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Não que: poemas
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Não que: poemas

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Poemas que possuem em comum a palavra não. Não que seja 'não' a palavra que conduza o significado, em outro sentido possa dizer sim.
Podia ser poemas com não. Quase poemas. Negados poemas. Poema algum, não. Vi que os 'nãos" dançavam durante a leitura. Quando se pensa em criar um poema o próprio pensar de falas ditas, das conhecidas, da linguagem atravessada, do idioma e tudo o mais carregam, entre tantas certezas enganos. O não no poema pode ser entendido como uma maneira frágil de sair de um sim conhecido, e por não se sustentar se usa o 'não". Mas é uso. Portanto, 'não que" poemas possam ser, mas que sejam poemas que jogam-se do não.

pmnt

LanguagePortuguês
Release dateDec 17, 2017
ISBN9781370743261
Não que: poemas
Author

Pedro Moreira Nt

Who I amPedro Moreira NtI have been a writer since infancy; my father influenced me with reasonable asks to do that the best possible, and my mother, too, read to me, I have been a writer since infancy; my father influenced me with reasonable asks to do that the best possible, and my mother, too, read to me, and at both comes a song walking my mind, sweetness and lovely goodness. I am critical of that; I desire to create a mist of essay, but my preference for poem structure and sensibility do not long of art. So, I seek romanticizing concepts and developing a new sense of literature that happens in its movement. I leave it to the reader to do part of that; they create a truthful text and can do a good book. It is the interpretation, the way, a leap beyond what a word says, transforming our lives when they share.My first writings, chronic stories, participated in my soul. It was extremely critical and sarcastic about what I saw from reality.I am talking of a fifties age period behind. In a position about what I developed, my evolution was more toward apparent expressionism and realism with wave poetical intermain. I do not know, and I am a writer by chance by life.I wait to create something more dense and fragile so that a reader can discover more insight and make the story.I write all day. I threw out many texts, books, and theatre, left at home friends, gave up on other works, abandoned along the path, and presented in different ways when it was impossible.I have not had a time in which I did not have difficulties showing my art, or I was, for some reason, prohibited from showing, or people made oyster faces and bodies, seeing down shoes, putting me out because, beyond writing, I talk. And when I speak, I create conflict with conceptualistic people. I am intervenient into the academy and ideological corpus, into radicalism free. I am more definitive when I believe in what I say and highly flexible when people do not know what I am saying.My themes are variant, and many circumstances bring me a gift, a motive to write. I wrote in Portuguese two books that I like, "Lirio" - Lille, and "O Peixinho do Pantanal" - The Little Fish from Pantanal (Wetlands), and both meant creation, jump to beyond, overcome, transformation social and personal release.From that, I wrote other books seeking to show different meanings throughout of phantasy necessary, and it to parents and children a fantastic universe of possibilities for a personal construction, making life an adventure.I create a pedagogical process to write and design tangled images where it is possible to seek the theme of a short story. "Lippi and Semma Friendship" talks about that, and I wrote that short story through it. They led me to social problems, injuries, differences, the orthodoxy of community rules, cultural values, the barriers around democracy and its meaning, and the gratitude for a true friendship."Letter to the Moon" is a short love story, but love yourself, and send a letter to the Moon through a pebble launched for.Books about freedom, encountering people, loss, and gains, and becoming someone.Book for radicality of right in that it does not see your bottom."Bakery," for example, talks about that.I finished a short story made of challenges and adventures: "Memories of the Air." - from you start reading until the end, the thing is in action, in movement, an eternal fugue or secrets, and does not reveal its net. The reader will discover.

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    Não que - Pedro Moreira Nt

    Não que

    Publicado por

    Pedro Moreira Nt

    Copyright, 2017 by

    ****

    Produzido por Pedro Moreira Nt, através do smashwords

    Copyright, 2017 por Pedro Moreira Nt.

    *****

    Não que: Produzido por Pedro Moreira Nt, através do smashwords

    Copyright, 2017 por Pedro Moreira Nt

    *******

    Não que

    A respeito do livro.

    Não que é um livro de poemas abertos. Em todos os poemas a negação consome um tempo, como que marca um segundo em algum relógio em algum tempo. Ajusta-se a negativa como um sim inconcluso, como metáfora da ordem, como escolha. A vértebra que une e desune e possibilita ao corpo poético a sua inflexão, a sua dobradiça flexível. Não que seja apenas não, mas que sustenta alguma falta, estranhamente contrária, porém definitiva nos sentidos em que a negação nos leva. Em todos os poemas o não é presente. Acredito que o não que revelo seja o mesmo que afastar o prato vazio do alimento feito, da prova. Não, não vou lavar o prato agora.

    pmnt

    *******

    Escrevo mais no virtual, mais vezes, para uma questão de ecologia do tempo. Quando lido com páginas de um livro tenho impressão que desfolho árvores. Ainda serro o tempo, cerro de aviltamento de mil páginas, amontoado de brumas. Não sei se sou enganado, mas a leitura da palavra tem o papel de me revirar, vezes devolvo à floresta de um instante, - fica nos cantos remexidos, na estante de livros, - na expectativa de me perder. O papel é muito valioso para o curto dos gostos, do virar da linha, marcar. É uma lembrança mais dura, fica a chamar, vem me ler, vem me ler. A gente que gosta do objeto, tem dele a dificuldade do esquecimento, de uma apropriação e uso.

    Não sei. Vai que abuso de por tinta em tudo e o pensamento desarrolha.

    *******

    Na entrada de casa

    (sugestões de placas de aviso)

    Caro editor, se veio me procurar, errou, não moro mais aqui

    Não é a minha casa, moro no vizinho debaixo, mas não estou lá

    Não posso atender

    porque não estou em casa; e se estiver é porque não cheguei ainda

    Gostaria de dizer que ainda não cheguei de onde não fui

    Não bata palmas, não toque a campainha, não chame o cachorro, não abra o portão no momento estou atendendo os ausentes e não tenho tempo para piores amizades

    Saída

    Lugar de não-permanência

    Siga em frente, e, boa passagem

    É bom saber que entenda que sua presença

    e demais reveladora para que possamos conversar"

    Adeus, e que isso não se repita

    Hoje chegarei depois que partir

    Amigos e cobradores diferem do preço. No momento estou duro

    O mais importante é guardar lembranças. Desejo que tenha boa memória

    Sinto muito não atender. Você é muito importante para nós. Tecle um para dar um passo.Dois para não ficar frente à casa. Três para sair imediatamente. Quatro para seguir andando. Cinco para cair fora agora. Os outros você já sabe. Se não souber descubra depois da curva da esquina.

    Entendo que é uma vantagem reatarmos a amizade ou recebermos uns aos outros. Mas, sinto, não sou oportunista

    Perdão não falo a sua língua

    Entrada pelos fundos, isso somente quando demolirem a região

    Volte sempre quando tiver urgência em sua casa

    O melhor lugar não é aqui é de onde veio

    Foi muito bom atende-lo, volte quando for capaz

    *******

    não vou

    não tenho vontade

    não quero

    não posso

    não gosto

    não deixo

    não faço

    não odeio

    amo não

    *******

    morreu de morte morrida

    de partida de viagem na vida

    de coice da foice e foi-se

    é tão comum viver que é assombro

    enfim para mim o fim

    assim neste começo de sem-fim

    perdi amigos ganhei serafins

    anjos e querubins

    eu que não os encontro

    subo e desço morro

    *******

    cheguei de mala e cuia

    aparei a merenda

    sentei à varanda

    abanei a alamanda

    com flores vermelhas

    antes que me perguntasse o que fazia ali sem mais nem menos

    dividi: meio a meio

    ia perguntar

    ou disse algo que nem lembro

    aqui fico na comida boa e à sombra

    mal me conhece

    teremos tempo

    mas isso não é certo

    é a vida

    mas sei lá quem é

    há altos e baixos no mundo das escolhas

    deu-me um tapa

    empurrou-me da calma

    fiquei espantado de olhos mareados

    surgiu uma paulada de lastro pesado na nuca

    socorro

    mal pude balbuciar sou eu

    demorei no desmaio

    acordei na sala alta onde a escada bate ao teto

    é você você mesmo

    sim

    veio da internet

    de carro

    aquele caro?

    sou assim

    com essas roupas e perfume?

    natural

    surgiu do nada

    de tudo

    como pode isso?

    não sei explicar o céu estava denso e choveu

    gostou da bóia e da sombra

    de ti

    de mim

    não deixei mais aquela vida na cozinha

    e te amei todinha

    até os cascais virarem asfalto

    é

    *******

    Dá-me um pouco de sua mão.

    Tão linda. Eu a quero. Necessito. É uma urgência. Você sabe usá-la muito bem. Eu já vi, também desconfiava. Esses redondinhos de formas variadas, essa ranhura como de fibras fortalecidas, e unhas dobradas. Grossas, imensas e fortes.

    Note a minha, exausta de ser tão fina. Pobre e miserável mão que serve mais para dar aceno. Pegue aquilo para mim, faça isso, repita, traga aquelas coisas de lá para cá e daqui para lá. Junte, amarre, embole, aperte, solte, abra e feche, arrume, estique, prepare, conserte, ponha força no que faz. São

    *******

    Quando voltar a si

    não terá medicina

    para devolver a sua cabeça.

    Sentirá a mesma pessoa que sempre foi

    apenas terá um vazio entre as orelhas e o ombro

    e é o que sinto

    *******

    Tranque

    a porta

    os uniformizados caminham em nossa direção

    Cabelos escovados, curtos, duros, polidos como um código legal

    Esconda o significado

    enterre os sentidos

    Aproxima-se a administração

    Foge

    cerra a boca

    encoste o portão

    São poucos

    e loucos

    Diga

    o seu nome

    Nulidade

    Etiqueta da morte

    marcados

    Guarde o cão

    Não se mexa

    é um assalto

    Agulhas finas

    sem recados

    em salto alto

    botas cruas

    fivelas e ranhuras

    limitados

    O mal

    é justo e vende

    Corre

    não atende

    ou morra

    *******

    Que fui sempre negro

    estou aí de rosa choque

    Ando como uma velha serigaita

    desmantelada de nuvens

    sem uniforme

    Tenho de gênero

    o humano em minhas veias

    Que me apaixono por letreiros

    e erro sem medidas

    vou por encantos

    desço os moinhos

    a tornar farinha do mesmo saco

    e me arrependo dos dias até ao despertar

    que sou festa em ondas de mar

    e me descarrego todo na praia

    Que me deixo em um canto sombrio e úmido

    fico a me cozinhar na frieza

    estonteado de incerteza

    sem remediar

    e choro com passarinhos

    que se ouve cantar

    Que tenho o campo caboclo encalado

    nas palmas

    que forço o trema de minhas falas

    de índio

    e cheio de misturas

    Que os estrangeiros em mim

    os que passaram da insanidade

    - tão normal aos desatentos e desobedientes -

    me fustigam a me jogar na lama

    e dizem que quebro o que não me pertence

    vou jacu no galho seco a balançar

    e no perigo de repente voar

    Que não suporto o sal da terra

    as suas feridas

    porque me arrancam o estômago

    e nada me pára à garganta

    Que vejo em mim as almas sujas

    com quem amanheci em tardes das noites

    porque me joguei em luas

    Que vou para casa embora

    esteja cansado dessa coisa derrotada

    nessa tentativa de ser nada

    Esse sujeito que se me apresenta

    imundo por tudo isso que sou

    *******

    Veno verterás vino não tomarás

    Esse vinho tem um gosto de frutas amanhecidas atrás dos montes

    com leve olear de gorjeios sumérios

    por essa taça que lembra bem

    aquele povo

    o perfume de rosa

    com pendor suave de brisa de cemitérios

    e há nisso substancial sentid

    de abandono

    tem quê de amoras silvestres colhidas na madrugada

    é muito casto

    porém profundo

    Parece cantado em um barril

    polido no fogo,

    lastro portentoso de aço comum

    sinto a rolha

    cáscaras raspadas

    com mãos duras

    ocupadas

    e uma calmaria infantil de um sopro de vidro

    em forma decorada e apertada

    com verde puro de musgos antigos

    que a mistura correta produziu

    Percebendo a nota sutil

    posso dizer que foram

    trinta e seis pessoas

    que o produziram

    doze da mesma terra

    cinco vieram fugitivos

    imigrantes escondidos quatro

    e os outros quinze

    são daqui mesmo terminaram o serviço

    Quanto ao traje que vestiam, não posso dizer bem

    porque me foge

    pode ser que se tomasse uma garrafa inteira

    com certeza

    poderia dizer os nomes

    não mais

    de qualquer forma

    são pessoas boas e gentis

    *******

    A rua andava nua

    não tinha idas e nem devotas

    Casada de ficar na linha

    metidas e sem voltas

    Morrerei apedrejado por paralelepípedos mal-educados

    que acreditam que sou doente

    Caminhar e ser atropelado o meu ser ocupado

    de andar em frente

    em busca de alguém atormentado que insiste em ser gente

    Quero uma cidade revolta

    uma que torna e retorna

    que viva alegremente

    *******

    não se engasgue com as felpas da vida

    já passamos mais tempo juntos

    do que mil gerações

    Lia em várias línguas

    acordava a cantar

    escrevia com nacos doces de tortas letras

    dizia que me amava

    tanto que me espanava da poeira e me apertava

    mal sabe onde está

    nem se lembra

    pouco ri

    espantada e calada

    caminha devagar

    não sabe quem sou

    mas bem sei quem ela é

    (Para Jean-Pierre)

    *******

    encontre meus passos

    quero levá-los daqui

    para o Paraná

    vejo um desconhecido

    que acena por qualquer motivo

    e me servem café

    dizem amenidades

    pode-se ficar à mesa mais um instante

    esquecem o teorema

    da invasão

    de cuspe na cara

    não me apontam armas

    nem riem do botão

    que vagueia em casa errada

    jamais dizem onde termina a estrada

    se vai longe com nada

    Estado de coisas finais

    começa no Imbaú

    e tem um outro nome não sabido

    sobe-se o terceiro planalto

    desanda um silencio de soja

    mas há vendas

    e pontes móveis na velha dentadura

    desgastada

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