Ninguém mais que tu
By Ann Major
3/5
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About this ebook
Com uns bandidos de Las Vegas na sua peugada, Celeste Cavanaugh só conseguia ver uma saída: tinha que implorar ajuda a Phillip Westin, um atraente ex-fuzileiro naval, o único homem que amara na vida. Ele já a tinha salvo uma vez e até a tinha pedido em casamento, mas Celeste, então, desejara algo mais.
A letra da única canção de êxito de Celeste ecoava na mente de Philip enquanto as recordações das noites que partilhara com ela lhe faziam ferver o sangue. Celeste partira-lhe o coração e depois abandonara-o. Agora, estava de volta e precisava novamente da sua ajuda. E desta vez, Philip não pensava aceitar em troca nada menos que o seu coração.
Ann Major
Besides writing, Ann enjoys her husband, kids, grandchildren, cats, hobbies, and travels. A Texan, Ann holds a B.A. from UT, and an M.A. from Texas A & M. A former teacher on both the secondary and college levels, Ann is an experienced speaker. She's written over 60 books for Dell, Silhouette Romance, Special Edition, Intimate Moments, Desire and Mira and frequently makes bestseller lists.
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Book preview
Ninguém mais que tu - Ann Major
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2003 Harlequin Books S.A.
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Ninguém mais que tu, n.º 951 - abril 2017
Título original: Shameless
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-9851-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Epílogo
Se gostou deste livro…
Prólogo
Mezcaya, América Central
Acampamento terrorista O Chefe
O tenente-coronel Phillip Westin, corpulento ex-marine, não estava morto.
Mas quase desejaria está-lo, porque aquela reclusão deixava-o louco.
Dorido e desorientado, tentou desamarrar as cordas que lhe prendiam os pulsos e tornozelos, mas a pele estava presa à corda e começava a levantar-se quando ele tentava soltar-se.
Queria voltar-se, mas estava tão fraco que só conseguia permanecer deitado de barriga, arquejando, enquanto as paredes sem janelas pareciam fechar-se à sua volta.
Queria gritar… ou pior, chorar. Primeiro estava a arder, depois a tremer como uma criança. A dor nas pernas e braços era cada vez mais insuportável.
Onde raios estava?
«Lembra-te, tenta lembrar-te!», pensou.
Demorou algum tempo a perceber que estava deitado num divã imundo, numa gruta que servia como masmorra por baixo da fortaleza da Fortuna. A fortaleza era um acampamento terrorista em Mezcaya, dirigido por um grupo de assassinos particularmente perigosos chamado O Chefe.
Westin tinha sido capturado semanas antes, depois de assassinar José Mendoza, um dos dirigentes terroristas. Era uma pena que o filho ilegítimo de Mendoza, Xavier González, não tivesse uma natureza generosa.
Westin piscou os olhos, mas não conseguia ver nada. A maldita masmorra era mais escura que uma noite sem luar. Doía-lhe a cabeça, onde Xavier lhe batera com a culatra de uma espingarda no dia anterior, e tinha a boca seca. Provavelmente estava desidratado.
Xavier e o seu grupo de sujos pistoleiros tinham-no capturado e batido, antes de o atar como um porco pronto para abate.
Ia morrer ao amanhecer. Uma bala na cabeça, o golpe de misericórdia. Uma hora antes, Xavier e dois dos seus pestilentos pistoleiros adolescentes tinham entrado para o pontapear com as suas botas pretas de combate.
– Como estás, gringo? – tinham-lhe perguntado, enquanto lhe batiam com a culatra das espingardas, fazendo cruéis brincadeiras em espanhol e não no seu dialecto nativo.
Depois de tirarem à sorte, para ver quem ia apertar o gatilho, Xavier, o mais jovem, tinha tirado uma Colt 45 da sua capa.
– Mataste o meu pai, por isso tens que morrer, gringo. Não tens direito a estar no meu país.
– As tuas drogas e o dinheiro que ganhas com o tráfico de armas estavam a entrar no meu país, bastardo. Na minha cidade.
O rapaz, muito moreno como todos os habitantes da zona, levou o cigarro à boca com uma mão e com a outra pôs a pistola à sua frente.
– Na tua cidade?
Os olhos enlouquecidos de Xavier não combinavam com a sua cara de criança.
– Bang, bang, gringo. A tua cidade vai ser a minha cidade a partir de agora.
Antes que Westin pudesse replicar, o fumo amargo do cigarro fez com que sentisse uma onda de náuseas. E talvez vomitar o tivesse salvado porque, em vez de disparar, Xavier tinha dado uma gargalhada histérica.
– És um covarde!
– Tenho sede – disse ele.
– Então bebe isto – exclamou Xavier, atirando o cigarro para o vómito, diante da sua cara.
Bastardos. A sua morte era um jogo para eles. Phillip Westin, ex-marine, tinha sido escolhido pela equipa Alpha, pois era o mais bem treinado de todos. Mas daquela vez não se tinha saído bem.
E não seria um cadáver bonito. Nem sequer precisava de ser posto num saco naquele buraco escondido na selva de Mezcaya.
Não haveria honras militares no seu funeral. Não haveria funeral, ponto. Nenhuma mulher a chorar sobre o seu túmulo no Texas.
De repente, uma deusa loira pareceu flutuar na escuridão…
Oh, não, não bastava estar tão fraco, sacudido pelos tremores e a vomitar de medo, tinha que pensar nela, a bruxa mentirosa que o abandonara. Normalmente, a bruxa só aparecia nos seus sonhos. Quando estava acordado, era suficientemente disciplinado para defender-se dos seus demónios.
Mas agora estava fraco e tão assustado que só conseguia pensar nela.
Um vento gelado percorreu-o quando a voz rouca dessa mulher começou a cantar a canção que a própria tinha escrito sobre a relação…
Phillip mexeu as mãos e, para sua surpresa, as cordas que lhe seguravam os pulsos afrouxaram um pouco.
– Vai-te embora, deixa-me em paz! – gritou na escuridão.
Mas o perverso fantasma continuou a cantar…
«Ninguém senão tu, só tu».
– Cala a boca! – resmungou Phillip, enquanto abria e fechava as mãos numa tentativa de libertar-se.
«Tive que dizer-te adeus… mas onde quer que vá… não há ninguém no meu coração, só tu…».
A sua voz rouca fazia com que sentisse a cabeça a latejar. Phillip cravou as unhas nas palmas das mãos e, para sua surpresa, ao movimentar a mão direita libertou-se de uma das cordas.
– Raios te partam, cala a boca de uma vez!
«E tive que dizer-te adeus», continuou a bruxa a cantar.
– Só tiveste uma canção de sucesso e sabes bem disso!
Isso silenciou-a, mas não se ia embora. Olhava para ele com aquela triste e vulnerável expressão que o deixava louco. O seu cabelo dourado caía em ondas sobre os magros ombros.
Parecia um gatinho em busca de um lar. O seu lar. A sua cama.
Bastava que ela o olhasse daquela maneira e o seu único desejo era abraçá-la, protegê-la e fazer amor com ela. O que daria para tê-la uma última vez antes de morrer?
Tudo.
Com a mão livre e a tremer, Phillip agarrou-se ao divã. Lembrava-se de como o seu cabelo cheirava, de como a sua pele cheirava, de como os seus olhos azuis se enchiam de lágrimas se ele assumia uma posição dominante ou antipática. Celeste tinha um dom especial para o acalmar.
Fechando os olhos, tentou não se lembrar de como era pequena, como era doce abraçá-la…
«Pensa noutra coisa. Pensa em escapar daqui».
Mas quando engoliu em seco, pareceu-lhe estar a saboreá-la. E, de imediato, ficou duro como uma rocha.
De forma alguma conseguiu soltar as cordas que lhe prendiam os tornozelos, mas quando tentou levantar-se, os negros muros começaram a andar à roda e voltou a cair sobre o divã. Apesar de estar mais fraco que nunca, latejava de desejo entre as coxas. A proximidade da morte parecia ser o melhor afrodisíaco, pensou, com ironia.
Raios te partam, Celeste Cavanaugh. Pedira-lhe que se casasse com ele… que tolo tinha sido. Conhecera-a num bar. Não, maldição, salvara-a de uma briga num bar. Não era ninguém, uma rapariga lindíssima e sexy com voz de anjo que cantava em buracos de má fama.
Tinha-a salvo dessa vida, tratando-a como uma senhora, e Celeste fora viver com ele…
Por que não lhe falara da sua ridícula ambição de ser uma estrela da música country? Por que não lhe tinha dado pelo menos a oportunidade de a entender?
Não, não o fez. O que fez foi fugir para Las Vegas com outro homem.
Enquanto ele estava numa perigosa missão no Médio Oriente, da qual escapara vivo por milagre. Mas assim que chegou a casa, deixou a mochila à porta e começou a gritar por ela, procurando-a por todo o rancho, louco por vê-la…
Durante todos aqueles dias e noites, enquanto estava fechado numa cela no Médio Oriente, ardia de desejo por ela. Como naquele momento.
Celeste deixara-lhe uma carta em cima da almofada.
Conheci um homem que vai arranjar-me uma audição com um famoso produtor musical, Larry Martin. Ligo-te de Las Vegas.
E dizia-lhe que o seu nome artístico seria Stella Lamour.
Tinha havido mais cartas de Celeste na sua caixa do correio. Mas depois de as ler e reler, cada palavra gravada no seu coração, algo morrera dentro dele. Talvez os seus sentimentos.
Devia esquecê-la, mas não conseguia. Sete anos depois, ainda continuava a ser a estrela dos seus sonhos.
Quando morresse ali, no meio da selva, ela nem sequer o saberia. Os bastardos atirariam o seu corpo para a selva e apodreceria sem que ninguém soubesse do seu paradeiro. Com aquela chuva, transformar-se-ia em fertilizante em menos de um mês.
«És um ex-marine. Esquece-a».
Tentou levantar-se de novo, mas desmaiou e sonhou que estava de regresso ao Texas, a dançar com ela no clube Lone Star, enquanto os seus camaradas