Intervenções e Movimentos Sociais de Resistência no Espaço Urbano
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Intervenções e Movimentos Sociais de Resistência no Espaço Urbano - Ana Regina Marinho
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS
Para Aldemir Dantas Barboza (in memoriam).
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, ao professor Júlio Cezar Suzuki pela oportunidade, confiança, auxílio teórico e disponibilidade, tão valiosos e indispensáveis para a consecução da presente obra.
Agradeço à professora Edvânia Torres de Aguiar Gomes por me ajudar a reacender a paixão pela cidade do Recife.
Aos professores do curso de licenciatura em geografia e demais profissionais do campus Mata Norte da Universidade de Pernambuco, que juntos buscamos o crescimento da nossa Universidade.
Aos meus alunos e orientandos de geografia e bolsistas Pibid, sob minha coordenação, que ajudam a unir a paixão pela pesquisa, ensino, extensão e gestão.
Aos meus familiares, nas pessoas das minhas tias, Adilza e Adeilda, meu afilhado Paulo Victor, cunhada, sobrinhos, primos, tios e minha segunda mãe, Edna.
Às minhas lindas crianças e a todos os meus amigos.
Aos que me concederam um tempo precioso para responder minhas indagações, ajuda com material cartográfico e debates intelectuais sobre produção do espaço.
Ao meu irmão e quase filho, Rodrigo Marinho, vamos continuar vivendo.
À minha mãe, Aldemir Dantas Barboza (in memoriam), que acompanhou e apoiou todos os passos da minha vida. Pessoa iluminada, apaixonada pela docência e pelos alunos, inteligente, confiante, amiga. Obrigada pelos excelentes debates, discussões e apoio. Sinto muito sua falta. Espero que esteja orgulhosa.
PREFÁCIO
Júlio César Suzuki ¹
O movimento de transformação da terra em mercadoria se deu lentamente, no Brasil, entre o século XVII e XIX, em que a transição de negócios esporádicos envolvendo a terra para a formação de um mercado fundiário, conforme nos revelaram vários autores, como Maurício de Almeida Abreu (1996 e 1997), particularmente em seus textos Pensando a cidade no Brasil do passado
e A apropriação do território no Brasil colonial
.
Este movimento de absolutização da propriedade privada (SMITH, 1990) ou de mercantilização da propriedade fundiária se resolveu com uma importante articulação entre o Estado moderno em formação no Brasil e os grandes fazendeiros escravagistas que necessitavam de um instrumento de entesouramento da riqueza (MARTINS, 1979).
Essa importante e espúria articulação entre Estado e capital, naquele momento em processo de acumulação primitiva, não deixou de se repetir reiterativamente na história brasileira, nas histórias regionais e nas histórias urbanas.
É o significado que as intervenções urbanas trazem para a vida social que fundamenta a análise de Ana Regina Marinho Dantas Barboza da Rocha Serafim, cuja discussão revelou imbricados liames que articulam a acumulação de capital, por meio de ações estatais, no espaço da metrópole de Recife, em que os moradores antigos das áreas em transformação não são de forma alguma a preocupação das políticas públicas.
Assim, espaços importantes de sociabilidade são privatizados no bojo do movimento de mudança de usos de áreas centrais, marcadas por longa história de vínculos e práticas, bem como as margens do rio Capibaribe, local de vida e de trabalho.
Populações expulsas das suas histórias, deslocadas de suas teias sociais, arrebatadas pela violência da privatização dos espaços de reprodução a vida: é este o movimento que engendra as relações profundas das intervenções urbanas pelo Brasil afora, como muito bem revelou Ana Serafim a partir de detalhada e minuciosa pesquisa, que somente aqueles que vivem por dentro a prática do planejamento – em que interesses do capital se insurgem fortemente nos meandros da definição das ações estatais – conseguem identificar, caracterizar, descrever e analisar.
Tendo sido partícipe de algumas das avaliações de análise das intervenções urbanas, na metrópole de Recife, como parte integrante dos técnicos do Governo do Estado de Pernambuco, Ana Serafim aguçou seu olhar para capturar, com delicadeza e precisão, o difícil processo de reificação do espaço nas contradições presentes nas intervenções urbanas.
Assim, o livro que nos brinda Ana Serafim é mais do que importante para a compreensão dos dilemas e contradições presentes no discursos e nas práticas de modernização urbana, em que as intervenções, sobretudo as de grande porte, têm relevo. Sua análise é necessária, o que nos obriga a sua leitura e discussão dentro e fora do espaço da universidade e da formação acadêmica. Sua incorporação deve estar, principalmente, entre os sujeitos que vivem a metrópole de Recife e lutam pelas possibilidades densas de ampliação dos espaços de sociabilidade, em que os movimentos sociais de melhoria urbana têm papel preponderante.
Neste sentido de análise e discussão do texto de Ana Serafim, revela-se leitura obrigatória de cursos de graduação e de pós-graduação em Geografia, Sociologia, Economia, Antropologia e História, mas também como importante bibliografia a ser discutida nos movimentos sociais que precisam compreender as relações que fundamentam a produção da metrópole, sobretudo para nelas intervir.
Referências
ABREU, Maurício de Almeida. A apropriação do território no Brasil colonial. In: CASTRO, Iná Elias; CORRÊA, Roberto Lobato; GOMES, Paulo César da Costa (Orgs.). Explorações geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. p.197-245.
ABREU, Maurício de Almeida. Pensando a cidade no Brasil do passado. In: CASTRO, Iná Elias; CORRÊA, Roberto Lobato; GOMES, Paulo César da Costa (Orgs.). Brasil; Questões atuais da reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. p.145-184.
MARTINS, José de Souza. O Cativeiro da Terra. São Paulo, Hucitec, 1979.
SMITH, Roberto. Propriedade Privada e Transição; Estudo da Formação da Terra e Transição para o Capitalismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1990.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
OUTRA ABORDAGEM PARA A ANÁLISE DO ESPAÇO URBANO
1.1 O método progressivo-regressivo na análise do espaço
1.2 Concepções relativas à produção e reprodução do espaço urbano
1.3 A construção do conceito de cidade e metrópole
1.4 Território: luta pela apropriação e uso do espaço
1.5 Centro, centralidade e requalificação do urbano
1.5.1 Decadência / estagnação das áreas centrais x surgimento de novas centralidades
1.5.2 O Recife e a sua dimensão cultural: passagem do local de produção para objeto de consumo e as políticas de city marketing
1.5.3 Consumo do espaço - novos habitantes para o antigo centro: surgimento da gentrificação
1.5.4 Apropriação do centro antigo por população de baixa renda
1.6 Transformações urbanas decorrentes das intervenções
1.6.1 A Renovação Urbana (1950-1970)
1.6.2 A Preservação Urbana (1970-1990)
1.6.3 Reinvenção Urbana (1980-2000)
CAPÍTULO 2
CONFIGURAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO: AS INTERVENÇÕES URBANAS NA CIDADE DO Recife
2.1 Considerações sobre a historicidade do processo de intervenções urbanas na cidade do Recife
2.2 Recife: bases históricas da evolução da população urbana
2.3 Projetos de intervenção urbana na cidade do Recife
2.3.1 Bairro do Recife
2.3.2 Bairro da Boa Vista
2.3.3 Polo Médico do Recife
2.3.4 Porto Digital
2.3.5 Intervenções no sistema viário como forma de descentralização e mobilidade
2.3.6 Pequenas intervenções: cultura como produto
2.3.6.1 Programa Monumenta
2.3.6.2 Plano Recife Nosso Centro
e Recife Viva o Centro / Viva o Recife Antigo
2.3.7 O Porto Novo
2.3.8 Projetos antigos e atuais ainda não executados
2.3.8.1 Projeto Turístico-Cultural Recife-Olinda
2.3.8.2 Projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe e Beberibe
2.3.8.3 Projeto Capibaribe Melhor
2.3.8.4 Projeto Novo Recife
- Cais José Estelita
CAPÍTULO 3
CONFLITOS NO ESPAÇO URBANO: RESISTÊNCIA SOCIAL VERSUS INTERESSE ECONÔMICO
3.1 Movimentos sociais de resistência
3.1.1 O caso da Avenida Dantas Barreto
3.1.2 Movimento Amigos da Tamarineira
3.1.3 Dona Lindu
3.1.4 Ocupa Estelita – #Ocupeestelita
3.1.5 Via Mangue / Rio-Mar
3.1.6 Manifestações em grandes vias: o caso das Avenidas Conde da Boa Vista e Agamenon Magalhães
3.2 Intervenções urbanas em comunidades de baixa renda
3.3 Planejamento e gestão dos espaços urbanos por grupos de interesse
3.4 Segmento imobiliário x viário
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
A configuração atual do Recife vem se tornando um desafio para os estudiosos do espaço, principalmente com relação à produção e reprodução do espaço urbano. Os diversos projetos de intervenção realizados e em via de realização, a ausência de integração e a pouca participação popular são fatores que dificultam e interferem no resultado final das ações de significado espacial e tornam sua análise bastante complexa.
As intervenções urbanas são estratégias públicas ou privadas e objeto de análise de vários estudos e pesquisas, no Brasil e no mundo, nas últimas três décadas (BIDOU-ZACHARIASEN, 2006; CAMPOS, 2002; 1999; GOMES, 2007; HARVEY, 1994, 2004; LEITE, 2007; SMITH, 1996, 2006, 2007; VILLAÇA, 1998; ZANCHETI, 1998). Os projetos de requalificação na área central da cidade, a abertura de grandes vias, os empreendimentos imobiliários (condomínios fechados e a verticalização), a reabilitação das áreas portuárias, as intervenções pontuais, os megaeventos e tantos outros com grande expressão territorial e econômica, viabilizados por investimentos públicos e privados, criam novas formas de produção do espaço e contribuem para a valorização imobiliária e reprodução das desigualdades sociais nas grandes cidades brasileiras.
As grandes intervenções contribuem para a promoção de alterações significativas nas formas de produção e apropriação social do espaço urbano. O processo de produção não é apenas histórico e social, sendo responsável, também, por conflitos, pois nem todos se apropriam desse espaço de maneira democrática, nem terão as mesmas oportunidades, o que gera segregação espacial e privação da cidadania.
Numa sociedade estruturada no sistema capitalista, em que os produtores do espaço – Estado, grandes empresas, agentes do mercado, empreendedores imobiliários, população local, como os comerciantes, moradores e população civil organizada – transformam os recursos naturais e os patrimônios de sua história e de sua cultura em mercadoria, torna-se preocupante a produção do espaço, evidenciando a importância de se repensar e almejar novos padrões de planejamento e de gestão do território.
As observações e reflexões sobre as intervenções públicas e privadas que foram ou estão sendo implantadas na cidade do Recife, e de como estas transformam o espaço em mercadoria, foram fundamentais para a realização deste trabalho, que aborda o processo de transformação espacial como condição à reprodução do capital e como os movimentos sociais contribuem com esse processo.
Esse tema é importante para que se entenda como as transformações espaciais têm sido produto e condição das intervenções urbanas, sejam elas públicas ou privadas. Elas ocorrem antes, durante e depois do processo de implantação das intervenções, condicionando a reprodução do capital.
Assim, o processo de transformação das cidades repercute na forma de reprodução da propriedade privada da terra, com o espaço revelando cada vez mais a contradição entre valor de troca e valor de uso, gerando conflitos entre os diversos segmentos sociais e econômicos envolvidos nessa dinâmica.
A propriedade da terra, ou do solo urbano, é fundamental para se entender a dinâmica de sua valorização. De acordo com Suzuki (2002), que analisou a gênese da moderna cidade de São Paulo, os imóveis se transformam em mercadoria fundamental na reprodução das relações sociais. A propriedade moderna permitiu a produção capitalista da cidade de São Paulo, inclusa na lógica da terra como mercadoria e na criação de um mercado imobiliário
(SUZUKI, 2002, p. 8).
A produção do espaço está relacionada com o processo de acumulação do capital, por isso, o espaço é um importante elemento na sua reprodução. E para este se reproduzir, é necessário que haja uma exploração efetiva, seja por parte do Estado ou da iniciativa privada. Essa exploração está ocorrendo por meio dos projetos de intervenção realizados no Recife.
A cidade do Recife é a capital do Estado de Pernambuco, localizada na Região Nordeste do Brasil. Está dividida em 6 RPAs (Regiões Político Administrativas), conforme a Lei Municipal nº 16.293, de 22/01/97, em que o ordenamento da Prefeitura da Cidade do Recife reflete os aspectos espaciais dos diferentes territórios existentes na cidade do ponto de vista das relações sociais que neles se desenvolvem ou da realidade econômica da população que neles vive.
A Região Metropolitana do Recife (instituída pela Lei Federal nº 14, de 08/06/73) é formada por municípios cujas ligações com o centro da capital são intensas de acordo com a distância e as facilidades de comunicação com esses municípios. O Recife se destaca como importante área industrial, comercial e de serviços o que favorece os grandes fluxos econômicos e populacionais entre o seu centro urbano e as cidades do seu entorno, num processo efetivo de conurbação.
A metrópole é o locus das disputas territoriais dos habitantes que a compõem. As intervenções urbanas que ocorrem na cidade do Recife são um fragmento da metrópole, no entendimento da reprodução do espaço urbano, pois apoia a reprodução do capital.
Dessa forma, o tema intervenção urbana não pode ser abordado apenas no espaço territorial da cidade do Recife, pois ele se reproduz por toda a sua Região Metropolitana. Assim, foram escolhidos fragmentos do espaço do Recife, pensado no processo de metropolização, pelo motivo de a capital manter uma forte relação de interdependência econômica e um notório movimento pendular de sua população, principalmente com as cidades de Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
O Recife passou e vem passando por constantes transformações no seu espaço, causados por diversos sujeitos e interesses. Dessa forma, a análise desse espaço compreende um árduo exercício de investigação e compreensão de sua identidade, particularidade e complexidade, sobretudo pela totalidade e fragmentação do seu território e sua dimensão como uma metrópole.
De pequeno a grande centro, atrasado ou desenvolvido, antigo ou recente, toda cidade apresenta uma produção espacial e cultural que expressa as atividades econômicas e os costumes e tradições dos seus habitantes. E isso depende do processo histórico da formação, ocupação e evolução do espaço e da condição do quadro natural, ou seja, do local de sua inserção.
Nos últimos anos, a interpretação das práticas de apropriação social do espaço urbano tem despertado novas linhas de abordagens ao planejamento urbano. Os lugares possuem componentes físicos, como, por exemplo, da estruturação de seus tecidos urbanos e das suas tipologias, além de conteúdos culturais expressos nas diferentes formas de apropriação social do espaço. Quando definimos lugar, reportamo-nos, primeiramente, à geografia, especificamente aos estudos desenvolvidos por Tuan (1983, p. 3-6) que o conceitua, distinguindo-o do significado de espaço.
O lugar é segurança e o espaço é liberdade: estamos ligados ao primeiro e desejamos o outro. [...]. Na experiência, o significado de espaço frequentemente se funde com o de lugar. Espaço
é mais abstrato do que lugar
. O que começa como espaço indiferenciado transforma-se em lugar à medida que o conhecemos melhor e o dotamos de valor. [...]. As idéias de espaço
e lugar
não podem ser definidas uma sem a outra. A partir da segurança e estabilidade do lugar estamos cientes da amplidão, da liberdade e da ameaça do espaço, e vice-versa. Além disso, se pensamos no espaço como algo que permite movimento, então lugar é pausa; cada pausa no movimento torna possível que a localização se transforme em lugar.
Dessa forma, a categoria lugar vai aparecer, nessa discussão, como uma forma de a população, por se sentir pertencente à cidade, buscar melhores condições e qualidade de vida. Nessa análise, é entendido que os diversos segmentos sociais e econômicos se apropriam, vivem e usam o espaço; assim, o lugar passa a ser entendido como território, como um objeto de conquista. Segundo Castilho (2009, p. 7): não é mais o território per si que se torna alvo de disputas de poderes; mas também o uso do território, como meio de conquista do acesso a serviços e oportunidades concretas de inclusão social
.
A concentração de população nas grandes cidades traz à tona a questão da cidadania em que se insere a problemática espacial, pois a ocupação do espaço legalmente irregular traz em si mesma a degradação ambiental e a deterioração da qualidade de vida da população. Com isso, nem sempre o acúmulo de riquezas na cidade traz melhorias para a população, pois essas nem sempre podem ter acesso seletivo aos diversos usos e funções da cidade, o que contribui para a desigualdade social.
As pessoas passam a lutar por melhores serviços e uma qualidade de vida decente, para além do pensamento fragmentário. Isso implica em:
Um outro modo de organizar e produzir o espaço levando em conta novas formas de organização, lutas e usos do território pelos diversos atores sociais, na busca da construção de um espaço à coletividade humana e não apenas a determinados grupos de privilegiados (CASTILHO, 2009, p. 7).
Nos últimos anos, os movimentos sociais estão cada vez mais complexos e ativos. No Recife, isso não é diferente, há lutas e movimentos organizados para debater e discutir as intervenções urbanas. A resistência, apesar de existir desde as primeiras intervenções, apenas nos últimos três anos vem sendo mais difundida. A população vem exigindo a participação nas decisões sobre a cidade e isso está trazendo ao debate a necessidade de um espaço urbano melhor e mais humano.
Todo lugar tem suas formas de resistências, as pessoas, os governos, são os contramovimentos, as contrarracionalidades no cotidiano, segundo Lefebvre (1979, 2006), e as resistências às forças hegemônicas de acordo com Milton Santos (1985, 1999).
É necessário demonstrar que essa população está sim participando, discutindo, enquanto sociedade civil organizada, mesmo que, muitas vezes, o discurso não abrangeu a questão técnica de um projeto e sim apenas seu caráter ideológico, em que prevalecem as discussões superficiais, sem aprofundamento. Os vários segmentos sociais e econômicos, com interesses diferenciados, interagem no Recife. Apesar da existência de conflitos, há uma relação que contribui para a reprodução desse espaço.
Vários casos de movimentos de resistência foram aqui analisados, destacando-se cada qual com a sua peculiaridade e realidade têmporo-espacial, como o movimento contra a Dantas Barreto, contra o Recife-Novo no Cais José Estelita, o Parque Dona Lindu e a Tamarineira.
Estudar o Recife torna-se algo importante não só no sentido de avançar nas discussões sobre a urbanização da cidade, como também em razão do potencial histórico/cultural existente no seu patrimônio histórico e nas manifestações culturais e, ainda, para trazer à tona algumas contribuições e reflexões sobre as transformações que estão acontecendo e que vão ocorrer, principalmente por causa de grandes projetos que prevêem intervenções de grande porte em infraestrutura, comércio, lazer, serviços e habitações.
A preocupação com