A Direção do Olhar nos Tratamentos do Autismo
By Marlene Guirado and Luisa Guirado
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A Direção do Olhar nos Tratamentos do Autismo - Marlene Guirado
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
Para Yolanda,
com quem tudo isso começou.
AGRADECEMOS
PELOS MAIS DIFERENTES MOTIVOS A TODOS, POR SUA SIGNIFICATIVA IMPORTÂNCIA
Adriana Chapchap, Ana Paula Medina, Antônio Bechara, Antônio Vaszken, Clarissa Carvalho, Daniel Tosto Bogomolow, Daniela da Camara, Dario Diniz, Fabiana Marchiori, Felipe Martins, Gabriela Roecker, Guilherme Berger, Izildinha Guirado, Juliana Viscone, Lilian Ana Faversani, Lino de Macedo, Marcos Bührer, Mariana e Fernando Gorski, Nanci Bührer, Olavo Guirado, Paula Gioia, Rafael Rodrigues, Rogério Lerner, Roy Caramicoli, Rubens Hannun, Sandra Ungaretti, Simone Pires e Yolanda Guirado.
E, de modo muito especial, a você, Daniel.
APRESENTAÇÃO
A ÉTICA DA DIREÇÃO DO OLHAR
Este livro originou-se de uma pesquisa sob minha orientação: a do mestrado de Luisa Guirado, apresentado ao Instituto de Psicologia da USP, em abril de 2013.
O texto atual recebeu um desenvolvimento especial para incluir discussões outras, além daquelas da dissertação, bem como para marcar o que, desde então, pareceu reiterar relevâncias na área.
O leitor poderá acompanhar o que expressamente se pôde reunir desde então, no plano das informações que os discursos, em suas diversas ordens, produziram; isto é, quer se tenham produzido como explicações psicanalíticas, cognitivistas, psiquiátricas e nosográficas, ou como explicações advindas da análise aplicada ao comportamento e dos diferentes métodos ou procedimentos de tratamentos que se organizaram por meio delas (dessas explicações) ou em suas bordas.
O mais significativo, entretanto, e que me cabe destacar neste prefácio, é a dimensão ética mostrada no que ora se apresenta como uma análise institucional dos discursos dos tratamentos mais indicados, hoje em dia, para pessoas com autismo: a psicanálise e a análise aplicada ao comportamento (ABA). Inclusive, pela polarização e pela polêmica vigente entre eles, pelos próprios praticantes defensores das duas orientações, cria-se um contexto de insegurança para aqueles que se encontram na posição de clientela, como os pais das crianças que necessitam de atendimento. Tal polêmica, em vez de contribuir com esclarecimentos sobre o que são esses tratamentos, criam regiões de obscuridade que, a rigor, nada têm de preservação da ética nessas situações.
O termo ética, aqui, refere-se a algumas prescrições de prudência e atenção ao modo como se dá a relação de atendimento aos lugares na cena terapêutica, de tal forma que não haja privilégio, senão por pedido daquele que demanda nossos serviços; de tal forma que não se privilegiem teorias e métodos que carregam nas tintas e nos desenhos do procedimento, que, imperceptivelmente para os parceiros em jogo, antecipam o discurso do paciente; um discurso que, diga-se de passagem, é sempre possível, ainda que ele não fale, pois ocupa um lugar na cena, em ato, com o terapeuta. E não há lugar encenado que não seja revestido de sentidos.
A análise das falas de terapeutas de uma ou outra linha no estudo apresentado neste livro, que se saiba de início, não foi feita por quem se filiasse a nenhuma delas. Partiu-se do recorte conceitual que considerava o modo como essas profissionais (mulheres, apenas, aceitaram participar da pesquisa) descreviam seu trabalho, a criança que atendiam e seus pais, situações mais marcantes em seu histórico de atendimento (e por quê), para que daí se pudessem configurar as concepções de clientela, do próprio trabalho, do lugar que nele ocupam todos os personagens da cena terapêutica, desde os materiais utilizados, as falas recorrentes, as pessoas. Esse é o recorte da análise institucional do discurso.
Dessa análise, resultam surpreendentes configurações: nem tão radicais assim são as diferenças entre ABA e psicanálise como formas de tratamento no que diz respeito ao lugar da criança com autismo na relação clínica; nessa situação, a direção do olhar mais comprometida, ao que se mostra na fala das entrevistadas, é a delas próprias e não propriamente a de seus pacientes.
A atenção a essas e outras marcas discursivas dos tratamentos mais procurados para pessoas com autismo visa, aqui, menos à condenação e ao julgamento deles, como bem disse Luiz Fernando Vianna na Apresentação deste livro. Analisar não é julgar ou condenar. É abrir cenas ou imagens onde o discurso parece fechado sobre si. É favorecer índices de indeterminação e de acaso, de multiplicidade de sentidos, onde tudo parece ter uma incrível convergência para um ponto acima da dúvida...
E essa é a direção ética de nosso trabalho.
Para finalizar e, mais ainda, falar com vozes que não as nossas, de lugares outros, sobre um assunto tão caro, quero agradecer, em meu nome e da Luisa, a atenção do Luiz Fernando que, em meio ao seu cotidiano reconhecidamente atribulado, dedicou-se a escrever sobre o que escrevemos.
Acompanhamos esse autor e jornalista desde uma matéria sua à Folha de S. Paulo, no início de 2013, sobre o tema de autismo, quando se colocou como um pai que esteve exposto à busca de tratamento para seu filho, desde muito pequeno. Mas foi nesse último janeiro, de 2017, que Luiz Fernando Vianna nos arrebatou com o seu Meu Menino Vadio: a história de um garoto autista e seu pai estranho, em uma narrativa que não se enquadra em formatos ou estilos linguísticos conhecidos; isso, menos por sua escritura e mais por um indizível estranhamento que, sem que ele nos convide, compartilhamos com ele. Crueza e ternura se combinam de um jeito que todo o resto das palavras não dão conta de contar mais nada. E é tudo muito direto. Dito de forma muito direta. Para que ninguém fique com dedos para dizer dele também. É que, aí, a gente não consegue mais...
Na qualidade de pai, aqui, generosamente, faz destaques