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Enfrentamento do Bullying no Ambiente Escolar
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Enfrentamento do Bullying no Ambiente Escolar

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A violência escolar ganhou contornos insustentáveis que prejudicam o exercício da convivência entre os pares no ambiente escolar. Esse fato acontece porque existem alguns comportamentos agressivos que para quem o faz, são brincadeiras inofensivas e vistas, muitas vezes, pelos educadores como normais, sendo que essas situações quando ocorrem de forma repetitiva no ambiente escolar, são conhecidas como bullying. Pais, professores e estudantes necessitam de orientações sobre essa forma de violência que afeta a vida de todos os envolvidos, pois esse tipo de agressão tem consequências graves que podem deixar a vítima abalada emocionalmente, a ponto de desistir de frequentar a escola, ter problemas de autoestima, se isolar socialmente, dentre outras implicações. A autora Núbia Célia Carneiro, neste livro, aborda as diversas particularidades desse tipo de violência que atinge o ambiente escolar e a família, apontando caminhos para evitar a sua prática e, ao mesmo tempo, combater esse fenômeno social que deve ser entendido como um problema de saúde pública.
LanguagePortuguês
Release dateJan 11, 2019
ISBN9788546213801
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    Enfrentamento do Bullying no Ambiente Escolar - Núbia Célia Carneiro

    autora

    PREFÁCIO

    A obra Enfrentamento do Bullying no Ambiente Escolar surge em um momento bastante oportuno, uma vez que os fenômenos relacionados à violência entre os jovens e os adolescentes vêm se acentuando em todas as partes do mundo, exigindo uma maior atenção de toda a sociedade, família e instituições de ensino.

    Segundo os vários autores, Fernandes (2011), Fante; Prudente (2015), entre outros, o bullying está relacionado ao ambiente escolar, interferindo de forma negativa no desenvolvimento do aluno agredido, contribuindo fortemente para a evasão escolar e o processo de ensino-aprendizagem.

    A autora Núbia Célia Carneiro, neste livro, traz um olhar sensível e atento aos resultados de seu trabalho de pesquisa, de forma didática, coerente e esclarecedora, sobre as consequências dessa forma violenta de os jovens se relacionarem no dia a dia escolar, trazendo também como contraponto o papel da família e da escola no combate ao bullying, uma vez que os danos gerados por esse fenômeno social extrapolam os limites da escola, influenciando tanto o agressor como o agredido em seu desenvolvimento emocional, cognitivo e socioeducacional. Além disso, proporciona outras relevantes contribuições, promovendo uma reflexão acerca do processo educativo no sentido de evitar a prática do bullying no ambiente escolar.

    Por tudo isso, recomendo a leitura desta obra, por todos aqueles que se preocupam com a formação de uma sociedade saudável e responsável socialmente, e que respeita as diferenças, independente de fazerem parte de uma comunidade escolar e de suas famílias envolvidas.

    Letícia Machado dos Santos

    Mestra em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social

    INTRODUÇÃO

    A violência é um ato que prejudica sobremaneira as relações humanas, sendo cada vez mais crescente nas regiões brasileiras. Essa violência que está no seio da sociedade, advinda de vários fatores sociais, estabelece uma relação significativa na vida dos sujeitos. Mas o que abordaremos nesta obra é a violência que acontece no ambiente escolar, sendo esta uma realidade presente em todas as escolas, entre os alunos. Entretanto, tal violência tem preocupado tanto os alunos, como, também, a família e, sobretudo, os profissionais que atuam na área educacional. Esse problema decorre de alguns comportamentos do praticante de bullying que são brincadeiras consideradas como inofensivas e são reconhecidas pelos educadores, na maioria das vezes, como normais. Contudo, quando essas indisciplinas ocorrem de forma repetitiva no ambiente escolar, são conhecidas como bullying.

    Vale dizer que a violência no cotidiano escolar está ligada a vários fatores da vida social aos quais os nossos jovens estão inseridos, como, por exemplo, pela desestrutura familiar dada pela separação dos pais que, na maioria das vezes, é a mãe que exerce as funções de pai e mãe. No entanto, a falta de condições econômicas interfere substancialmente na estrutura familiar no que concerne à educação dos filhos, pois, na separação, geralmente o pai deixa de contribuir com recursos para o sustento de seus filhos, além de não participar da educação no seu dia a dia.

    Some-se a isto a mãe que ainda necessita sair de casa para trabalhar e precisa deixar seus filhos desde a tenra idade, às vezes com o irmão mais velho que, mesmo assim, ainda é criança e passa a cuidar dos mais novos. Portanto, essas crianças vão crescendo sem acompanhamento de um responsável que possa ensiná-los os valores essenciais para o seu convívio na sociedade, em que as normas são importantes para a convivência harmônica entre os cidadãos. Com isso, muitas dessas crianças chegam à escola de forma tardia e, quando estão frequentando a escola, é percebido que suas atitudes comportamentais são advindas da falta de limites que não foram aplicadas e acompanhadas como necessárias para a sua formação. Entretanto, entendemos que as regras de condutas com base na boa educação dos filhos devem ser estabelecidas pelas famílias, independente de classe social.

    Ademais, os pais devem acompanhar a educação de seus filhos, impondo limites que são importantes para a sua formação, tendo como meta a valorização da disciplina, que tem o poder de criar característica na personalidade do indivíduo, evitando que comportamentos agressivos sejam estabelecidos para determinar o poder de um sobre o outro na convivência familiar, tornando a relação entre pais e filhos mais harmônica, com viés de socialização e respeito mútuo entre todos.

    Muitos dos comportamentos indesejáveis entre os alunos que praticam o bullying estão ligados a diversos fatores comportamentais que influenciam negativamente para o bom andamento do desenvolvimento do ensino-aprendizagem. Some-se a isso alguns tipos de condutas inadequadas que advêm também da comunidade em que vivem e, com isso, reproduzem esse comportamento, sendo perceptível dentro da sala de aula e para além dos muros da escola, como a violência aplicada através do cyberbullying, pela internet, com mensagens ofensivas que atingem a honra e a dignidade da pessoa.

    Dessa maneira, para diminuir essa forma de violência conhecida como fenômeno bullying, a educação doméstica e a educação formal devem se unir para estabelecerem competências de acordo com suas especificidades, para que se tenha indivíduos mais altruístas na nossa sociedade.

    Nesta obra, faremos um estudo sobre um tipo de violência que é conhecido como bullying, por se tratar de um fenômeno que é estudado em diversos países, por ser um tema importante para várias áreas das ciências, como saúde e educação. Além do mais, muitas das escolas públicas brasileiras não estão preparadas fundamentalmente para lidar com esse fenômeno, que cresce a todo instante. Em muitas dessas escolas, não existem profissionais nas áreas de psicologia, orientação pedagógica, coordenação pedagógica, dentre outras, que poderiam auxiliar os profissionais que estão diretamente ligados ao fazer pedagógico.

    Ademais, essa forma de violência denominada de bullying situa-se por meio do agressor, e é utilizada verbalmente e fisicamente sobre o agredido. Assim, tal violência gera constrangimento não só àquele que sofreu ameaça e/ou xingamento, como também a todos que presenciam a sua prática, contribuindo para o mau desempenho da criticidade do pensar de muitos estudantes que estão iniciando os seus estudos.

    Além disso, consideramos que alguns estudantes, quando são agredidos com palavras ofensivas e preconceituosas, não revelam o que estão sentindo e se calam diante do seu agressor, que exerce o poder manipulador sobre a vítima. Cabe ressaltar que, quando a vítima se cala diante da agressão sofrida, não se defende, fica atônita e não busca ajuda, é o momento em que o praticante da agressão pensa ser, de fato, o mais forte, e atua disseminando suas ofensas sobre o mais fraco.

    Vale dizer que o agressor analisa o perfil de suas vítimas que:

    em geral, não dispõe de recursos, status ou habilidade para reagir ou cessar o bullying. Geralmente, é pouco sociável, inseguro e desesperançado quanto à possibilidade de adequação ao grupo. Sua baixa autoestima é agravada por críticas dos adultos sobre a sua vida ou comportamento, dificultando a possibilidade de ajuda. Tem poucos amigos, é passivo, retraído, infeliz e sofre com a vergonha, medo, depressão e ansiedade. Sua autoestima pode estar tão comprometida que acredita ser merecedor dos maus-tratos sofridos. (Lopes Neto, 2005, p. 167)

    Por outro lado, a função da escola é preparar o aluno para o exercício pleno da cidadania, a partir da sistematização de conteúdos pedagógicos com viés humano para a construção de uma sociedade com indivíduos menos violentos e, sobretudo, exerçam suas funções de respeito a si próprio e com o outro.

    Diante desse fato, norteou o seguinte questionamento durante a realização desta obra: como a educação pode contribuir para diminuir o bullying no ambiente escolar? Dessa forma, o objetivo do nosso trabalho é investigar as contribuições do processo educativo para evitar a prática do bullying no ambiente escolar, identificando suas características e suas consequências, estabelecendo uma relação de desenvolvimento da autoestima entre os estudantes na sala de aula, assim como analisar os efeitos decorrentes desse fenômeno no ambiente escolar.

    O percurso metodológico utilizado para a elaboração da pesquisa que originou esta obra denominou-se de estudo de caso, pois, de acordo com Yin (2010, p. 39),

    é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes.

    Sendo que esse estudo ocorreu em uma instituição de ensino público da rede estadual, no município de Salvador-BA, e participaram desse estudo 41 estudantes do sexto ano do ensino fundamental, com idade de 11 e 12 anos e mais de 12 anos. Logo, para fins de coleta de dados, os instrumentos utilizados foram dois questionários com perguntas abertas e fechadas, compostas por 13 questões para estudantes que sofreram bullying e 13 questões para autores/agressores de bullying, que foram elaborados para atender os objetivos desta obra.

    Em síntese, este livro está dividido em três capítulos. No Capítulo 1, discutimos a violência no espaço escolar: bullying, expondo as teorias sobre o termo violência, a relação entre violência e poder, fazendo uma reflexão conceitual sobre o bullying no ambiente escolar, as características e as consequências do bullying no ambiente escolar, contando com a participação dos autores Olweus (1993), Gomes; Sanzovo (2013), Lopes Neto (2011), Silva (2015), Fante; Prudente (2015), entre outros.

    O Capítulo 2 refere-se à educação sob um novo olhar, faz uma discussão conceitual sobre educação, aborda

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