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No Fim – Uma história pré-apocalíptica
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No Fim – Uma história pré-apocalíptica
Ebook245 pages3 hours

No Fim – Uma história pré-apocalíptica

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About this ebook

Quatro estudantes universitários vão às montanhas do Colorado para aproveitarem duas semanas de descanso, relaxamento e curtirem o inverno nas pistas de esqui. No entanto, eles acabam presenciando o fim do mundo, ao saber que a cidade de Denver foi destruída por uma explosão nuclear, logo após a chegada deles.

Sem eletricidade, telefones celulares ou outro meio de comunicação, eles estão isolados no topo de uma montanha, sem conseguirem saber o que está acontecendo em outras partes do país.

Foi um acidente nuclear ou um ataque intencional? Acontecera somente em Denver ou era o início da Terceira Guerra Mundial?

Com a ausência da aplicação da lei e de punições empregadas pelo sistema de justiça, aqueles com instintos criminosos e antissociais estão livres para fazerem o que quiserem. As antigas garantias de vida, liberdade e busca pela felicidade acabaram. Agora, cabe a cada um prover e assegurar essas garantias para a própria sobrevivência...

...Ou morrer tentando.

LanguagePortuguês
Release dateNov 23, 2018
ISBN9781386009672
No Fim – Uma história pré-apocalíptica

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    No Fim – Uma história pré-apocalíptica - Edward M Wolfe

    NO FIM

    Uma história pré-apocalíptica

    Edward M Wolfe

    Esta é uma obra de ficção. Todos os personagens, organizações, eventos e locais retratados nesta história são produtos da imaginação do autor ou usados de forma fictícia.

    ISBN: 9781496176127

    ––––––––

    Copyright do texto © por Edward M Wolfe, 2013

    Arte da capa por Amygdala Design

    Todos os direitos reservados

    http://edwardmwolfe.com

    DEDICATÓRIA

    Shaelee and Zachariah,

    Eu amo vocês, caras! Espero que nunca tenham uma experiência apocalíptica fora das páginas de ficção.

    É proibido matar, portanto, todos os assassinos são punidos, a menos que matem em grande número e ao som de trombetas. — Voltaire

    Parte 1

    Primeiro Ataque

    Capítulo 1

    — Se esta é a Terceira Guerra Mundial, não é tão ruim quanto pensávamos — disse Jim. Os que estavam mais próximos dele, Josh e Hailey, não comentaram nada.

    Eles estavam no primeiro andar de uma cabana localizada a oeste de uma montanha, onde todas as janelas eram viradas para o leste, atrás de Denver.

    Angela, que estava sentada no outro lado da sala, observava pela janela uma nuvem em forma de cogumelo, surgindo no horizonte. Ela virou-se para Jim e disse: — Você está maluco?!

    Jim inclinou a cabeça, ajeitou as sobrancelhas, enquanto a olhava calado.

    — Milhões de pessoas podem estar mortas ou morrendo neste exato momento — exclamou ela.

    — Você fala como se fosse uma coisa ruim — disse ele, levantando-se do chão e alongando suas costas, inclinando-se o máximo que pôde. — Eu vou ver se encontro um rádio. — Ele caminhou até as escadas que o levava ao andar de cima.

    — Você é muito idiota. — Angela fuzilou-o com os olhos, enquanto ele passava na sua frente.

    — Estou só procurando um rádio. Minha nossa! Fique calma, Angela. Imagine como nossas férias seriam divertidas. Não seria incrível?

    Estivera a ponto de gritar com ele nas escadas.  — Que merda, Jim! Volte para a realidade! — Por um instante, pensou que era dessa maneira que Jim lidava com as coisas. Talvez precisasse ser tolerante, mas ainda estava chateada com os comentários feitos por ele. Angela virou-se para Josh e Hailey e perguntou: — Vocês acreditam nele?

    Josh, lentamente, negou com a cabeça. Hailey inclinou-se e encostou a cabeça no peito de Josh, chorando até adormecer. Ele a retribuiu, acariciando os cabelos dela, enquanto apresentava um olhar vago e distante.

    Quando Jim chegou ao topo da escada, hesitou por alguns segundos antes de abrir a porta, pensando que poderia estar em contato com uma radiação nuclear, mas essa hipótese foi rapidamente descartada. A nuvem de cogumelo estava muito longe para atingi-los na montanha. Estava certo disso, então abriu a porta e aspirou o ar, sorrindo e achando como poderia ser tão estúpido. Jamais seria possível ser contaminado pela radiação.

    Atravessou a porta, dobrou à direita e entrou na cozinha. Não havia nenhum som vindo da cabana ou do lado de fora. Não havia muitos vizinhos na redondeza; a área ficava próxima a um resort para esquiadores iniciantes, mas ainda assim, às vezes dava para escutar alguém cortando lenha, um barulho de um veículo para retirar neve ou carros com correntes nos pneus.      

    Olhou para o visor LCD do relógio do micro-ondas que deveria informar as horas, mas estava totalmente apagado. Poderia também estar quebrado ou desligado da tomada. Ele mexeu no interruptor de luz da cozinha, mas nada aconteceu. Jim ainda não estava convencido; pensou racionalmente. Talvez uma ou várias lâmpadas estivessem queimadas. Se encontrasse o rádio, teria uma noção real da situação.

    Lembrou que tinha visto um rádio logo que chegaram, sendo assim, procurou em cada canto da casa. Tentou focar seus pensamentos em Denver. Era quase certo de que lá, tenha ocorrido uma explosão nuclear.  Ele precisava puxar da memória. Lembrava vagamente do rádio em uma prateleira empoeirada. Mas, onde foi?

    Pensou ter sido na cozinha, mas não estava lá. Seguiu até o outro lado, deparando-se com duas portas fechadas de um pequeno salão. Uma delas dava acesso a um quarto vazio. A outra, para uma lavanderia.

    Agora, recordou. O rádio estava em uma prateleira em cima da máquina de lavar. Ele entrou no quarto e percebeu que o cabo elétrico do rádio estava conectado a uma tomada. Jim girou todo o botão de volume/power  para a direita. Não havia som. Em seguida, girou o botão sintonizador. O indicador vermelho caminhou em pequenos ruídos a cada movimento de seus dedos, da posição inicial 540 até a 1600 na outra extremidade.  Nada aconteceu, o aparelho permanecia silencioso.

    Jim verificou se as baterias estavam desconectadas, testando-as, enquanto o rádio estava ligado na tomada. Houve um pequeno chiado, fazendo-o pensar que o rádio estava ganhando vida. Mas, quando ele escutou outro barulho, percebeu que o som vinha de algum lugar lá fora. Ele virou o rádio e tirou a tampa traseira. Havia baterias, mas como não sabia se estavam em bom estado, voltou à cozinha para procurar por outras.

    Outro barulho ecoara, e desta vez o reconheceu como o disparo de uma pistola de pequeno calibre. Um assalto? Jim franziu a testa com este pensamento. Não pode ser. Não é possível que haja assaltantes aqui. Pelo menos ainda. Deu meia volta, atravessou o quarto principal e saiu da cabana, sem pensar na radiação que poderia atingi-lo. Do lado de fora, tentou sentir o cheiro de pólvora no ar, mas só identificou o aroma de abetos e pinheiros.

    Observou ao redor, imaginando de onde o barulho poderia ter vindo. À sua esquerda, na estrada, havia outra cabana a poucos quilômetros de onde ele estava. Pensou que o barulho poderia estar vindo de lá.  Não tinha a certeza de que era um tiro, mesmo assim, pressentiu que deveria checar.

    O tempo estava frio e ele não estava usando casaco, mas de forma alguma pensou em voltar à cabana. Se alguém tivesse disparado três vezes, alguma coisa poderia estar acontecendo, e  isto seria muito ruim.

    Jim começou a correr com o objetivo de chegar à outra cabana. Ele não se atentou  em olhar antes de atravessar a estrada. A rua estava muito silenciosa e não havia sinal de carros. Jim acelerou os passos, enquanto se aproximava da porta da frente. Pensou que tinha escutado algo do lado de dentro. Quanto mais perto se aproximava da cabana, mais nítido o barulho se tornava. Parecia o som de um garoto gemendo ou reclamando. Imaginou ser uma criança deficiente mental portando uma arma. Esta poderia ser uma situação propícia para um desastre... Jim cantara mentalmente a versão da música de uma comediante chamada Julie Brown. 

    Corre todo mundo. O retardado tem uma arma.

    Ele sorriu, embora pensasse que isto não era nem um pouco engraçado. Jim nunca soube o momento de usar as palavras mais apropriadas para cada situação. Deixava sempre sua mente levá-lo para o lado mais divertido. O gemido ecoou novamente. 

    Começou a espancar a porta de madeira até sua mão sangrar. Agarrou a aldrava de bronze e bateu contra a placa de metal algumas vezes; depois a soltou. O gemido agora era mais alto e intenso. Jim estava certo de que alguma coisa lá dentro não estava bem.  Parecia que alguém precisava de ajuda. Ele tentou a maçaneta. Girou-a, abrindo a porta e descobriu de onde estava vindo o som estranho.

    Havia duas pessoas lá dentro. Uma soltava um gemido, a outra estava em silêncio. Deitada sobre um tapete de pele de urso, em frente à lareira quente, estava uma mulher jovem loira. Mais longe da lareira e perto de Jim, um homem encontrava-se deitado no chão, girando lentamente em círculos. Ele sangrava na cabeça e parecia tentar se locomover com o pé direito, enquanto estava deitado de lado. O homem colocava o pé no chão e tentava obter tração. Seu corpo rolava no piso lustrado de madeira. Os braços permaneciam inertes no chão e cada vez mais que tentava usar o pé para se locomover, seu tronco girava em sentido anti-horário. Esta tentativa de manobra causava dores dilacerantes em seu corpo.

    — Que merda você está fazendo? — perguntou Jim.

    A perna sem ferimento girou o corpo dele mais um pouco, devido ao susto que levara com a voz de Jim. Em seu campo de visão já dava para ver Jim olhando para o moribundo. Agora, seus gemidos eram mais intensos. Seus olhos se arregalaram quando viu que a arma não estava muito longe dele, mas ainda fora de alcance, já que não podia movimentar os braços. Olhou para a arma, depois para Jim e sussurrou duas sílabas: — Ooooo ee.

    Repetiu-as diversas vezes. Embora seu rosto estivesse congelado, conseguiu com muito esforço abrir um dos lados da boca. Jim percebeu que o homem estava tentando lhe falar algo muito sério. O sangue escorrendo na têmpora do moribundo mostrava claramente que ali tinha acontecido um assassinato-suicídio fracassado. De alguma forma, tinha falhado parcialmente, pois uma mulher parecia estar sem vida.

    Com mais um movimento, o homem conseguiu alcançar a arma com o pé, chutando-a em seguida em direção a Jim. Estava mais claro agora o que Ooooo ee significava. O homem queria que terminassem o trabalho que começara. — Atire em mim! — implorou o moribundo. As palavras saíram quase que incompreensíveis. 

    — Dane-se! — vociferou Jim. Deu meia volta e saiu bem irritado. Depois do que aquele bastardo tinha feito com a mulher loira, não merecia nenhum tipo de ajuda. Ele merecia sofrer e morrer. Jim estava tão irritado que pensou em voltar e atirar no maldito com sua própria arma para descarregar toda a sua raiva, mas recusou em fazer isso por misericórdia.

    Eles eram obviamente um casal e teriam ido à cabana juntos, talvez para ter um momento mais íntimo. O acidente aconteceu e o cara ficou apavorado. Passou pela cabeça de Jim que eles poderiam ter tramado um suicídio, mas esta hipótese foi logo descartada quando percebeu que a mulher havia sido baleada na parte de trás da cabeça. O bastardo decidiu por si só que tinha que acabar com tudo. Essa deveria ter sido a escolha dele.

    Olhou sobre o ombro e gritou: — Imbecil!

    Capítulo 2

    Angela estava parada no portão da garagem, com os braços cruzados para tentar amenizar o frio que sentia, quando viu Jim saindo da outra cabana. Ela tinha medo de que alguma coisa tivesse acontecido com ele, mas respirou aliviada ao saber que estava são e salvo.

    — O que você está fazendo aí fora? Aconteceu alguma coisa? Pensei ter escutado tiros depois que você saiu do quarto.

    Jim ficou parado, olhando para o chão, sem respondê-la absolutamente nada.

    — Jim, o que aconteceu?

    — Você não vai querer saber — ele respondeu, enquanto passava por trás dela.

    — Jim! O que aconteceu? — voltou a perguntar, virando-se para ele.

    Ele parou, virou-se e disse: — Já falei, você não vai querer saber! 

    — Claro que eu quero saber, Jim. Como se não bastasse ter perguntado duas vezes.

    — Vamos voltar para a cabana. Podemos falar sobre isso lá. Você vai congelar. — Jim gostaria de ter trazido um casaco para dar a ela, mas ambos foram inconsequentes e não se protegeram do frio.

    Sentiu seu sangue ferver de raiva por causa do assassinato da mulher loira, mas ter Angela por perto lhe causava um efeito calmante. Jim colocou o braço na cintura dela e caminharam para a cabana. Ela não reagiu, mesmo não estando feliz com ele.

    Eles se surpreenderam quando chegaram à cabana e viram que Josh e Hailey não estavam mais no sofá, pois agiam como pessoas normais novamente. Juntaram todas as suas coisas e as levaram para o andar de cima. Pareciam estar prontos para irem embora.

    — O que está acontecendo com vocês, pessoal? — Angela indagou.

    — Estamos voltando para casa — respondeu Hailey. 

    — Nossas férias estão uma droga, então não vejo razão em ficarmos aqui duas semanas — Jim lançou um olhar a Hailey e pensou no comentário infeliz da moça. Ele balançou negativamente a cabeça, passou por eles e desceu as escadas.

    — Vocês estragaram tudo! — murmurou, enquanto descia.

    Angela encarou Jim e desviou o olhar para Hailey, sem expressar uma palavra no momento.

    — Hailey! Tudo está acabado! Aquilo foi uma bomba nuclear. Presta a atenção no que estou dizendo — disse Angela.

    — Angela, eu sei que alguma coisa muito ruim está acontecendo em Denver, mas moramos em Boise e estamos voltando para casa. Se você quiser ficar aqui para esquiar, é uma decisão sua — Hailey vasculhou a sal—a para verificar se ainda havia algo dela perdido por lá. Pegou a revista People em cima da mesa com uma lâmpada, próxima. Virou-se para Josh e disse: — Acho que isso é tudo. Você está pronto?

    Josh que estava a poucos metros da entrada, consentiu lentamente. Sua expressão não mudara desde que viu a nuvem de cogumelo crescer e se expandir em Denver.

    — Nos vemos em Boise, Angela — Hailey andou até a porta, abriu-a, virou-se para Josh e perguntou: — E aí, vamos nessa?  Ele respondeu feito um robô saindo do modo stand by; pegou duas das quatro malas, enquanto Hailey o esperava na entrada. Ela pegou as outras e as levou para fora.

    Angela estava atordoada. Suas férias realmente estavam sendo um fiasco? Eles já iriam para casa agora? Estavam ficando loucos? Jim falou uma grande besteira, mas, na verdade, sabia exatamente o que estava dizendo e fazendo. Angela correu atrás dos amigos, sentindo que deveria trazê-los a realidade.

    — Ei, pessoal! Poderíamos estar agora diante de uma Terceira Guerra Mundial. Vocês não podem simplesmente pegar o carro e voltar para Boise. Outras bombas podem estar explodindo em vários lugares e é provável que aqui seja o lugar mais seguro no momento. Estamos no topo de uma montanha assustadora. Ei, estão me ouvindo?

    Josh abriu a porta do bagageiro do seu Isuzu Rodeo e levantou as malas, alternadamente. Hailey colocou as delas debaixo das de Josh, que a olhou obediente como se aguardasse novas instruções.

    Se ela não dissesse nada, era bem possível que ficasse ali parado até de manhã esperando um novo comando.

    — Hailey! — exclamou Angela, aproximando-se.  — Vocês não podem ir embora. Mesmo que Boise seja segura, é muito arriscado dirigir por aí. Você acha que podem sair como se nada tivesse acontecido em Denver? Por favor, pensem sobre o que estão fazendo.

    — Vamos! — Hailey ordenou Josh. — nunca mais vou querer pisar aqui novamente — Josh roboticamente atendeu a seu comando. Ele afastou-se dela e se colocou ao lado do assento do motorista.

    Angela, por fim, entendeu o que estava errado com eles. — Hailey! — gritou de novo, enquanto sua amiga abria a porta do passageiro.  — Escute! Você está enganada. Você não sabe o que está acontecendo. E Josh...Josh está em choque. Ele está perturbado. Vamos pessoal — ela implorou. — Por favor, voltem para a cabana. Vamos conversar e tentar descobrir o que estão falando sobre isso nos noticiários, está bem? Estou congelando. Vamos entrar e escutar as notícias.

    Hailey foi se acomodando no banco do passageiro, olhou para Angela e se despediu: — Adeus, Angie. Diga a Jim que eu agradeço por ele ter acabado com nossas férias — bateu a porta. Angela pôde observar Hailey girando a cabeça para Josh e dizer algo, que não conseguiu ouvir.  Um segundo depois o carro foi ligado. As luzes brancas e pequenas se acenderam na parte traseira. O veículo se movimentava em direção à estrada e, por um instante, as lanternas do freio foram acionadas, mas rapidamente o motor rangeu para que eles ganhassem velocidade e seguissem o caminho.

    Angela ficou parada olhando fixamente toda a cena, confusa, até que não conseguiu mais ver o carro. — Inacreditável — murmurou para ninguém.

    Capítulo 3

    Angela ainda olhava para a estrada quando escutou a porta da cabana abrir. Jim saiu deixando a porta bater sozinha. — Entre, você vai congelar! — Ele passou por ela, cruzando a calçada na diagonal.

    — Onde você está indo? — perguntou ela, percebendo que ficaria sozinha, caso

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