Discover millions of ebooks, audiobooks, and so much more with a free trial

Only $11.99/month after trial. Cancel anytime.

Nivaldo: Contos Heteronômicos
Nivaldo: Contos Heteronômicos
Nivaldo: Contos Heteronômicos
Ebook100 pages1 hour

Nivaldo: Contos Heteronômicos

Rating: 0 out of 5 stars

()

Read preview

About this ebook

Nivaldo - contos heteronômicos. São contos curtos, trágicos e cômicos sustentados por personagens que mudam o nome por apelidos.
O divertido perde-se na crueldade, e é inacreditável que o sangue rola pela boca enquanto alguém ri - não do desconforto, mas pelo fato de não ser ele. O engraçado é sempre triste para a vítima.
Os contos são tensos muitas vezes, outras vezes leves e rápidos, em todos eles, entre vírgulas, os acontecimentos indicam o que realmente se passou ou o que está se determinando.
Um momento pode valer algumas páginas que não foram escritas. Por isso a percepção vai da imagem para a narrativa, da escrita que abre o significado e oferece ao leitor o mundo dos sentidos. (pmnt)
Lista de contos:
MORTE DE PLACA
TESOURA
CONTEÚDO
QUIETUDE
FORÇA
ASSUNTO
A MÉDIA
CEDO
ÁGUA
SANGUE
TOP
MOLHO
CARTAS
CÉU
JULGAMENTO
GAFIEIRA
DESPEDIDA

LanguageEnglish
Release dateJul 4, 2017
ISBN9781370970896
Nivaldo: Contos Heteronômicos
Author

Pedro Moreira Nt

Who I amPedro Moreira NtI have been a writer since infancy; my father influenced me with reasonable asks to do that the best possible, and my mother, too, read to me, I have been a writer since infancy; my father influenced me with reasonable asks to do that the best possible, and my mother, too, read to me, and at both comes a song walking my mind, sweetness and lovely goodness. I am critical of that; I desire to create a mist of essay, but my preference for poem structure and sensibility do not long of art. So, I seek romanticizing concepts and developing a new sense of literature that happens in its movement. I leave it to the reader to do part of that; they create a truthful text and can do a good book. It is the interpretation, the way, a leap beyond what a word says, transforming our lives when they share.My first writings, chronic stories, participated in my soul. It was extremely critical and sarcastic about what I saw from reality.I am talking of a fifties age period behind. In a position about what I developed, my evolution was more toward apparent expressionism and realism with wave poetical intermain. I do not know, and I am a writer by chance by life.I wait to create something more dense and fragile so that a reader can discover more insight and make the story.I write all day. I threw out many texts, books, and theatre, left at home friends, gave up on other works, abandoned along the path, and presented in different ways when it was impossible.I have not had a time in which I did not have difficulties showing my art, or I was, for some reason, prohibited from showing, or people made oyster faces and bodies, seeing down shoes, putting me out because, beyond writing, I talk. And when I speak, I create conflict with conceptualistic people. I am intervenient into the academy and ideological corpus, into radicalism free. I am more definitive when I believe in what I say and highly flexible when people do not know what I am saying.My themes are variant, and many circumstances bring me a gift, a motive to write. I wrote in Portuguese two books that I like, "Lirio" - Lille, and "O Peixinho do Pantanal" - The Little Fish from Pantanal (Wetlands), and both meant creation, jump to beyond, overcome, transformation social and personal release.From that, I wrote other books seeking to show different meanings throughout of phantasy necessary, and it to parents and children a fantastic universe of possibilities for a personal construction, making life an adventure.I create a pedagogical process to write and design tangled images where it is possible to seek the theme of a short story. "Lippi and Semma Friendship" talks about that, and I wrote that short story through it. They led me to social problems, injuries, differences, the orthodoxy of community rules, cultural values, the barriers around democracy and its meaning, and the gratitude for a true friendship."Letter to the Moon" is a short love story, but love yourself, and send a letter to the Moon through a pebble launched for.Books about freedom, encountering people, loss, and gains, and becoming someone.Book for radicality of right in that it does not see your bottom."Bakery," for example, talks about that.I finished a short story made of challenges and adventures: "Memories of the Air." - from you start reading until the end, the thing is in action, in movement, an eternal fugue or secrets, and does not reveal its net. The reader will discover.

Read more from Pedro Moreira Nt

Related to Nivaldo

Related ebooks

Humor & Satire For You

View More

Related articles

Reviews for Nivaldo

Rating: 0 out of 5 stars
0 ratings

0 ratings0 reviews

What did you think?

Tap to rate

Review must be at least 10 words

    Book preview

    Nivaldo - Pedro Moreira Nt

    Nivaldo

    Contos heteronômicos

    PUBLICADO POR

    Pedro Moreira Nt

    Copyright, 2017 by Pedro Moreira Nt.

    ****

    Produzido por Pedro Moreira Nt, através do smashwords

    Copyright, 2017 por Pedro Moreira Nt

    *****

    Produzido por Pedro Moreira Nt, através do smashwords

    Copyright, 2017 por Pedro Moreira Nt

    *****

    APRESENTAÇÃO

    Os contos parecem que unem-se sempre no final, principalmente quando os temas assemelham-se e quase transgridem a organização. Nivaldo e Cleonice, ele sempre repetido e apelidado com variantes do próprio nome, ela repetidas vezes a mesma com o nome enviezado, retornado.

    Em certo momento pensei que ela fosse outra, ou que não fosse mais nada. Ele que é tanto tortura e acabamento de um móvel, vai adiante. Não sei se estou certo. Acho que ambos, durante uma vida confundem-se em um e outro. São afinal de contas aspectos de uma mesma categoria em situação limite.

    Apesar de tentar ser franco, o máximo que consegui foi confundir um e outro. Talvez o leitor possa melhor desvendar o mistério dessa armadilha. Sei que fui pego. Isso garanto.

    O divertido perde-se na crueldade, (e imaginar que eu mesmo sustentei isso), e é inacreditável que o sangue rola pela boca enquanto alguém ri - não do desconforto, mas pelo fato de não ser ele. O engraçado é sempre triste para a vítima. (pmnt)

    MORTE DE PLACA

    TESOURA

    CONTEÚDO

    QUIETUDE

    FORÇA

    ASSUNTO

    A MÉDIA

    CEDO

    ÁGUA

    SANGUE

    TOP

    MOLHO

    CARTAS

    CÉU

    JULGAMENTO

    GAFIEIRA

    DESPEDIDA

    #######

    MORTE DE PLACA

    Ele acordou com a vontade dobrada de sangue, a sua boca espelha mais um furúnculo, mal pode levantar-se porque sentia muitas dores nas verrugas dos pés, havia marcas estranhas no corpo, coisa que não entendia, a esposa sorriu com seu lindo bom dia, ele só pode resmungar que de hoje não passava.

    - Desde quando estamos casados diz a mesma coisa: de hoje não passa, e esse dia nunca chega!

    - Pois vou morrer hoje mesmo Cleonice!

    - Morra então, morra de uma vez, não pense que vou ter pena, que não tenho nem quando matam galinha.

    Vai sentir minha falta, vai levar luto, vai ver só.

    - Vou nada, e mais a mais, se morrer mesmo, quem não vai ver é você, Ni.

    - Pare de me chamar de Ni, tenho nome.

    - Ah! Agora se acha? Não ia morrer a pouco? Podia chamar de qualquer coisa, de qualquer nome, porque morto, que eu saiba não tem nome, não tem vida, nem responde.

    - Estou vivo ainda.

    - Tá nada, já morreu faz tempo, devia deitar de uma vez, agora fica aí mentindo para mim que vai morrer, vai nada, - cagão!

    - Então porque disse bom dia?

    - Ué, deu a louca agora? Que outra coisa podia desejar para mim? Digo bom dia para ser cordial, penso sempre que... Acredito em você, mas não adianta, nenhuma de suas promessas são cumpridas, você só promete.

    - Mas hoje vai ser diferente.

    - Ah! Duvido!

    Cleonice esperava que Ni morresse, morto podia dizer seu nome, resmungá-lo no enterro que sonhara para ele, uma cava rasa, uns pés de mandioca plantada em volta, uma flor de defunto, a placa que já mandara fazer com os dizeres jaz aqui neste jazigo o prometido e cumprido. Não se importava com os males do marido, achava simpático até suas pústulas, sua doença de sangue ruim, sua dor corporal, seu andar maquilejante, e todo o sangue matinal que espeirrava dos dentes, dos pulmões, dos olhos quase cegos, das suas marcas corporais, suas dores a excitavam quando urinava pedras faiscantes, e mais que tudo, quando transavam.

    - Será que sou necromaníaca Adelina?

    - Isso é tara, beijar aquelas coisas podres pra mim é tara.

    - Adoro o seu suor de morte.

    - É louca, tenha coragem, vá se internar.

    - Acho bom, quanto mais raiva tem, mais mexe comigo.

    - Doente.

    - Não fala isso que me arrepio.

    Cleonice nunca perdeu um velório, um doente de cama funda, um centro de tratamento intensivo de morte, dispinéia então a deixava louca, não bastasse isso ia visitar os presos doentes na enfermaria da prisão.

    - Que cheiro é esse Cleo!

    - Éter, borrifo em tudo, pratos, cortinas, do chão ao teto.

    - Por que usa isso?

    - Me dá sentimento aqui, eu me estico de paixão.

    A amiga ria, tomava chá amargo, mostrava um e outro dente de ouro e porcelana. Ria que a campainha da boca dançava.

    - Sua casa é fedorenta, parece coisa de morta.

    - Viva amiga, vivinha da silva.

    Mostrou pela centésima vez a placa de bronze.

    - Ele não morre, não sei que faço.

    - O amor que tem não o deixa partir.

    - Eu não resisto, hoje de manhã acordou inchado, venenoso, escorrendo visgo dos olhos, e abriu mais uma fissura na boca.

    - Credo!

    - Xinguei, falei o quanto era covarde.

    - Coitado.

    - Não deu outra, pulou em cima de mim que nem cachorro, não me largou mais, quase morri eu mesma.

    - Nossa!

    - Quanto mais provoco, mais ele me assanha, e mais doido fica.

    - Mata ele.

    - E já não tentei?

    - Estou brincando, não faz isso não hei!

    - Faço nada, ele

    Enjoying the preview?
    Page 1 of 1