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O diário perdido
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Ebook198 pages4 hours

O diário perdido

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About this ebook

O que pensaria dela se descobrisse os seus desejos mais secretos?
Sam MacInnes regressara à cidade e continuava a ser tão bonito como no passado, embora se notasse uma certa angústia no seu olhar. Agora era polícia, por isso sem dúvida devia ter visto coisas terríveis. Kelsey Schaeffer sempre estivera apaixonada por ele, mas Sam nunca reparara nela. No seu diário, ela escrevera tudo sobre ele e morria de vergonha só de pensar que um dia alguém podia lê-lo…
O problema era que parecia que Sam estava a remodelar precisamente a casa onde Kelsey escondera o seu diário, portanto tinha de o recuperar antes que ele o encontrasse…
LanguagePortuguês
Release dateSep 1, 2018
ISBN9788491888154
O diário perdido
Author

Christine Flynn

Christine Flynn is a regular voice in Harlequin Special Edition and has written nearly forty books for the line.

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    O diário perdido - Christine Flynn

    Editado por Harlequin Ibérica.

    Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

    Núñez de Balboa, 56

    28001 Madrid

    © 2005 Christine Flynn

    © 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

    O diário perdido, n.º 8 - setembro 2018

    Título original: Confessions of a Small-Town Girl

    Publicada originalmente por Silhouette® Books.

    Este título foi publicado originalmente em português em 2008

    Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

    Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

    Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

    ® Harlequin e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

    ® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

    As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

    Imagem de portada utilizada com a permissão de Dreamstime.com

    I.S.B.N.: 978-84-9188-815-4

    Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

    Sumário

    Créditos

    Capítulo 1

    Capítulo 2

    Capítulo 3

    Capítulo 4

    Capítulo 5

    Capítulo 6

    Capítulo 7

    Capítulo 8

    Capítulo 9

    Capítulo 10

    Capítulo 11

    Se gostou deste livro…

    Capítulo 1

    Ter fantasias com um homem não era necessariamente algo mau. As fantasias eram normais, até mesmo saudáveis. O que não era muito inteligente era deixá-las por escrito, reconheceu Kelsey Schaeffer tentando controlar o pânico que sentiu ao ouvir a conversa de alguns dos clientes da sua mãe. E muito menos narradas com tantos pormenores. Mas em sua defesa podia arguir que nunca imaginara que o protagonista daqueles sonhos de adolescente chegaria a estar no mesmo lugar onde escondera o seu diário há tantos anos. Até àquele momento não fazia ideia de que Sam MacInnes regressara a Maple Mountain. Na verdade, ela só estava há doze horas na vila.

    – Não vais dar a volta a essas panquecas, querida?

    A mãe de Kelsey entrou na cozinha do pequeno café que geria e olhou para a espátula que a sua filha segurava imóvel na mão. Ela também estava imóvel à frente do fogão. Com o cabelo loiro e grisalho preso numa trança que estava, por sua vez, presa num coque, os traços da mulher tinham-se suavizado com a idade, ainda que para a sua filha, Dora Schaeffer tivesse praticamente o mesmo aspecto de sempre. Amável, eficiente e capaz de enfrentar qualquer contratempo. A única diferença que havia desde a última vez que Kelsey fora vê-la no ano anterior era o gesso branco que tinha desde ao cotovelo do braço esquerdo até à mão, por causa da queda que sofrera enquanto pendurava um cartaz para o desfile de Quatro de Julho que ia celebrar-se no domingo seguinte. O enorme cartaz vermelho, branco e azul estava agora guardado no chão do armazém.

    A voz da sua mãe devolveu Kelsey à realidade e ela deu a volta às panquecas sem deixar de prestar atenção à conversa que tinha lugar entre dois dos clientes habituais do local, sentados do outro lado do balcão.

    Amos Calder e Charlie Moorehouse, dois dos reformados mais bisbilhoteiros da pequena cidade onde nascera, esperavam que Dora lhes servisse o pequeno-almoço enquanto comentavam que a irmã de Sam MacInnes comprara a antiga casa dos Baker e que ele estava a tratar das reformas. O que a deixou à beira da histeria foi o comentário de Amos acerca de Sam estar a destruir praticamente todos tabiques do último andar.

    Oh, não! O seu diário estava lá, aquele que escrevera nos seus anos de liceu. Preso no interior de um tabique de um dos quartos, com o seu nome em letras brilhantes na capa e o de Sam praticamente em todas as páginas. Em algumas, rodeado de um coração.

    Até há um minuto, quase se esquecera da sua existência. Agora, a simples ideia de Sam MacInnes o encontrar aterrava-a.

    Nem sequer recordava o que escrevera. Só que no Verão em que fizera dezasseis anos, estando Sam a estudar na Universidade, passara o Verão a trabalhar na quinta do seu tio e despertara o coração dela e inspirara-lhe um monte de sonhos e de fantasias que ela se ocupou de descrever página após página com tantos pormenores que se a sua mãe o tivesse encontrado em sua casa tê-la-ia esfolado viva.

    Fora por isso que o escondera em casa de Michelle Baker, a sua melhor amiga, depois de descobrir que o velho moinho abandonado também não era um lugar seguro para os seus segredos. Infelizmente, quando puseram o diário no buraco que havia entre dois tabiques, o caderno deslizara até ao chão e nunca conseguiram voltar a recuperá-lo, apesar de todas as suas tentativas.

    – Kelsey, as panquecas – recordou-lhe a sua mãe, empurrando as portas da cozinha antes de sair para a sala de jantar.

    – Porque se demorará tanto? – Kelsey ouviu Amos a comentar quando pousou os pratos com as jaquecas na janela que comunicava a cozinha com a sala de jantar. – A esta hora já costuma estar aqui.

    – Sam – foi a resposta paciente de Charlie, olhando para o prato que Dora Schaeffer acabara de deixar à frente dele, – certamente terá ido a Saint Johnsbury. Ontem disse-nos que tinha de fazer outra viagem à carpintaria – explicou ao seu acompanhante. – Já lhe disse que aqui as coisas não estão tão à mão como na cidade. Terá de fazer uma lista e comprar tudo na mesma viagem.

    – Com o trabalho que faz, de certeza que está habituado a apontar imensas coisas.

    Charlie virou-se para o seu amigo e olhou para ele por cima dos óculos.

    – O que é que isto tem a ver com ser polícia?

    – Não é polícia. É detective, que não é o mesmo – explicou Amos com a mesma paciência, enquanto coçava o queixo coberto por uma leve barba grisalha de vários dias. – Digo que um homem que tem de procurar pistas e coisas assim sobre crimes e assassinatos terá de fazer listas para saber o que sabe e o que não sabe.

    A mãe de Kelsey esboçou outro sorriso paciente para os dois homens já reformados que se orgulhavam de conhecer tudo o que se passava na pequena vila de Maple Mountain e nos seus arredores.

    – Duvido que tenha ido a algum lado – garantiu aos dois. – Não acho que faça uma viagem tão longa sem tomar o pequeno-almoço antes. E tomou o pequeno-almoço aqui todos os dias desde que chegou há duas semanas.

    – Isso é porque adora a tua comida, Dora – indicou uma voz grave de uma das mesas. – Na verdade, Kelsey, tu também tens bastante jeito – elogiou o homem, levantando um dedo em sinal de aprovação. – Fico contente por te ver por aqui.

    Kelsey sorriu através da janela ampla para Smiley Jefferson, o carteiro de toda a vida de Maple Mountain que não perdera o costume de tomar o pequeno-almoço no café de Dora antes de iniciar o seu dia de trabalhar.

    – Eu também fico contente por estar aqui – afirmou ela.

    Pelo menos, até há alguns minutos.

    – Disseram-me que Drew e Kathy tiveram outro menino. Parabéns! – exclamou, com um sorriso.

    – Finalmente, deram-lhe um neto – comentou o proprietário da único bomba de gasolina da cidade, que estava sentado noutra mesa. – Mas não lhe peças para te mostrar as fotografias ou hoje ficaremos sem correio.

    No café de Dora, onde todos os clientes se conheciam, não existiam conversas privadas e todos formavam uma espécie de grande família na qual todos ajudavam todos, apesar das falhas e defeitos de cada um. E todos mexericavam acerca dos assuntos alheios por igual.

    Naquele momento, a porta principal do café abriu-se e todos os presentes levantaram ou viraram a cabeça para ver quem era. Como sempre. Daquela vez Kelsey também o fez e sentiu um nó no estômago.

    Depois de terem passado doze anos desde que vira Sam MacInnes pela última vez, a sua imagem era apenas uma lembrança longínqua na sua memória, mas assim que o viu aparecer soube que era ele.

    Apesar de ter sido uma adolescente impressionável e ingénua de dezasseis anos que sempre vivera muito protegida numa pequena vila de Vermont quando se apaixonara por ele e naquele momento ser uma mulher feita, mais sofisticada e com muita mais experiência, ao vê-lo percebeu que não estava preparada para o ver. Tinha quase dois metros de músculo e de testosterona, vestia uma velha t-shirt de algodão com as iniciais do departamento de polícia de Nova Iorque e umas calças de ganga desgastadas e entrava no restaurante com passos seguros e um sorriso nos lábios.

    O homem dominava totalmente o espaço e conseguia atrair a atenção de todos sem fazer o menor esforço, pensou Kelsey enquanto o via cumprimentar os presentes com naturalidade.

    Não o recordava com o cabelo tão moreno, de um tom tão escuro que quase parecia preto. E nos olhos cinzentos havia uma intensidade precavida e serena que não fazia parte das suas fantasias. No entanto, o que mais a surpreendeu nele foram as linhas que se marcavam no seu rosto, antes atraente, mas que agora lhe davam um halo de poder e de controlo, até mesmo de perigo.

    Os seus olhares só se encontraram durante uma décima de segundo. Ela afastou o dela e escondeu-se atrás da parede.

    Ao pensar que era possível que ele já tivesse encontrado o diário ficou atordoada.

    – Bom dia, Sam – ouviu o tom de voz alegre da sua mãe do outro lado da janela. – Ainda bem que vieste. Estes dois estavam a começar a preocupar-se contigo – informou, com um sorriso de cumplicidade.

    Dora deixou uma chávena de café fumegante no balcão à frente dele.

    – Acabei de lhes dizer que não te irias embora sem tomar o pequeno-almoço. O que vais procurar à carpintaria?

    – Painéis de quatro por dois – respondeu ele. – Mas só irei quando acabar de arrancar os tabiques do último andar e quando vir do que preciso mais. Encontrei mais madeira podre do que pensava.

    – Porque o telhado estava muito mal – comentou Amos. – Os Baker mudaram-no para poderem vender a casa, mas suponho que antes entrava água.

    – Disseram a Megan, sim – respondeu Sam, falando pela sua irmã. – Mas não se importou. As crianças adoraram a casa.

    – Não é de estranhar – replicou Dora, pousando os talheres no balcão. – É um lugar lindo, com o riacho e as árvores. Kelsey adorava ir lá quando a velha senhora Baker ainda era viva. Era amiga da sua neta. Na verdade – disse a proprietária do café ao seu último cliente, – Kelsey chegou ontem à noite, embora fosse tão tarde que mal tivemos tempo de falar, não foi, Kelsey? Kelsey?

    Dora virou-se para onde a sua filha estivera há apenas alguns instantes, mas não havia ninguém.

    – Kelsey, onde te meteste? Quero apresentar-te a alguém.

    Kelsey não respondeu. Protegida por uma parede de três metros estava demasiado ocupada a fechar os olhos, a abanar a cabeça e a desejar que a sua mãe não fosse tão sociável. Ainda que, a julgar pela sua reacção, estivesse muito claro que a sua mãe nem sequer suspeitava que ela conhecia Sam, disse Kelsey para si, espreitando para sorrir para o homem que a observava do outro lado do balcão.

    – Kelsey, apresento-te Sam, o sobrinho de Ted e Janelle Collier. Está aqui de férias a trabalhar na velha casa dos Baker para a sua irmã. Disse-te que tinham vendido a casa, não disse? – sem esperar pela sua resposta, Dora virou-se novamente para olhar para Sam. – Kelsey tem alguns dias de férias e veio ajudar-me. Não sei o que teria feito sem ela.

    As mãos de Sam eram grandes. Kelsey percebeu-o ao vê-lo rodear a chávena com uma delas. E o seu sorriso era agradável. Talvez um pouco reservado. E com um toque de sensualidade.

    Agora estava a olhar e a sorrir para ela e Kelsey, em pânico, concentrou-se novamente nas panquecas.

    – Ainda bem que pudeste contar com ela, Dora – disse Amos, à mãe dela. – Mas agora tens de contratar alguém até Betsy voltar.

    Dora abanou vigorosamente a cabeça e sorriu ao recordar a sua ajudante, Betsy Parker, que acabara de ser avó de dois gémeos e tivera de ir ajudar a sua filha e o seu genro, precisamente na semana com mais trabalho de todo o Verão.

    – Não será necessário – garantiu, com firmeza. – Só tenho de me habituar a usar esta coisa – murmurou, levantando o gesso. – Depois deste fim-de-semana ficarei bem. Enquanto isso, Kelsey ajudar-me-á a encher o congelador de comida no caso de Betsy precisar de passar mais tempo com os seus netos.

    Relaxando a expressão, a proprietária e empregada do pequeno café virou-se novamente para olhar para Sam e continuou a falar.

    – Tu costumavas vir cá quando a minha filha estava no liceu – recordou-lhe. – Então, ela ajudava-me com as mesas. Talvez te lembres de a ter visto por aqui.

    Kelsey sabia que nas palavras da sua mãe não havia nenhuma intencionalidade. Dora comportava-se assim com todos, mas naquele momento o que menos lhe apetecia era que a sua mãe fizesse com que Sam se lembrasse da sua existência.

    – Claro – concordou ele, embora pelo seu tom de voz fosse evidente que o dizia por cortesia. – A tua mãe disse-me que agora vives em Scottsdale. És cozinheira?

    – Pasteleira – explicou ela, sem conseguir pensar em mais nada.

    Um esboço de sorriso apareceu novamente nos lábios masculinos.

    – Eu adoro bolo de maçã. Farás algum enquanto estiveres aqui?

    – Certamente – respondeu ela.

    Observando-a por cima do vapor que subia da chávena de café, Sam arqueou uma sobrancelha.

    – Tens jeito para as panquecas?

    Kelsey achava difícil manter o contacto visual com ele. Não recordava os pormenores, mas estava bastante certa de que muitas das coisas que escrevera sobre ele no diário tinham a ver com o facto de ser atraente e musculado. Aqueles músculos agora pareciam tão duros como o granito que se extraía na pedreira dos subúrbios da cidade e irradiavam uma espécie de tensão que lhe dava um aspecto mais impaciente do que relaxado.

    E ela estava muito consciente de que estava a fazê-lo sentir o mesmo.

    – Mais ou menos.

    – Come sempre uma dose completa, quatro ovos, torrada integral e duas fatias de bacon – continuou a sua mãe, aproximando-se de uns turistas que acabavam de entrar com os seus dois filhos. – Sentem-se onde quiserem – indicou, apontando para as mesas com um gesto

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