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Ficcionais
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Ficcionais

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Organizado em comemoração aos cinco anos do suplemento Pernambuco, da Companhia Editora de Pernambuco, a obra reúne textos de 32 autores que colaboraram para a sessão Bastidores, falando sobre seus processos de criação, entre eles Rubens Figueiredo, conhecido tradutor do russo a escritora de livros infantis, Ana Maria Machado o escritor e crítico literário José Castello, entre outros.
LanguagePortuguês
PublisherCepe editora
Release dateJun 1, 2015
ISBN9788578582906
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    Ficcionais - Schneider Carpeggiani

    01_Rosto.png02_Guarda1.png

    © 2015 Companhia Editora de Pernambuco

    Direitos reservados à Companhia Editora de Pernambuco – Cepe

    Rua Coelho Leite, 530 – Santo Amaro – CEP 50100-140 – Recife – PE

    Fone: 81 3183.2700

    *

    F444

    Ficcionais : escritores revelam o ato de forjar seus mundos / Schneider Carpeggiani (organizador). – Recife : Cepe, 2015.

    1. Ficção brasileira – História e crítica. 2. Escritores brasileiros – Estilos. 3. Gêneros literários. 4. Criação (literária, artística, etc.). 5. Escritores brasileiros – Narrativas pessoais. I. Carpeggiani, Schneider.

    CDU 869.0(81)-3

    CDD B869.3

    PeR – BPE 012-0234

    *

    ISBN: 978-85-7858-290-6

    03_Guarda2.png

    Governo do Estado de Pernambuco

    Governador do Estado: Paulo Henrique Saraiva Câmara

    Vice-Governador do Estado: Raul Jean Louis Henry Júnior

    Secretário da Casa Civil: Antônio Carlos dos Santos Figueira

    Companhia Editora de Pernambuco

    Presidente: Ricardo Leitão

    Diretor de Produção e Edição: Ricardo Melo

    Diretor Administrativo e Financeiro: Bráulio Mendonça Meneses

    Conselho Editorial:

    Everardo Norões (Presidente)

    Lourival Holanda

    Nelly Medeiros de Carvalho

    Pedro Américo de Farias

    Produção Editorial: Marco Polo Guimarães

    Direção de Arte: Luiz Arrais

    Projeto Gráfico: Karina Freitas

    Revisão: Artur Ataíde

    Coordenação de Projetos Digitais: Rodolfo Galvão

    Designer do Projeto Digital: China Filho

    04_Guarda3.png05_Tarja_Prefacio.png

    Ao fazer a encomenda de um texto a um escritor, para uma das edições do Pernambuco, cometi a gafe de sugerir: Mas é uma crônica, se não aconteceu muita coisa nesse evento, você pode mentir e.... O correto seria ter dito criar. Ele riu e, meio que penalizado da minha inocência, foi direto ao me corrigir: Eu não minto; sou um autor de ficção. Pedi desculpas pelo engano e mudei de assunto com a objetividade típica dos que ainda não sabem como contornar uma falta e prosseguir.

    Isto é um prefácio. Não uma coleção de verbetes de dicionário. Mas duas rápidas definições são necessárias para que o leitor não seja vítima do erro banal, ainda que tão educativo, que eu cometi. A mentira é uma inclinação no sangue, a Mona Lisa do Museu do Prado, a proteção que nos resguarda de um sim ou não que ainda não sabemos como aceitar. Um atalho.

    A ficção é a mão segura, o olhar sábio, a memória invasora ou o esquecimento premeditado, iniciais e índices. A forma como apagamos as luzes ao sairmos de um cômodo. É quando deixamos algo para trás sem mais o calor do momento. Ficção e mentira suspendem a arrogância da verdade, mas atuam em universos distintos.

    Depois daquela gafe, jamais esquecerei a diferenciação tão objetiva entre mentira e ficção, que me levou a compreender melhor as ferramentas que regem o processo de ficcionalizar uma lembrança ou mesmo algo que, por desleixo, ou sorte, o destino ainda não fez acontecer.

    A proposta da coluna Bastidores, do Pernambuco, muitas vezes, pegou o convidado de surpresa: alguns afirmaram de pronto que não sabiam mais o que escrever sobre algo já definitivo, impresso, o morto do mostruário da livraria, mas acabaram cedendo; outros encenaram espanto diante da proposta e prometeram arrumar um jeito de cumprir a encomenda, mal escondendo o desconforto diante da provocação.  Houve, claro, aqueles que não tiveram medo de revelar o grau zero da escrita. Nesses anos todos, ainda que com dificuldades, ainda que com o receio da confissão, os nossos colaboradores foram primorosos ao lançar luzes e sombras sobre seus processos criativos.

    Na verdade, a coluna Bastidores é uma forma disfarçada, e com alguma pompa, de repetir aquela grande pergunta clichê, que Clarice Lispector tão bem respondeu com o fuzilamento de Por que você bebe água?, ou seja: Por que você escreve?. Talvez se tivéssemos lançado essa questão, que no fundo é a pergunta maior, o ser ou não ser do jornalismo cultural, não teríamos conseguido arrancar revelações tão inquietantes sobre o que implica escrever; sobre o que move alguém a passar meses, anos até, enfurnado na gestação de um universo paralelo sem qualquer rede de segurança de leitores ou editoras. Ficção também é solidão (para voltarmos aos verbetes de antes).

    Ao escrever esse prefácio, percebo que a coluna Bastidores é uma grande mentira, o eufemismo para não questionarmos de cara o Por que você escreve?. Mas nossa grande mentira teve excelentes rendimentos e merece o perdão: foi reunida nesse livro boa parte dos grandes escritores brasileiros em atividade. E mais: muitos deles falando de obras que se tornaram definitivas para nosso cânone literário. Com um resultado assim, prescindimos do mea culpa católico.

    Última questão: o título do livro, Ficcionais, faz referência e presta homenagem a Jorge Luis Borges, o homem que nos ensinou que tudo (tudo, menos uma mentira) pode ser ficção, ao intitular uma das suas obras mais poderosas de Ficções. Assim mesmo, sem floreios. A força do substantivo solitário, para comemorar os cinco anos do Pernambuco.

    Borges permitiu ao leitor escolher aquilo em que ele deseja acreditar (a crença na mentira não é escolha, mas cegueira ou necessidade). E é essa escolha, às vezes tão sinuosa, às vezes tão na contramão, que faz com que os tigres permaneçam à solta na biblioteca, como ele tão sabiamente já nos alertou.

    Acredite sempre, mas com cautela.

    *Schneider Carpeggiani é editor do suplemento Pernambuco.

    06_Cortina_autores.png07_bernardo.png

    O escritor carioca, em entrevistas, sempre se demonstrou preocupado com o status da ficção num mercado que ele considera fascinado por biografias e relatos reais. A partir do romance Nove noites (2002) passou a borrar os limites entre os gêneros literários, algumas vezes criando até falsas autobiografias, como é o caso de Mongólia (2003). Já foi vencedor de prêmios como o APCA e o Portugal Telecom. Também atua como crítico de arte e tradutor.

    08_Daniel.png

    No começo de sua carreira, iniciada no final dos anos 1990, o nome do escritor gaúcho era constantemente atrelado à (na época) chamada nova literatura da internet, por sua atuação constante em fanzines eletrônicos e portais. Entre seus trabalhos mais importantes estão o romance Mãos de cavalo (2006) e a graphic novel Cachalote (2010), produzida em conjunto com Rafael Coutinho. Traduziu para o português o clássico contemporâneo Trainspotting, de Irvine Welsh, ao lado de Daniel Pillizari.

    09_Alberto.png

    A cada novo livro, o escritor carioca parece querer surpreender seus leitores. Foi o caso do elogiado romance policial O senhor do lado esquerdo (2011), que procurou fazer uma antropologia artificial da identidade do Rio de Janeiro, afirmando que são os crimes o que melhor define uma cidade. Sua tradução de Os poemas suspensos – Poesia árabe pré-islâmica (2007) foi finalista do Prêmio Jabuti.

    10_michel.png

    Uma das questões que mais costumam pontuar as entrevistas desse escritor gaúcho é: Seu trabalho é memorialístico?. A inquietação da imprensa é compreensível: suas obras geralmente trazem uma primeira pessoa flagrada num momento de necessária e dolorosa confissão. Foi o caso do seu elogiado romance Diário da queda (2011), que trazia a marca da sua criação judaica. Laub atua ainda como crítico literário e assina uma coluna no blog da Companhia das Letras.

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    A escritora carioca, em 2011, tornou-se a segunda mulher a ser eleita presidente da Academia Brasileira de Letras. A primeira foi Nélida Piñon. Apesar de ser considerada uma das maiores autoras de literatura infantojuvenil no Brasil, o que lhe rendeu o Prêmio Hans Christian Andersen (espécie de Nobel da literatura infantil, em 2000), também tem uma vasta obra voltada ao público adulto e volumes de crítica literária. É o caso de Silenciosa algazarra (2011).

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    A prosa desse sergipano é famosa por envolver o leitor dentro da trama, como se ele fosse mais um dos personagens, tamanho é o seu teor dramático. Seu texto também é lembrado pelo uso de uma técnica literária bastante sofisticada. Doutor em Literatura Comparada pela Universidade de Nice, na França, é também tradutor. Em 2008, recebeu o Prêmio da APCA pelos contos de Cine privê.

    13_rubens.png

    Além da sua premiada obra literária, esse carioca é famoso por ser um dos principais tradutores do russo no Brasil. Entre suas traduções, constam três importantes obras da literatura russa: Anna Karenina e Guerra e Paz, ambos de Liev Tolstói, e Pais e Filhos, de Ivan Turgenyev, todas pela editora Cosac & Naify. O passageiro do fim do dia foi o vencedor do Prêmio Portugal Telecom e do Prêmio São Paulo de Literatura de 2011.

    14_santiago.png

    Esse paulistano é um dos nomes mais midiáticos da nova literatura brasileira, por suas entrevistas sempre polêmicas e irônicas.

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