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Os professores do Agrupamento de escolas José Maria dos Santos de Pinhal Novo,

abaixo assinados, reuniram em assembleia, no dia 20 de Janeiro de 2009, tendo em


conta a vontade expressa unanimemente na reunião sindical de 13 de Janeiro, para
decidir sobre a manutenção da suspensão do processo de avaliação docente, decidida
em assembleia realizada em 19 de Novembro de 2008.

Para tal, foi efectuada uma reflexão que se centrou na análise das alterações
introduzidas pelo Dec. Regulamentar n° l-A/2009 de 5 de Janeiro.

Da análise das medidas transitórias, tomadas pelo ministério, que visam


simplificar o processo, as quais constam do Dec. Regulamentar l-A/2009, de 5 de
Janeiro, fez-se notar que as mesmas:

1. são transitórias e conjunturais, prevendo-se a implementação do modelo tal


como
está definido no Dec. Regulamentar n°2/2008 no próximo período avaliativo;

2. excluem uma avaliação da componente cientifica e pedagógica do


trabalho docente;

3. respeitam apenas às condições de aplicação, mantendo-se os princípios


orientadores
que estão na base da contestação dos docentes como a existência de quotas,
eliminando a possibilidade da maioria dos docentes verem reconhecidos os seus
efectivos méritos;

4. pretendem responsabilizar e pressionar os órgãos de gestão para a


aplicação do
processo;

5. provam que a finalidade principal do ministério com este processo é a


seriação na
carreira por motivos economicistas, deixando para segundo plano a melhoria da
qualidade do ensino;

A implementação do Modelo de Avaliação, imposto pelo ministério, significa a


aceitação tácita do ECD, que promove a divisão artificial da carreira em
categorias, que a esmagadora maioria dos docentes contesta.

Foram discutidos os procedimentos por parte da tutela, que foram considerados


inadmissíveis, e que visaram apenas a desmobilização dos docentes de uma luta que
estes consideram justa e defensora da Escola Pública:

1. utilização dos endereços de email dos docentes com o intuito de pressionar


para a
adesão à política educativa defendida pelo ministério;

2. tentativa de pressão dos órgãos de gestão através do Dec.


Regulamentar n° l-B/2009
de 5 de Janeiro de 2009, publicado no mesmo dia daquele que estabelece o regime
transitório da avaliação docente (Dec. Regulamentar l-A/2009 de 5 de Janeiro).

3. anúncio do aumento do número de vagas para os professores no próximo


concurso,
medida aliciadora e divisionista;

4. tentativa de dividir os docentes, com a exclusão da obrigatoriedade


de avaliação
àqueles que reúnam condições de reforma até 2011;

5. ameaça de procedimentos disciplinares para quem recuse aceitar este processo de


avaliação.

Considerando todos estes aspectos e compreendendo que:

a) pertencem a uma classe com responsabilidades sociais particulares;

b) está posta em causa a dignidade de uma classe e a qualidade da escola pública;

c) têm o dever de defender a escola pública,

tomaram os docentes, reunidos em assembleia, a decisão de manter suspenso o


processo de avaliação docente tal como definido nos Dec. Lei 2/2008 e Dec.
Regulamentar l-A/2009, não participando em nenhum dos actos com ele relacionados.
Esta decisão reforça a posição tomada na assembleia realizada em 19 de Novembro de
2008,

Apelam ainda os docentes para uma revisão do ECD, principal foco de


desestabilização e de conflito, com a divisão artificial da carreira, e reafirmam
a sua vontade e direito de serem avaliados por um modelo justo, exequível,
consensual, transparente e motivador do trabalho docente, que resulte numa
efectiva melhoria da qualidade do ensino público.

Pinhal Novo, 20 de Janeiro de 2009

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