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Fera
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Ebook108 pages1 hour

Fera

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Um relato moderno da Bela e a Fera pelo autor best-seller do USA Today, Sky Corgan

Meu trabalho é matar pessoas. Se elas tiverem sorte, eu apenas lhes dou uma surra. É raro que elas tenham sorte.

Eu sei que eu trabalho para um tirano. Qualquer um que tenha o azar de tirar George Lynch do sério deve saber que está com os dias contados. Eu sou a arma em seu coldre, aquela que ele saca para resolver os ‘problemas’. Aquela que ele usa para não precisar sujar suas próprias mãos.

Ele me salvou de uma vida de crimes que teria me levado para a cadeia. Agora, eu cometo crimes ainda piores que me levariam à pena de morte se eu for pego. George me tem na palma da mão. Acho que nós dois temos sorte de eu nunca me cansar de matar.

Por isso eu não entendo o porquê dele ter me alocado a esse pequeno projeto. Sequestrar uma garota e mantê-la presa em uma de suas casas com todo conforto de um animalzinho de estimação mimado.

Esse serviço deveria ser fácil. Kendall deveria ser um ratinho submisso.  Eu achei que ela obedeceria todos os meus comandos.

Eu estava errado.

Agora estou envolvido em algo que poderia me custar tudo. Ter que escolher entre o amor e a minha própria vida. Será que vale a pena? Porque quem poderia amar uma fera?

Esta é uma história independente, sem trapaças e um final feliz para sempre.

LanguagePortuguês
PublisherBadPress
Release dateNov 4, 2018
ISBN9781547549931
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    Book preview

    Fera - Sky Corgan

    CAPÍTULO UM

    FERA

    ––––––––

    Meu trabalho é matar pessoas. Se elas tiverem sorte, eu apenas lhes dou uma surra. É raro que elas tenham sorte.

    Eu sei que eu trabalho para um tirano. Qualquer um que tenha o azar de tirar George Lynch do sério deve saber que está com os dias contados. Eu sou a arma em seu coldre, aquela que ele saca para resolver os ‘problemas’. Aquela que ele usa para não precisar sujar suas próprias mãos.

    Matar me dá um barato que nada jamais deu. Saber que eu consigo sair impune é quase tão excitante. Eu faço o serviço, e George apaga meus rastros como se eu nunca tivesse estado lá. Nós somos um time, no sentido de que ele me paga para fazer um serviço. Nós cuidamos um do outro, porém não somos amigos.

    Ele me salvou de uma vida de crimes que teria me levado para a cadeia. Agora, eu cometo crimes ainda piores que me levariam à pena de morte se eu for  pego. George me tem na palma da mão. Acho que nós dois temos sorte de eu nunca me cansar de matar.

    Por isso eu não entendo o porquê dele ter me alocado a esse pequeno projeto. Sequestrar uma garota e mantê-la presa em uma de suas casas com todo conforto de um animalzinho de estimação mimado. Esse é um serviço para um de seus lacaios. Não eu. Não o seu braço direito.

    Você já bateu em uma mulher? George pergunta, sentado de frente pra mim em seu escritório. O charuto em sua boca foi fumado até o talo. Ele me ofereceu um mais cedo, mas eu educadamente recusei. Ele fuma dos bons, mas eu parei há alguns anos. O fato de ter me oferecido um significa que esse trabalho vai exigir extrema cautela.

    Não. Eu tento não deixar que a fumaça no ar me incomode. O vício está sempre ao meu lado. Nunca vai embora de fato.

    Você provavelmente vai querer depois disso. George bufa, soltando o que restava de seu charuto. Eu olho fixamente para a fumaça enquanto ela se dissipa, pensando em todas as vidas que eu reivindiquei – vendo a luz se esvair de seus olhos. É como assistir a alma deixar o corpo. Espero que não exista céu nem inferno, porque senão estou ferrado.

    Por que eu? Faço a única pergunta que me importa no momento. Eu não me interesso por esse tipo de serviço. Com certeza não teria sido voluntário.

    Porque eu confio em você.

    Foi uma resposta simples demais. George tem muitos empregados em quem ele confia. Eu não sou ninguém especial.

    Com todo respeito, senhor, eu prefiro ser alocado a fazer algo em que eu seja bom. Como atirar em um empresário à 200 metros ou colocar uma bala na cabeça de um político enquanto ele transa com uma prostituta ao invés de sua esposa.

    Você será bom nisso porque eu digo que sim. Ele me lança um olhar que sugere que eu não devo discutir. Eu preciso que você faça isso pois você é intimidador. Eu preciso que você faça isso pois você não é um estuprador. Vamos controlar a garota com medo. Eu não a quero machucada pois podemos precisar dela no futuro. E quem melhor em botar medo em seu coração do que A Fera.

    Eu reviro os olhos ao apelido que adquiri na época em que eu lutava, a época em que George ficou interessado em mim pela primeira vez. Se intimidação é o que ele quer, então é isso que ele vai ter. A palavra ‘grande’ me define em todos os sentidos, maior do que a maioria dos homens com os meus quase dois metros de altura. Quando não estou ocupado arrebentando crânios, estou ingerindo calorias e levantando peso na academia. Competição de fisiculturismo é um passatempo quando tenho tempo. Eu normalmente tenho bastante tempo entre um serviço e outro, e graças à generosidade de George, eu nunca tenho que me preocupar em achar outra coisa enquanto aguardo meu próximo serviço. Em retrospecto, eu deveria ser grato ao que ele me oferece porque eu sei que o pagamento é bom. Me permite viver como um rei ao invés de sobreviver com um emprego regular de 8 horas por dia.

    Quem é ela? Eu pergunto, não que faça diferença. Um serviço é um serviço.

    O pai dela é Shane Deridder. Reconhece esse nome? Ele levanta suas sobrancelhas cabeludas e brancas, esperando que eu reconheça.

    Não. Eu balanço a cabeça.

    Seu rosto mostra frustração. Ele é um cientista especialista em nanotecnologia. Ele criou nano-robôs com capacidade de curar feriadas fatais em questão de segundos. Eu quero a patente dessa tecnologia, mas ele se recusa a vendê-la apesar de minha generosa oferta. Sem explicações necessárias, um pouco de persuasão será necessário.

    Eu demonstro entendimento. George tem suas mãos em vários recipientes. Ele construiu um império – é dono de mais da metade das empresas farmacêuticas e de equipamentos médicos do país, sem contar com seus outros investimentos. Sua fortuna é vasta, tão qual sua corrupção.

    Sequestrar a princesa, trancá-la em uma torre, e aguardar seu pai vomitar a patente. Está bem claro. Eu limpo a poeira grudada no braço da poltrona sem forro em que eu me sento.

    Bem, não só trancá-la. Ele sorri. Ela é nossa convidada. Eu a quero tratada como tal. Não quero dizer que quero que ela se lembre de nosso tempo com carinho, só não quero que ela pense que eu sou um tirano sem coração. Gostaria de ver o local?

    Eu concordo, esperando que ele não me deixe preso em uma cabana de madeira no meio do nada. Apesar de que, qualquer que seja o local, eu não tenho escolha. Desconforto faz parte do trabalho. Eu já fiquei em uma torre com temperaturas extremas por quase uma semana esperando para acabar com um dos meus alvos. Teve horas que eu achei que fosse morrer por causa do calor antes de conseguir dar um bom tiro nele.

    George me envia o endereço da casa de Shane Deridder e uma foto da garota. Em seguida ela manda que seu motorista nos aguarde lá fora para que ele possa nos levar ao local onde a garota e eu ficaremos enfurnados enquanto esperamos que seu pai renda a patente. Eu olho a foto a caminho do nosso destino, prestando pouca atenção nas brincadeirinhas que George faz para passar o tempo.

    Garota bonita. Cabelos castanhos, longos e ondulados. Grandes olhos, porém suaves. Ela olha diretamente para câmera, suas mãos cruzadas em seu colo. Essa foto ou foi tirada em um estúdio, ou é uma daquelas fotos oficiais tiradas na escola.

    George. Eu viro a tela do meu celular em sua direção. Ela é maior de idade ou esse vai ser um serviço de babá?

    Por quê? Ficou interessado? Ele se inclina em minha direção com a intenção de me provocar.

    Eu sou um homem de sangue quente. Eu tenho interesse em qualquer coisa meio atraente com uma abertura no meio das pernas. Porém, eu não tenho interesse algum em me envolver com um serviço, independente de quão atraente ela seja.

    Ela é maior de idade. Ele olha pra baixo em direção a foto. Acabou de virar, não se apegue. Não foi uma sugestão.

    Eu bufo. Como se eu fosse capaz de me apegar. A vida de assassino me tornou emocionalmente morto por dentro. Eu não tenho um relacionamento significante desde antes de conhecer George. E eu não pretendo arriscar a minha carreira de assassino profissional por um pedaço de carne.

    Depois de uma hora de viagem, saímos da estrada principal e pegamos algumas ruas secundárias antes de cairmos em uma estrada de terra a caminho da floresta.

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