101 Conceitos de Arquitetura e Urbanismo na era digital
By Frederico Braida, Fernando Lima, Juliane Fonseca and
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About this ebook
Como se trata de um guia de referência único em língua portuguesa, acreditamos que ele tem tudo para ser uma indicação "obrigatória" por professores de disciplinas ligadas à tecnologia nas escolas técnicas e faculdades de Arquitetura e Engenharia em todo o país.
Texto da Contracapa:
"Se o final do século passado ficou marcado pela incorporação da prancheta eletrônica nos ambientes de projeto com a utilização dos programas de CAD, percebe-se, nos dias de hoje, uma maior exploração da tecnologia CAM, a propagação da plataforma BIM, bem como dos recursos CAE e o uso de máquinas CNC, equipamentos controlados por computador, nos meios de produção e concepção arquitetônica.
Portanto, há uma mudança não somente do desenho arquitetônico, mas sim uma inovação no próprio processo de projetar.
O franco desenvolvimento da lógica CAAD (computer-aided architectural design ou projeto arquitetônico auxiliado por computador) vem revolucionando a tarefa de pensar, projetar e produzir arquitetura. Diante de tais circunstâncias, somos chamados a "reinventar o desenvolvimento urbano e repensar o papel da arquitetura" MITCHELL, 2002, p.28), pois "não temos escolha; na realidade, não podemos optar"; estamos na era digital!"
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101 Conceitos de Arquitetura e Urbanismo na era digital - Frederico Braida
101 conceitos de Arquitetura e Urbanismo na Era Digital
Organizadores
Frederico Braida
Fernando Lima
Juliane Fonseca
Vinicius Morais
Editor
João Gaspar
São Paulo
2016
1ª Edição
ProBooks
Braida, Frederico.
101 Conceitos de Arquitetura e Urbanismo na Era Digital/ Frederico Braida, Fernando Lima, Juliane Fonseca e Vinicius Morais – São Paulo: ProBooks, 2016.
ISBN: 978-85-61453-53-4
1. Computação aplicada (Arquitetura). 2. Computação Gráfica. 3. Obra de referência. I. Lima, Fernando. II. Fonseca, Juliane. III. Morais, Vinicius. IV. Título.
CDD 22.ed. – 720.3
Índice para catálogo sistemático:
1. Computação Gráfica : Programas : Processamento de Dados
2. Computação aplicada (Arquitetura)
3. Obra de referência
Copyright ©2016 ProBooks Editora
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Expediente - 101 Conceitos de Arquitetura e Urbanismo na Era Digital
Organizadores
Frederico Braida
Fernando Lima
Juliane Fonseca
Vinicius Morais
Editor
João Gaspar
Capa
João Gaspar
Diagramação
Camila Ghendov
Leonardo Reitano
Colaboração
Gisele Pereira de Souza
Versão ePub
Leonardo Reitano
SUMÁRIO
101 conceitos de Arquitetura e Urbanismo na Era Digital
Expediente - 101 Conceitos de Arquitetura e Urbanismo na Era Digital
Agradecimentos
Prefácio
Apresentação
Introdução
1 - 3D mapping projection
2 - Algoritmo
3 - Algoritmo genético
4 - Animação 3D
5 - Arquitetura digital
6 - Arquitetura líquida
7 - Automação
8 - BIM (building information modeling)
9 - BIM 4D e 5D
10 - Biomimética
11 - Blob (dobra)
12 - CAAD (computer-aided architectural design)
13 - CAD (computer-aided design)
14 - CAD monkeys
15 - CAE (computer-aided engineering)
16 - CAM (computer-aided manufacturing)
17 - Canteiro híbrido
18 - Cave
19 - Cibercultura
20 - Ciberespaço
21 - Cibernética
22 - Cibersemiótica
23 - Cidade digital
24 - CIM (city information modeling)
25 - CNC (computer numeric control)
26 - Complexidade
27 - Computação
28 - Contour crafting
29 - Conectividade urbana
30 - Corte a jato d’água
31 - Corte a laser
32 - Desenho paramétrico
33 - Desmaterialização
34 - DFC (Dinâmica dos fluidos computacional)
35 - Diagrama de Voronoi
36 - Digital
37 - Digital master builder
38 - Digitalização 3D
39 - Emergência
40 - Espaço público virtual
41 - Fab Lab
42 - Fabricação digital
43 - File-to-factory
44 - Flexibilidade
45 - Fotogrametria
46 - Fractal
47 - Fragmentação
48 - Fresadora
49 - Geoprocessamento
50 - Global illumination
51 - Gramática da forma
52 - Gramáticas genéricas
53 - Grasshopper
54 - Hibridismo
55 - Imersão
56 - Impressão 3D
57 - Interoperabilidade
58 - Junkspace
59 - Logotectures
60 - Maquete eletrônica
61 - Maquete híbrida
62 - Mass customization
63 - Mesa digitalizadora
64 - Modelagem digital
65 - Modelagem paramétrica
66 - Morfogênese
67 - Nest
68 - NURBS (non-uniform rational basis-spline)
69 - Otimização da forma
70 - Paisagem digital
71 - Parametria / Parametrismo
72 - Patrimônio virtual/digital
73 - Pele digital
74 - Plotagem
75 - Projeto colaborativo
76 - Projeto digital
77 - Projeto performativo
78 - Prototipagem rápida
79 - Prototipagem virtual
80 - Realidade aumentada
81 - Realidade virtual
82 - Rede
83 - Renderização digital
84 - Representação
85 - Responsivo
86 - Script
87 - Sheet metal bending
88 - SIG (sistema de informação geográfica)
89 - Simulação de fluxos
90 - Sintaxe espacial
91 - Simulação acústica
92 - Simulação estrutural
93 - Sistemas generativos de projeto
94 - Técnicas aditivas
95 - Técnicas formativas
96 - Técnicas subtrativas
97 - Termodinâmica
98 - TIC (tecnologia da informação e comunicação)
99 - Topologia
100 - Urbanismo paramétrico
101 - Virtualização
Referências Bibliográficas
Notas sobre os autores
Índice de autores
Mais 101 conceitos de arquitetura e urbanismo na era digital
ProBooks Editora
Dedicamos este livro a todos os estudantes e profissionais que atuam sem jamais se esquecerem de refletir sobre as problemáticas da arquitetura e do urbanismo na contemporaneidade.
Agradecimentos
Aos bolsistas e voluntários vinculados ao Laboratório de Estudos das Linguagens e Expressões da Arquitetura, Urbanismo e Design (LEAUD), sejam eles de iniciação científica júnior, de iniciação científica, de extensão, de treinamento profissional, de monitoria ou de mestrado, por trabalharem em prol das pesquisas já desenvolvidas ou em desenvolvimento. Dentre os bolsistas, merece destaque Diogo Machado Homem, por ter colaborado ativamente na organização deste livro.
Aos professores, alunos e funcionários da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, por proporcionar um ambiente adequado para nossas investigações.
Aos autores, professores e pesquisadores, por aceitarem prontamente nosso convite e ajudarem a construir esta publicação, a qual seria inviabilizada sem a participação de todos.
[…] precisamos ampliar as definições de arquitetura e urbanismo para englobar tanto os lugares virtuais quanto os reais, tanto o software quanto o hardware, e tanto a interconexão por meiodas telecomunicações quanto por meio de sistemas físicos de transporte. E devemos reconhecer que a teia fundamental de relacionamentos entre residências, locais de trabalho e fontes de suprimentos e serviços diários – os laços essenciais que mantêm as cidades unidas – deve agora se formar de maneiras novas e pouco ortodoxas.
Creio que é o momento de reinventar o desenvolvimento urbano e repensar o papel da arquitetura. As recompensas são grandes, assim como os riscos. Mas não temos escolha; na realidade, não podemos optar.
Mitchell (2002, p.27-28).
Comece a olhar ao redor. Seus próprios olhos e as provas acumuladas pelas ciências sociais devem convencê-lo rapidamente (se isso ainda for necessário) de que a revolução digital não pode ser descartada como mero modismo ou exagero. A transformação tecnológica que tem sido proclamada aos quatro ventos, anunciada como algo que sacudirá nossas vidas como um tufão do Pacífico
, é bem real.
Mitchell (2002, p.31-32).
Prefácio
Gabriela Celani
Participar desta obra é uma grande honra para cada um dos autores aqui reunidos, pois, além de introduzir conceitos de arquitetura e urbanismo na era digital, ela mapeia e promove o reconhecimento de, ao menos, três gerações de pesquisadores, responsáveis por uma verdadeira revolução que vem ocorrendo no ensino e na prática de arquitetura no Brasil. Embora seja sempre perigoso listar nomes e acabar por esquecer de alguém, assumo este risco, deixando claro que algumas pessoas muito importantes acabaram não podendo colaborar com estes verbetes simplesmente por motivos de ordem prática. Em minha homenagem, procurei me restringir àqueles que atuam especificamente na área de informática aplicada à arquitetura e ao urbanismo, embora reconheça a óbvia importância, para a área de CAD, de pesquisadores da engenharia, das ciências da computação, do design, da semiótica e até mesmo da sociologia.
Entre os autores aqui presentes encontram-se alguns de nossos pioneiros no uso do computer-aided design, aqueles que sofreram com a reserva de mercado no período da Política Nacional de Informática, nos anos 1980, mas que, em sua maioria, tiveram a oportunidade de desenvolver estudos no exterior, seja em nível de graduação como de pós-graduação. Essa geração finalizou seu doutorado até 1999. São eles, em ordem de data de obtenção do doutorado: Eduardo Nardelli, Regina Ruschel (com mestrado em 1984 na University Of Arkansas), José Cabral (com mestrado e doutorado na University of Sheffield em 1993 e 1996, respectivamente) e Gilberto Corso Pereira. Faltam aqui, obviamente, professores como Benamy Turkienicz (com mestrado em 1981 na University College of London e doutorado em 1982 na Chalmers University of Technology), Alice Cybis Pereira (com doutorado em 1992 na University of Sheffield), Elizabetta Romano (com graduação em 1972 na Sapienza), Edja Trigueiro (com doutorado em 1994 na University of London), Arivaldo Amorim, Marcelo Tramontano (com graduação e mestrado em 1984 e 1990, em Grenoble), Luiz Manuel do Eirado Amorim (com doutorado em 1999 na University College London), e Manoel Rodrigues Alves (este defendeu seu doutorado em 2001, mas é claramente uma figura importante da primeira geração, tendo defendido mestrado no MIT em 1987), além de outros que também tiveram um importante papel nessa primeira fase de introdução da informática no ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil.
Uma segunda geração, que finalizou seu doutorado entre os anos de 2000 e 2007, trouxe uma nova abordagem para os estudos na área no Brasil, propondo relações sociológicas e culturais e uma discussão sobre novos processos de projeto que iriam muito além da representação. Essa geração se beneficiou dos grandes avanços computacionais ocorridos na virada do século em termos de maior capacidade de processamento e de armazenamento de dados, além de melhoras na interface dos programas. Dentre esses estão, novamente por ano de obtenção do título, Fábio Duarte, Arthur Hunold Lara, Gabriela Celani (com doutorado em 2002 no MIT), José Kós (com mestrado em 1991 na Tulane University e doutorado em 2003 em Strathclyde), Renata Piazzalunga, Wilson Flório e Patricia R. C. Drach. Poderiam ter sido incluídos, ainda, Anja Pratschke (com graduação em 1991, em Grenoble) e Underlea Bruscatto (com doutorado em 2005 na Universidad Politecnica de Catalunya). Novamente nota-se aqui a importância das experiências no exterior para a maioria destes professores que, ao retornar ao Brasil, mantiveram vínculos com seus colegas de fora, o que propiciaria grandes oportunidades a seus futuros alunos.
A terceira geração aqui representada, que defendeu seu doutorado a partir de 2008, é composta por pesquisadores em sua maioria formados no Brasil, sob a orientação das duas gerações anteriores, mas já com o benefício das diversas possibilidades de financiamento para intercâmbio internacional surgidas nesse último período. Seu trabalho agregou novas vertentes à área, como a prototipagem rápida, os ambientes virtuais, os sistemas generativos/performativos e as relações entre tecnologias e o espaço urbano. Esse é o caso de (novamente por ano de obtenção do título) David Sperling, Regiane Pupo (orientada no mestrado por Cybis e no doutorado por Celani, e que realizou intercâmbio em Lisboa com José Duarte), Ana Baltazar (orientada em seu mestrado por Cabral e que realizou doutorado na University College London), Rodrigo Cury Paraizo (orientado por Kós e que realizou intercâmbio na Hogeschool voor Wetenschap und Kunst), Pedro Fiori Arantes, Max Andrade (orientado por Ruschel e que realizou intercâmbio em Haifa com Rivka Oxman), Frederico Braida (orientado em seu mestrado por Kós), Andressa Martinez (orientada em seu mestrado por Kós e que realizou intercâmbio em Strathclyde), Gonçalo Castro Henriques (orientado em seu mestrado por Orciuoli, em Barcelona, e em seu doutorado por José Duarte, em Lisboa), Gilfranco Alves (orientado por Pratschke), Ana Regina Cuperschmid (orientada por Ruschel), Pedro Luís Alves Veloso (orientado inicialmente por Pratschke e atualmente realizando seu doutorado em Carnegie Mellon), Ernesto Bueno (aluno de Orciuoli, em Barcelona, e orientado por Turkienicz, em Porto Alegre), Robson Canuto (orientado em seu mestrado por Luiz Amorim) e Ulisses Terra (orientado por Lara). Poderíamos incluir aqui também Daniel Ribeiro Cardoso que, por meio do viés da semiótica, chegou também à discussão sobre as gramáticas de projeto. Esta última geração, já completamente globalizada, inclui dois estrangeiros que se tornaram professores em universidades brasileiras (Henriques e Bueno), algo inédito, que denota uma abertura cada vez maior de nossa academia para as influências externas.
Participam também do livro pesquisadores que têm contribuído com a área no Brasil a partir do exterior, seja por meio do oferecimento de workshops e palestras, seja por meio da participação em projetos de pesquisas e na Sociedade Ibero-Americana de Gráfica Digital (SIGraDi). São eles Affonso Orciuoli, brasileiro que vive e leciona há mais de quinze anos em Barcelona (onde foi professor de Henriques e de Bueno) e os pesquisadores portugueses Alexandra Paio, José Pedro Sousa, José Nuno Beirão, Mauro Costa Couceiro e Sara Eloy.
No caso dos portugueses, não por coincidência, a maioria estudou com José Duarte, ex-aluno do MIT que implantou a pesquisa em Design Computing na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa.
Finalmente, uma boa parte dos autores, como Afonso C. C. Lemonge, Ernani Machado, Fernando Lima (orientando de doutorado de José Kós e coorientando de Rodrigo Paraizo), Ivan Mota Santos, Juliane Fonseca, Ricardo Ferreira Lopes, Sueli Mello Braga e Vinicius Morais, é docente na Universidade Federal Juiz de Fora, embora não necessariamente na área de informática aplicada. Isso demonstra o elevado grau de interesse que o tema tem despertado em pesquisadores de áreas correlatas e, ao mesmo tempo, a grande capacidade de motivação dos organizadores da obra junto a seus colegas. Estou certa de que este compêndio será extremamente útil para os pesquisadores lusófonos de todas as áreas que, de alguma maneira, se relacionam a esta. Torço para que a obra, de fato, expanda-se, como é o desejo de seus organizadores.
Apresentação
Frederico Braida
Este livro, que começou a ser gestado há quatro anos, é fruto de parte das reflexões levadas a cabo pelos organizadores, no âmbito do Laboratório de Estudos das Linguagens e Expressões da Arquitetura, Urbanismo e Design (LEAUD), vinculado ao Departamento de Projeto, Representação e Tecnologia, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal de Juiz de Fora (FAU/UFJF), acrescida das colaborações de professores e pesquisadores convidados, tanto brasileiros quanto portugueses.
Os trabalhos desse Laboratório, fundado em 2010, estão voltados para iniciativas que articulam a pesquisa ao ensino e à extensão e tem por eixo principal de discussão o tema das linguagens e expressões na arquitetura, no urbanismo e no design. Sobretudo, investigam-se as questões do âmbito da expressão e da representação gráficas em suportes diversificados. Interessa, pois, ao grupo, as pesquisas relacionadas tanto às técnicas tradicionais de expressão e representação, sejam elas bi ou tridimensionais, quanto às técnicas e tecnologias digitais, dentre as quais se ressaltam a prototipagem rápida, a fabricação digital, os processos CAD-CAM, o projeto paramétrico e a plataforma BIM.
O principal objetivo deste livro é apresentar alguns dos mais relevantes conceitos-chave (ou vocábulos) do universo contemporâneo da arquitetura e urbanismo que, de alguma forma, estejam relacionados à cultura digital. Espera-se contribuir com uma publicação que evidencia um panorama do vocabulário incorporado a esse campo, especialmente após os anos de 1990, quando se tornou recorrente o uso de computadores associados às chamadas novas tecnologias de informação e comunicação. Há também o interesse por socializar as conceituações e levá-las para além dos muros muitas vezes construídos ao redor das pesquisas acadêmicas, uma vez que o domínio desse vocabulário é fundamental para a compreensão da arquitetura e urbanismo contemporâneos.
Ao todo, foram selecionados 101 conceitos. Metodologicamente, o processo de escolha dos termos se deu a partir de um brainstorming das palavras-chave que têm sido elencadas nos trabalhos do referido laboratório de estudos. Em seguida, foram levantadas as temáticas frequentemente exploradas nos artigos apresentados nas últimas cinco edições do Congresso da Sociedade Ibero-americana de Gráfica Digital (SIGraDi). Portanto, não há uma pretensão de se esgotar, com esta publicação, todos os temas existentes, pois se trata de uma tarefa praticamente impossível, mas buscou-se contemplar um amplo escopo de conceituações, as quais têm encontrado lugar, nos dias de hoje, na prática acadêmica e profissional de arquitetos e urbanistas, ampliando o campo linguístico dessa área.
Ao final deste livro, encontra-se um espaço para que possam ser listadas outras 101 palavras. Convidamos aos leitores a registrarem os vocábulos aqui não encontrados e que julguem fundamentais. Sugerimos que tais palavras sejam submetidas para a organização deste livro, por e-mail, aos cuidados ProBooks Editora (probooks@probooks.com.br).
Quem sabe, em breve, não possamos lançar uma nova edição intitulada Mais 101 conceitos de arquitetura e urbanismo na era digital
?
Conforme já mencionado nos agradecimentos, a participação de todos os autores foi fundamental para a composição deste livro. Com o convite de pesquisadores portugueses, além dos brasileiros, buscou-se também extrapolar as fronteiras do Brasil, uma vez que as questões da arquitetura e urbanismo na era digital têm repercussões variadas e, em muitos casos, não regionalizadas, mas globalizadas, e, ao mesmo tempo, manteve-se a homogeneidade da língua. De certa forma, este livro evidencia as colaborações e parcerias realizadas entre Brasil e Portugal e apresenta algumas das discussões travadas dentro do recorte espacial ibero-americano, além de revelar parte do universo de palavras e conceituações que têm circulado e sido incorporadas à língua portuguesa.
Deve-se alertar, de antemão, que os textos dos verbetes não se tratam de definições estanques, mas de conceituações possíveis, cujas abordagens variam segundo as convicções de cada autor, bem como do repertório teórico ao qual se filia. Portanto, há autores que privilegiaram os aspectos históricos enquanto outros se debruçaram mais demoradamente sobre as questões semânticas. Há textos que foram redigidos a partir da própria experiência dos autores, enquanto outros optaram por uma redação fundamentada em uma revisão bibliográfica. Essa multiplicidade de enfoques metodológicos foi desejada desde a concepção inicial deste livro, a fim de revelar, ao menos em parte, a diversidade de abordagens dos diferentes pesquisadores.
No entanto, embora existam essas nuances supracitadas, todos os autores trataram dos vocábulos inseridos no contexto da arquitetura e urbanismo e, na medida do possível, buscaram ilustrá-los com figuras, exemplos de projetos ou aplicações práticas, pois, como se sabe, muitas vezes os conceitos possuem ênfases e, até mesmo, significados distintos em cada uma das áreas do conhecimento em que são empregados.
Também se faz necessário destacar que, por serem textos escritos por tantos autores diferentes, o livro não está isento de repetições de um vocábulo para outro. Porém é preciso ponderar que, se por um lado, as repetições possam gerar algum desconforto na leitura, pelo qual desde já pedimos desculpas, por outro, elas reforçam a delimitação do estado da arte das questões enfocadas e revelam como os vocábulos se interpenetram em uma rede rizomática.
É também oportuno dizer que as referências das citações feitas ao longo deste livro encontram-se todas reunidas ao final. Elas também compõem um material bastante rico, pois evidenciam uma grande quantidade de autores relevantes para se compreender a arquitetura e o urbanismo na era digital.
Embora os verbetes estejam predominantemente relacionados à área de expressão e representação gráfica, os textos revelam que há indissociáveis imbricações entre essa e as áreas de projeto, de história e teoria e de técnicas e tecnologias. Assim, as questões aqui tratadas não se restringem apenas a uma das subáreas da arquitetura e do urbanismo, mas denotam as irrefutáveis articulações entre elas para uma composição holística e coerente do campo.
O livro está formatado para que seja viabilizada uma leitura expedita, portanto as conceituações possuem uma natureza introdutória, panorâmica e informativa. Para os textos, buscou-se uma linguagem acessível tanto para estudantes quanto para profissionais. Os vocábulos foram organizados em ordem alfabética. Acredita-se que essa seja a forma mais direta de se buscar pelas conceituações e de não estabelecer hierarquias.
Desejamos a todos uma excelente leitura!
Introdução
Fernando Lima
Frederico Braida
Juliane Fonseca
Vinícius Morais
Se o final do século passado ficou marcado pela incorporação da prancheta eletrônica nos ambientes de projeto com a utilização dos programas de CAD (computer-aided design ou desenho/projeto auxiliado por computador), percebe-se, nos dias hoje, uma maior exploração da tecnologia CAM (computer-aided manufacturing ou fabricação auxiliada por computador), a propagação da plataforma BIM (building information modeling ou modelagem da informação da construção), bem como dos recursos CAE (computer-aided engineering ou engenharia auxiliada por computador) e uma consequente utilização de máquinas CNC (computer numeric control), ou seja, de equipamentos numericamente controlados por computador nos meios de produção e concepção arquitetônica. Portanto, assiste-se a uma mudança não somente do desenho arquitetônico, do ponto de vista da qualidade e da técnica de representação gráfica, mas a uma inovação no próprio processo de projetar, uma vez que a expressão file-to-factory (do arquivo à fábrica) já se apresenta como uma realidade, ou seja, a fabricação automatizada de elementos arquitetônicos a partir de um modelo digital se impõe como uma possibilidade concreta. De fato, assistimos hoje a um franco desenvolvimento da lógica CAAD (computer-aided architectural design ou projeto arquitetônico auxiliado por computador), que vem revolucionando a tarefa de pensar, projetar e produzir arquitetura.
Neste contexto, é importante ressaltar que estas novas ferramentas e recursos aplicáveis ao chamado projeto digital não podem ser entendidos como os instrumentos de trabalho dos CAD monkeys, nem como meramente ferramentas de elaboração de maquetes eletrônicas ou animação 3D, viabilizadas pelas técnicas de global illumination para renderização digital realística, tampouco por proposições artístico-criativas mediadas por instrumentos como a mesa digitalizadora, ou, ainda, pela facilidade de reprodução de desenhos proporcionada pela plotagem, mas sim por um novo paradigma de pensamento em rede, de trabalho multi e transdisciplinar que possibilite o projeto colaborativo e que contemple as demandas e possibilidades de uma sociedade cada vez mais pautada pela fragmentação, desmaterialização, complexidade e, ao mesmo tempo, pela flexibilidade.
As tecnologias de informação e comunicação trouxeram novas dinâmicas ao ato de se projetar arquitetura, uma vez que a incorporação de princípios de parametria ou parametrismo nos softwares promoveu um novo cenário, baseado no desenho paramétrico. Plugins, como o Grasshopper, que permite a construção de algoritmos por meio de scripts em interface mais acessível a arquitetos, têm sido crescentemente utilizados para modelagem paramétrica, o que possibilita a proposição de formas arquitetônicas de geometria não euclidiana, como os logotectures, a utilização de superfícies NURBS (non-uniform rational basis spline) ou podem permitir o trabalho na lógica da mass customization (customização em massa), que pode ser definida como a produção em massa de objetos e elementos arquitetônicos que