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O Meu Respiro
O Meu Respiro
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O Meu Respiro

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About this ebook

Este livro dá voz ao que podia ter sido uma grande história de amor pelas coisas belas, pelas emoções, pelas pessoas e pela vida.
Ele Martim, 24 anos, observa o desenrolar da própria vida, vivendo num passado sempre presente , deixando-a no entanto evaporar-se pelas suas mãos.
Dele muito se saberá até às últimas páginas deste diário.
Ao longo desta viagem marcada pelo dramatismo associado à profunda solidão que sente, diversas personagens vão-se cruzando no seu caminho e através delas vai-se aos poucos desvendando o mistério que o faz vaguear sem rumo, numa tentativa incessante de se encontrar a si mesmo.
Até ao último respiro.

LanguagePortuguês
Release dateJul 18, 2017
ISBN9789892022352
O Meu Respiro
Author

Carlos Nóbrega

Carlos Nóbrega , (born in Funchal , Portugal on September 19, 1979) , is a successful actor and pop singer who rose to fame as a solo artist since 1992. He has also worked with acclaimed producers as Imperfection Dj, Alberto Rocha, Berg Shonaster, Jake from Aftershock Records. He has contributed to numerous Disney soundtracks in Portugal and he was member of the successful portuguese Pop Band "Máximo". He got his start in television on the tv show "Riscos" and he starred in many movies, TV series, plays, etc. His set to release his debut album on 2011. He also wrote the sucessful Book "O meu respiro". He works also as a photographer, having his own agency "Creative Kano". Carlos is an artist following his own rules and now, with many other territories getting ready to introduce the world to Carlos and his music, 2011 (and 2012) is sure to be a big year for Carlos. Having spent most of his life working diligently as a world renowned entertainer and performer, Carlos continues to strive to leave an indelible mark on the human experience. "Being an artist means taking musical , liberties, and not always following the rules. Working on new material is still among the greatest moments in my life. The only thing that possibly beats the creative process, is that special moment on stage when everything is right and the energy goes both ways. I've been lucky so when far, and feel blessed that I have met such a diverse and talented creative group of people in the industry”, says Carlos.

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    Book preview

    O Meu Respiro - Carlos Nóbrega

    Conteúdo

    O MEU RESPIRO

    Copyright

    PROLOGO

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    O MEU RESPIRO

    Carlos Nóbrega

    © 2017 Kanó Music Records.

    3ª edição

    ISBN: 978-989-20-2223-9

    Capa e fotografia: Francisco Martinez

    www.carlosnobrega.com

    info@carlosnobrega.com

    Dedico à minha mãe.

    Para a Susana que me pediu esta história.

    E a quem me ajudou a construir o sonho.

    E por acreditarem em mim.

    PROLOGO

    VIVÊNCIAS...

    Um outro olhar. Uma forma de SER e de dizer das coisas simples da vida. Para além das alegrias e dos momentos menos felizes. Contar passo a passo a história ou tantas histórias. Encontros e desencontros e viver no papel tantas emoções. As interrogações. Tantas dúvidas. E resolver definitivamente do amor e do desejo. Um livro que Carlos Nóbrega nos brinda com as passadas de todas as estações do ano. Sem tabus. Com a sua forma singular de conviver e viver nos dias que correm. O amor tantas vezes cantado/escrito aqui numa ponte cheia de multidões. Nessa mesma ponte onde o autor vai buscar o rasgo das palavras mais doces ou as mais violentas. Para ele nada acaba. Que a continuidade da sua escrita é mais do que precisa. Entenda-se. No seu respirar constante. Na sua busca permanente de novas etapas. Muito além da fotografia ou do cinema em que é especialista. E para nos brindar afinal com estas pequenas e grandes vivências num mundo cada vez mais diversificado. E tolerante.

    Carlos Castro

    Qualquer semelhança entre a ficção e a realidade

    é pura coincidência.

    A unica forma de viver é ressuscitar permanentemente.

    Como o mar, como o vento, como o Amor.

    I

    26 de Agosto de 2003

    Deixei de acreditar num mundo cor-de-rosa, onde antes conseguia absorver o que de melhor as pessoas têm. Agora mais retraído e frio, absorvo apenas aquilo que quero e de quem quero. Umas vezes mais consciente do que outras.

    Há vinte e quatro anos atrás, a minha mãe deu-me à luz, creio que por volta das sete e pouco da tarde, bem perto ao

    pôr-do-sol. Talvez por isso, sinta-me umas vezes mais iluminado do que outras.

    Decidiram (ela e o meu pai) dar-me um nome, Nuno Martim da Mota Infante.

    Desde então a minha vida já passou por turbilhões de emoções, por decisões conscientes e outras inconscientes, por alegrias, por tristezas, por isto e por aquilo. Por outro lado, creio ter atingido em tempos as estrelas. Sol de pouca dura.

    Tinha 12 anos quando subi a um palco pela primeira vez. Estava acompanhado por uma miúda mais nova do que eu dois anos.

    Antes de ganhar coragem para lá chegar, divertia-me a espetar maçãs em garfos, simulando um microfone.

    Imaginava grandes concertos, concursos, festivais, mas tudo na minha cabeça, claro. Até que o tal dia chegou e subi ao palco. Era um palco enorme, com um vasto público à minha frente. Lembro-me como se tivesse sido ontem.

    A minha mãe estava na assistência. Recordo-me de ter ganho o concurso e de ter ido para casa com uma bicicleta e umas quantas caixas de chocolates, aquelas coisas que os putos adoram. Foi esta a minha primeira vez, num palco. Oh e foi única e bonita.

    Nessa altura vivia com os meus pais, logicamente. Vivíamos numa aldeia do interior chamada Cruz de Pau. Não passava de uma aldeia onde todos se conheciam. Os planaltos eram extensos, o verde abundava de tal forma que o castanho dos troncos dos eucaliptos às vezes era difícil de se ver.

    Lembro-me também, de existirem ainda uma grande camada de mimosas e uns cedros fabulosos. Parecia Natal todo o ano. E o pinhal era tão grande repleto de pinhas, de folhas, de ervas daninhas e de flores.

    Da casa tenho sobretudo boas recordações, apesar de actualmente pouco tempo passar nela e aonde regresso quando me apetece descansar e pensar.

    Os meus pais por lá assentaram-se e a minha irmã também e, já lá vão sete anos desde que saí de casa, e se lá passar quinze dias por ano é o máximo.

    Falemos da casa: relativamente grande, com sete divisões, uma varanda de onde se avista o extenso pinhal e a fazenda onde o meu pai cultiva as batatas, as couves, as cebolas, as maçãs, os maracujás e as ameixas. Tanta fruta junta, devem estar a pensar. É verdade, isto sim era o reflexo daquele ditado popular: deitar as sementes à terra e depois colhê-las.

    Falando desta maneira parece ter vivido sempre no paraíso.

    Se fosse assim tudo tão fácil, mas não o foi e não o é. Lembro-me de acordar com os gritos da minha mãe, muitas vezes às oito da manhã.

    – Acorda, Nuno. Levanta-te, Martim. Tens a casa para arrumar.

    Que irritação, que aborrecimento. Vezes havia em que praguejava vezes sem conta.

    – Deixe-me lá dormir. Que merda, nunca se pode dormir descansado nesta casa, resmungava vezes sem conta.

    Hoje, passados vinte e quatro anos, não tenho este problema e cá estou. Mal ou bem, estou cá. Honestamente acho que me tenho aguentado e bem. Apesar de ter uma relação normal com os meus pais, mas nada íntima; apesar de não ter namorada nem namorado; apesar de ter um emprego da treta e nem ganhar o suficiente para comer; a pesar de não saber lidar com a falta de atenção que não me dão; apesar de tudo e mais alguma coisa, estou cá. Verdade verdadeira é ter pegado hoje num caderno, fazer dele um diário e escrever o que vai na minha cabecinha, ou para quem talvez prefira, decidi partilhar as minhas reflexões.

    Verdade verdadeira é que hoje é um daqueles dias depressivos, um daqueles dias maus. Climaticamente o tempo não podia estar melhor. Mesmo à minha frente contemplo uma piscina de água límpida, rodeada de uma relva quase toda ela a esconder a terra. Para além disto, o mar, o oceano, como é fabuloso o mar.

    Num dia em que a bandeira vermelha tenta barrar ou assustar uma grande quantidade de pessoas a não mergulharem e, pelo meio de uns quase trinta graus, ponho-me a pensar na minha vida. Coisa mais depressiva não podia haver, pelo menos nesta fase. A minha única companhia é a Anouska. Há coisa de cinco minutos tomou a liberdade de me lamber o rosto. A cadela gosta de mim, pelo menos alguém, pelo menos ainda alguém. E tudo parte daí. Do amor.

    2

    Bem que tentaram desviar a minha birra estúpida e depressiva para dar um mergulho nas ondas de Santa Cruz. Perguntam-se vocês quem? O meu mano e dois primos dele: Afonso, Nando e João, por esta ordem. Os dois últimos conheci-os apenas há uma semana. O meu mano já há alguns meses. Mano que não é meu mano, mas é como se fosse um irmão. Adoro-o num todo e no mais pleno do seu ser. Mas hoje irritou-me e ontem também.

    Numa fase em que tudo me parece estranho, ás vezes até ridículo, tento encontrar-me, ou melhor, reencontrar-me. Porque a angústia de não conseguir atingir aquilo que eu quero faz-me ser um tipo infeliz. Não ter atenção e talvez mimos faz-me ser um gajo infeliz. Fora isso, tantas outras coisas. Chego a ponto de não saber o que quero, para onde devo ir, para que lado me devo voltar, com quem posso contar... Porra, isto é grave.

    Sei que posso contar com o Afonso e com a Sofia, mas sinceramente acho que sofremos os três do mesmo mal – falta de atenção. Por outro lado, quando estamos juntos acabamos por dá-la a outras pessoas que não a nós mesmos, mas sim a outros que às vezes não passam de meros conhecidos. E isso irrita-me.

    Ontem, por exemplo, irritei-me profundamente.

    Esperei por Afonso para jantarmos juntos já que ele chegava tarde do trabalho. Fomos a um bar. Sentei-me numa mesa na esplanada e ele foi pedir a comida. Surpresa foi o gajo voltar à mesa com comida só para ele. Não comentei e deixei-o comer.

    – Bom vou lá dentro pedir comida para mim mano, retorqui.

    – Mas tu queres comer mano? perguntou-me.

    Que observação estúpida e lógica. Acabei por não responder e fui pedir uma tosta de queijo todo fodido.

    Acho que tinha razões para tal e assumi a birra já que nem a distinta lata teve de me perguntar se eu estava com fome, ou se eu já tinha comido alguma coisa. Como se não fosse suficiente passamos pelo Bebé bar. Ele tomou um café e fomos de seguida para casa. Eu já com aquele humor fatal.

    Saí do carro e fui à casa de banho. Passados uns minutos apercebi-me que Afonso adormecera no carro.

    O que realmente me irritou em tudo isto, foi o facto de termos combinado este fim-de-semana para repousarmos, reflectir e conversar e no final de contas, só aconteceram tretas, merdices. Acabei por deitar-me uma hora depois. De manhã acordou-me.

    – O que é que tens mano? – perguntou-me – Queres falar? Não respondi e levantei-me.

    Tomei um banho e vesti uns calções. Fiquei pelo bom dia.

    Controlei-me para não responder nem ser bruto a ponto de o mandar à merda. Acho que tinha razão para o fazer. Mas não me queria chatear com Afonso.

    O tipo é muito importante para mim e, eu adoro-o.

    III

    Já passaram alguns dias desde a

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