrio, com um sendo capaz de bloquear o ataque do outro. A atenção de ambos está vertiginosamente fixada no oponente. Aquele que perder o foco, mesmo que por uma fração de segundo, perderá a vida.

    Os dois combatentes seguem enfrentando-se com rapidez e agilidade. O general inimigo começa a mudar sua forma de combate. Seu vetor de ataque se inverte, deixando Dalkar confuso. Ela começa a não ser mais capaz de antecipar os movimentos de seu oponente. Em um movimento inusitado, Dalkar é atingido em seu outro antebraço. Logo em seguida, a sua coxa esquerda sofre novo ferimento. Os ataques do general seguem contínuos e incessantes, pressionando Dalkar mais e mais. Em um movimento desesperado, Dalkar avança para próximo do inimigo, mantendo uma distância mínima entre ambos, espada contra espada. Era o momento perfeito para tentar a mesma estratégia que utilizara contra o capitão inimigo. Ele avança sua espada, deslizando-a pela espada de seu inimigo, rumo ao pescoço. Contudo, ao invés do general levantar sua espada para bloquear, ele solta a mão direita de sua espada e agarra o rosto de Dalkar, avançando sua perna direita para se interpor a ele. Em um movimento preciso e extremamente rápido, o general inimigo o derruba, atirando-o ao chão. Dalkar cai de costas, erguendo sua espada longitudinalmente, para bloquear algum ataque.

    Antes que ele pudesse perceber, uma adaga já estava cravada em sua garganta. Incapaz de dizer qualquer coisa, sentindo seu sangue encharcando suas vestes por debaixo de sua armadura, Dalkar enxerga sua vida passando diante de seus olhos. O general braghuriano pega de volta a sua espada. O sangue de Dalkar jorra para fora, caindo pelo chão. O general se aproxima dele, tirando sua espada de sua mão, olhando fixamente em seus olhos, lhe dizendo — Lutou bem garoto. Saiba que foi derrotado por um oponente muito superior. Não há desonra nisso.

    O general olha à sua volta, percebendo que Dalkar foi o último dos soldados arghurianos remanescentes. Em alguns minutos, inúmeros soldados braghurianos chegam até ele, o rodeando e se colocando em formação, ordenadamente, disciplinadamente. Um dos soldados se aproxima do general, vendo que ele está sangrando, ele corre em seu socorro, sendo detido por um gesto do general, recusando a sua ajuda. Em instantes, os soldados começam a abrir caminho, formando um corredor de passagem, por onde uma figura sinistra caminha rumo ao general.

    Assim que se aproxima dele, a figura sinistra, toda de preto, indaga — Está ferido, meu general?

    — Acabei me deixando levar pela emoção da batalha — responde o general. Com um sinal de mão do bruxo, um grupo de dois soldados avança na direção deles, trazendo um soldado arghuriano que foi capturado vivo. Atrás dos dois soldados que traziam o refém, doze outros soldados braghurianos, gravemente feridos, cambaleavam, sendo ajudados por seus colegas.

    O refém é colocado de joelhos, diante do general. Os soldados feridos são colocados ao redor, sendo deitados, alguns ajoelhados, lutando para continuarem vivos, enquanto sangram gravemente. O bruxo negro se aproxima do soldado arghuriano capturado, visivelmente assustado e em pânico. O bruxo estende seu braço esquerdo na direção da cabeça do refém.

    — Você arrisca demais entrando no campo de batalha. E coloca seus homens em risco também. Deveria ser mais sensato, General Jaggar. Ainda há muito que precisa ser feito. Esta é só a segunda batalha — diz o bruxo negro.

    Ele começa a entoar um encanto sinistro, proferindo palavras mágicas estranhas e obscuras, em um idioma irreconhecível. De sua mão começa a sair uma fumaça negra, que desliza pelo ar até o soldado arghuriano ajoelhado diante de si. A fumaça começa a entrar pelos olhos, nariz, boca e ouvidos do soldado, que começa a gritar desesperadamente de dor e agonia.

    — Minhas tropas, minhas regras, Auron! Lembre-se de que está aqui para me auxiliar. Dispenso seus comentários quanto às minhas estratégias. De qualquer forma, esses guerreiros arghurianos patéticos não são capazes de enfrentar o poderio supremo de nossas forças — responde o general Zatra Jaggar, responsável pelas forças de invasão da região leste do império arghuriano.

    Do soldado arghuriano que encontrava-se gritando e se contorcendo de dor, uma fumaça avermelhada começa a sair pelos seus poros. Ela parece densa, pesada, deslizando pelo seu corpo rumo ao chão. A fumaça estranha desliza pelo chão rumo a todos os soldados feridos, incluindo o general, diante de Auron. A fumaça desliza pelos corpos dos feridos, subindo até seus ferimentos, onde começa a se concentrar, fazendo com que as feridas começassem a se curar. Em segundos, todos os soldados gravemente feridos estão recuperados. Todos se colocam de pé, colocando a mão fechada do braço direito no peito e reverenciando o bruxo negro.

    — Viu só? — exclama o General Jaggar, mostrando a ele seus ferimentos completamente curados e continuando — É pra isso que você está aqui. Para me ajudar na batalha. Como iremos lutar, isso já é decisão minha.

    — Você foi ferido em combate por um reles comandante arghuriano. Pelos seus ferimentos, poderia ter perdido a vida por um mero capricho infantil — critica Auron, incomodado.

    — Respeito Auron! Este não era um guerreiro qualquer. Ele me enfrentou com honra. Foi um oponente à altura. Se não tivesse sido eu, ele teria eliminado centenas de meus homens. Ele mereceu a honra de me enfrentar diretamente no campo de batalha — responde o General Jaggar, olhando para o corpo sem vida de Dalkar.

    — Perdoe-me, meu general — responde Auron, saldando o general com humildade.

    Com as forças arghurianas rechaçadas, General Zatra Jaggar olha ao seu redor, contemplando a vitória esmagadora das forças braghurianas. A cidade soberana de Damental jaz conquistada sob julgo braghuriano. A porta de entrada para a invasão em larga escala do reino de Arghuriam encontra-se finalmente aberta. As forças de defesa remanescentes se rendem, dado ao poderio extremamente superior das forças invasoras.

    Em menos de quatro horas, Jaggar e Auron põem os pés no salão nobre do Castelo Gomak, centro do poder soberano de Damental. Prostrados e subjugados, os líderes da região encontram-se vencidos e à disposição de seu novo senhor.

    Cruzando o salão, caminhando vitorioso sob o tapete azulado, Zatra Jaggar avança rumo ao trono que se encontra no fundo. Ele se senta, voltando sua atenção para os presentes. Com um estalar de dedos, um serviçal, tremendo de medo, se aproxima, trazendo consigo uma taça dourada, repleta de vinho. Jaggar levanta a taça da bandeja, olhando para todos os presentes. Com Auron de pé ao seu lado direito, Jaggar demonstra um sorriso de satisfação em sua face. Ele então diz, triunfante — Muito bem nobres cavalheiros. Agora ditarei os termos de sua, incondicional, rendição! — Envergonhados, os arghurianos derrotados abaixam suas cabeças, impotentes, com lágrimas nos olhos, completamente derrotados.

    Capítulo 2

    ___________________

    Os Sete Portões Celestiais

    A fronteira da cidade arghuriana de Damental fora ultrapassada há duas semanas, com as forças inimigas tendo tomado completamente a cidade e estabelecido lá um perímetro defensivo, garantindo às forças invasoras um ponto estratégico, capaz de permitir ao império a invasão contínua da região. Damental fora conquistada por uma grande força invasora braghuriana, que marcha para a conquista definitiva do reino soberano de Arghuriam.

    Enquanto isso, Matthew e Anthony, juntamente com a comitiva do príncipe Galdanes Arghor, seguem jornada rumo à cidade capital de Galbar. Três semanas já haviam se passado, desde que partiram da cidade de Pestra. Anthony e Matthew se maravilhavam a cada nova paisagem exuberante que testemunhavam pelo caminho. Rico em vegetação e construções arquitetônicas inusitadas, a estrada que levava à capital do reino Arghuriam proporcionava, aos recém-chegados àquele mundo, uma experiência sem igual. Era praticamente impossível não se apaixonar completamente por aquele lugar, cuja beleza da flora e riqueza da fauna eram tão exuberantes e encantadoras.

    Já no final da terceira semana de viagem, a comitiva alcança a Estalagem da Marmota, uma espécie de hotel, no meio do caminho, na lateral esquerda da estrada, para aqueles que vinham de Pestra rumo a Galbar. A região era montanhosa, rodeada de montes altos, pedregosos e tomados por vasta vegetação nativa.

    A Estalagem da Marmota era um estabelecimento grande, uma espécie de chatô antigo, de quatro andares, grande o bastante para acomodar sessenta cômodos. No primeiro andar ficavam as dependências funcionais. Um saguão para a recepção dos hóspedes, com um balcão grande e longo de madeira, suficiente para que seis funcionários pudessem atender aos clientes. No primeiro andar ficava, também, à direita, o salão comunal, repleto de mesas grandes, capazes de acomodar até oito pessoas cada, com cadeiras pesadas de madeira de boa qualidade. Era lá que as pessoas se reuniam para as refeições, bebidas ou apenas relaxar por alguns minutos até retomarem suas jornadas.

    Ao fundo do salão comunal ficava a cozinha, com um grande balcão estendendo-se por todo o fundo, de parede a parede. Aparentemente as pessoas se aproximavam dele para fazerem seus pedidos ou meramente para ficarem bebendo alguma coisa sentados nos bancos de madeira. Matthew e Anthony não faziam ideia do que estava sendo preparado lá, mas certamente o cheiro maravilhoso que sentiam emanando daquele lugar passava a impressão de ser algo realmente delicioso.

    Do lado esquerdo do saguão ficavam as escadarias para os andares superiores. O segundo, terceiro e quarto andares eram as dependências dos hospedes, onde podiam passar a noite. O segundo andar era reservado para os hospedes mais comuns, com estadias de curta duração, e, geralmente, em grupos de duas ou mais pessoas. O terceiro andar era reservado aos clientes com maior poder aquisitivo, sendo os quartos, maiores, mais robustos, com um mobiliário mais refinado e repleto de decorações suntuosas. Nobres, oficiais militares e pessoas de maior poder econômico e influência, geralmente se hospedam neste andar.

    Já o quarto andar era reservado para a realeza e governantes de alto escalão, ou aqueles realmente ricos, com poder e prestígio, capazes de arcar com o alto custo do local. A comitiva chega à estalagem e Galdanis é imediatamente reconhecido, sendo recebido por uma equipe inteira de atendentes que, rapidamente, cuidam de pegar as bagagens e leva-las para os dormitórios.

    Assim que os preparativos são concluídos, Galdanis e Maralder se aproximam de Matthew e Anthony, que aguardavam, juntamente com Hillor e Boh, na área de espera do saguão. Galdanis então chama a todos para segui-lo para que pudessem se recolher e descansar um pouco até que pudessem se reunir para comerem algo mais tarde.

    Seguindo um rapaz, claramente um dos funcionários da estalagem, os seis sobem as escadas, caminhando atrás dele. Eles passam pelo primeiro andar, que se parecia muito com um corredor de hotel. Seguem direto até o final do corredor, onde tomam mais uma escada para o andar seguinte. Mais uma vez, seguem direto até o final do corredor, onde sobem mais uma escada para o andar seguinte. O segundo andar era realmente maravilho, com um tapete esverdeado cobrindo toda a sua extensão. As portas eram de madeira trabalhada, com entalhes florais em

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