Epistemologias da infância
5/5
()
About this ebook
Related to Epistemologias da infância
Related ebooks
Estudos com Crianças e Reflexões sobre a Infância Rating: 5 out of 5 stars5/5(Con)Viver a Educação: Relatos de Práticas Cotidianas no Núcleo de Educação Infantil Paulistinha Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOs Bebês e as coisas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDas pesquisas com crianças à complexidade da infância Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCriança e a Experiência Afetiva com a Natureza Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsLimites e possibilidades de escuta na Educação Infantil Rating: 1 out of 5 stars1/5Diálogos sobre Formação de Formadores da Educação Infantil Rating: 5 out of 5 stars5/5Formação continuada na educação infantil: Outros olhares sobre as crianças e as infâncias Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsExperiências Afetivas com a Natureza na Formação Inicial de Professores Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEducação Infantil - Um Guia para Educadores e Pais Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEducação Infantil na formação do pedagogo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPedagogia Social e Educação Social Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Educação Infantil e suas Especificidades: Diferentes Contextos da Educação Inclusiva Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsInfância e Seus Lugares: Um Olhar Multidisciplinar Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA "Criança-Problema" na Escola Brasileira Uma Análise do Discurso Pedagógico Rating: 4 out of 5 stars4/5Transição Escolar Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEducação em Direitos Humanos: Reflexões e Discussões em Coletânea Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsProfessor homem: o estrangeiro na educação infantil Rating: 5 out of 5 stars5/5A mediação das emoções em professores alfabetizadores Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO que as Crianças Pensam sobre as Deficiências Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPolíticas públicas de educação inclusiva e atendimento educacional especializado: reflexões à luz da teoria crítica Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEducação Especial e Teoria Histórico-Cultural: Contribuições para o Desenvolvimento Humano Rating: 5 out of 5 stars5/5Conteúdos para a Educação Infantil: Textos e Contextos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO PERÍODO DE ADAPTAÇÃO E OS OBJETOS TRANSICIONAIS NO PROCESSO: PESQUISA-INTERVENÇÃO EM UM CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE SÃO PAULO Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEducação Inclusiva: Quem se Responsabiliza? Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Formação de Professores no Contexto Hospitalar e Escolar:: Construtos Necessários Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEducação infantil Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEducação e culturas infantis: Crianças pequenininhas brincando na creche Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsIdeias orientadoras para a creche: a qualidade negociada Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsBrincar E Aprender Na Educação Infantil Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
Teaching Methods & Materials For You
Sexo Sem Limites - O Prazer Da Arte Sexual Rating: 4 out of 5 stars4/5Mulheres Que Correm Com Os Lobos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPiaget, Vigotski, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão Rating: 4 out of 5 stars4/5Sou péssimo em português: Chega de sofrimento! Aprenda as principais regras de português dando boas risadas Rating: 5 out of 5 stars5/5Jogos e brincadeiras na educação infantil Rating: 5 out of 5 stars5/5Aprender Inglês - Textos Paralelos - Histórias Simples (Inglês - Português) Blíngüe Rating: 4 out of 5 stars4/5Raciocínio lógico e matemática para concursos: Manual completo Rating: 5 out of 5 stars5/5Massagem Erótica Rating: 4 out of 5 stars4/5Jogos e Brincadeiras para o Desenvolvimento Infantil Rating: 3 out of 5 stars3/5Pedagogia do oprimido Rating: 4 out of 5 stars4/5A arte de convencer: Tenha uma comunicação eficaz e crie mais oportunidades na vida Rating: 4 out of 5 stars4/5A Bíblia e a Gestão de Pessoas: Trabalhando Mentes e Corações Rating: 5 out of 5 stars5/5Técnicas de Invasão: Aprenda as técnicas usadas por hackers em invasões reais Rating: 5 out of 5 stars5/54000 Palavras Mais Usadas Em Inglês Com Tradução E Pronúncia Rating: 5 out of 5 stars5/5Sou péssimo em inglês: Tudo que você precisa saber para alavancar de vez o seu aprendizado Rating: 5 out of 5 stars5/5Como Escrever Bem: Projeto de Pesquisa e Artigo Científico Rating: 5 out of 5 stars5/5Cérebro Turbinado Rating: 5 out of 5 stars5/5BLOQUEIOS & VÍCIOS EMOCIONAIS: COMO VENCÊ-LOS? Rating: 5 out of 5 stars5/5Aprender Francês - Textos Paralelos (Português - Francês) Histórias Simples Rating: 4 out of 5 stars4/5Ensine a criança a pensar: e pratique ações positivas com ela! Rating: 5 out of 5 stars5/5Manual Da Psicopedagogia Rating: 5 out of 5 stars5/5Ludicidade: jogos e brincadeiras de matemática para a educação infantil Rating: 5 out of 5 stars5/5Pense Como Um Gênio: Os Sete Passos Para Encontrar Soluções Brilhantes Para Problemas Comuns Rating: 4 out of 5 stars4/5Curso Básico De Violão Rating: 4 out of 5 stars4/5Temperamentos Rating: 5 out of 5 stars5/5
Reviews for Epistemologias da infância
1 rating0 reviews
Book preview
Epistemologias da infância - Eliseu Riscaroli
Editora Appris Ltda.
1ª Edição - Copyright© 2017 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.
Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.
Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
PREFÁCIO
Quando fui chamada a fazer este prefácio, inicialmente me senti honrada e envaidecida, uma vez que sou uma admiradora do trabalho desenvolvido pelo professor Dr. Eliseu Riscaroli. Deliciei-me em ler cada capítulo, e apesar de trabalhar com crianças e pré-adolescentes há quase 20 anos, podem ter certeza, aprendi muito em cada uma das temáticas aqui abordadas.
Ao final da leitura dos capítulos, percebi a importância e a responsabilidade em prefaciar este livro, e verifiquei o quão complexa é essa temática, muito mais do que eu já imaginava ser.
Verifiquei que ao se falar sobre o universo infantil, é necessário fundamentar-se, em primeiro lugar teoricamente, principalmente porque estamos lidando com um ser em desenvolvimento em áreas diversas.
É necessário que haja clareza, pois muito mais do que alimentar, trocar e cuidar de forma assistencialista, como muito já se fez no passado, é necessário atentarmos para seu desenvolvimento físico, perceptivo, da linguagem, do pensamento, da personalidade, dos relacionamentos sociais, do autoconceito e da moral. Todos eles com abordagens, métodos e enfoques diferentes, a depender do autor, mas com um objetivo em comum: entender esse período do desenvolvimento infantil para que possamos promover lugar, tempo, espaço e cuidados diferenciados, aos quais toda criança tem direito. E em cada um dos capítulos deste livro é possível perceber essa preocupação.
De acordo com Ariès¹ (1981), apesar de sempre existir a criança, o mesmo não podemos falar sobre o conceito de infância, que apresentou uma evolução determinada pela construção social vigente em cada período histórico pelo qual a humanidade passou.
Até o século XVI não se pensava na existência de um universo infantil, com peculiaridades e necessidades diferentes da dos adultos, e por este motivo o atendimento disponível às crianças era precário e aquém de suas necessidades. Como consequência, havia um grande número de mortalidade infantil nos primeiros anos de vida, diante das péssimas condições de saúde e higiene da população em geral. Isso ocorria principalmente com as crianças, que eram consideradas seres inferiores, e por isto não necessitavam de atenção ou atendimento diferenciado.
Heywood² (2004) afirma que em decorrência da situação acima citada, Os bebês abaixo de 2 anos, em particular, sofriam de descaso assustador, com os pais considerando pouco aconselhável investir muito tempo ou esforço em um ‘pobre animal suspirante
, que tinha tantas probabilidades de morrer com pouca idade" (p. 87).
Essa afirmação vai ao encontro do que Ariès (1981) havia referendado anteriormente, que em decorrência da falta de higiene e saúde, as crianças que vinham a óbito eram substituídas por outras crianças, mesmo que fossem necessários sucessivos nascimentos, até que um dos bebês conseguisse sobreviver. Isso porque ainda não existia, como hoje, um sentimento de cuidado, assim como existia o pensamento de que se a criança morresse não faria falta, pois outra poderia ser colocada em seu lugar, por meio de uma nova gestação.
De acordo com Ariès (1981), felizmente houve uma evolução do conceito de infância, tendo como marcos três momentos importantes: num primeiro momento, houve o conceito de adultocentro, no qual a criança era considerada um adulto em miniatura, não havendo um olhar cuidadosamente direcionado para essa etapa de desenvolvimento, sendo que a criança ingressava na sociedade dos adultos
e por este motivo necessitava adaptar-se a ele. Na verdade, até não se acreditava que era necessário uma observação mais detalhada do que acontecia nessa etapa. Posteriormente, o autor afirma que a sociedade passa a considerar a criança um ser inocente, e por isso necessita ser ‘apartada’ temporariamente da vida do adulto. Surgem, então, as primeiras instituições escolares, que eram vigiadas por preceptores, ou seja, os professores. E por último, o autor destaca como terceiro momento a valorização do conceito de infância, no qual a criança passa a ocupar um lugar de destaque na família.
Atualmente, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasil³, 1998) afirma que as crianças sentem e pensam o mundo de forma muito peculiar e própria, e que para a construção de conhecimentos elas utilizam diferentes linguagens que proporcionam ideias e hipóteses originais para o que desejam descobrir.
Diante do exposto, é possível verificar a importância deste livro para que provocações possam ser feitas e desta forma possamos direcionar nossos olhares para o que realmente é importante na infância: a criança!
Maria Helena Machado Piza Figueiredo
Fonoaudióloga, mestre em Educação Especial pela UFSCar
Doutora em Educação pela Unesp – Marília
Docente do Bacharelado Interdisciplinar em
Saúde do Instituto de Humanidades,
Artes e Ciências da UFSBA – Campus Jorge Amado
Sumário
PRA COMEÇO DE CONVERSA...
capítulo 1
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA GRAMSCIANA: UMA LEITURA DAS CARTAS DO CÁRCERE
Eliseu Riscaroli
capítulo 2
EDUCAÇÃO INFANTIL – A LITERATURA COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA
Claudia Aparecida do Nascimento e Silva
Silvia Pilegi Rodrigues
capítulo 3
INFÂNCIA, CORPO E SEXUALIDADE: ENTRE O SAGRADO E OS SINTOMAS DA MODERNIDADE
Francisca Rodrigues Lopes
Joedson Brito dos Santos
capítulo 4
A CONSTITUIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: HISTÓRIA, POLÍTICAS EDUCACIONAIS E FORMAÇÃO DOCENTE
Fernanda Duarte Araújo Silva
Vilma Aparecida de Souza
capítulo 5
PARTICIPAÇÃO DE JOVENS E CRIANÇAS NA GUERRA DO PARAGUAI (1864-1870)
Marcelo Santos Rodrigues
capítulo 6
APRENDIZAGEM BASEADA EM JOGOS DIGITAIS NA INFÂNCIA: CONTRIBUIÇÕES DE HUIZINGA E PRENSKY
Gabriela Dambrós
Leonice Alves Pereira Mourad
SOBRE OS AUTORES
PRA COMEÇO DE CONVERSA...
Refletir sobre a infância, como as epistemologias tratam o assunto, as metodologias usuais na pesquisa e coleta de dados e o impacto disso na discussão acerca do tema tem sido um desafio, seja porque as regiões apresentam elementos contrastantes, seja porque há um misto confuso de práticas pedagógicas embasadas numa miscelânea de teorias distintas e com estratégias e materiais que não combinam. De todo modo, as representações sobre a infância, as teorias que a sustenta, a forma como ela é retratada nos escritos históricos, na literatura e nas artes em geral, fornecem-nos pistas sobre como as sociedades têm organizado sua memória, sua história e sua perspectiva considerando essa categoria de análise, a saber: a infância.
No primeiro capítulo, Riscaroli busca as cartas de Gramsci para refletir e socializar o pensamento do autor italiano do início do século XX e sua concepção de infância, o processo de formação omnilateral, no qual o conceito de cultura tem um significado bastante amplo, a ponto de poder justificar toda liberdade de espírito, mas também, por outro lado, carrega um conteúdo preciso, pelo qual não pode enquadrar-se nela senão uma atividade que tenha em si a capacidade de impor-se uma disciplina (MANACORDA, p. 35). Assim, a escola de Gramsci quer e precisa ser uma escola completa, que abrace todos os ramos do ser humano, e ela, a educação, é uma luta contra os instintos ligados às funções biológicas elementares, uma luta contra a natureza, a fim de dominá-la e de criar o homem atual
à sua época (GRAMSCI, 1979, p. 142).
No segundo capítulo, Silva e Rodrigues abordam que ensinar a criança a decifrar os códigos da palavra escrita, compreendendo-os em todas as suas dimensões e adquirindo gradualmente a consciência do seu poder transformador é incumbência fundamental da escola. Podemos afirmar que o ambiente em que a criança vive, independente da consciência ou das intenções dos que convivem com ela, influencia diretamente seu desenvolvimento leitor e