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Contos de horror: volume 2
Contos de horror: volume 2
Contos de horror: volume 2
Ebook245 pages8 hours

Contos de horror: volume 2

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About this ebook

Introduzindo o segundo volume de contos de horror originais baseados nos maiores medos do ser humano. Fobias, traumas de infância e demônios pessoais são explorados e distorcidos em histórias pertubadoras e por vezes violentas destinadas a assustar o seu leitor.

Se você é fã de Tales from the Crypt, The Twilight Zone, The Outer Limits, Black Mirror e outras antologias de terror, estão está coleção foi feita para você!

Apenas uma pergunta permanece. Você se atreve a enfrentar os seus medos e os dos outros?



 

LanguagePortuguês
PublisherBadPress
Release dateJul 11, 2018
ISBN9781547538751
Contos de horror: volume 2

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    Contos de horror - Michael Bray

    DEDICATÓRIA

    ––––––––

    Para todos aqueles que contribuíram para a criação deste livro. Obrigado por te me confiado os seus maiores medos. Espero tê-los feito justiça

    OBRAS DO MESMO AUTOR

    Dark Corners

    MEAT

    Whisper

    Echoes (Whisper Trilogy book II)

    Voices (Whisper Trilogy book III)

    Whisper: The untold stories

    Funhouse

    Forgotten Fears

    From the Deep

    Return to the Deep

    Spawn of the Deep

    The Island

    The Last Mutation

    Cody Rexell: Monster Hunter

    Cody Rexell & The Cannibal Death Camp

    Project Apex

    The Dark Place (Hell on earth book one)

    FEED

    Art (With Matt Shaw)

    Monster (With Matt Shaw)

    Home Video (With Matt Shaw)

    Trapped (With Matt Shaw)

    Deranged: The complete works of Bray & Shaw

    The House that Hell Built (With Matt Shaw & Stuart Keane)

    Something in the Dark

    O FIM É ONDE TERMINA

    O outono havia chegado com tudo, deixando árvores desnudas e calçadas cobertas com um manto amarelado, o inverno anunciando a sua chegada implacável. Sophie sempre havia gostado dessa época do ano, quando o ar frio começa a mordiscar sua pele. Ela se agarrou ao braço de Sam, feliz que ele a tenha convencido a dar uma caminhada naquela manhã de sábado. Era um pouco depois das dez horas da manhã, e as ruas estavam silenciosas. Eles estavam vagando, sem rumo, aproveitando o frio e a companhia um do outro.

    ‘Gostaria de dar uma volta no parque?" Sam disse se virando em sua direção, as árvores ao redor despejando tons dourados sobre eles.

    Sophie acenou em concordância Ela conhecia aquele parque, estava acostumada com ele, e mesmo assim, sentiu uma pontada de ansiedade. Sam reconheceu os sinais e apertou sua mão. ‘Tudo bem se você não quiser ir. Foi apenas uma sugestão.’

    ‘Está tudo bem. O parque parece uma boa ideia.’

    O parque estava vazio, exceto por um punhado de velhinhos que levavam seus cachorros para passear. Nos fins de semana, não era incomum que aquele lugar ficasse cheio de pessoas sentadas na grama, e de crianças correndo no parquinho, mas o tempo frio estava mantendo a maioria das pessoas dentro de casa. O parque era completamente rodeado por árvores. Em um dos cantos, havia uma pequena mesa de piquenique, e mais ao centro um campo de rugby/futebol americano, onde a liga de domingo costumava jogar, apesar de que, aparentemente, não haviam partidas agendadas para aquele dia.

    Apesar de Sam e Sophie passarem por aquele parque quase todos os dias, a caminho do trabalho, eles raramente o visitavam; eles sempre pareciam ocupados demais, de modo que pretendiam aproveitar ao máximo aquela oportunidade única de relaxar. Assim como em todos os lugares, as árvores estavam perdendo as folhas, cobrindo o chão com um tapete marrom e dourado. Enquanto Sophie observava seu contraste com o azul pálido do céu, ela se perguntava porque tinha demorado tanto para estar ali.

    ‘É bonito,’ Sam disse enquanto a guiava pelo portão. Ela o seguiu e entrelaçou seus braços enquanto eles caminhavam pela trilha que rodeava o parque. Eles ficaram em silêncio por alguns instantes, enquanto passavam por bancos, lixeiras, e pelos aparelhos de ginástica pintados de verde que haviam sido colocados ali pelo conselheiro para encorajar as pessoas a saírem de casa e se exercitarem.

    Um cachorrinho se aproximou e os cheirou com entusiasmo, seu dono acenando para eles quando seus caminhos se cruzaram.

    ‘É tão silencioso aqui’. Sophie comentou.

    ‘Eu prefiro assim. É como se não tivesse ninguém aqui além de nós’.

    Eles estavam agora nos fundos do parque, a grama se estendendo a esquerda, e as árvores a direita. Sophie estava perdida em pensamentos, saboreando o silêncio, quando Sam parou de súbito, a trazendo de volta para o presente.

    ‘Olha só aquilo’, ele disse, apontando na direção das árvores.

    Teria sido fácil não reparar. Havia um caminho estreito desaparecendo por entre as árvores. Ao seu lado, havia uma placa branca desbotada com os dizeres: Parque Sunshine.

    ‘Eu não sabia que tinha outro parque aqui. Vamos dar uma olhada? Sam disse, dando alguns passos em direção a passagem.

    Perigo.

    Sophie odiava lugares novos. Ela tinha um medo irracional de se perder, e mesmo se tratando da sua vizinhança, um lugar que ela conhecia bem, o frio na barriga era inevitável.

    ‘Vamos sim’, ela disse, para não criar um conflito. Ela sabia que Sam entenderia se ela estivesse relutante. Eles estavam juntos a muito tempo, e ele sabia do seu medo de locais desconhecidos. Talvez ela não tivesse nada a temer, eles moravam a menos de um quilômetro de distância, mas ainda assim seu instinto lhe dizia que eles não deveriam entrar. Ela tinha certeza de que aquele caminho não estava ali da última vez que eles estiveram no parque, embora fizesse muito tempo desde a última visita. Talvez ela estivesse errada. Talvez ela apenas não o tenha percebido antes. Poderia até mesmo ser algo novo. Ela tentou se lembrar quanto tempo fazia desde a última vez que eles estiveram ali, calculando que já haviam se passado quatro anos, talvez mais.

    Ela se aproximou da placa, o metal branco e sujo enferrujado nas pontas, as letras uma vez brilhando em preto, agora manchadas e desbotadas. Ela as tocou. O metal era frio e úmido, e ela teve a súbita necessidade de limpar as mãos nas calças jeans.

    ‘Está tudo bem? Nós podemos apenas continuar caminhando, não é nada de mais,’ Sam disse, afundando as mãos nos bolsos da sua jaqueta.

    E ela sabia que ele estava sendo sincero, era uma das coisas que ela amava nele. Ele compreendia como ela se sentia, e não iria discutir se ela decidisse que não se sentia confortável o suficiente para tentar. Ela disse a si mesma como aquilo era idiota, era apenas um caminho que levava a outra parte do parque. Não havia nada com o que se preocupar, e se ela não pudesse superar algo simples como aquilo, certamente não iria superar nunca.

    ‘Não’, ela disse, se virando para ele e forçando um sorriso. ‘Vamos dar uma olhada’.

    Ela entrelaçou novamente seus braços e eles começaram a caminhar pela trilha estreita.

    II

    Os medos de Sophie eram infundados. O caminho estreito se mostrou sinuoso por um breve período de tempo, enquanto passava por entre as árvores, mas logo terminou em um declive. Diante deles, rodeado por uma grande quantidade de árvores, estava o segundo parque. Daquela posição privilegiada, banhado pela luz do sol, ele parecia espetacular.

    ‘Nossa, você sabia sobre esse lugar?’ Sophie perguntou quando eles começaram a descer. Enquanto eles estavam se aproximando do parque, os ouvidos de Sophie estalaram. A última vez que isso tinha acontecido foi quando ela estava em um avião. Ela se virou para Sam para contar a ele do ocorrido e notou que ele estava com a testa franzida.

    ‘Qual o problema?’

    Ele olhou para ela e sorriu. ‘Nada, é só que eu não consigo entender como esse lugar está aqui.

    ‘Nós provavelmente nunca reparamos nele, deve ter sido isso,’ ela respondeu enquanto eles chegavam ao chão.

    ‘Não, não foi isso que quis dizer. Eu não entendo como esse lugar está aqui geograficamente. Eu sempre pensei que o supermercado estava do outro lado do parque, e não aqui’

    Ela parou para contemplar essa afirmação. De fato havia um supermercado próximo ao parque. Ela parou e olhou ao redor, inclinando o pescoço para olhar para cima, em direção a colina que tinham descido, e depois novamente para Sam.

    ‘Sim, entendo o que quer dizer. No entanto, acho que perdemos um pouco o senso de direção. Haviam curvas no caminho, lembra? Eu não acho que este lugar esteja diretamente atrás do outro parque, e sim ao lado dele’.

    ‘Oh, não é nada demais, eu só fiquei confuso. Ele certamente está aqui, já que estamos nele, mas por um segundo eu fiquei perdido.’

    "O que você quer fazer?’ Sophie perguntou, olhando para o parque. Era semelhante ao outro, mas pelo fato de estar rodeado de árvores naturais, parecia mais íntimo e calmo.

    Uma trilha feita de cascalho ao invés de concreto contornava o parque antes de desaparecer por entre as árvores. Mais à frente, era possível avistar um pequeno lago preenchido por caniços-de –água. Um pouco mais adiante, havia uma mulher se exercitando, suas calças de lycra de cores berrantes reluzindo à luz do sol. Depois de alguns instantes, ela desapareceu por entre as árvores e eles ficaram novamente sozinhos.

    ‘É bonito aqui,’ Sam disse, já se esquecendo das suas preocupações. ‘O que você quer fazer?’

    ‘Já que estamos aqui, vamos dar uma olhada, depois poderemos ir para casa.

    ‘Parece bom para mim.’

    Uma brisa delicada acentuava o cheiro de flores e grama fresca, e Sophie escolheu aquele momento para olhar para Sam, suas feições em contraste com o céu pálido. Eles começaram a caminhar, e tempos depois, ela iria se lembrar daquele momento, o momento em que ela decidiu não dar meia volta, e como Sam parecia ligeiramente preocupado, como se algo ainda o estivesse perturbando.

    III

    ‘Eu não consigo acreditar em como é calmo aqui’. Sam disse quando eles chegaram à beira do lago. Um punhado de patos estavam nadando em círculos lentos e preguiçosos do outro lado da água, deixando atrás de si pequenas ondulações.

    ‘Sim,’ Sophie disse ‘É muito silencioso’. Não havia um único pássaro cantando, um único som de motor de carros na estrada. Ela suspeitava que isso, em parte, eram devido à natureza do lugar, a baixa elevação e a grande quantidade de árvores servindo como um filtro natural de sons ambientes. Ainda assim, era o suficiente para deixa-la desconfortável, e ela estava começando a achar que teria sido melhor se eles tivessem ignorado o caminho para o segundo parque e terem se limitado a lugares conhecidos.

    ‘Vamos continuar, assim poderemos ir para casa,’ Sam disse, provavelmente intuindo o seu desconforto.

    Ela estava feliz que ele tenha dito aquilo, quanto mais tempo ela ficava naquele parque, mais desconfortável ela se sentia.

    Ele pegou sua mão e a conduziu em direção a trilha por entre as árvores. A luz do dia era abafada pelos galhos, deixando todo o ambiente envolto em algum tipo de mau presságio. Assim como no restante do parque, não havia canto de pássaros, não que ela estivesse realmente escutando. Sophie não podia ouvir nenhum outro som além daqueles produzidos por eles mesmos. A trilha se inclinava por dentro das árvores, o chão coberto por um tapete de folhas marrons em ambos os lados. Até mesmo Sam havia ficado quieto repentinamente, e ela se perguntava se ele estava absorvendo a estranha energia daquele lugar. Eles seguiram a curva, e embora nenhum dos dois tenha feito nenhum comentário a respeito, ambos ficaram aliviados ao ver a luz do sol por entre as árvores, um indicativo de em breve estariam novamente em um local aberto. Eles instintivamente apertaram o passo, sabendo como o outro se sentia sem que palavras precisassem ser ditas. Os raios dourados do sol incidiram sobre eles, os aquecendo. Sophie relaxou, só então percebendo o quão tenso seu corpo estava.

    "Eu não compreendo.’ Sam disse.

    Ela abriu os olhos e o encarou. Seu semblante parecia mais preocupado do que nunca, e por trás disso, ela enxergou algo novo. Algo que ela nunca tinha visto antes. Medo. Não havia necessidade de perguntar o que estava errado, a resposta estava diante deles. Eles deveriam estar perto do lago, as curvas delicadas os levando de volta para que eles pudessem seguir o restante do caminho por onde tinham vindo. Ela se perguntava se eles tinham ido na direção errada, ou se a trilha os havia levado para um lugar diferente da qual eles esperavam sair. Imediatamente, ela soube que ambas as suposições estavam erradas. A trilha se descortinava exatamente do jeito que deveria ser, contornando o lago. Dessa forma, o lago deveria estar a esquerda deles, exceto que, não havia lago algum. Uma grande extensão de grama e uma pequena área para piquenique com meia dúzia de mesas de madeira agora se encontravam onde o lago deveria estar. O caminho pelo qual eles tinham entrado no parque também tinha desaparecido. Ao invés disso, um grande tapete de grama perfeitamente cortada se estendia até onde eles podiam ver. A trilha que eles estavam se alongava a frente deles até desembocar em um grande declive.

    ‘Eu não...Eu...’ Sam a fitou, lutando para articular palavras. ‘O que está acontecendo aqui?’

    Sophie teria respondido, mas seu cérebro estava paralisado demais para realizar qualquer tarefa simples, como falar. Ela estava observando a nova paisagem, sabendo que ela não deveria estar ali, sabendo que o que ela estava vendo diante de si, era impossível. Ela tentou falar, mas, não conseguiu. Então umedeceu os lábios e tentou novamente. ‘Vamos voltar. Eu quero ir para casa’.

    ‘Sim, é o melhor que podemos fazer.’

    Eles deram meia volta e refizeram seus passos, ambos tentando entender o que estava acontecendo. Não havia árvores, não havia trilha. O que havia estado lá segundos antes, tinha desaparecido. Em seu lugar havia surgido uma cerca verde com arame. Na cerca havia uma placa desbotada, os pregos enferrujados que a mantinham presa no lugar deixando um rastro marrom por toda sua extensão. Mesmo assim, eles conseguiram ler os dizeres.

    ENTRADA PROIBIDA. ACESSO APENAS PARA OS FUNCIONÁRIOS DO PARQUE.

    Além da cerca, mais campos abertos se estendiam até onde eles conseguiam ver.

    ‘Eu não compreendo.’ Sam murmurou, olhando ao para os lados como se as respostas estivessem no chão ao redor dele.

    ‘Sam, o que nós vamos fazer agora?’ Sophie disse, sua voz soando como se estivesse a quilômetros de distância. Ela pensou que esse efeito era uma maneira do seu cérebro de lidar com a situação, mas quando ela escutou Sam reafirmar o quão pouco entendia sobre o que estava acontecendo, ela percebeu que não era o seu cérebro pregando peças, era aquele lugar.

    O ar parecia diferente, e as palavras e sons se propagavam de forma diferente. Ela se lembrava agora como seus ouvidos tinham estalado quando eles começaram a seguir a trilha em direção ao parque, e se perguntava se aquele tinha sido o momento em que eles saíram do mundo real e entraram naquele novo mundo estranho, seja lá o que ele fosse.

    ‘Eu não entendo, nós não nos desviamos do caminho’.

    ‘Sam’, ela disse tentando chamar a sua atenção, mas Sam estava tendo dificuldade de lidar com a situação, e como o homem que era, estava tentando descobrir uma solução. Suas mãos estavam sobre o metal verde da cerca, o tocando e balançando como se isso fosse quebrar alguma espécie de ilusão.

    ‘Sam?’

    ‘Isso é impossível. As árvores estavam logo ali...’

    ‘Sam, você está me ouvindo?’

    ‘E o lago? Por que não está aqui?’

    ‘Sam’, Ela tentou novamente, agarrando seu braço. Ele a fitou, finalmente saindo daquele estado de estupor.

    ‘O que faremos agora?’ Ele perguntou.

    Ela não sabia. Ela nunca o tinha visto assim antes. Ele sempre havia sido confiante, sempre capaz de resolver qualquer problema. Agora, diante de algo que eles não faziam ideia de como lidar, ele estava muito próximo de sucumbir. Ela não poderia culpa-lo. Ela mesma não estava tão distante disso, o medo se instalando na sua garganta deixando um gosto amargo na sua boca.

    ‘Já sei’, ele disse se afastando da cerca e arregalando os olhos diante da nova paisagem. ‘Vamos ligar para alguém. Pedir ajuda.’ Ele tirou o celular do bolso das calças jeans e examinou a tela. ‘Minha bateria acabou.’ Ele disse. ‘E o seu?’

    Ela retirou o telefone da bolsa, sabendo o quanto aquilo era inútil. Mesmo que o aparelho estivesse completamente carregado quando eles saíram de casa, agora a tela estava preta. Ela segurou o botão de ligar numa tentativa de acender o display, porém, sem sucesso.

    Ambos permaneceram ali estudando o novo ambiente, o silêncio se abatendo sobre eles como algo físico.

    ‘Aquela mulher’. Sophie disse se virando para Sam e odiando como sua voz tinha soado distante e sem vida.

    ‘Que mulher?’

    ‘A que estava correndo no parque, de calças coloridas. Ela nunca voltou.’

    Sam a fitou, ainda sem compreender o real significado das suas palavras. Ela respirou fundo e tentou novamente.

    ‘Quando nós estávamos caminhando em direção ao lago, havia uma mulher correndo um pouco a nossa frente.’

    ‘Sim. O que tem ela?’

    ‘Ela também não saiu do outro lado do lago.’

    ‘Não diga isso. Nós provavelmente só não a vimos. Não é como estivéssemos prestando atenção nela de qualquer forma.’

    Mas Sophie estava prestando atenção. Mesmo antes, ela sabia que havia algo de errado com aquele lugar, então fez uma nota mental sobre a corredora. Ela sabia que a mulher não havia saído do outro lado do lago quando seguiu a trilha por entre as árvores. Sophie olhou ao redor, se perguntando se aquela mulher também não estaria ali. Ela torceu fervorosamente para avistar um par de calças lycra em cores berrantes, mas eles estavam completamente sozinhos.

    ‘Eu quero ir casa. Eu preciso sair daqui.’ Sophie podia sentir que estava perdendo o controle. Tudo estava desmoronando, e ela não sabia como lidar com aquilo.

    ‘Vamos continuar andando. Não entre em pânico ainda.’ Sam disse, suas palavras vazias e sem significado. Sabendo que não havia escolha, Sophie deixou que ele a conduzisse pelo caminho coberto de flores. Eles permaneceram em silêncio, mas ao contrário da paz de outrora, este silêncio era tenso. Quanto mais eles andavam no parque, mas eles sabiam que aquilo era impossível. Aquele lugar simplesmente não se encaixava no mundo da qual eles tinham vindo, antes dos seus ouvidos estalarem e o silêncio ser insuportável. A cada instante, Sophie podia sentir a tensão aumentar, e com ela, o medo que se apoderava das suas entranhas. Ela estava em um estado de semi- dormência quando Sam parou de caminhar. Ela piscou e olhou para ele, só depois percebendo para onde ele estava olhando.

    Havia um homem no caminho.

    Ele estava ao lado de uma roseira, mãos

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