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Quando rezar?
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Quando rezar?

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Há horas em que não sinto a menor vontade de dialogar com algumas pessoas, mas, porque preciso, acabo deixando minha vontade de lado e vou ao encontro delas, converso, trabalho, convivo e sigo em frente. Com Deus não é diferente. Às vezes, envolvo-me tanto com as coisas, que não sinto vontade de falar com Ele, ou seja, de rezar, mas porque sei que preciso e, até mais, dependo da Sua graça, vou ao Seu encontro por meio da oração.
Já no último volume "Quando Rezar?", será possível encontrar valiosos ensinamentos sobre quando devemos orar. Na verdade, o frei carmelita nos impulsionará a transformar toda a nossa vida em uma constante oração de amor ao Pai.
LanguagePortuguês
Release dateMay 31, 2012
ISBN9788576777458
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    Book preview

    Quando rezar? - Frei Patrício Scianidi

    Introdução

    Caminhando lentamente pelos dois primeiros livrinhos da coleção Rezar é... – O que é a oração? e Como rezar?–, chegamos a uma outra pergunta, indispensável para quem quer se tornar verdadeiramente um orante e mestre de oração: Quando rezar?

    Devemos evitar respostas simplórias, mas devemos parar um pouco e tentar compreender como toda a nossa vida se desenvolve dentro do mistério do tempo e não fora dele. O teólogo e filósofo Santo Agostinho perguntava a si mesmo a respeito do que era o tempo e formulava a seguinte resposta:

    Se ninguém me perguntar o que é o tempo, eu o sei; se alguém me perguntar, já não o sei mais!

    O conceito de tempo é bem diferente para os filósofos gregos e para nós. Compreender isso vai nos ajudar a considerar o tempo, de agora em diante, como um sacramento pelo qual caminhamos até chegar ao encontro total e definitivo com Deus, nossa fonte e nossa meta. Só em Deus o tempo deixa de ser seqüên­cia de momentos e se faz eterno, encontro, visão, amor que não tem mais fim. É o que buscamos alcançar mediante a oração.

    Os gregos chamavam o tempo de kronos, que significa deus do tempo. Ninguém resiste ao seu poder destruidor, que tudo corrói. Era o deus mais temido, e colocava pavor em todos os homens e mulheres. Ninguém podia resistir à sua ação devastadora: coisas envelhecem e parecem desaparecer; pessoas nascem, vivem, morrem. Tudo o que é criado está sujeito à corrosão do tempo. Os mesmos cientistas hoje nos advertem que o planeta terra, o sol, todos os astros estão caminhando para uma velhice precoce, sobretudo por nossa ação devastadora nos recursos naturais. Apressamos a morte das árvores, dos rios, da vida.

    Para nós, cristãos, o tempo não é devastador, mas sacramento de unidade, de harmonia e de vida, encontro com o eterno, entrada de Deus na nossa história por meio da encarnação de Jesus. Os biblistas e os teólogos nos ensinam, portanto, que o tempo deve ser visto como "kairos", isto é, encontro do céu e terra, momento salvífico. Dentro do tempo fazemos a nossa experiência com Deus; no tempo amamos ou odiamos, rezamos ou podemos blasfemar, fazer o bem ou o mal, conhecemos a Deus ou não, realizamos o projeto que Deus tem para nós ou não, construímos ou destruímos a nossa vida. Já recordava o Eclesiástico:

    "Tudo tem seu tempo, há um momento oportuno para cada empreendimento debaixo do céu.

    Tempo de nascer, e

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