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Santo Antônio do Pinhal

De Sertão a Município - 1785 a 2020


Freguesia 1861 a 2021

Zildo Aparecido da Silva


2ª Edição José Antonio Marcondes
Revista, ampliada e corrigida.
Em fase final de diagramação.
Prefacio

Com a publicação de “Santo Antônio do Pinhal – De Sertão a


Município. 1785 a 2009”, o advogado José Antonio Marcondes da Silva
e o professor de História e Geografia Zildo Aparecido enriquecem
sobremaneira o acervo histórico da Serra da Mantiqueira.
Através de uma pesquisa extenuante e honesta, fundada,
sobretudo, em documentos oficiais, sesmarias, fotos, mapas e
inventários, os Autores oferecem com o presente livro uma real e fiel
revisão histórica de Santo Antônio do Pinhal, uma das mais importantes
estâncias turísticas do Estado de São Paulo.
Tivemos o privilégio de acompanhar pari-passu o esforço
hercúleo e paciente dos Autores ao longo dos anos, com a permanente
preocupação de que talvez eles desistissem da empreitada, ante a
incompreensão de muitos e o descrédito de todos.
Valentes e corajosos, decididos e incansáveis, venceram todos
os obstáculos que a cultura brasileira, marcada pelo desprezo à memória
histórica, se lhes antepuseram.
E agora, presenteiam São Paulo e o Brasil com esta obra notável,
de absoluta fidelidade histórica e de resgate de um passado longínquo.
A nosso modesto ver, deveríamos odiar os indiferentes, os
abúlicos e os apáticos que transformam os arquivos oficiais da cultura
brasileira em fogueiras da Idade Média.
É fundamental conhecer o passado para entender o presente e
prover o futuro. O historiador José Honório Rodrigues revelou um
aspecto singular: “Aprendi que a história não pode ser uma crônica aos
mortos; ela deve servir aos vivos e assim deve ser escrita”.
Os Autores desta obra histórico-pedagógica, José Antonio
Marcondes da Silva e Zildo Aparecido da Silva, ofertam um precioso
presente aos pinhalenses: agora, Santo Antônio do Pinhal se conhece!

Santo Antônio do Pinhal, verão de 2.009.

Pedro Paulo Filho(in memorian)


Membro do Instituto Histórico e Geográfico
de São Paulo, do Instituto de Estudos Vale-
paraibanos, União Brasileira de Escritores,
Academia de Letras de Campos do Jordão,
de Pindamonhangaba, de Santos e da Academia
Valeparaibana de Letras e Artes.
Sobre este livro.

Santo Antônio do Pinhal, de Sertão a Município vem a público


para preencher uma lacuna na história das gentes que povoaram as vastas
terras do Brasil. Trabalho árduo e preciso de pessoas que laboraram com
paixão, o livro fundamenta-se em pesquisa séria e infatigável. De fato, os
Autores não se contentaram com a abordagem superficial dos fatos que
apresentam: optaram por mergulhos mais profundos que vão desde a
leitura de esquecidos livros-tombos de velhas igrejas até o trabalho de
campo junto a descendentes daqueles que, pode-se dizer, construíram a
história da cidade de Santo Antônio do Pinhal.
Procedendo desse modo, os autores fizeram falar os mortos
ainda uma vez, mostrando-os nas lutas que, em vida, se empenharam.
Por essa via, ressuscitaram-se bandeirantes que largaram da Vila de São
Paulo, cruzaram as águas do Paraíba do Sul e embrenharam-se nos altos
da Serra da Mantiqueira, abrindo caminhos, fundando o Brasil; por ela
renasceram os imigrantes italianos, gentes que, no início do século XX,
galgaram a Mantiqueira e, depois deles, os japoneses e outros tantos
homens de várias etnias.
Trata, portanto, o livro que o leitor ora tem em mãos de uma
história que é parte de um conjunto de histórias que terão se realizado em
todo o país durante o seu período de maior povoamento.
Entretanto, não só do passado vive a presente obra. Se, de um
lado, constatamos a passagem do tempo através de fatos como as três
construções da Igreja Matriz, o patrulhamento das montanhas ao tempo
da Revolução de 1932 e os incríveis sucessos que constituem a Revolta
dos Canos, de outro temos a visão atual da cidade com informações úteis
a quem queira visitá-la.
É com satisfação que recebo a publicação de Santo Antônio do
Pinhal, de Sertão a Município. Filho da terra e tendo conhecido, em
minha infância e juventude, muitas das pessoas nela citadas, valeu-me a
leitura para recordar e refletir sobre homens e suas sagas em seu esforço
comum para o desenvolvimento da região onde vivem.
Cidade de clima invejável e grande beleza natural, já era tempo
de Santo Antônio do Pinhal ter a sua história. Quis o destino que a tivesse
por mãos de autores que tudo fizeram para dignificá-la.

Ayrton César Marcondes


Santo Antonio do Pinhal, fevereiro de 2009.
Prefácio

Vygotsky, (1896-1934) educador russo, afirmava que somos


seres históricos. Isto é, nós somos em pensamentos e ações, a soma de
todas as nossas experiências, vivências, convivências, tudo que vimos,
ouvimos e oralizamos. Enquanto o filósofo alemão Nietzsche,(1844-
1900)na sua teoria do Eterno Retorno, postulava que o retorno
comemorativo se faz necessário para que possamos reviver o que passou
e dar um recomeço ás nossas vidas. Nunca atermos a mesmice, nem
girarmos no mesmo lugar, mas girarmos em espiral ascendente. Desse
modo revivemos todos os anos o natal, o ano novo, aniversários, as festas
de santos, as datas históricas, etc. Outro grande dilema médico que nos
assusta atualmente é a possibilidade de perdermos a memória pela
insidiosa e malfadada doença de Alzheimer. A pior coisa que pode
ocorrer a nós humanos é, num lapso de memória não saber quem somos,
onde estamos, de onde viemos, para onde vamos. Somos seres históricos
e acumulamos conhecimentos, sem os quais, não somos nada porque
temos a vida roubada.
O trabalho de pesquisa e publicação do Advogado Dr. José
Antonio Marcondes e do Professor e Historiador Zildo Theodoro agora
em segunda edição, vem justamente preencher a lacuna de que trata
Vygotsky, ou seja, de que somos seres históricos porque acumulamos
conhecimentos ao longo da vida, bem como corrobora a tese
Nietzscheniana de que necessitamos conhecer nossos fatos históricos,
primeiramente para acharmos neles nossa identidade e posteriormente
para vivermos o eterno retorno.
Vivemos uma era de tecnologia dinâmica. A descoberta ou
invenção de ontem estará obsoleta amanhã. Temos que aprender e
desaprender o conhecimento e a informação a todo instante. A tecnologia
nos permite e patrocina isto, por outro lado, temos esse foco desviado
para o prazer e a satisfação momentânea dos jogos eletrônicos, das
músicas sem conteúdo, do erotismo gratuito, da cultura inútil, entre
outras, imposta pela mídia. É exatamente contra esse vazio cultural e em
favor de estabelecermos um ponto de partida que a dupla Zildo e Zé se
desdobram em pesquisas, em buscas incansáveis para trazer até você,
curioso leitor, a informação mais precisa, o fato mais explicado e o
conhecimento mais aprimorado. Parabéns aos pesquisadores, parabéns a
você leitor, pois todos saímos mais ricos cultural e socialmente dessa
empreitada.
Santo Antônio do Pinhal, janeiro de 2015
Prof.Mestre Sergio Roberto da Motta
Índice
1- Aspectos gerais
2- Origem do nome
3- Penetração bandeirante
4- Os indígenas
5- Os desbravadores
6- As sesmarias
7- As divisas entre capitanias
8- Os conflitos
9- Origens do município
10- Anais da Câmara
11- Os fundadores
12- Fim da escravidão
13- Dados interessantes
14- Família Jacintho da Silva
15- O comércio local
16- A religião
17- Os Imigrantes
18- A Revolução
19- Emancipação política
20- Estância Climática
21- Revolta dos Canos
22- Economia e desenvolvimento
23- Transporte e comunicação
24- Turismo
25- As associações
26- Educação
27- Cultura
28- Causos populares
29- Esporte
30- Saúde
31- Artistas populares
32- Nomes de ruas
33- Símbolos Municipais
34- Galeria de Prefeitos
35- História do legislativo
36- Freguesia de Santo Antônio
Bibliografia
Biografia
Introdução Fonte Santo Antônio

Após índios e bandeirantes, ouro e escravos, no sertão do


alto do Rio Sapucaímirim em 1785 é concedida a primeira
sesmaria da região pela Capitania de São Paulo. Um conflito se
instalou por muitos anos, por causa da disputa da divisa entre as
capitanias de São Paulo (1714) e Minas Gerais (1720). Sertão do
alto da serra para os paulistas que não aceitavam a divisa, e para os
mineiros, seria sertão do alto da serra da Mantiqueira, região
denominada também como Sertão de Camanducaia, cidade
mineira.
1809, foi aberto um caminho pelos mineiros em terras
habitadas pelos paulistas da Vila de Pindamonhangaba que já
possuíam as sesmarias na região, mas logo foi fechado pelo então
CapitãoMor Ignácio Marcondes do Amaral.
1811, após um acordo amigável, ficou combinado que
continuaria aberta a estrada com uma guarda mantida por São
Paulo no lugar denominado sertão em terras de Claro Monteiro do
Amaral, cerca de 10 km acima de Sapucaí mirim( MG).
Na região onde existe hoje a cidade mineira de Sapucaí
Mirim, estabeleceram-se diversos moradores sob a proteção do
Capitão Manoel Furquim de Almeida, representante de Minas.
Essas terras eram reclamadas pelo paulista Inácio Caetano Vieira
de Carvalho, antigo sesmeiro, que conseguiu reavê-las em 1813
com intervenção da Câmara de Pindamonhangaba a seu favor.
1814, em abril houve um contra movimento por parte de
Minas retirando a guarda do local combinado e em julho foi
instalado um quartel no alto da Serra da Mantiqueira, hoje estação
Eugênio Lefévre. Em 31 de agosto do mesmo ano, a Câmara de
Pindamonhangaba obrigou os mineiros a retirarem o quartel, que
ficou abandonado até novembro quando foi queimado pelas
autoridades de Pindamonhangaba. A denominação “Quartel
Queimado” figura nos documentos de 1847 e no mapa de Minas de
1855.
Com a abertura oficial da estrada em 1811, ligando as duas
Capitanias, a região começou a prosperar. Com a fundação da
Freguesia de São Bento do Sapucaí em 1828, as terras do alto da
serra ficaram pertencendo à essa nova freguesia.
Foram feitas muitas doações para a Capela de Santo
Antônio no local denominado Bairro Pinhal. A mais conhecida
delas ocorreu em 11 de de abril de 1856, quando o senhor Antônio
José de Oliveira e sua mulher doaram terras ao santo de sua
devoção.
Após anos de submissão, mandos e desmandos, os
descendentes dos antigos povoadores decidiram conquistar a
independência. O antigo Bairro do Pinhal, gerava através de sua
produção muitos impostos à São Bento do Sapucaí, mas graças
aos heróis pinhalenses, após demandas judiciais, comemorou-se a
emancipação em 1960. Dessa data em diante a nova cidade
prosperou e transformou-se no ´´ Charme da Serra´´.
Vista do cruzeiro da cidade

foto 63
1 ASPECTOS GERAIS

Vista Parcial da Cidade

Área: 141 km – Fonte SEADE


Altitude da sede: 1.080 m
Ponto mais alto: 1.800 m
Clima: frio, variando entre -2 e 30 °C.
Topografia: Montanhosa com predominância de mar de morros em
formato de meia laranja.
População: 6.750 habitantes-estimativa 2014 – Fonte IBGE - 2013
Densidade demográfica: 48,76 habitantes por km²
Coordenadas: 22º50' latitude sul, 45º38' longitude oeste.
Distâncias: São Paulo: 173 km; Campos do Jordão: 17 km;
Pindamonhangaba: 30 km; Taubaté: 32 km;São José dos Campos: 75 km
Divisas: São Bento do Sapucaí, Campos do Jordão, Pindamonhangaba,
Tremembé, Monteiro Lobato e Sapucaí-Mirim, ( Minas Gerais).
Santo Padroeiro: Santo Antônio. Dia 13 de Junho
CEP: 12450-000
DDD: 12
Hidrografia: Rio da Prata (Rio Sapucaímirin), Ribeirão do Lageado, do
Barreiro, do Rio Preto, do Boa Vista, do Pico Agudo.
Vocação Turística: Turismo Ecológico, Romântico, Rural, de Aventura.

Acessos:
Rodovias Presidente Dutra, Carvalho Pinto, Floriano Rodrigues
Pinheiro (SP 123) Osvaldo Barbosa Guisard (SP 46) e SP 50.
DATAS IMPORTANTES
* Abertura da estrada em 1809.
*Abertura oficial entre as capitanias em 1811.
* Queima do quartel mineiro em 1814.
* Anexação à freguesia de São Bento do Sapucaímirim em 1827.
* Freguesia pela Lei provincial nº. 2 de 23 de março de 1861.
* Distrito de Paz pela Lei nº. 13 de 16 de março de 1880.
* Anexado a Campos do Jordão pelo decreto Lei nº. 6.867, de 14 de
outubro de 1934.
* Reintegrado a São Bento do Sapucaí pelo decreto lei 14.334 de
30 de novembro de 1944.
* Elevado a município pela Lei n° 5.285 de 18 de fevereiro de
1959.
* Criação do município: 26 de Janeiro de 1960 (Decisão STF).
* Estância climática pela Lei estadual n° 9.714 de 27 de janeiro de
1967.
2 ORIGEM DO NOME:
Bairro do Pinhal foi o nome encontrado em documentos de
doação das terras à Capela de Santo Antônio, santo de devoção dos
doadores, o povoado era um bairro de São Bento do Sapucaí.
Sertão de Camanducaia, Sertão de Pindamonhangaba,
Quartel Queimado, foram outros nomes encontrados no início do
século XIX. Em 1827, com a anexação da região a São Bento do
Sapucaí passou a chamar-se Bairro do Pinhal, em 1856 com a
doação, Santo Antônio do Pinhal e freguesia em 1861.
Fundação da Freguesia.
Santo Antônio , o Santo Padroeiro:

Santo Antônio nasceu no final do século XII (1190 ou


1195) em Portugal, onde se tornou membro da ordem dos
franciscanos. Em 1220, foi para a África e dedicou-se aos
trabalhos de catequese por um ano. Daí foi para a Itália,
primeiramente esteve em Assis, depois em Pádua. Nessa cidade
ensinou teologia e destacou-se como pregador dos Evangelhos.
Morreu em 1231, um ano após sua morte, foi canonizado.
Sobre seu túmulo construíram uma basílica em seu louvor.
Em Portugal é conhecido como Santo Antoninho, mas, por
ter vivido grande parte de sua vida em Pádua, ficou mais conhecido
como Santo Antônio de Pádua. É representado com o hábito
marrom dos franciscanos, segurando um livro sobre o qual está
apoiado o Menino Jesus.
Segundo a tradição, tornou-se um santo de grande devoção
popular, pois, sob sua proteção, muitas pessoas encontram não só
os objetos perdidos como também o parceiro para se casar. Por esse
motivo, é chamado de santo casamenteiro. O dia 13 de junho é
dedicado a Santo Antônio.

3 PENETRAÇÃO BANDEIRANTE
As Bandeiras Paulistas
geraram duas diferentes atividades
ou ciclos: o ciclo da caça ao índio
e o ciclo do ouro, nos quais os
taubateanos tiveram importante
participação.
As bandeiras, em sua
grande maioria, eram organizadas
na Vila de São Paulo e de lá
partiam em direção aos chamados
sertões de Taubaté (ou Sertões dos
Cataguás), região que mais tarde
passou a chamar-se Minas Gerais.
Taubaté transformou-se também
em um importante centro de
o rg a n i z a ç ã o d e n u m e r o s a s
bandeiras, algumas de passagem,
vindas de São Paulo, e outras
organizadas na própria vila,
contando sempre com a participação de muitos taubateanos.
Em consequência dessa intensa atividade dos bandeirantes
taubateanos, foram fundadas as cidades valeparaibanas e também
as famosas cidades históricas de Minas Gerais. Essa atividade dos
bandeirantes foi a que mais movimentou a vila de Taubaté
projetando-a para outras partes do Brasil, ao mesmo tempo em que
se registrava definitivamente na história nacional.
De passagem por Taubaté, as bandeiras paravam para
repouso e reabastecimento. Era nessas ocasiões que muitos
taubateanos – como eram chamados todos os moradores da vila,
nascidos ou não no lugar – se integravam aos grupos de
bandeirantes e seguiam viagem com eles. Numerosas bandeiras
organizadas por taubateanos também se destacaram no ciclo do
ouro em Minas Gerais.
Partindo de Taubaté, havia diversas opções para se chegar
às minas de ouro, uma vez que na Serra da Mantiqueira existiam
várias passagens naturais que davam acesso a região das minas.
Porém, a mais utilizada era a Garganta do Embaú, nas
proximidades de Cachoeira Paulista ou a Garganta da Serra.
Puris, segundo
4 OS INDÍGENAS versão de Rugendas.
Os Guaianases tinham seu
habitat na floresta, em aldeamentos
próximos a cursos de água. Ainda
hoje, numerosos depósitos de
restos de cerâmicas indígenas são
encontrados em todo o vale, assim
como preciosos achados de
igaçabas e tigelões de barro, na
cidade de Aparecida, os desenhos
das peças ornamentais superam
esteticamente as formas pouco
variadas dos objetos de uso
doméstico ou guerreiro.
Os índios Puris eram
mansos, trabalhadores e habitavam
o Sertão de Guaiapacaré, onde pos
teriormente se levantaria Lorena. Com a invasão dos brancos eles
se recuaram para a mantiqueira.
Mesmo sendo nômades, os aborígines do Vale do Paraíba
respeitavam a lei da natureza, eram saudáveis e sem vícios,
diferentemente das tribos mais bárbaras cuja luxúria espantava os
observadores da época.
Com o estabelecimento do homem branco, na sua maioria
português ou descendente, surgiram as primeiras aldeias e vilas no
sertão valeparaibano. Numa das principais coordenadas
ARTEFATOS INDÍGENASda
ocupação do solo paulista apareceram Jacareí, Taubaté - o núcleo
bandeirante mais notável e Guaratinguetá, o ponto chave na
intersecção da rota de Parati, no litoral fluminense com o Vale do
Paraíba.
Essas vilas eram oriundas de provisões outorgadas pelo
Capitão-Mor de Itanhaém e confirmadas pela donatária, a
Condessa de Vimieiro, através do seu procurador. Eram fundadas
pelos sertanistas e os moradores exploravam a terra mediante
forais competentes. Os foreiros recebiam lotes de ambos os lados
do caminho que margeava o rio Paraíba e iniciavam suas criações e
culturas, afastando para mais longe os sertões onde viviam os
Jeromis, Puris e gente bugre.

Artefatos Indígenas encontrados em Santo Antônio do Pinhal

Essa afirmativa é comprovada pelos nomes indígenas de


acidentes topográficos e vilas: Capivari, Rio Canhambora, Rio
Piracoama, Tremembé, Rio Sapucaí, Bairro Umuarama, Vila
Jaguaribe, Serra da Mantiqueira, Taubaté, Pindamonhangaba, etc.
No Bairro Renópolis, município de Santo Antônio do
Pinhal, após a chegada da colônia japonesa em 1929 e com o
cultivo da terra, no que são mestres, foram encontradas
machadinhas, bodoques, cuias e pilões, todos artefatos indígenas e
ainda hoje conservados por alguns dos descendentes dos primeiros
japoneses.
No centro urbano da cidade também foram encontrados
outros artefatos, comprovando, assim, a passagem dos índios pela
região. Provavelmente foram os índios Puris, que frequentavam
as regiões altas e frias próximas a Campos do Jordão, conforme
relatado nos diários de viagem de Antônio Knivet, que rememorou
a expedição de Martim Corrêa de Sá, em 1530. A expedição partiu
do Rio de Janeiro e percorreu as cabeceiras do Rio Sapucaí.

Preparando a Terra para o cultivo


Caetés: Pertenciam à tribo Tupi e foram os habitantes
primitivos da região que abrangia desde o Cabo de Santo
Agostinho até a Foz do Rio São Francisco.

Cataguás: Nome de uma tribo de índios selvagens que


habitavam a região de Minas Gerais. O vocábulo “cataguases” é,
portanto, de origem indígena e sua versão mais aceita é
provavelmente a dos Drs. Diogo Luiz Pereira de Vasconcelos e
Napoleão Reys, que o traduziu por “gente boa”, cuja forma
original julgavam ser catu-auá.
Outros autores o traduziram por “terra das lagoas tortas” e
“povo que mora no país das matas”
5 OS DESBRAVADORES

Mapa da Capitania de Itanhaém.


Segundo o dicionário geográfico de Sant Adolfhe, as minas
de Campanha do Rio Verde ( Itagiba) foram descobertas em 1720,
sendo a freguesia criada quatro anos depois.
A transcrição do documento abaixo confirma esta
afirmação, que está de acordo também com o que disse Inácio
Caetano Vieira de Carvalho, em 1773, que sessenta ou setenta anos
antes Gaspar Vaz da Cunha, chamado Oyaguara, abriu o caminho
da Vila de Pindamonhangaba para o Sapucaí, rompendo as
Campinas de Capivari.

Vale ressaltar que: Itagiba ficava onde hoje é a cidade de


Campanha-MG, garganta do Embaú fica na subida da serra da
Mantiqueira depois de Cruzeiro, campinas de Capivari foi aquele
tempo Arraial que fazia parte da estrada real e hoje é distrito de
Pouso Alto-MG.

“ O Padre João da Sylva Cavalo, clérico e presbítero do habito de


Sam Pedro; certifico, em como entrei nestas novas minas de
Itajiba, em adjunto com Geraldo Cubas Ferreira com animo de
assistir nellas, e dahi a hum mês, pouco mais, ou menos; entrou
Gaspar Vaz da Cunha, cujo contando tanta grandeza de
Sapucahy, e com promessas altas, que me fizerão elle dito e
outros mais; me reduzirão a seguir viagem com elles, e como
depois de chegado ao lugar me achasse no engano; tornei para
estas ditas minas, donde estou assistente, por nellas achar ouro
de sobra e com conta pelo que tenho visto em algumas
esperiencias que fis, e pello ouro, que tenho visto; tem labrado o
guarda mor, e seu genro e camaradas, e o estarem estas minas em
má openião por cuja causa não vem gente a ellas; foi por cauza
de hum cavalheiro escrever cartas a Tabay, bathe dizendo: não
havia ouro nestas minas, e que estavão bromadas; falço
grandiozo, porque ao contrario tenho visto, e os mais, que aqui se
achão, não tiram sim de uma cata arobas de ouro mas sim tiram
couza que os agrade; e por isso passar na realidade; juro esta
verdade in verbo sacerdotis. Novas minas de Itajiba em
novembro, 3 de 1723 annos. O Padre João da Sylva Cavalo”.

6 AS SESMARIAS
SESMARIA
Lote de terras devolutas ( inculto ou abandonado) que o Rei de
Portugal concedia ao sesmeiro que quisesse cultiva-la.

Algumas das sesmarias de que se tem notícia nesta região são:


· 11 de novembro 1785: duas léguas de testada e uma légua
de sertão a José Homem de Mello ( - 1840), Agostinho
Marcondes do Amaral (1770 - 1844), Manoel de Oliveira
Silva e Joaquim de Oliveira Silva.
·27 de setembro de 1790: Inácio Caetano Vieira de
Carvalho, João de Brito Marinho e Manoel José Botelho
Mosqueira.
·2 de junho de 1795: uma légua e meia de testada e uma
légua e meia de sertão a Manoel Monteiro de Castilhos
(1737 - 1807), José Marcondes do Amaral e Manoel
Cerqueira César ( - 1839 ).
·19 de outubro de 1795: uma légua e meia de testada por
uma légua e meia de sertão a Domingos Moreira César e
Salvador Leite do Prado.
Penetração bandeirista no território mineiro

A determinação da posição de limite dessas antigas


sesmarias, provavelmente, explica muitas das esquisitices da linha
divisória atualmente respeitada. Vale lembrar, que testada é a
parte no alto da serra em frente a Pindamonhangaba e sertão é
a parte que adentrava sentido oeste.
O nome sertão era utilizado pelos moradores de
Pindamonhangaba, que usavam a denominação “Sertão da
Paraíba”. Os moradores de Camanducaia, por sua vez, chamavam
de “Sertão de Camanducaia”. Sertão era considerado toda área
desabitada ou devoluta.
É importante ressaltar que, o Capitão Mor da Vila de
Pindamonhangaba, Ignácio Marcondes do Amaral, teve grande
influência na doação das cartas de sesmaria, uma vez que irmãos,
cunhados e amigos a obtiveram como um meio para bloquear as
tentativas de invasão no alto da serra por parte dos mineiros.
A mais importante de todas as sesmarias foi a de José
Machado da Silva, de onde gerou o núcleo urbano que é hoje a
cidade de Santo Antônio do Pinhal.
Transcrição do livro de sesmaria

José Machado da Silva, da Villa de Pindamonhangaba.


Terras devolutas no alto da Serra de Parayba nas cabeceiras das
terras de João Gonçalves do Prado e o Furriel Ignácio Soares de
Toledo, do Bairro de Piracoama entre as testadas da sesmaria do
Capitão Gaspar Nunes de Mendonça e o Tenente Domingos
Marcondes do Amaral e terão de testada três quartos mais ou
menos, entre as testadas dos ditos moradores e nas sobrequadras
dos referidos João Gonçalves e Furriel Ignácio Soares,
principiando a testada do rumo da sesmaria de Francisco da Silva
Moraes, correndo o sertão conforme os ventos da testada dos
acima ditos, duas léguas, mais ou menos, até um serrote redondo
que fica por detraz da dita serra, onde findará o sertão.(livro de
sesmaria nº 30,fls:133V)
Essas terras devolutas acima referidas, no alto da Serra da
Mantiqueira (antiga Parayba), tem a sua cabeceira voltada para o
Bairro do Piracuama, na cidade de Pindamonhangaba.

Curiosidade: Uma légua é a medida itinerária equivalente a


3.000 braças ou 6.600 metros. O mesmo que légua de sesmaria.

A nobreza rural esteve bem representada em Pindamonhangaba:

Barão Homem de Mello – Francisco Ignácio Homem de Mello


Barão de Itapeva – Ignácio Bicudo de Siqueira Salgado
Barão, depois Visconde da Palmeira – Antônio Salgado Silva
Barão, depois Visconde de Parahybuna – Custódio Gomes
Varella Lessa
Primeiro Barão de Pindamonhangaba – Manuel Marcondes de
Oliveira Mello
Visconde de Pindamonhangaba – Francisco Marcondes
Homem de Mello
Barão de Romeiro – Manuel Ignácio Marcondes Romeiro
Barão de Taubaté – Antônio Vieira de Oliveira Neves
Barão de Lessa – Eloy Bicudo Varella Lessa
Mapa de 1766
7 A DIVISA ENTRE AS CAPITANIAS
À medida que a região passou a ganhar importância, surgiu
o questionamento a respeito da divisa entre as duas Capitanias a de
São Paulo, criada em 1714 e a de Minas Gerais, em 1720.
A discussão tomou um caráter geográfico versando sobre o
verdadeiro significado do termo “Serra da Mantiqueira”. Os
paulistas admitiram a pretensão mineira da divisão pela
demarcação de Thomaz Rubin, engenheiro mapeador.
Para os mineiros, a Serra da Mantiqueira era o divisor de
águas entre o Rio Grande (incluindo o Rio Sapucaí) e o Rio
Paraíba, ou seja, o que separa as águas que correm para o Vale do
Paraíba.
Na visão dos paulistas, esse divisor, na parte
correspondente ao Rio Sapucaí, era a Serra da Paraíba, enquanto
que a Mantiqueira era uma lombada interna que atravessava os
dois Rios Sapucaí e emendava-se com o tronco principal em frente
à Vila de Guaratinguetá.
Segundo os paulistas, o nome “Serra da Mantiqueira”
acompanhava a crista mais elevada do sistema, ao passo que, no
ponto de vista dos mineiros, acompanhava o principal divisor
hidrográfico de acordo com o uso moderno de divisão.

Década de 1950
8 OS CONFLITOS
Os primeiros conflitos começaram com desentendimentos
entre vizinhos. Em 1796, Inácio Caetano, sesmeiro da Capitania de
São Paulo no atual município de Campos do Jordão, queixava-se
que João da Costa Manso, antigo sesmeiro da Capitania de Minas,
havia aberto caminho até as suas terras. Inácio Caetano atribuiu a
esse ato 'usurpação' por parte dos mineiros, quando na verdade,
pode ter sido apenas um ato de 'conveniência' para a comunicação
com os vizinhos de Sapucaímirim, passando por detrás da sua
fazenda.
Por volta de 1789, estabeleceu-se um registro mineiro nas
vizinhanças de Itajubá Velho, hoje Delfim Moreira, num lugar
chamado “as bicas”, quando houve uma tentativa por parte do
comandante, de sujeitar à sua jurisdição a fazenda de Inácio
Caetano. Logo depois, em 1792, o governo de São Paulo
concedeu diversas sesmarias pelo Sapucaímirim abaixo.
Em 1803, as autoridades da Vila da Campanha das Minas
Gerais tentaram estabelecer um registro na estrada de Itupeva, de
modo que, a fazenda de Inácio Caetano e todas as demais em cima
da serra passariam a pertencer às terras mineiras.
Esses conflitos entre paulistas e mineiros cessaram
somente em 1862 com a publicação do mapa da Província de
Minas Gerais, por Henrique Geber, quando os mineiros finalmente
aceitaram a divisa imposta pelos paulistas.
Vista Parcial da Cidade 1905
Rua Principal década de 1910

9 ORIGENS DO MUNICÍPIO
Os depachos

Foram encontrados diversos despachos ou


correspondências entre os Comandantes de São paulo e o de
Minas, mostramos aqui alguns deles. Acredita-se que a expressão
“subir a serra” tenha sido criada nesse período, em virtude de
determinadas situações em que a paciência se esgota.
As partes dirigidas ao governo de Ouro Preto
aconselhavam o estabelecimento do registro no “Alto da Serra da
Mantiqueira” (para os mineiros) e “Serrote da Parahyba” (para aos
paulistas), e tendo-se obtido ordem do governador de Minas nesse
sentido, em julho de 1814 foi aí construído um quartel, conforme
escreve o Capitão Mor de Pindamonhangaba ao comandante do
registro de Jagoari:
Despacho do Capitão Mor de Pindamonhangaba.

“A minha noticia chega que Vós Merce. Entrou pelo


distrito desta Vila, e Capitania, sem atenção alguma ao governo,
levantando casas sobre a Serra da Paraíba, que diz ser quartel,
fazendo divisão sua própria contra as ordem de sua alteza real de
tantos de novembro de 1798 em que mandou que cada capitania se
conservasse na sua antiga posse, sem alteração....” “...que com
simulado pretexto de patrulhar mandou entrar pela Capitania de
São Paulo, afim de tomar terras de sesmarias da mesma, e com
interesse particular.” Continua, “não nos perturbe , e se retire
desistindo desse seu atentado que desde já protesto da parte do
governo desta capitania não consentir que coisa alguma prejudique
o distrito desta vila..”Ignácio Marcondes do Amaral, 22 de julho de
1814.

Escultura à Revoada
de D. Odete Eid
na Praça Calin Eid
Bairro Eugênio Lefévre
Assim respondeu o comandante de Jagoari ao oficio recebido
do Capitão Mor da Vila de Pindamonhangaba.

“Recebi o oficio de V.mce de 22 do corrente e vejo o seu


conteúdo ao que lhe respondo que fui mandado pelo meu exmo.
General para vir por este quartel no logar em que o assentei,
conhecido por todos a Serra da Mantiqueira, o mesmo exmo. Sr.
Me não determinou no oficio de 20 de junho participasse a V.mce.
E por a dita guarda neste lugar, nem também me diz no dito oficio
faça eu participação alguma ao governo desta capitania...” Por fim
“... E assim, o governo que decida com o meu General, que é que
me mandou, enquanto o quartel fica armado, e o sr. Capitão Mor se
tem poder o venha por abaixo, e assim passo a dar parte
imediatamente ao meu exmo. General de ter armado o quartel
conforme a sua ordem de 20 de Junho dirigida pelo Ilmo. Sr.
Brigadeiro inspetor da Capitania, que me determina deixe eu no
dito quartel dois soldados, esta guarda não proíbe a passagem de
ninguém, pode passar por ela quem quiser, só vem evitar os
extravios que prejudicão Sua Alteza Real. Quartel de Santo
Antônio da Serra da Mantiqueira, 25 de Julho de 1814.”
Neste oficio aparece pela primeira vez o nome de Santo
Antônio, referindo-se ao quartel construído pelos mineiros na
Serra da Mantiqueira. Tudo leva a crer que se dava nome de santo a
cada novo quartel. Depois destas correspondências, a Câmara de
Pindamonhangaba obrigou a guarda mineira a se retirar a 31 de
agosto, presumivelmente antes de ter chegado ao seu
conhecimento o aviso régio expedido poucos dias antes a 22 do
mesmo mês mandando guardar o “statu quo”, ou seja, permanecer
tudo como está.
Pronunciamento na Câmara de Pindamonhangaba no
fatídico dia 31 de agosto de 1814.
“Exmos e Illmos Srs.- pelo grande vexame que
experimentaram os habitantes do Certão desta Vila Real com a
guarda mineira que proibiu saídas e entradas dos mesmos sem
consistir sair pessoa alguma mesmo para buscar remédios para
enfermos dizendo que aquele caminho estava tapado e quem
quisesse sair fosse por São Paulo, ou Itajubá tanto assim que nem a
guarda posta por V. Exa. e senhorias consentiram entrar para render
aos que lá estavam nas áreas proibidas; o que nos obrigou a
requerimento do povo dizimeiro, e Capitão Mor, a irmos a dita
guarda e a ordem de S.A.R. (Sua Alteza Real) fizemos retirar para
os seus limites; e temos assertado que se eles voltarem como
costumam, não irmos lá mais sem divisão de S.A. Ou expressa
ordem de V.Exa. e senhorias porque estes atentados vão
ameaçando guerra pela pouca força e respeito que temos para com
ele sem sermos munidos de ordens dirigidas a nós com algum
militar e disto mesmo demos parte a S.A.R. Desejamos perfeita
saúde e muitas felicidades a V. Exa. Para o nosso amparo e de todo
este povo vexado e cansados com os assaltos mineiros e por isso
merecedores de isenção de recrutas ao menos até a decisão de S.A.
Sobre este caminho sendo isto aprovado como de gosto de V.Exa e
senhorias a quem deus guarde por muitos anos.”

O novo quartel ficou abandonado até novembro do


mesmo ano, quando foi queimado por ordem das autoridades
de Pindamonhangaba como consta na correspondência com o
governo de Minas enviado do quartel de Jagoari em 29 de
novembro de 1814.

“No dia 28 do presente me deu parte o Capitão


Comandante do Distrito de Camandocaia Manoel Furquim de
Almeida que botaram fogo no quartel que se fez na Serra da
Mantiqueira, e que tudo se queimou, e que foram mandados os que
deitaram o dito fogo pelos empregados na Câmara da Vila de
Pindamonhangaba; o povo esta muito alvoroçado porque fizeram
o quartel com muita satisfação, e temo haja alguma novidade. A
Câmara está tão atrevida que veio dentro da nossa Capitania
prender Salvador Joaquim Pereira, e conduziram para dita Vila.
Estes homens não respeitam a nada, e como sua excelência me
determina no seu oficio que por ora nada inove, por esta razão
estou aturando semelhantes insultos, e por temer maior desordem o
nosso povo lhe não tirarão o dito prezo. V.S. Mandará o que for
servido”.- José Pereira Mascarenhas Pessanha, Alferes
Comandante.
A denominação de “Quartel Queimado” figura ainda nos
documentos datados de 1847 e no mapa de Minas Gerais de 1855.
Ao que parece, ele foi construído exatamente na garganta da serra
onde se encontra hoje a Estação Ferroviária no Bairro de Eugenio
Lefévre, em Santo Antônio do Pinhal
Em resumo:
Na região do Alto Sapucahy, depois da ordem regia de 22
de Agosto de 1814, houve um período de calma relativa. A queixa
de Salvador Joaquim Pereira parece referir-se aos fatos acima
mencionados e também com relação ao soldado que foi preso pelos
pindenses, na administração anterior.
Em 1809, os mineiros abriram um caminho em terras
habitadas pelos paulistas da Vila de Pindamonhangaba, que já
possuíam as sesmarias na região, mas logo foi fechado pelo então
Capitão Mor Ignácio Marcondes do Amaral.
Em 1811, após um acordo amigável ficou combinado que
seria aberta uma estrada em um lugar denominado Sertão( hoje Rio
Preto) nas terras de Claro Monteiro do Amaral, cerca de 10 km
acima da cidade de Sapucaímirim-MG e que seria viagiada por
São Paulo.
Nessa região, hoje denominada Sapucaímirim,
estabeleceram-se diversos moradores protegidos pelo
representante de Minas, o Capitão Manoel Furquim de Almeida,
cujas terras eram reclamadas pelo antigo sesmeiro paulista Inácio
Caetano Vieira, que conseguiu reavê-las em 1813 quando a
Câmara de Pindamonhangaba interveio a seu favor.
Em abril de 1814, houve um contramovimento por parte de
Minas Gerais, culminando com a retirada da guarda do local
combinado (guarda velha). Em julho os mineiros instalaram um
quartel no alto da Serra da Mantiqueira, mas foram obrigados a
retirá-lo em 31 de agosto por ordem da Câmara de
Pindamonhangaba. O quartel ficou abandonado até novembro
quando foi queimado pelas autoridades de Pindamonhangaba.
Com a reabertura da estrada em 1811 ligando as duas
capitanias, a região começou a properar. Com a fundação da
Freguesia de São Bento do Sapucaí, em 1828, as terras do Alto da
Serra passaram a pertencer à nova freguesia.
A certidão escrita pelo Vigário de Pindamonhangaba,
datada de 1814, atesta que residiam no Bairro do Cerrano, que
confina com a Capitania de Minas Gerais, sobre a Serra da
Mantiqueira, hoje região de São Bento do Sapucaí e Santo Antonio
do Pinhal, duzentas e setenta pessoas distribuídas em 60 casas.
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL EM 1822

Em 1822, quando o Príncipe D. Pedro I passou por


Pindamonhangaba com destino a S. Paulo, dez dos catorze oficiais
residentes na Vila de Pindamonhangaba incorporaram-se à sua
guarda de honra, cinco dos quais pertenciam à família
Marcondes.

Cel. Manuel Marcondes de Oliveira e Mello


Capitão João Monteiro do Amaral
Tenente Mor Francisco Bueno Garcia Leme
Sargento Mor Domingos Marcondes Andrade
Alferes Manoel Ribeiro do Amaral
Alferes Adriano Gomes Vieira de Almeida
Antônio Marcondes Homem de Mello
Capitão Benedicto Correa da Silva
Miguel de Godoy Moreira e Costa
Capitão Manuel de Godoy Moreira
Manoel Ribeiro do Amaral
O Alferes Manoel Ribeiro do Amaral nasceu em
Pindamonhangaba, era filho de José Machado da Silva e D. Clara
Marcondes do Amaral. Em 1822 ocupou o posto de Alferes da
Guarda de Honra do príncipe regente D. Pedro I e esteve às
margens do Rio Ipiranga, quando rompeu-se do lábio augusto o
brado de Independência ou Morte. Em 1833 foi eleito vereador da
Câmara da então Villa Real de Pindamohangaba e seu nome figura
em todas as indicações propondo os melhoramentos de que
necessitava a sua terra natal.
Herdou, com o falecimento de seu pai, parte na sesmaria
onde hoje é centro urbano de Santo Antonio do Pinhal e lá
construiu 10 casas (Vide 1ª e 3ª doação). Em 1871, publicou-se
petição de 42 tropeiros, pedindo nomeação de Manoel para o
cargo de Inspetor do caminho do sul de Minas, Taubaté, para o
porto de Ubatuba.
Faleceu a 11 de abril de 1879 na avançada idade de 82 anos.
No Diário do Norte da época, menciona que: “ Não era, o finado,
dotado de um espírito cultivado nas letras; mas no nível de suas
luzes era uma inteligência forte e um dos homens de espírito mais
recto e imparcial, a quem conhecemos.”
10 ANNAES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, 1827.

Consolidada a posse dos paulistas no alto da serra e São


Bento do Sapucaí sendo elevado à freguesia no dia 16 de agosto de
1832, a Assembléia Geral Legislativa decreta em 1827, no artigo
4º, que:
Art. 4º O distrito da Villa de Pindamonhangaba, acima da
serra da Mantiqueira, ficará pertecendo a freguezia de São
Bento do Sapucahy-Mirim.

O distrito da Vila de Pindamonhangaba, acima da Serra da


Mantiqueira narrada no artigo acima, é Santo Antônio do Pinhal
que até este momento, ainda não tinha um nome certo. Os mineiros
a denominavam Quartel do alto da Serra, mais tarde, Quartel
Queimado.
11 OS FUNDADORES
As primeiras famílias

Através dos documentos de doação podemos afirmar que


os primeiros habitantes deste rincão de que se tem conhecimento
foram: José Rodrigues Moreira e Luiza Correa, sogros de Antonio
José de Oliveira. As famílias Theodoro de Carvalho, Ferreira de
Faria, Manoel Ribeiro do Amaral e Antônio José Moreira, que
deve ter algum grau de parentesco com José Rodrigues Moreira.
As famílias Teixeira, Arantes e Siqueira já residiam no povoado, e
ao redor dele, muito antes da data de fundação da paróquia.
A lista das principais famílias que, em 1867, já habitavam
este vilarejo, foi retirada do livro de batismo da Igreja Matriz de
Santo Antônio do Pinhal.

As doações para a capela de Santo Antônio.

Em 1850, Luiza Correa doa, por escrito, a primeira gleba de


terras a Capela de Santo Antonio. Terras que pertenciam a sesmaria
de José Machado da Silva casado em 1794 com Clara Francisca do
Amaral, também conhecida como Clara Marcondes de Andrade.
Clara era a nona filha do Tenente Domingos Marcondes do Amaral
(irmão do Capitão Mor Ignácio Marcondes do Amaral doador das
sesmarias) e de dona Ana Izabel de Andrade.
A 1ª doação

“Por esta na melhor forma de direito digo os abaixo


assignados Luiza Correa a meu rogo assigna Antônio José de
Oliveira, que muito de minha vontade doam terras a que
corresponder a dez mil réis, doava doação feita no inventario de
Dona Clara Marcondes de Andrade sendo que comprei as ditas
terras a Gustavo Francisco Berthu a qual houve do Herdeiro
Domingos Marcondes Machado. Para patrimônio da Capella
que esta edificando para o patrimônio de Santo Antônio neste
lugar denominado Pinhal, districto de São Bento do
Sapucahimirim e também no dito lugar o terreno das dez casas
feitas por Manoel Ribeiro do Amaral e por Antônio José
Moreira no valor de quinze mil reis sendo para se saber na
porteira no outro lugar deste mesmo citio do dito terreno que
corresponde aos ditos quinze mil reis. Muito de minha livre
vontade fiz esta doação -------que sirva para o referido patrimônio
da dita Capella e para que tenha inteira validade peço as justiças de
sua majestade o Imperador o fação cumprir como se fosse escritura
publica e por ---------falta alguma das clausulas dêem direito
especial estão de hoje por cumpridas como se dellas fizessem
menção, Pinhal districto de São Bento do Sapucahimirim, aos
vinte seis do mez de junho de mil oitocentos e cincoenta =
Arrogo de Luiza Correa, Gustavo Francisco Berthould. Arrogo de
Luisa Correa, Antônio José de Oliveira, como testemunha Romão
Lemes dos Santos, Como testemunha da presente Augusto
Lemes.”
Os abaixo assignados, procuradores desta Capella do Santo
Antônio do Pinhal declaram que a quantia de terras de que faz
menção este titulo é com aproximação de cinco alqueires de
planta de milho. Capella de Santo Antônio do Pinhal, quatro de
março de mil oitocentos e cinqüenta e cinco. Gustavo Francisco
Berthould = Luis Manoel Moreira= Antônio José de Oliveira,
arrogo de José Correia de Souza, José Joaquim Ramos de Mello.
Reconheço como verdadeiras as firmas de Gustavo Francisco
Berthould, Antônio José de Oliveira, Romão Luis dos Santos,
Augusto Luis, José Luis dos Santos, Luis Manoel Moreira, Manoel
Joaquim de Oliveira, José Joaquim Ramos de Mello, as quais se
acham assignadas nos termos e papeis de doação.
Pindamonhangaba, vinte e sete de março de mil oitocentos e
cinqüenta e cinco. Em testemunho da Verdade, .... dou signal
Publico o tabelião interino Candido Marcondes de Andrade =
Numero três cento e secenta réis = Pagou cento e secenta reis
,Pindamonhangaba. Vinte e sete de março de mil oitocentos e
cincoenta e cinco = Marcondes = Pereira Araújo = Segundo o que
se continha de lavrar nos ditos papeis de doação o que tudo que
registrei com próprios originais numa pasta e dou fé .Eu Francisco
Marcondes de Oliveira , tabelião que as escrevi.

Nesta carta acima descrita, percebe-se a clareza em


mencionar que a doadora Luiza Correa adquiriu as terras de
Gustavo Francisco Berthoud e este do herdeiro Domingos
Marcondes Machado, filho de Clara Marcondes de Andrade.
Também, na data de 26 de junho de 1850, a capela já estava sendo
edificada e que no local, se encontrava dez casas feitas por Manoel
Ribeiro do Amaral e Antonio José Moreira, portanto, os 5 alqueires
estavam dentro da área do sítio, mas em outro lugar.

Vista aérea da cidade


Em 02 de abril de 1852, Luiza Correa dá esta declaração
por escrito:

“Luiza Correa, que sou possuidora de humas terras no citio


dos herdeiros da defunta Clara Marcondes de Andrade,
compra feita do defunto marido pelo tio berthu de cujas terras
breganhei , de hoje para sempre a quantia que corresponde
com cinco mil réis da avaliacão feita no inventario sendo as
ditas terras no Pinhal no lugar onde existe a Capella de Santo
Antônio e como feito breganhei com Antônio José Moreira a
quem pertencendo hoje em diante a troco de igual teor no tão
mesmo valor de cinco mil réis do mesmo inventário. sendo este
no caminho que vai no citio que foi de João Ferreira e por
constar pedi a Gustavo Francisco Berthu que esta a fazer a
Capella de Santo Antônio. Douz de Abril de mil oitocentos e
cincoenta e douz = como testemunha que escrevi, Gustavo
Francisco Berthoud = como testemunha José Lemes dos Santos =
Arrogo de Luiza Correa. Romão Lemes dos Santos = Como
testemunha Antônio José de Oliveira”

Caminho entre as Araucárias, Bairro Renópolis


Mais tarde, esclarece a quantia exata da permuta.
“Os abaixo assignados possuidores desta Capella de Santo
Antônio do Pinhal declarão que a quantia de terras que faz menção
este titulo he aproximadamente de douz e meio alqueires de planta
de milho. Capella de Santo Antônio do Pinhal quatro de março de
mil oitocentos e cincoenta e cinco. Gustavo Francisco Berthoud
= Luiz Manoel Moreira , Antônio José de Oliveira = Manoel
Joaquim de Oliveira = arrogo de José Correa de Souza = José
Joaquim Ramos de Mello”

O defunto marido de Luiza era José Rodrigues Moreira,


irmão de Antônio José Moreira. Aqui, mais uma vez, deixa claro
que Gustavo Francisco Berthould foi o construtor da capela de
Santo Antônio.

2ª doação

Já em abril de 1852, partes das terras de Antônio José


Moreira e de sua mulher, também foram doadas conforme abaixo
descrito:
“Por esta e na melhor forma de direito dizemos nos abaixo
assignados Antônio José Moreira e minha mulher , a meu rogo por
mim assigna Antônio Joaquim de Oliveira, Romão Lemes dos
Santos que de nossas livres vontades doamos terras aqui
declaradas para patrimônio da Capella de Santo Antônio no lugar
chamado Pinhal e porque esta doação tenha inteira validade
pedimos as justiças nacionais as facão cumprir como se fosse
escritura publica e faltando algumas clausulas ------------as
iniciamos por este ------------como se dellas fizéssemos a primeira
menção por clareza pedimos a Gustavo Francisco Berthoud
que este fizesse a Capella de Santo Antônio douz de Abril de mil
oitocentos e cincoenta e douz .como testemunha que escrevi =
Gustavo Francisco Berthoud = como testemunha José Lemes dos
Santos = Arrogo de outorgante Joaquim Moreira da Silva =
Romão Lemes dos Santos = Arrogo de Antônio José Moreira,
Antônio José de Oliveira = Numero douz cento e sessenta e seis =
Pagou cento e sessenta réis Pindamonhangaba dezessete de junho
de mil oitocentos e cincoenta e cinco = Marcondes
Nesse anterior, sublinhamos a palavra “pedimos”, pois
então foi dentro das terras de Antônio José Moreira que foi
construído a capela.

3ª doação

Cinco anos depois da primeira doação, em março de 1855,


outras doações vieram somar o patrimônio da capela que já estava
edificada e desta vez, Manoel Ribeiro do Amaral e sua esposa
Catharina Maria de Jesus doavam dois alqueires .

“Dizemos nos abaixo assignados marido e mulher, que


somos possuidores de humas terras no distrito da freguezia de São
Bento, cujas terras ouvemos por compra de João Soares de
Oliveira, de cujas terras nos damos o terreno que leva dous
alqueires de milho, digo, de planta de milho, para o patrimônio da
Capella do Santo Antônio no Pinhal, e porque esta doação tenha
validade pedimos a Justiça Nacional a faça cumprir como se fosse
escritura Pública e faltando algumas clausulas ------------ a vemos
por declarado como dela fizemos menção e por não saber ler e
escrever pedimos a Manoel Azevedo Fernandes que isto por nos
fizesse arrogo assignados Capella de Santo Antônio, aos vinte de
março de mil oitocentos e cinqüenta e cinco. Arrogo de Manoel
Ribeiro do Amaral = Manoel Azevedo Fernandes = A pedido de
Catharina Maria de Jesus = Gustavo Francisco Berthould.
Testemunha presente Firminiano Monteiro do Amaral =
testemunha presente Manoel da Silva Teles = Reconheço serem
verdadeiras as firmas de Manoel de Azevedo Fernandes, Gustavo
Francisco Berthould, Firminiano Monteiro do Amaral, Manoel da
Silva Teles, Pindamonhangaba aos vinte e sete de março de mil
oitocentos e cinqüenta digo e cinco. Em testemunho da verdade
estava o sinal público o tabelião interino Candido Marcondes de
Andrade = numero douz, cento e sessenta = pagou cento e sessenta
Reis. Pindamonhangaba, vinte e sete de março de mil oitocentos e
cinqüenta e cinco.= Marcondes = Pereira Araújo”
4º doação

Também Antônio Theodoro de Carvalho e sua primeira mulher,


Ana Justina de Faria tinham terras dentro da Fazenda Pinhal e doaram
três alqueires para a capela , conforme segue:

“Eu Antônio Theodoro de Carvalho e minha mulher


Anna Justina de Faria, abaixo assignados que é verdade somos
senhores e possuidores de uma parte de terras nesta fazenda
denominada Pinhal do distrito da freguezia de São Bento do
termo de Pindamonhangaba desta dita parte de terras, nos fazemos
a doação para o senhor Santo Antônio da quantia de três alqueires
de terreno de planta de milho e para o patrimônio do senhor por ser
de muito nosso gosto dar esta terra livre e desembaraçada nos
obrigamos a fazer firme e valiosa esta doação por vontade de tudo
pedimos a Manoel de Azevedo Fernandes que este por nos fizesse e
somente assigne por meu próprio punho a pedido do collector que
assigna Plácido José de Almeida. Capella de Santo Antônio
Quinze de Junho de mil oitocentos e cincoenta e cinco = Antonio
Theodoro de Carvalho. Testemunha presente João Baptista da
Cunha = testemunha presente Balduíno Ferreira de Faria = Plácido
José de Almeida = Numero hum cento e sessenta seis = pagou
cento e sessenta reis Pindamonhangaba dezenove de junho de mil
oitocentos e cincoenta e cinco = Marcondes.”

Estes documentos foram registrados na Vila de


Pindamonhangaba pelo tabelião Francisco Marcondes de
Oliveira.

Curiosidade : A Lei de Terras, como ficou conhecida a lei


nº 601 de 18 de setembro de 1850, é um documento fundamental
para compreender a organização agrária do Brasil. Ela atendia à
evidente necessidade de organizar a situação dos registros de
terras doadas desde o período colonial e legalizar as ocupadas sem
autorização, para depois reconhecer as chamadas terras devolutas,
pertencentes ao Estado. Esta lei foi de grande importãncia para a
compra e venda de terras . Antes, a aquisiçao só era possível
através de sesmaria.
Em 1856, Antônio José de Oliveira e sua esposa,
Germana Maria de Jesus, doaram 20 alqueires de planta de milho,
no valor de vinte mil réis à Capela de Santo Antônio, terras que
houvera recebido da herança de seus falecidos sogros, Sr. José
Rodrigues Moreira e D. Luiza Corrêa, conforme a escritura
lavrada no cartório de notas da Vila Real de Pindamonhangaba,
datada de 11 de abril do dito ano.

Escritura de doação que faz Antônio José de Oliveira...


“Saibam quantos este público instrumento de escritura de
doação virem que sendo ao ano de nascimento de nosso senhor
Jesus Cristo de mil oitocentos e cincoenta e seis, aos 11 de abril
do dito mês, nesta cidade de Pindamonhangaba e sendo ai,
comparecem presente Antônio José de Oliveira conhecido de
mim tabelião, pelo próprio que dou fé e pelo outorgado doador
me foi dito em presença de duas testemunhas abaixo assignado
que este instrumento faz a doação a Capella de Santo Antônio
deste termo, districto da freguezia de São Bento do Sapucaí-
Mirim para seu patrimonio de uma sorte de terras no mesmo
lugar que existe a capela, na extenção calculada em 20 alqueires
de planta de milho no valor de 20 mil réis, sendo mil réis por
alqueire, devendo ficar por divisa que ora marca: começando em
um marco de pedra que esta afincado na beira do ribeirão que
vem do alto da serra, que vai bordejando o caminho no lugar
onde fronteia um vale perto do 'córrego fundo'; daí segue pelo
rio acima que servirá de divisa, ficando as ruas da capella para o
lado direito até frontear um valo que tem no espigão próximo a
casa de moradia dele doante, e daí segue dito valo acima, subindo
o espigão até o alto em direção as terras de Manoel José a
encontrar com o valo de João Soares de Oliveira, filho do dito
Manoel José e ficando compreendida toda a vertente para o lado
da capella, até interar os dito 20 alqueires, e se exceder, fica da
mesma sorte doado a dita capela, cujas terras ele doante houve
parte por herança dos seus sogros e parte por compra que fez a
Gustavo Francisco Berthoud, o qual possui livre e desimpedido e
por isso de sua livre e espontânea vontade faz doação a dita
capela de Santo Antônio, como por esta escritura doado tem afim
de lhe servir de patrimônio para o que transfere a dita capela todo
jus, posse e domicilio e pede a justiça de sua majestade que lhe de
todo o vigor e faça com que, e assim me pediu lhe lavrasse este
instrumento o que lhe passei em razão de meu oficio. Neste ato
me foi apresentado pelo doador o conhecimento da casa, cujo é
do teor seguinte: nº. 75, rua de tal, coletoria do distrito de
Pindamonhangaba, ano financeiro de 1855 a 1856, as folhas 12
do livro de receita fica estipulado a quantia de $ 1.200,00 (hum
mil e duzentos reis) que pagou o sr. Antônio José de Oliveira em
11 de abril de 1856 do dito ano cujo correspondente a $ 20.000,00
(vinte mil réis) importância que fez doação a Santo Antônio de
uma terra no Bairro do Pinhal, distrito de São Bento do
Sapucahy-Mirim”.
O coletor Claro Marcondes do Amaral, escrivão João
Nepomuceno de Almeida. E por não ser esta distribuída, e lavrei,
sendo-lhes lida achando-a contento aceitou, assinou perante as
testemunhas de Miguel Monteiro de Godoy e José Moreira
Marcondes Ramos, reconhecidos de mim, tabelião que escrevi.
Em tempo, declaro: houve por herança de seu falecido
sogro e sogra José Rodrigues Moreira e sua sogra Luiza Correa e
não de Gustavo Francisco Berthoud,

aa. Antônio José de Oliveira, Miguel Monteiro de Godoy, José


Moreira Marcondes Ramos, a rogo de Germana Maria de Jesus,
Claro Monteiro do Amaral. Esta conforme e dou fé.

Em 6 de julho de 1923, foi escriturada definitivamente pelo


tabelião João José de Aquino a pedido do Padre José Vitta que
oportunamente necessitava da documentação para a venda dos lotes de
terras aos foreiros, no intuito de angariar fundos para a construção da
nova Matriz.
Escritura de doação que
fazem Antônio Theodoro de Carvalho e sua mulher Anna
Justina de Faria, Manoel Ribeiro do Amaral e sua mulher
Catharina Maria de Jesus e bem assim Antônio José Moreira,
como abaixo se declaram aos 04 de julho de 1856.

No cartório da villa real de Pindamonhangaba, todos os


moradores da capella de Santo Antônio, fazem doação a Capella
de Santo Antônio deste terreno, para patrimônio do mesmo santo
de um terreno de 20 alqueires de milho colocado ao redor da
capella que já se acha medido e demarcada em trezentas e
dezenove braças quadradas e com quatro marcos de pedra,
incluindo-se neste terreno a doação feita pela finada Tereza
Correa, em data de 26 de junho de 1850 e bem assim incluindo
nesta doação que faz Antônio José Moreira ao mesmo santo em
data de 04 de março de 1855 cujos papéis se acham registrados
no presente livro de notas de mim tabelião.

E declaram que por estas escrituras demitiam de si todos


os direitos que tinham em dito terreno, ficando de hoje em diante
e para todo sempre pertencendo para o patrimônio do dito santo.
Assinando, fazendo a rogo da doadora Anna Justina, Antônio
Marcondes do Amaral, a rogo de Catharina, Cypriano Gomes
dos Santos, a rogo de Manoel Ribeiro do Amaral, Manoel de
Azevedo Fernandes.

Testemunhas Martinho de Almeida Salles, João Chrisosthomo,


Francisco Marcondes de Oliveira, tabelião.
De todo exposto, concluímos que foi nos anos 50 do século
XIX que se deu inicio ao povoamento em volta da capela que
estava sendo edificada por Gustavo Francisco Berthu (Berthould),
e que fizeram estes doações ao Santo Antônio , terras estas no
Bairro do Pinhal, distrito da freguesia de São Bento do
Sapucahy.
Os doadores das terras à Capela de Santo Antônio

Antônio Theodoro de Carvalho e sua mulher Anna Justina de


Faria; Manoel Ribeiro do Amaral e sua mulher Catharina Maria
de Jesus; Antônio José de Oliveira e sua mulher Germana Maria
de Jesus; José Rodrigues Moreira e sua mulher Luiza Correa;
Antônio José Moreira e Tereza Correa.

12 FIM DA ESCRAVIDÃO
Santo Antônio do Pinhal possuía um grande número de
escravos e mesmo antes da Lei Áurea, em 1888, uma família de
grande importância no então recente distrito dá um exemplo de
humanidade concedendo a liberdade a um escravo, conforme carta
em forma de escritura pública lavrada no cartório local transcrita
abaixo.
Carta de liberdade
Publica forma de teor d´uma carta de concessão de
liberdade que fazemos, herdeiros da finada Maria
Theodora de Carvalho, como abaixo se declara.

Saibam quantos este público instrumento virem, que sendo no


anno de nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil
oitocentos e oitenta e quatro, nesta freguesia de Santo Antônio do
Pinhal, aos vinte dias do mês de março do dito anno, em meu
cartório me foi apresentado para reproduzir em publica forma a
carta do modo e teor seguinte: dizemos nos abaixo assignados
filhos e herdeiros da finada Maria Theodora de Carvalho, que
existindo entre os bens por aquella finada deixados o escravo
Benedito, crioulo que sempre foi da particular estima da mesma, e
tendo nos muitas vezes ouvido da dita nossa mãe que o escravo por
sua morte seria livre em condição alguma. Queremos como bons
filhos e consenciozos cumprir aquillo que ella o faria senão fosse
arrebatada pela morte repentina, pelo de comum acordo damos e
sedemos, digo e consedemos ao dito escravo Benedito liberdade
em condição alguma para que d´ora em diante gose de todos os
fôros de cidadão livre como si assim houvesse nascido, e pedimos
as justiças do império dem pleno vigor a este nosso feito que e a
expressão da justiça em favor do mesmo. Santo Antônio do Pinhal,
20 de março de 1884.
Antônio Theodoro de Faria, Pacifico Theodoro de Faria, Valério
Celestino Fernandes, João Baptista Ferreira de Faria. Era o que se
continha em a dita carta que me foi apresentada para ser
reproduzido por cópia legal e autentica e ao qual me reporto em
tempo declaro que no acto desta reprodução assignou o herdeiro
Cândido Theodoro de Faria, o qual não tinha assignado o original,
tendo da mesma bem e fielmente feito e extrahir a prezente publica
forma. Que depois conferi e concertei com o original e por achá-la
em tudo conforme a subscrevo e assigna em publico e rogo,
entregando-a ao portador juntamente com aquelle original do que
dou fé. Nesta freguesia de Santo Antônio do Pinhal em dia e hora.
Eu José Maria Moreira escrivão a subscrevo e assigno em público e
rogo.
Em testemunho da verdade.
José Maria Moreira
13 DADOS INTERESSANTES

Anuário comercial do final do século XIX


Distrito de Paz de Santo Antônio do Pinhal
Lei nº. 13 de 16.3.1880

Fazendas, ferragens, armarinhos etc.


Ten. Domingos Granato, Ten. Miguel Derrico, Ten. Luíz Jacintho
da Silva, Ten. Marcolino Jacintho da Silva e Manoel José da Cunha
Brandão.

Fazendeiros e lavradores
Maj. Francisco Inácio de Moura Marcondes, Ten. Francisco
Justino Berthoud, Cap. Inoccencio Francisco Ramos, Alfs. Inácio
Dias Chaves Pereira, Ten. José Pereira Machado, João Baptista da
Silva, Miguel Derrico, Luíz Jacintho da Silva, Manoel Vaz
Cardoso, Pedro Valvano.
Hotéis:
Ten. Joaquim Xavier de Assis César, Joaquim Alves Moreira.
Secos e molhados:
Silvestre Dias Moreira, José Diogo de Souza, Olympio Pereira
Leite, Antônio José Vicente Barbosa, Francisco Moliterno,
Francisco Valvano, Francisco Jacintho da Silva, José Cândido
Ramos, André Moliterno, Joaquim Alves Moreira, Ângelo Maria
Granato, Antônio Ferreira Coelho de Andrade, Fabiano Marcílio
da Silva, João Rabello e Cândido Monteiro da Silva.

Ainda consta neste anuário do final do século XIX, por volta dos
anos de 1896 a 1898, que a população do distrito de Santo Antônio do
Pinhal era de 3.000 habitantes aproximadamente.

Administração judiciária Administração religiosa

Juiz de paz: Culto católico


1º Antônio F. C. de Andrade Vigário-vago
2º Virgilio S. de O. e Silva Sacristão
3º José Moreira de Castilho José Francisco A. do Carmo
Escrivão:
João Climaco E. Dias

Autoridades policiais

Subdelegado:
Marcolino Jacintho da Silva

Suplentes:
1º Joaquim Alves Moreira
2º Cândido Monteiro da Silva
3º Filipe Leopaldi

Instrução pública
Escola municipal
Professor
José Crescêncio P. Santos
Professora
Maria Marcondes Salgado
Agência de correio Lavradores
agente Domingos Granato
Aldina Castro José Moreira Machado
Miguel Derrico
Comércio, indústria e profissões
Oficinas diversas
Armazéns de secos e molhados Alfaiates
Antônio Valvano José da C. Brandão
André Moliterno José Francisco de Assis
Benedicto Sérgio Pelloreiro
Francisco Moliterno Sapateiro
Silvestre D. Moreira José Oliva
Manoel G. da C. Brandão
Fabriqueiro:
Hotéis Domingos Granato
Benedicto C. P. Moreira

Transporte de Pessoas para Aparecida


Os Botões e os Jagunços.
Veio a república, aqui comemorada, como não podia
deixar de ser com foguetório, banda de musica e criançada na rua,
Capitão Luiz Jacintho da Silva, chefe do partido republicano, ”os
Botões” gritando vivas a Deodoro nas portas das casas das
autoridades que, uma a uma, foram destituídas de seus cargos,
sendo nomeados novos ocupantes. Os depostos formavam o
partido liberal, de tendência conservadora, favoráveis ao império,
aqui chamados “Jagunços” liderados pelo capitão Marcolino
Jacintho da Silva.
Conta-se que a rivalidade entre Jagunços e Botões
estendeu-se até o fim do coronelismo e a luta era ferrenha. Quando
um candidato de um determinado lado ganhava as eleições, a
banda de musica saia pelas ruas da cidade a comemorar o feito,
existiam a banda dos Botões e a dos Jagunços, na ocasião das
eleições, o distrito transformava-se em uma praça de guerra e os
candidatos gastavam verdadeiras fortunas na compra de votos dos
eleitores que, frequentemente, votavam no outro candidato, dele
também recebendo presentes.
Os coronéis surgiram no Brasil a partir da criação da
Guarda Nacional em 1831, pelo Regente Feijó. Era uma
corporação de elite, composta por elementos de posse, recrutados
pela burguesia. Apesar da obrigatoriedade de servi-la, os
elementos que a compunham eram selecionados, enquanto que o
Exército recrutava indiscriminadamente para aumentar
contingente.
A Guarda Nacional teve papel político importante no meio
rural e era subordinada ao Ministério da Justiça, foi extinta em
1918 e seus remanescentes passaram a constituir o exército de 2ª
linha.
O posto de coronel era ambicionado pelos senhores de
terras, grandes fazendeiros e comerciantes que, depois de
nomeados, compravam patente para poderem exercer a função de
chefes, os coronéis dominavam a política de cada município de
modo paternalista e arbitrário, cercavam-se de capangas e
protegidos, intrometiam-se em todos os assuntos, até na igreja,
resolvendo as coisas como bem entendiam, dominavam juízes e
delegados em relação à disposição da lei, todos conheciam o lema:
”aos amigos justiça, aos inimigos aplicamos a lei”
O coronelismo ou “compromisso coronelista” chegou até
1930, o compromisso existia entre os chefes políticos e o governo
que dava carta branca ao coronel que dominava o município à
vontade, em troca, recebia apoio político para os candidatos
situacionistas, não sendo o voto secreto o povo votava em quem o
coronel mandasse.
Em Santo Antônio do Pinhal, antigo distrito, não existiram
coronéis, mas sim, muitos que compraram os valiosos títulos:
tenente Domingos Granato, tenente Miguel Derrico, tenente
Manoel José da Cunha Brandão, major Ângelo Maria Granato,
major Francisco Inocencio de Moura Marcondes, tenente
Francisco Justino Berthould, tenente José Pereira Machado,
tenente Inácio Dias Chaves Pereira, tenente Joaquim Xavier de
Assis César e outros, mas os mais influentes foram o capitão Luiz
Jacintho( chefe dos Botões) e seu irmão capitão Marcolino
Jacintho(chefe dos Jagunços) que eram os mandões do lugar.
Em especial o capitão Luiz Jacintho, não chegou a comprar
o título de coronel: não fez diferença, o poder político dele veio do
poder financeiro. Foi a seu tempo o homem mais rico da região,
nunca foi de ostentar o status adquirido, algumas vezes fora
confundido como trabalhador do patrão, para alguns era capitão
para outros Nhô Luiz. Foi colaborador financeiro, lógico com certa
porcentagem de lucro nas letras de crédito, os exibidores estavam
em São Bento, a prata legítima e a libra esterlina estavam aqui.
Alguns dados encontrados, mostram ser ele possuidor de
11 mil alqueires de terras, assim, seria hoje o dono de 60% do
território de Santo Antônio, sem contar, terras em Paraisópolis-
MG e sobrados em São Paulo-capital.
De volta as eleições, os daqui auxiliavam os de São Bento
do Sapucaí, onde existia a câmara municipal. A história registra o
grupo de coronéis que dominaram a cidade de São Bento e o
distrito de Santo Antônio, alguns alternando o poder e outros
perpetuando-se nele, como o caso do Coronel Manuel Marcondes
da Silva que foi presidente da câmara por mais de 30 anos. Como
chefe político dos Botões, com sua influência, elegeu por várias
vezes, toda a câmara, governando sem oposição, expulsou um juiz
de direito a toque de caixa e foguetes, mandava e desmandava, o
juiz veio para o distrito de Santo Antônio do Pinhal onde
permaneceu algum tempo, antes de ir embora solicitou apoio do
estado.
14 FAMÍLIA JACINTHO DA SILVA

Banda do Capitão Luís Jacintho da Silva


Os integrantes da banda em pé esquerda para direita: Benedito dos Santos,...?...,Acilino F. do
Carmo, ....?....,....?...., Miguel Derrico, Artur Carlos de Andrade, Domingos Granato. Sentados no
meio: José Lourenço Derrico, Pedro Antonio Valvano, Sebastião de Almeida Morais, João Rabelo,
Tunico Granato. Sentados na frente:Nicolino Granato, João Jacintho da Silva, Paulino Granato,
Rosa Bartolomeu Granato, ...?...

Por volta do final do século XIX, em Santo Antônio do


Pinhal, surgiu a família Jacintho da Silva, que até os dias atuais
possui grande influência na política local. Um exemplo dessa
afirmativa é o fato de os três últimos prefeitos e várias
autoridades locais serem descendentes do mesmo tronco Jacintho
da Silva.
Capitão Luís Jacintho da Silva
Nasceu dia 7 de julho de 1857 em São José de Toledo -
MG, faleceu em sua residência em Santo Antônio do Pinhal em 8
março de 1933, chegou na freguesia de Santo Antônio do Pinhal
provavelmente na década de 70 do século XIX com sua mãe e seus
irmãos, sua mãe tinha origens aqui, seu pai faleceu na durante a
guerra do Paraguai quando seguia de Minas em direção a Mato
Grosso, o fato de ser um ótimo negociante possibilitou-lhe
comprar imensas glebas de terras.
Capitão Luís Jacintho, casou-se em 1877 com Constância
Theodora de Carvalho (neta de Gustavo Francisco Berthould) era
considerado o homem mais rico da região, foi o líder do partido
republicano no distrito, cuja alcunha era “Partido dos Botões”,
dada à ostentação dos botões dos jalecos dos militares que
proclamaram a República em nosso País.
Também era mantenedor de uma banda de música que
concorria com a banda de seu irmão. Com o seu falecimento em
1933 a Igreja Matriz estava com crédito, graças à avultada doação
de 10 contos de réis. Tal quantia foi entregue à caixa da igreja pelos
filhos do capitão Luís que prometeu e cumpriu .

Capitão luiz, Nhô Luiz ou Porfírio


como ficou conhecido, foi muito
influente e pouco vaidoso, não
gostava de tirar fotos e não comprou o
título de capitão, recebeu-o pelo seu
poder financeiro.
Do lado sua esposa Constância
Theodoro de Carvalho

Capitão Marcolino Jacintho da Silva


Nasceu em 1855 batizado em
São José de Toledo-MG e faleceu em
seu domicílio neste distrito em 10 de
maio de 1927. Casou-se com Maria
das Dores em 1873 e deixou
inúmeros descendentes no
município. Grande líder da política
local e do “Partido dos Jagunços”
(denominação dada aos
simpatizantes do Partido Liberal,
que apoiavam a Monarquia).
Possuía grande quantidade de terras
no município e tinha também uma
banda de música que concorria
diretamente com a de seu irmão.
Banda dos Jagunços 1905

15 O COMÉRCIO LOCAL

No início do século XX, Santo Antônio do Pinhal já possuía


uma população de aproximadamente três mil pessoas, sendo que a
maioria vivia na zona rural. O Bairro do Rio Preto era o mais
populoso.
A igreja matriz era o coração do distrito e ao seu redor
estavam instalados os poucos comércios, cuja procura maior era
nos finais de semana quando havia missa dominical.
Como não havia automóveis na região, os meios de
transporte dos sítios para a vila eram os cavalos, as charretes e as
carroças. A rua principal e em torno da matriz eram locais
disputadíssimos para a parada dos cavalos e dos demais meios de
locomoção.
A riqueza era ostentada pelas selas ornamentadas com
chapas trabalhadas em metal valioso e selim de prata maciça.
A pacata vila já contava com uma pensão, correio, alguns
armazéns e uma escola pública, como descreve o anuário.
Encontramos um anúncio sobre a pacata Villa no
ALMANACK DE SÃO PAULO-1895/96/97
Interessante artigo publicado pelo
ALMANACK DE SÃO PAULO-1896-1897
Interessante carta do Monteiro Lobato-1895- à sua mãe
que estava tratando da saúde no antigo distrito de Santo Antônio do
Pinhal. Sua mãe D. Olímpia Augusta Monteiro é filha de José
F r a n c i s c o M o n t e i r o - B a r ã o e Vi s c o n d e d e
Tremembé?????????????
16 RELIGIÃO
A Igreja

Em 27 de novembro de 1883 dá-se início oficial ao livro


tombo da matriz de Santo Antônio do Pinhal, cujos registros eram
feitos anteriormente em cadernos de anotações.
Já se tem comprovados através de documentos que, por
volta de 1850 já existia uma capela no Bairro do Pinhal, distrito da
freguesia de São Bento do Sapucaí. Com a elevação de capela à
paróquia, em 23 de março de 1861, o italiano Francisco Cardelli
torna-se o primeiro padre da nova freguesia de Santo Antônio do
Pinhal.

A primeira Igreja 1905


Consta no livro tombo nº. 1, datado de 7 de outubro de 1883
que: “péssimo estado e abandono em que se acha a Matriz. Falei e
enxotei ao povo e nomeei um tesoureiro e um administrador das obras
precisas ao reparo na pessoa do cidadão do tenente José Innocencio A.
Bitterncourt e em seguida fomos esmolando e tratando dos
concertos...”.
Francisco Monteiro César pediu demissão do cargo de
vigário da matriz, que foi anexada à freguesia de São Bento do
Sapucaí.

Os primeiros Casamentos de Santo Antônio do Pinhal


Conforme encontrado no livro Nº 1 de casamentos de
Santo Antônio do Pinhal de 1867 a 1879:

03 de Janeiro de 1867
Victoriano Ramos do Nascimento de São Bento do Sapucaí com
Victoriana Maria de Oliveira de Jagoary-Minas. O Vigário foi
José da Silva Figueiredo Caramuru.

11 de Janeiro de 1867
Procópio Lemes dos Santos, filho de Francisco Lemes dos Santos e
D. Generosa Maria de Jesus, com Maria Francisca de Jesus filha de
Manoel Ribeiro da Silva e D. Alexandrina Maria de Jesus.

29 de Agosto de 1871
Antônio José de Oliveira, filho de Antônio José de Oliveira e D
Germana Luiza da Conceição, com Gertrudes Maria da
Conceição, filha de João Leonardo dos Santos e Delfina Maria de
Oliveira.

20 de Agosto de 1873
Marcolino Jacintho da Silva filho de Júlio Jacintho da Silva e
Maria Clara dos Santos, com Maria das Dores filha de Honório
Maranje e Verônica Maria de Jesus.

15 de Maio de 1877
Luís Jacintho da Silva filho de Júlio Jacintho da Silva e Maria
Clara dos Santos, com Constância Theodora de Carvalho filha de
Antônio Theodoro de Carvalho e Constância Francisca Berthoud
Os primeiros batizados registrados:

Como não existia registros de batismo, a partir de 1885


iniciou-se um 'livro de batismo' e na medida do possível e
conforme a necessidade, foram registrados batismos desde 1850.
Abaixo, dois exemplos de registros transcritos do livro de
batismo.

Antônio
“Manoel Ribeiro do Amaral e a senhora Gertrudes Alves
Monteiro, pessoas fidedignas e depois de prestarem juramento,
declararam que Antônio, filho legitimo de Francisco Alves
Moreira e de d. Maria Benedita de Jesus, fora batizado na matriz
desta paróchia de Santo Antônio do Pinhal no ano de 1862 pelo
reverendo vigário Nicolao. Sendo padrinhos Antônio Alves
Cardoso, já falecido e a declarante Gertrudes Alves Monteiro e
como não se fez o lançamento do dito assento no livro
competente, por autorização de s. Exª senhor bispo diocesano,
concedido por despacho de 07 de fevereiro de 1885, tomei por
termos declaração acima referida para abrir o presente assento
que firmo. Vig. Joaquim Antônio Siqueira.”

Francisco
“Aos dez de junho de 1889 compareceram em minha presença
Manoel José da Cunha Brandão e José Maria Moreira, os quais
depois de prestarem juramento, declararam que Francisco, filho
legitimo de Joaquim Fernandes de Azevedo e de Cândida
Christina da Cunha foi batizado nesta matriz de Santo Antônio
do Pinhal em 1862 ou 1863 e que foram seus padrinhos Manoel
Fernandes de Azevedo e Manoela da Silva Franca. Fiz este
assento por não achar livros de batismo daquelle annos. Vig.
Domingos Perrone”.
Igreja em obras 1920

Pela provisão episcopal de 28 de abril 1917, foi nomeado vigário


da paróquia de Santo Antônio do Pinhal, o Rev. Padre Estevam Masl, que
tomou posse no dia 2 de maio do mesmo ano e tendo como testemunhas
do ato os Srs. Cândido Monteiro da Silva e Antônio Ribeiro Pimenta.
Segunda igreja
Em 8 de julho de 1917, foi aprovada a comissão nomeada
para a construção de uma nova matriz, pois a existente já se
encontrava em estado bastante precário.
No início de 1918, houve uma nova provisão e o Padre
Estevam Masl manteve-se no cargo de vigário desta paróquia. No
cargo de fabriqueiro, o Sr. Cândido Monteiro da Silva e como
sacristão o Sr. Antônio Ribeiro Pimenta.
Nos moldes da primeira igreja, com duas torres, as obras
ficaram estagnadas por falta de verbas, até que parte do telhado e
uma de suas torres desabaram com as intensas chuvas.
Bairros e moradores em 1917

Capóra: hoje entre Sertãozinho e Boa Vista

Sertãozinho: o mesmo

Bixiguento: São Judas Tadeu, entre José da Rosa e Lajeado

José da Rosa: o mesmo

Barreiro do Rio Preto: Barreirinho Rio Preto

Rio Preto: o mesmo

Da Barra: no Rio Preto

Mellos: o mesmo, hoje Campos do Jordão

Lageado: o mesmo

Fazenda do Pinhal: o mesmo no Rio Preto

Mouras: Machadinho saída para José da Rosa

Morro Grande: o mesmo

Barreiro do Lageado: o mesmo

Cassununga: o mesmo

Paiol Velho: o mesmo, hoje pertence a São Bento do Sapucaí

Fazenda Miguel Derrico: Rio Preto de baixo, subida para Maria


Bela
Inauguração em 1929
Comemorativo 1929

A terceira e última igreja:

Com o desabamento de
grande parte da construção, o
Revmo. Bispo ordenou que fosse
demolido o restante para dar início
a uma nova obra, dessa vez mais
sólida e acompanhada por um
técnico. O arquiteto Francisco
d'Arace elaborou uma planta de 10
x 13,50 metros e foi contratado
para supervisionar a obra.
Em 1924 iniciou-se então a
construção da nova matriz, foi
feita uma grande festa para a
colocação da primeira pedra.

Em artigo no periódico “O Pinhalense” de 15 de maio de


1925, o então vigário encarregado Padre José Vitta, coloca à venda
alguns lotes de terras da capela para angariar fundos para terminar
as obras da matriz, conforme descrito :
As irmãs de padre Vita, Nicolino Granato, José
Lourenço de Castro, e Paulino Granato e o menino
desconhecido.
Aviso
Aos foreiros de Santo Antônio do Pinhal
“Sendo impossível pela grande falta de recurso, prosseguirem os
trabalhos da nova matriz em construcção, o Exmo. Sr. Bispo
autorizou-me a vender uma parte dos terrenos do patrimônio e
empregar o producto em beneficio das obras da matriz, como os
terrenos estão todos aforados, venho communicar aos illustres
foreiros a nova resolução e que os terrenos de hoje em diante
serão vendidos a quem mais vantagem offerecer. Os foreiros têm
uma certa preferência na compra. Porem, uma vez que não
queiram comprar e nem desistir para que se possam vender a
outros, dar-se-á a desapropriação, conforme o regulamento da
fabrica que diz.. “ficando a fabrica desta egreja com pleno
direito ao domínio directo e desapropriação do mesmo terreno no
caso de necessidade ou utilidade da egreja, com direito as
indenizações das benfeitorias existentes”.
O encarregado – Pe. José Vitta

Com essa iniciativa tomada pelo Padre José Vitta, o centro


de Santo Antônio passava das mãos do santo, representada pela
igreja, para particulares, principalmente os foreiros.

Foreiro segundo Aurélio Buarque de Hollanda é: quem


paga foro; aquele que tem domínio útil de um prédio, por contrato.

Naquela época, sendo a Igreja possuidora das terras


recebidas por doação e com os povoados que cresciam ao redor da
capela, ela cedia parte de seu domínio a particulares que pagavam
um tributo para a sua utilização.
Este domínio poderia ser transmitido por herança, mas sem
a documentação necessária, pois a propriedade continuaria sendo
da Igreja. Sendo a paróquia de Santo Antônio pobre e não podendo
contar com o pagamento regular dos foros, e muito menos com
grandes doações para a construção da nova matriz, algumas
pessoas tomaram a iniciativa para a compra do respectivo terreno.
A nova matriz de Santo Antônio do Pinhal.
Artigo do Organ Independente O Pinhalense em 15 de maio de 1925

“Grande tem sido a luta sustentada pelos encarregados


da construção da nova matriz. Dificuldades de toda espécie, mil
obstáculos se tem apresentado mas, até o presente, por uma
graça do céu, não foi necessário parar, apesar de o serviço ser
tratado com grande morosidade, pela grande falta de recursos.

A nova matriz a esta hora já poderia estar coberta e por


conseguinte servindo, se não fosse o grande e condenável
indiferentismo da maior parte da população desta paróquia e
principalmente dos habitantes da sede, com honrosas exceções.

A princípio, era voz unânime que todos estavam prontos


para concorrer na medida de suas posses, para a realização do
ideal: a construção de nossa igreja; mas, infelizmente tal não
sucedeu, como todos tiveram ocasião para presenciar, não
sabemos qual o motivo; o lugar estava há cinco anos desprovido
de igreja, assim nos expressamos, porque a que existia não
preenchia as condições exigidas ou necessárias para um templo;
o povo não cessava de reclamar, pedindo a construção de uma
nova igreja, esse, diziam todos, era o veemente desejo dos
habitantes desta paróquia.

Que contraste! A princípio, desconfiados, queria ver o


inicio da obra; vieram-no, depois muitas outras desculpas, sem
razão de ser, e afinal, parece que estão resolvidos a não
contribuir com o que prometeram. Uma ingratidão para com a
Igreja e uma nódoa na consciência daqueles que assim
procedem!

Negar uma esmola prometida, para a construção de uma


igreja é, sem dúvida, uma falta grave perante Deus! Os
encarregados, com grandes trabalho, só conseguiram arrecadar
a importância de 21.807$900, sendo que até a época presente as
despesas são superiores a arrecadação. Essa arrecadação foi
feita durante o largo prazo de um ano e daqui em diante há pouca
esperança se o povo não mudar de orientação.
Há ainda 15 contos prometidos, mas pensamos que ficam
só em promessas... E como tal não podemos contar com eles.
Estamos na triste e dolorosa contingência de ser preciso parar o
serviço, há duas semanas, que a caixa esta desprovida do
necessário para o pagamento e assim continuando, os
encarregados outra coisa não podem fazer senão suspender o
serviço por algum tempo.

Que Deus não permita tal coisa, porque seria talvez um


fracasso! Só faltam dez a 12 contos, para pôr a igreja em
condição de ser utilizada. A quantia é pequena; não haverá nesta
terra a possibilidade de arranjar a importância mencionada?

Apelamos para os filhos deste lugar, e eles nos


respondam! Apelamos para o nobre sentimento deste povo!
Unidos todos pelo sentimento de patriotismo, poderão, se
quiserem, arranjar muito mais. Por isso, os encarregados da
árdua tarefa esperam e contam com a máxima boa vontade de
todos”.
Inauguração 1929

Major Ângelo Granato acompanhando a inauguração da igreja


em 1929
Padre Vitta

Nasceu em 23 de março de 1895, em Sapucaí Mirim cidade


mineira antes conhecida como Santana do Sapucaí Mirim, e foi
batizado em São Bento do Sapucaí. Viveu sua infância na fazenda
de seus pais, Donato Vitta e Maria Leopoldina Ferreira e, em 1909
ingressou no Seminário Menor de Pirapora de onde se tranferiu
para o seminário de Taubaté em 20 de fevereiro de 1911.
A bênção e vestição de batina teve lugar em 17 de fevereiro
de 1915. Em 19 de setembro de 1917, D. Epaminondas Nunes de
Ávila e Silva conferiu-lhe as quatro ordens menores. Em 16 de
março de 1918 foi-lhe conferida a ordem do subdiaconato, e no dia
seguinte a ordem do diaconato, também por D. Epaminondas que
nessa época encontrava-se muito doente, já desenganado por
doença cardíaca, mas recuperou-se, pois Deus ainda lhe reservava
uma missão.
Pe. José Vitta passava férias na fazenda de seu pai, e de lá
andava nove quilômetros a cavalo até a paróquia de São Bento do
Sapucaí.
Numa dessas andanças encontrou um menino pobre que
queria ser padre mas não tinha recursos. Pe. Vitta conseguiu
autorização do bispo diocesano para que ele não pagasse as
anuidades. O menino passou a frequentar as aulas para os
vestibulares do seminário em Taubaté, tendo sido aluno do
Professor Plínio Salgado, o grande escritor e político católico de
São Bento do Sapucaí. Foi aprovado e ingressou no seminário de
onde saiu, anos mais tarde, como o maior orador sacro brasileiro:
D. Antonio de Almeida Moraes Jr.
Ainda hoje, quem vai pela variante do bairro José da Rosa
em direção a Sapucaí Mirim, em estrada de terra, depois de
atravessar uma ponte de concreto na divisa de estado, encontra à
direita uma tosca moradia com os dizeres: “aqui nasceu D. Antonio
de Moraes, Arcebispo de Niterói.
Pe. Vitta foi ordenado em 20 de abril de 1919, em
solenidade presidida pelo núncio apostólico no Brasil, D. Ângelo
Giacinto Scapardini, pois D. Epaminondas encontrava-se ainda
enfermo.
Sua primeira designação foi para lecionar no antigo
Colégio São Miguel, em Jacareí, em 1920. No início de 1922 foi
nomeado vigário cooperador de Caçapava e dali transferiu-se para
Lambari, Minas Gerais.
Em maio de 1924 sofreu uma hemoptise e retornou à
fazenda de seu pai, onde foi recebido por Angelina, sua madrasta,
recuperou-se e foi para a casa de sua irmã em Pindamonhangaba,
onde passou a prestar serviços ao pároco João José de Azevedo.
Foi designado por D. Epaminondas a prestar serviços em
Santo Antônio do Pinhal e com a ajuda do povo, construiu a igreja
matriz, inaugurada em 1929.
Nessa época, as obras da E.F. Campos do Jordão já
chegavam até a estação de Eugênio Lefévre, a poucos quilômetros
de Santo Antônio do Pinhal. Em 1925, guiado pela providência,
comprou uma casa na Vila Abernéssia em Campos do Jordão, onde
passou a morar com suas duas irmãs solteiras conhecidas por
Mariquinha e Cotinha. Lá iniciou sua grande obra. no dia 7 de
setembro de 1954, foi agraciado por decreto do Papa Pio XII com o
honroso título de Monsenhor Camareiro Secreto de Sua Santidade

Foto de 1924 em frente a 2ª igreja que foi demolida meses


depois: Nicolino Granato, padre Vita, Paulino Granato, as irmãs do
padre, Mariquinha e Cotinha, José Lourenço de Castro, Luiz
Granato e o menino desconhecido.
na presença do governador Lucas Garcez. Em 30 de abril de 1959
recebeu o título de Cidadão Honorário de Campos do Jordão.
Faleceu em Campos do Jordão no dia 13 de dezembro de
1972, às 23h45, assistido por suas irmãs chefiadas por Odete Freire
e pelos seus médicos e amigos os Drs. Franklin A. Bueno Maia e
Alfonso Chung Zumaeta.
Em sua homenagem póstuma, em Campos do Jordão a via
de acesso ao Sanatório São Vicente de Paulo passou a ser
denominada “Rua Monsenhor José Vitta” assim como a Escola de
Primeiro Grau de Vila Abernéssia que também recebeu o seu
nome.
Apagara-se uma luz na terra, e mais uma começou a brilhar
no céu!

Monsenhor José Vita década 1970.


Inauguração Igreja de São Benedito 1948

Igreja de São Benedito


No dia 21 de março de 1947, domingo de ramos, foi dada a
benção solene da 1ª pedra da Igreja de São Benedito, nesta
paróquia, por delegação especial do Exmo. Sr. Bispo.
Um ano depois a igreja foi inaugurada, marcada por
empolgante manifestação de fé que iniciou com a procissão da
qual faziam parte cinquenta pessoas da Irmandade de São
Benedito.
Foi um dia inolvidável para todos os pinhalenses, e
culminou com a celebração da primeira Missa celebrada pelo Pe.
Sebastião Hugo Santana, o então vigário, e participação em massa
da comunidade.
Casa Paroquial

Quando faleceu o vigário paroquial, Pe. Estevam Masl,


deixou para a diocese um terreno e uma casa. Encontrando-se em
péssimo estado de conservação, a casa foi vendida com a devida
licença da autoridade diocesana e o dinheiro empregado na
construção da matriz.
No final da década de trinta foi construída uma nova casa
paroquial com oito quartos em um terreno mais próximo da
matriz.
Existia na casa paroquial antiga, apenas uma mesa de
jantar rude, uma cama velha e cobertor, uma cama de arame, uma
mesa velha e estante simples.
Com auxílio de amigos, filhos de Santo Antônio residentes
em Pindamonhangaba, foi providenciado tudo o que era
necessário para acomodar decentemente um vigário. Em 1944, foi
inaugurado um pequeno salão ao lado da casa paroquial para as
associações religiosas utilizarem em reuniões de trabalho e de
lazer.
Recentemente, o Cônego Pedro Alves dos Santos,
conhecido carinhosamente como Padre Pedrinho, Pároco da
Matriz desde 5 de janeiro de 1991, reformou por completo a antiga
casa paroquial, transformado-a em um amplo sobrado para receber
padres e visitantes.

Como a Igreja Católica faz parte da historia da cidade, esta


diretamente ligada ao contexto do livro. Mas nem todos professam
a religião católica, então, igrejas evangélicas foram se instalando
na cidade com decorrer dos anos, tais como: Congregação Cristã
do Brasil, Quadrangular, Assembléia de Deus e Testemunha
de Jeová e Adventista>>>>>>>>que hoje agrega grande número
de fiéis.
17 OS IMIGRANTES

Os Italianos
Com o sonho de fazer riqueza na América, desembarcaram
no Brasil no final do século XIX, dezenas de famílias de italianos
que vieram trabalhar nas plantações de café no Vale do Paraíba e
Sul de Minas Gerais, mas, por motivos diversos, abandonaram as
fazendas e se instalaram neste distrito. Com o passar dos anos essas
pessoas transformaram-se em pontos de referência como
comerciantes e agricultores, das quais destacaram-se: Família
Granato (de Domingos Granato) Ângelo Maria Granato, de outra
linhagem, Aurichio, Valvano, Cazari, Moliterno, Derrico, de Vita,
Scadelaso, Roberti, Motolla e Grasso. A maioria das famílias veio
de Corleto Monforte, província de Salermo, Reino da Itália.
No dia 13 de outubro de 1885, Ângelo di Ruberto e Felice
de Vita embarcaram em um navio chamado “Vicenzo Florio”, com
destino a Buenos Aires, Argentina. Mas quando o navio aportou
no Brasil, Ângelo Di Ruberto e outras quatro famílias italianas da
mesma região e parentes entre si, desembarcaram no Rio de
Janeiro no dia 11 de novembro de 1885. Entre essas famílias
estavam os Vita (Felice), Moliterno (Andréa Moliterno), os
Granato (Pietro Izidoro Granato e Ângelo Granato) e Pietro
Valvano.
Conforme a certidão de desembarque, encontrava-se
também no navio uma pessoa com o nome de Nicola Ruberto,
acompanhante Ângelo Di Ruberto e Felice de Vita, cujo destino
era a cidade de São Paulo. Certa vez, subiram a serra até Santo
Antonio do Pinhal para vender suas mercadorias. Acharam o lugar
tão parecido com Corleto e como outros, acabaram vindo morar
aqui.
Curiosidade
João Antonio Moliterno era italiano da Comune de Corleto
Monforte e veio para o Brasil com aproximadamente quatro anos
de idade. Como era filho de Andréa Moliterno ( André, como foi
traduzido) o menino João ficou conhecido no município como
“João André”. Casou-se com Maria Rosa de Vita, filha de Felice
de Vita e Antonia Motolla.
Capitão Domingos Granato, da mesma região de todos os
outros, casou-se em 11 de fevereiro de 1886 na matriz de Santo
Antônio do Pinhal com Luiza Derrico, ele filho de Nicolau
Granato e Joana Juliana, ela filha de Felipe Derrico e Bárbara
Granato, chegou em Santo Antônio por volta de 1880, muito
trabalhador, sendo ele responsável pela manutenção da estrada da
serra que ligava Pinda à São Bento.
Foi pessoa de importantíssimo valor no distrito, sendo de
uma outra linhagem de Granato, foi fabriqueiro na cidade, onde
influenciou as características das casas, foi ele que construiu as
duas torres na reforma de 1899 da 1ª igreja que foi demolida para
dar início a 2ª em 1917 e demolida em 1924 dando lugar à atual,
muito colaborou com a igreja como é citado pelo padre em trechos
do livro tombo.
Tornou-se bem sucedido e comprou muitas terras no
distrito, foi grande líder político favorável a república, “os
botões”, chegou até a comprar título da guarda nacional de capitão
em 1908, com 35 anos em 1890 era eleitor nesta freguesia.
Foram pais de: Tunico, Rosa, Luiz, Nicolino, Ramira e
Paulino.
Luiza Derrico, Luiz, Domingos Granato,Tunico e Rosa-1894
Domingos Granato, Luiz, Luiza Derrico, Tunico, Rosa, Ramira,
Nicolino e Paulino, provavelmente 1905, mesmo ano da foto da
banda.

Personalidade
Domingos Granato:
nascido em 28 de junho de 1919
no antigo distrito de Santo
Antônio do Pinhal, filho de
Ângelo Maria Granato e
Margarida Cazari, recebeu este
nome em homenagem ao
grande amigo de seu pai
Domingos Granato (imagem
acima) que faleceu um ano
antes de seu nascimento, foi
combatente na Segunda
Grande Guerra. Grande
representante de nossa cidade
na Itália, terra natal de seus
pais. Faleceu dia 16-07-2008
em Cidade de São José dos
Campos.
Nascido em 1864 na cidade de Corlleto de Monforte-
Salerno- Reino da Italia, ainda jovem veio sozinho para o Brasil,
iniciou a vida aprendendo o trabalho de tropeiro, fazendo
transporte de mercadorias entre as cidades do vale do Paraíba e sul
de Minas, ganhou muito dinheiro, fato que possibilitou-lhe a
compra de muitas terras na cidade, foi influente líder político local
sendo favorável a república no distrito conhecido como partido
dos botões que mantinham uma banda de música, trabalhou muito,
de forma a possibilitar que tivesse grandes contatos com políticos
do estado, tais como Washington Luiz , chegou a comprar título da
guarda nacional de major. Em 24 de fevereiro de 1894, Ângelo
Maria Granato na idade de 30 anos casou-se com Francisca
Maria de Paula de 16 anos, ela natural deste distrito e filha de
Francisco Alves dos Santos e Maria Jesus do Espírito Santo,
faleceu pouco depois.
No dia 28 de janeiro de 1899, Ângelo viúvo, casou-se com
Margarida Cazari de 18 anos, ela filha de Augostinho Cazari e
Carolina Philomena Grasso, todos italianos que foram
convencidos por Angelo a virem para o Brasil.
Ângelo Maria Granato faleceu em seu domicilio neste distrito
em 28 de maio de 1932.

Margarida Cazari e Angelo Granato


Passaporte do sr. Felice Di Vita de 13 de outubro de 1885

Os Imigrantes Suiços
Franz Dolder, Emil Pfeiffer, Alfred Luthold, Brander,
Kaufmann e Hans Sauberli. Os descendentes de Hans Sauberli
ainda permanecem na cidade.
Os imigrantes Japoneses.
A formação do primeiro núcleo de japoneses na região
ocorreu em 1929 no Bairro Renópolis, zona agrícola de clima
temperado.

Segundo Shunsunke Kimura, na década de 20, Dona Renée


Lujan de Carvalho, uma francesa casada com brasileiro e radicada
no Rio de Janeiro, adquiriu uma área de 142 alqueires onde iniciou
a construção de um hospital próxima à atual parada Renópolis.
Seria o primeiro Sanatório da região, mas a obra foi abandonada no
estágio da cobertura.

Em setembro do mesmo ano, um grupo de japoneses que


pretendia fixar-se na região de Pindamonhangaba veio alojar-se e
trabalhar nas terras emprestadas pelos próprios proprietários do
loteamento Renópolis. Pouco tempo depois passaram a arrendá-
las e mais tarde compraram 80 dos 142 alqueires, dando origem ao
loteamento.

Em 1927, Dona Renée elaborou uma planta de loteamento


de suas terras, sem chegar entretanto a registrá-la, dando ao
loteamento o nome de Renópolis, que deriva de seu prenome
Renée. Em 1929, com problemas financeiros viu-se obrigada a
vender a sua propriedade, que foi adquirida por Orlando
Drumond Murgel, então diretor da Estrada de Ferro de Campos
do Jordão e Manoel Olímpio Romeiro, advogado da referida
Estrada de Ferro e pelo poeta José Carlos Barbosa, que pouco
tempo depois transferiu a sua parte para Orlando Murgel e ao seu
pai Mauricio Eugenio Murgel.

Nove famílias japonesas foram as fundadoras da Colônia


Renópolis: Morikiti Yoshikai, Kakiti Yao, Hissaiti Yamada, Takeiti
Awata, Inao Kano, Ei-iti Mizuta, Matsuji Shibuya, Sakae
Kurozawa e Sue Kussama.
Mais tarde vieram: Masato Yamada, Nizo Katayama, Shoji
Kímura, Sussumu Nagaoka.
Após 1933, outras famílias se estabeleceram na região do
distrito: Riiti Katayama, Hayashida, Sanefugi, Shisito, Yoshikai
e mais tarde, os Nakamura, Abe, Fukumitsu, Kaida, Nishimura,
Yama-guchi, Yawasaki, Tamura, Tanaka, Oikawa, Hatsuda,
Hirakawa, Watanabe e Ito.

No inicio mal falavam a língua e a agricultura era o


caminho para a riqueza. Plantavam hortaliças como repolho,
tomate, mas foi na cultura da cenoura que os primeiros colonos
obtiveram êxito em seu trabalho. A colônia foi o berço dessa raiz
em escala comercial no Brasil. Da cenoura, os japoneses passaram
para fruticultura de clima temperado, plantando pêssego, ameixa,
pêra, nectarina. Alguns obtiveram sucesso também na avicultura.

Foi através de um amigo mascate que a família Katayama


conheceu a cultura da orquídea, que atualmente constitui a
atividade principal da Colônia Renópolis com a variedade
Cymbidium. O pioneiro na escala comercial foi Shoji Kimuraque
iniciou o cultivo em 1976.

Em dezembro de 2008, a Câmara Municipal de Santo


Antonio do Pinhal, através do Projeto de Lei Legislativo de autoria
da Vereadora Rachel Carvajal, outorgou homenagem de honra ao
mérito aos Produtores de Orquídeas, os senhores: Shiguero
Katayama, Tadaki Yamada, Junji Kimura, Kazuo Takanashi,
Antonio Kawakami, Antonio Ywasaki, Sakae Nischimura,
Toschio Moricane, Kenji Ocabe, pela dedicação ao cultivo de
orquídeas, que muito contribui para elevar o nome do município.

Santo Antônio do Pinhal, quando recém emancipado, tinha


um número aproximado de 60 famílias japonesas residindo em
terras pinhalenses.

Mas, esse número começou a cair no anos 70, quando a


agricultura perdia seu valor comercial e os japoneses começaram a
migrar para cidades maiores buscando outras alternativas. Seus
filhos e netos começaram a fazer o trajeto contrário de seus avós,
buscando dinheiro na “terra do sol nascente”.
Em 1979 comemorou-se os cinquenta anos da colônia no
Bairro Renópolis, contando com a presença dos pioneiros e
fundadores, das autoridades locais, do Engenheiro Orlando
Murgel, Deputado Armando Pinheiro e representantes do
Consulado Japonês no Brasil.
Hoje a Nihonjinkai de Renópolis denomina-se Associação
Cultural Recreativa Nipo-Brasileira de Santo Antonio do Pinhal.
Possui um pequeno número de associados, mas é muito bem
estruturada, com sede própria, campo de futebol e quadra
poliesportiva.
Em comemoração aos 100 anos da chegada dos primeiros
japoneses no Brasil a bordo do navio Kasato Maru, a Praça
Benedito Marcondes Raposo, também conhecida como Praça do
artesão, ganhou contornos inovadores inspirados na cultura
oriental que inclui um jardim japonês e um Portal Torii.
Em 2009, comemora-se 80 anos da colônia em nosso
município.

Apresentação Japonesa na Praça da Matriz

Casa da Vó.
Shoji Ito e sua mulher Yoshi Ito chegaram no Brasil a bordo
do Manila Maru em 1934. Com eles vieram cinco filhos e aqui em
Santo Antonio nasceram três filhas. Emi Ito, residente em Santo
Antonio, é uma de suas netas, filha de Paulo Mossami Ito e D.
Tereza.
Um fato interessante é que, mesmo sem falar bem o
português D. Yoshi tornou-se conhecida. A família morava no
bairro do Sertãozinho, onde é hoje a propriedade do exdeputado
Armando Pinheiro. Cuidavam de pessoas enfermas dos mais
variados males com remédios à base de ervas. A casa ficou
conhecida como "casa da Vó Yoshi" ou apenas casa da Vó. Ela era
parteira, e de todos os recém-nascidos ela tirava um pedaço do
cordão umbilical e levava ao fogo dentro de uma lata para
desidratar. Depois dava-o à mãe dizendo que se a criança ficasse
doente ela poderia usá-lo para fazer chá e dar para a criança beber.
Poderia também ser utilizado por adultos. Interessante ressaltar
que, num passado não muito distante o cordão umbilical era
utilizado para tratamento. Atualmente, a área médica vem
desenvolvendo pesquisas para tratamento através de células
embrionárias.
Durante muitos anos a colônia japonesa abasteceu os
mercados horfrutigranjeiros da região com a sua produção. Nas
últimas duas décadas a produção local diminuiu em razão dos
descendentes dos antigos imigrantes terem-se voltado para outras
atividades fora da cidade.
Praça Benedito Marcondes Raposo

Curiosidade
Um Torii (em japonês), é um portão tradicional japonês.
Ele foi criado para ser originalmente apenas um simples portão das
antigas cercas do santuário. Quando as cercas foram retiradas, o
torii permaneceu para designar a entrada de um lugar sagrado e
afastar os maus espíritos. O Torii é composto por dois pilares
verticais, unidos no topo por uma trave horizontal (kasagi),
geralmente mais larga que a distância entre os postes. Sob a kasagi
há outra trave horizontal, (nuki) que une os dois pilares. As
madeiras são geralmente pintadas de vermelho.
18 A REVOLUÇÃO

Em 9 de Julho de 1932, explode em São Paulo uma revolta


contra o presidente Getúlio Vargas. Tropas federais são enviadas
para conter a rebelião. As forças paulistas lutam contra o exército
durante três meses. O episódio fica conhecido como a Revolução
Constitucionalista de 1932.
Em 1930, uma revolução derrubava o governo dos grandes
latifundiários de Minas Gerais e São Paulo. Getúlio Vargas
assumia a presidência do Brasil em caráter provisório, mas com
amplos poderes. Todas as instituições legislativas foram abolidas,
desde o Congresso Nacional até as Câmaras Municipais. Os
governadores dos Estados foram depostos. Para suas funções,
Vargas nomeou interventores. A política centralizadora de Vargas
desagradava as oligarquias estaduais, especialmente as de São
Paulo. As elites políticas, do Estado economicamente mais
importante, sentem-se prejudicadas. E os liberais reivindicam a
realização de eleições e o fim do governo provisório. O governo
Vargas reconhece oficialmente os sindicatos dos operários,
legaliza o Partido Comunista e apóia um aumento no salário dos
trabalhadores. Estas medidas irritam ainda mais as elites paulistas.
Em 1932, uma greve mobiliza 200 mil trabalhadores no
Estado. Preocupados, empresários e latifundiários de São Paulo se
unem contra Vargas. No dia 23 de maio é realizado um comício
reivindicando uma nova constituição para o Brasil. O comício
termina em conflitos armados. Quatro estudantes morrem:
Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo.
As iniciais de seus nomes formam a sigla MMDC, que se
transforma no grande símbolo da revolução. E em julho, explode a
revolta. As tropas rebeldes se espalham pela cidade de São Paulo e
ocupam as ruas. A imprensa paulista defende a causa dos
revoltosos. No rádio, o entusiasmo de César Ladeira faz dele o
locutor oficial da Revolução Constitucionalista. Uma intensa
campanha de mobilização é acionada.
Revolução Constitucionalista de 1932, Segundo o Livro Tombo nº 2
da paróquia Santo Antonio

Inicia-se na Capital de nosso Estado de São Paulo, com


ramificação em todo o território do Estado, tremenda
movimentação revolucionária, revolucionária, secundado pelo
Estado do Mato Grosso. Muitos homens em armas querem
impor o regime da lei ao ditador Getúlio Vargas, obrigando-o a
dar Constituição imediata a nação e demitir-se da cadeira
ditatorial.
O povo de Santo Antônio do Pinhal, em grande maioria
fazendeiros ou herdeiros de terras nas zonas rurais do município,
com a noticia da revolução empreitada pelos paulistas, imigraram,
a principio, para o mais junto de suas matas e voltando, depois de
um mês a suas moradias no pequeno centro urbano e com menos
temor da dita revolução. Ficando na cidade, somente Brás Oliva,
homem culto, proprietário de uma sapataria. Tal medida de
permanecer tinha sua importância. Primeira por que sua mãe
estava muito doente e com problemas de locomoção e, em sua
residência no centro da vila, funcionava a única linha telefônica e
seria de grande utilidade ao serviço da revolução.Vizinho
territorial do Estado e Minas Gerais, Santo Antônio do Pinhal viu
suas casas, as suas estradas, as cristas de seus morros, povoadas
pelos soldados da Lei.
Ficavam em sentinela contra a possível invasão mineira
pelo seu território.Pela força revolucionária, foi pedido que
regalassem auxílio à causa do Estado e assim, de todas as fazendas
foram doadas rêses para a alimentação dos soldados. A estrada de
rodagem que ligava esta vila à cidade de Pindamonhangaba
através da garganta da Serra da Mantiqueira, que na época era de
péssimo estado, teve uma participação integral dos homens
pinhalenses com um auxílio considerável aos soldados paulistas
para a comunicação com a Estrada de Ferro Central do Brasil.
Cerca de 600 homens trabalharam na dita estrada.
Em 19 de agosto de 1932, encontrava-se nesta paróquia o
padre João José de Azevedo, que pregou diariamente, sobretudo,
aos soldados paulistas que, em número de 400 homens no
município, guardavam as fronteiras de nosso Estado de São Paulo.
A casa paroquial foi requisitada pelas forças e entregue à
intendência das tropas.
Em outubro de 1932 os exércitos ditatoriais, composto de
po1iciais e forças federais de todos os Estados da União,
conseguiram romper as linhas paulistas, vencendo em todos os
setores as tropas que queriam o regime da Lei e uma Constituição
na República.
Conseqüentemente, retiravam-se desta vila de Santo
Antônio do Pinhal, os soldados que aqui se achavam acantonados
por alguns meses, tempo suficiente para cunhar laços de amizades,
relegarem apelidos e deixar suas marcas de trincheiras encravadas
em terras pinhalenses, mas não sem antes de ter experimentado
cerrado fogo das tropas mineiras por 34 horas ininterruptas, isto
dentro do município vizinho de São Bento do Sapucaí.
O movimento constitucionalista do Estado de São Paulo
estacionou por quase três meses na vila de Santo Antônio do
Pinhal. Cerca de 300 homens do Batalhão Piratininga, constituído
pela elite da mocidade estudantina e independente do Estado, ou
seja, voluntários que lutavam em prol do movimento
revolucionário, por serem estudantes, pertenciam às famílias de
classe média e rica do Estado, receberam a alcunha de "Batalhão
Pó de Arroz" queriam o regime da Lei e uma Constituição na
República.
A emancipação e seus problemas:

Possivelmente os descasos de São Bento com o povo


pinhalense foi um dos maiores motivos pela vontade de liberdade
do distrito, após o período dos coronéis, Botões x Jagunços a
vontade aumentou.
A disputa sempre acirrada pelos eleitores de Santo Antonio
e São Bento, proporcionava casos insólitos.
Na década de 1930, precisamente em 1934, o distrito foi
anexado à Campos do Jordão que possuía uma estrutura
privilegiada e estava mais próxima. Assim permaneceu até 1944
quando foi re-anexado à São Bento do Sapucaí. Em 1948 através
de plebiscito o povo pinhalense foi favorável de voltar a ser
distrito de Campos do Jordão.
São Bento tinha filhos importantes, Miguel Reale, Plínio
Salgado, Genésio Pereira, políticos de renome herdeiros dos
antigos coronéis que influenciaram muito contra o pequeno
distrito, assim a assembléia legislativa de São Paulo deixou sem
efeito o plebiscito de 1948. O tempo passou! Mas a vontade de
emancipação não! A falta de sistema de água no distrito
desencadeou, “Revolta dos Canos” e o processo emancipatório,
descrito nas próximas páginas.
Em 1958 uma lei permitia a criação de novos municípios,
um novo plebiscito foi marcado e de novo os pinhalenses
confirmaram que a vontade de independência estava no sangue.
Em seu favor um grande ministro que quando criança
morou no antigo distrito, fez muitas amizades e tinha um grande
amor por nossa terra. O Ministro Nélson Hungria, amigo de
Candido Monteiro da Silva, foi apresentado aos emancipadores e
engajou-se na luta dos heróis pinhalenses, mostrou aos de São
Bento que a força política agora estava do nosso lado.
O município foi criado em 1959, mas os de São Bento não
deixariam barato a decisão do STF: entraram com representação
contra a decisão, inconformados com o fato de estarem nesse
momento perdendo grande parte de sua arrecadação. Todos os
impostos pagos para São Bento seriam agora de Santo Antônio.
19 EMANCIPAÇÃO POLÍTICA E SEUS PROBLEMAS.

”Decretos assignados hontem”


Jornal Correio
O sr. Interventor federal assignou
Paulistano 15-12- 1934.
hontem os seguintes decretos:
Decreto 6.867 de 14 de
Approvando o regulamento de
dezembro de 1934,
transito para o estado de São Paulo,que
anexando o distrito de
entrará em vigor em 1º de janeiro de
Santo Antônio do Pinhal à
1935,com excepção dos capítulos
Campos do Jordão.
4,5,6,7,8,9,29 e 30, cujas disposiçõe só se
tornarão effectivas 90 dias depois daquella
data.
--Incorporando à estância sanitária
de Campos do Jordão, o distrito de Santo
Antonio do Pinhal.

Correio Paulistano 21 de
dezembro de 1934.
Opinião dos São Bentistas
sobre o decreto através de
seu correspondente.
Pela lei 6.867 de 14-10-1934, o distrito de Santo Antônio
do Pinhal foi anexado à Campos do Jordão, pelo decreto lei 14.334
de 30 de novembro de 1944 voltou a ser distrito de São Bento do
Sapucaí. Devido a diversos problemas existentes anteriormente
com São Bento, o povo Pinhalense resolveu fazer um plebiscito em
24-10-1948 como demonstra a foto abaixo. Infelizmente um
deputado amigo de São Bento agiu contra Santo Antônio, como
veremos na próxima página

A votação de 1948, foi no antigo grupo escolar. Os dizeres


do bilhete: A D. Maria Granato, incansável chefe da cantina do
Q.G pró C. Jordão, com gratidão da turma. Em 24/10/1948
Noticiado no Jornal de Notícias em 19
de 10-1948,telegrama de um vereador
de Campos do Jordão à assembléia do
estado.

Noticiado no jornal de
noticias do Estado de São
Paulo, 13 de dezembro de
1948, deixando sem efeito o
plebiscito de 24 de outubro
de 1948.
Novo plebiscito agora em 1958.
O plebiscito objetivava consultar a população, se ela queria
que Santo Antônio continuasse jungido e dependente de São
Bento, como distrito, ou se almejava vê-lo desmembrar-se, tornar-
se autônomo e, por fim, ser elevado à categoria de município.
Realizou-se, portanto, o plebiscito em 13 de dezembro de
1958, apresentando o seguinte resultado: total dos votos apurados,
317; votos pelo sim, 311; pelo não, três; em branco, dois; nulo um.
A vitória da tese autonomista fora, portanto, esmagadora.
Em 31 de março de 1960, o prefeito de São Bento do
Sapucaí, informa aos vereadores sobre as dificuldades encontradas
para arrecadar impostos e o processo emancipatório ganho por
Santo Antônio do Pinhal.
O prefeito de São Bento, informando que fora contratado
um dos maiores advogados para tentar reverter decisão favorável a
emancipação de Santo Antônio do Pinhal.
Telegrama entre Dr. Genésio e Plínio Salgado informando
a perda do embargo sobre a emancipação.
Plínio Salgado, grande político nascido em São Bento e
outros influenciaram no plebiscito de 1948 contra o povo
pinhalense, agora já não possuia tanta representatividade.
O novo prefeito de Santo Antônio do Pinhal, Noé Alves
Ferreira, informando sua renuncia ao cargo de vereador do antigo
distrito de São Bento do Sapucaí.
Pela Segunda vez em 24-07-1961, o prefeito de São Bento
interpõe recurso contra a criação do novo município de Santo
Antônio do Pinhal- noticiado no jornal em 06-10-61

6-10-61
Vereadores de Santo Antônio do Pinhal propõem moção
veemente de protesto contra o prefeito de São Bento-Benedito
Gomes de Souza, pelo segundo recurso contra a criação do novo
município.
Ofício do prefeito de São Bento à câmara municipal
informando sobre a moção de protesto contra ele elaborada pela
câmara do recém criado município de Santo Antônio do Pinhal
publicada em jornal da capital, no dia 19-10-1961.
Ação do novo município de Santo Antônio do Pinhal
contra o município de São Bento do Sapucaí, requerendo a
prestação de contas desde sua criação em 18 de fevereiro de 1959,
noticiado em 19-04-1962
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA E SEUS PROBLEMAS.

Flâmula comemorativa da emancipação 1960, do Atestado do


vigário 1855 e da primeira eleição em 1961

Governador Carvalho Pinto assinando a criação do município. Junto da


esquerda para direita: assessor, Sebastião Laércio Marcondes César,
Oswaldo Gustavo da Silva, Félix Vieira, Noé Alves Ferreira, assessor do
governador.
Emancipação-
Por Ayrton César Marcondes

Muito antes dos celulares, das ligações telefônicas diretas e


da Internet, a comunicação mais rápida a longa distância se fazia
através de telegramas ou ligações via telefonista.
E foi através de telegrama que o povo de Santo Antônio do
Pinhal recebeu a notícia de sua emancipação política. De concreto
pode-se dizer que a notícia chegou por volta das duas horas da
tarde e espalhou-se rapidamente por todos os bairros.
A partir daí foi como se ocorresse um levante: braços fortes
largaram as enxadas e correram para a praça em frente à Igreja
Matriz do recém-município. O anseio de liberdade até então
adormecido, de repente fez-se coletivo e passou a governar a
multidão que corria pelas ruas aos gritos de vitória. Lágrimas
desciam livres nas faces, orações proclamavam-se em uníssono, a
fraternidade irmanava as pessoas inundadas de sentimentos até
então desconhecidos.
Foi assim. Os que viram jamais se esquecerão. As imagens
de uma grande alegria coletiva poderão variar de uma memória
para outra. Mas todas se uniram num mesmo grito, aquele que de
repente conduziu a multidão aos pés do santuário de Nossa
Senhora para, juntos, orarem e agradecerem.
Terminava a tarde. Estavam todos finalmente livres, não
lhes importava muito de que jugo. Santo Antônio era agora um
município, e esse fato maior estaria nos sonhos das pessoas da
nova cidade na madrugada seguinte.
Sumário da Emancipação
Por Sebastião Laércio Marcondes César

1 – - Santo Antônio do Pinhal, ao final da década de 50, já se


sentia como comunidade, seguro sobre seus membros
adolescentes e fortes e, qual filho que ao atingir a maioridade se
liberta da tutela paterna, anelava conquistar sua autonomia
político-administrativa, passando a gerir os seus próprios negócios
e a esculpir com as suas mãos o futuro.
E esse sentimento, que pulsava na alma da comunidade,
teve sua grande chance na Lei Qüinqüenal nº 5.113 de 1958,
segundo a qual, o distrito que contasse com uma série de requisitos
básicos, por ela estabelecidos, poderia pleitear sua elevação à
categoria de município.
Diga-se de permeio que esse movimento, que é em 1º lugar
a manifestação do espírito de liberdade do homem, não deixa de
apresentar também outras razões, reais e significativas, tais como a
total falta de sintonia entre duas comunidades, a distância entre as
duas localidades (na época, com transporte difícil e dispendioso), o
que dificultava o recolhimento de impostos e outras atividades
necessárias, a indiferença ou incapacidade de São Bento em
fomentar o progresso em seu distrito, que jazia estagnado,
entregue a sua própria sorte.
Estes e outros fatores mais estavam na maré do
descontentamento popular e que, no exato momento, levou os
líderes pinhalenses a proclamarem a irreversível liberdade de seu
torrão.
Pois bem, tangido por essa complexa gama de motivos foi
que um grupo de bravos pinhalenses se reuniu a 21 de abril de
1958, 1ª reunião, na casa do senhor Noé Alves Ferreira. Neste
encontro, o 1º realizado com objetivos autonomistas, foi criada a
COMISSÃO EMANCIPADORA, que assim ficou constituída:
Presidente, Noé Alves Ferreira; Vice-Presidente, Expedito da
Costa Manso; Secretário, Miguel Derrico Neto e Tesoureiro,
Vicente Chiaradia.
As seguintes pessoas participaram do encontro e se
tornaram membros da comissão emancipadora: Getúlio Motta,
Joaquim Francisco de Oliveira, Geraldo Ferreira de lima,
Gumercindo Femandes da Silva, José Ferreira de Lima, Antenor
Custavo da Silva, Shicara Umesu, Taketomi, Carlos Kimura,
Sebastião Targino e Afonso Vieira da Silva.
2 – O Movimento mal começara e já se incandesce. Uma
segunda reunião se realiza a 28 de abril, já com a presença daquele
que viria a ser um dos mais importantes autonomistas, a figura
leonina de Monsenhor João José de Azevedo, que tão nobres e
relevantes serviços haveria de prestar à causa nascente. Mons,
João, na época, vigário ecônomo e vigário da paróquia local.
Presentes ainda as destacadas figuras de João Batista da Motta e
Oswaldo Gustavo da Silva, Ainda participaram do encontro todos
os membros da Comissão Emancipadora, presentes na 1ª reunião.
A partir desse momento, a maioria da população adere de
corpo e alma ao movimento. A bandeira desfraldada começa a
empolgar a comunidade e a nobre causa principia a inflamar os
corações. Começa a luta...
3 - Ainda, na segunda reunião, realizada a 28 de abril de 1958, o
o deputado André Franco Montoro foi aclamado, pelos presentes,
como um dos líderes do Movimento. Deste modo, a 30 de abril foi
entregue ao mesmo deputado, na Assembléia Legislativa, uma
representação do povo de Santo Antônio do Pinhal, na qual se plei-
teava a independência político-administrativa do até então distrito.
4 - A entrega do memorial na Assembléia, referida
anteriormente, foi um ato solene e um instante grandioso do
Movimento Autonomista, pois na ocasião, o presidente da Casa
suspendeu os trabalhos para receber a delegação pinhalense. Ao
mesmo tempo em que o líder do PDC, Deputado André Franco
Montoro, lia e comentava em Plenário os termos do memorial,
solidarizando-se com Santo Antônio do Pinhal, cuja causa achava
justa, bem fundamentada e legal.
5 - Ainda com referência aos expressivos acontecimentos
na Assembléia Legislativa, não se poderia omitir alguns informes
historicamente sugestivos. O primeiro deles é a presença, em meio
à delegação pinhalense, do vulto olímpico de Mons. João José de
Azevedo, que, a essa altura dos acontecimentos, tinha sido alçado
ao posto de Presidente de Honra do Movimento Autonomista.
Outro aspecto digno de nota é o fato do dia 30 de abril ser
exatamente o último dia fixado pela Lei Qüinqüenal, o seu prazo-
limite, para ser dada entrada, na Assembléia Legislativa, a uma
petição autonomista, ou seja, a um pedido visando a transformação
de um distrito em município. E Santo Antônio apresentou sua
reivindicação no último instante, é verdade, mas em tempo hábil e
juridicamente válido.
E todos esses marcantes acontecimentos de um dia
incomum tiveram o seu término exatamente às 6 (seis) horas da
tarde. Ali mesmo, num recanto mais tranquilo, a delegação se
aconchegou, sob os eflúvios da doce Ave-Maria que percutia
suavemente no ambiente, e, sob intensa emoção, orou a Ave-
Maria, oração murmurada primeiramente pelos lábios de Mons.
João, que no ato entregou o destino de Santo Antônio e de sua
grande causa nas mãos de Maria e seu amado filho, Jesus.
6 - Nesse estágio dos acontecimentos entra em cena a
figura impressionante de Benedito Marcondes Raposo,
farmacêutico estabelecido na localidade desde 1932. Homem
inteligente e culto, orador afamado, polígrafo e apaixonado cultor
do gênero epistolar, exilado pelo destino nos píncaros da
Mantiqueira, donde correspondia-se com altas personalidades da
vida pública do país.
Demorou-se um pouco a assumir o seu posto de "capitain"
na Liça Autonomista, mas se justificava: sentia-se embaraçado por
ser filho de São Bento, terra que amava estremecidamente, e temia
pela incompreensão de seu gesto e pelas críticas que o farpeariam
fatalmente, vindas de velhos amigos e até de parentes chegados.
Não queria ser tomado por outro Calabar...
Todavia, lúcido como era, nunca entendeu que empunhar a
bandeira da Emancipação significasse se opor a São Bento. Para
ele Santo Antônio atingira sua maioridade e necessitava
desprender-se do vínculo paterno para seguir a rota de seu destino,
individualizando-se e progredindo. Era apenas um processo
natural na evolução das comunidades, que São Bento não quis ou
não soube entender.
E com o Ditinho, diminutivo carinhoso empregado por
seus amigos, vieram outros vultos Iuminosos, que acabaram por
arrebar a vitória, na acirrada batalha judiciaria que se travou, a prol
de Santo Antonio. E isso foi muito importante, pois São Bento,
terra da inteligência e de filhos ilustres como Plínio Salgado,
Miguel Reale e Genésio Pereira Filho, desfrutava de amplo
prestígio junto aos poderes constituídos do país.
Ditinho Raposo conquistava novas e importantes adesões
nas cúpulas políticas e jurídicas, enquando Noé arregimentava e
incandescia as bases, em maravilhosa sintonia de consumados
estrategistas. Foi nessa fase que aderiu ao Movimento o então Cel.
Sebastião Marcondes da Silva, irmão de Ditinho, que, também ele
sambentista de nascimento, tornou-se, no entanto, um dos maiores
heróis da Emancipaçao, a qual prestou assinalados e generosos
serviços.
Mas foi, sem dúvida, a amizade de Ditinho Raposo com o
renomado penalista, Ministro Nélson Hungria, do Supremo
Tribunal Federal, o fator primordial da Emancipação, a sua carta
decisiva, o seu trunfo imbatível. Sem o engajamento de Ditinho
Raposo não haveria um interesse tão profundo do Ministro pela
causa e sem o Ministro, nem em sonho teria havido Emancipação.
Noé Alves Ferreira pode ser considerado, pelo seu
pioneirismo e pelo inquebrantável espírito de luta, o Pai da
Emancipação. A Ditinho Raposo caberia, entre outros, o título de
Cérebro da Emancipação ou Arquiteto da Autonomia. Mas,
qualquer título com que se queira agraciar, ainda que
postumamente, o Ministro Nélson Hungria, resulta pálido e
inexpressivo diante da magnitude de seu formidável labor
autonomista. Talvez, por perene gratidão, possamos tê-Io em
nossos corações, de geração a geração, como o benfeitor máximo
de nossa terra e de nossa gente

Ministro Nelson Hungria e o


1º Prefeito Noé Alves Ferreira entrando na Prefeitura
7 - A seguir, vamos focalizar um dos aspectos mais
importantes da Campanha emancipatória, ou seja, o fator
financeiro. Um movimento que se inicia a 21/4/58 e que se estende
até 26/1/60, enfrentando batalhas seguidas e tendo de mobilizar
um grande número de personalidades, impondo a seus líderes
viagens e contatos seguidos, tem um rol de despesas das mais
pesadas.
Bem, algo é certo: a brava e lendária comissão
emancipadora não cuidava desse aspecto da campanha. Então,
dois homens, Noé Alves Ferreira e João Batista da Motta tomaram
sobre os ombros essa responsabilidade. A dupla começou a
contrair empréstimos, sendo um aceitante das promissórias e o
outro avalista, alternando essas posições, conforme o caso. Em
suma, avalizavam-se mutuamente.
Como as dívidas aumentavam e prevendo a possibilidade
de um insucesso para Santo Antônio em seus planos autonomistas,
Noé Alves Ferreira ampliou o número de avalistas, que poderiam
assim resgatar a dívida mais suavemente. Os novos avalistas eram
os seguintes: Geraldo Ferreira de Lima, Joaquim Alves de Lima,
Miguel Derrico Neto, Expedito Costa Manso e Sebastião Targino,
além de outros mais, que serão oportunamente mencionados.
Os empréstimos eram obtidos junto de particulares e de
casas bancárias. Entre os particulares arrolavam-se as figuras de
Joaquim Altino, do Lageado, de José João de MeIo, dos MeIos, de
Francisco Felix da Silva e do próprio Benedito Marcondes Raposo.
Dentre as instituições bancárias das quais foram tomados
empréstimos está o Banespa, de Campos do Jordão, e o Real, de
Pindamonhangaba. Aceitante para esses empréstimos maiores era
Noé Alves Ferreira e os avalistas a dupla constituída por Geraldo
Ferreira de Lima e Joaquim Alves de Lima.
O povo, que exultava nas ruas com a marcha dos
acontecimentos e com as vitórias alcançadas, desconhecia, porém,
os apertos financeiros da comissão emancipadora, a essa altura
quase falida.
Quando por fim Santo Antônio conquistou a sua tão
ambicionada Emancipação, a dívida decorrente orçava a
importância de 300 (trezentos) milhões de cruzeiros.(Essa
importância se refere aos valores financeiros da época.)
Essa grande dívida foi paga pelo próprio municipio
pinhalense, depois de sua instalação. E da seguinte maneira: foi
através de um auxí1io dado pelo então governador Carvalho
Pinto, para se pagar as despesas pendentes da Emancipação.
Através de Lei Municipal de autoria do senhor Noé Alves Ferreira,
ficou o mesmo autorizado a receber a importância destinada pelo
governo estadual e resgatar, finalmente, a dívida.
8 - Entretanto, o processo da Emancipação segue o seu
acidentado curso, no qual, porém, Santo Antônio, apesar dos
contratempos, vai conquistando sempre mais espaço e mais
direitos. Assim, por exemplo, a Resolução de nº 294/58 da as-
sembléia legislativa, do deputado Franco Montoro, autorizava a
realização do plebiscito na Terra dos Pinheirais. O plebiscito
objetivava consultar a população para saber o seguinte: se queria
que Santo Antônio continuasse jungido e dependente de São
Bento, como distrito, ou, se pelo contrário, almejava vê-lo
desmembrar-se, tornar-se autônomo e, por fim, ser elevado à
categoria de município.
Realizou-se, pois, o plebiscito a 13/12/58, apresentando o
seguinte resultado: total dos votos apurados, 317; votos pelo sim,
311; pelo não, 3; em branco, 2; nulo 1. A vitória da tese
autonomista fora, pois, esmagadora.
Anote-se que havia, ao tempo do plebiscito, 585 eleitores
no distrito pinhalense, porém, somente 317 puderam votar. E
foram exatamente aqueles que eram inscritos no distrito e ali
votavam. A legislação, porém, não permitiu que os que residiam
em Santo Antônio mas votavam em São Bento votassem. Assim,
foram excluídos do pleito 268 eleitores. Eram moradores do Rio
Preto de Baixo, do Meio e de Cima, uns poucos da Vila e outros do
José da Rosa.
De um modo geral, já pela proximidade geográfica como
pelos laços sociais mais firmes, esses eleitores, se tivessem votado,
fá-lo-iam fatalmente em favor dos interesses sambentistas. Eram,
pois, contra as pretensões de Santo Antônio.
9 -Ainda com respeito ao plebiscito impõe-se o seguinte
registro: quando a documentação apresentada por Santo Antônio,
para instruir o pedido para a realização do plebiscito, estava em
mãos da Comissão de Divisão Administrativa e Judiciária, o Sr.
Benedito Gomes de Souza, candidato a prefeito de São Bento, e
Benedito Chiaradia, tabelião, entraram com hábil recurso, o que
levou a Assembléia Legislativa, por unanimidade de votos, a
aceitar o parecer da comissão (inteiramente favorável a São
Bento), determinando ainda o arquivamente da representação de
Santo Antônio.
O insucesso, porém, não arrefeceu o ânimo pinhalense. O
seu líder natural, Noé Alves Ferreira, redobrou os seus esforços,
permanecendo uma semana a fio na Capital Bandeirante,
dialogando com os líderes (13) das bancadas partidárias na As-
sembléia. Sendo que, ao final da extenuante luta, consegue
desarquivar a representação.
Foi então que a 13/12/58 a Assembléia Legislativa
determinou a realização do plebiscito, pela Resolução 294/58,
conforme já foi mencionado.
10 - Em 31/12/58 a Assembléia Legislativa votou a Lei nº
5.113, que criava vários novos municípios paulistas, sendo um
deles Santo Antônio do Pinhal. Com a promulgação dessa Lei, o
TRE marcou as eleições dos municípios recém-criados para
novembro de 1959. Seria a primeira eleição municipal de Santo
Antônio.
Todavia, a euforia foi fugaz. São Bento do Sapucaí, não se
conformando com a nova situação, entra com um mandado de
segurança junto ao Tribunal de Justiça do Estado, conseguindo por
este meio anular a criação do novel município. E Santo Antônio,
constrangido, voltava novamente à condição de distrito de São
Bento.
Entretanto, pela Lei nº5.285 de 18/2/59, a Assembléia
Legislativa restabeleceu a criação de vários municípios, ficando,
porém, o caso de Santo Antônio pendente, em razão da decisão
unânime (adversa) do Tribunal de Justiça do Estado e dos
embargos oferecidos por São Bento.
Nesta altura de dramáticos acontecimentos, quando São
Bento se obstinava na luta, com muita fibra, empenho e prestígio;
quando os sonhos de Santo Antônio pareciam se evaporarem e o
espectro da derrota já parecia projetar sua sombra glacial sobre a
comunidade, neste exato momento, organiza-se uma nova
comissão emancipadora e Benedito Marcondes Raposo, o homem
providencial para a conjuntura, com enorme talento e sedução
pessoal, assume a chefia.
Nos primeiros dias de janeiro de 1959, uma pequena
comissão constituída pelos senhores Benedito Marcondes Raposo,
Noé Alves Ferreira e Mons. João José de Azevedo partiu para o Rio
de Janeiro, onde, no Supremo Tribunal Federal, foi
carinhosamente recebida pelo ministro Nélson Hungria.
Informado do assunto, o Ministro, sem tardança, guiou a comissão
ao procurador geral da República do governo Juscelino
Kubitschek, pedindo sua ajuda no restabelecimento da Lei que ha-
via criado o Município de Santo Antônio.
Posteriormente, através de um recurso extraordinário, o
Supremo Tribunal Federal, com a presença genial e tutelar do
Ministro Nélson Hungria, anulou a decisão do Tribunal de Justiça
de SãoPaulo, restabelecendo a criação do Município de Santo
Antônio do Pinhal, de acordo com a Lei 5.285, de 18/2/59.
Esta histórica decisão do Supremo Tribunal Federal deu-se a
26/1/60.
11 - Mas, São Bento não se entregava. (Se lutasse com o
mesmo denodo pelo seu progresso e pelo de seu distrito, talvez a
história tivesse sido outra...) E dentro de poucas horas, conhecido o
resultado do Supremo favorável a Santo Antônio, São Bento entra
com recurso mais forte, ou seja, oferece embargos à decisão do Su-
premo, requerendo a anulação da Lei 5.285, em que o próprio
supremo se fundamenta para outorgar a autonomia a Santo
Antônio.
Apreciando os embargos de São Bento, o Supremo
Tribunal Federal não reconheceu neles fundamento jurídico, não
os aceitando. desta forma, a brava gente pinhalense vencia mais
um "round" na longa e difícil batalha pela Emancipação. Era,
enfim, a segunda vitória conquistada no Supremo.
Ainda não seria desta vez que São Bento haveria de se conformar
com o revés na justiça. E mais uma vez recorre, mas agora com
uma representação à procuradoria geral da república, última
medida legal cabível, na qual pleiteava a revogação pura e simples
do ato que elevara Santo Antônio ao nível de município.
Neste ínterim, o Supremo Tribunal Federal confirma a
legalidade da Lei5.285, de 19/2/59. O que leva o Tribunal Regional
Eleitoral a marcar eleições (pela segunda vez) para Santo Antônio
do Pinhal, com data fixada para 5/3/61.
12 - Realizadas as eleições, na data prevista, foram eleitas
as seguintes autoridades municipais: Prefeito, Noé Alves Ferreira;
Vice-Prefeito, João Batista da Motta; Vereadores, Benedito
Marcondes Raposo (Presidente da Câmara), Oswaldo Gustavo da
Silva, Acir Pereira, Sebastião Honório Pereira, Geraldo lnácio
Vieira, . Luiz Ferreira da Costa, Expedito da Costa Manso, Antônio
Pereira dos Santos e Benedito Faria da Silva.
O Município, porém, só viria a ser instalado a 21/4/61.

13 - Em outubro de 1961 realizou-se o julgamento, pelo


Supremo TribunalFederal, agora em Brasília, da representação
encaminhada por São Bento à Procuradoria geral da república. E lá
estavam presentes, mais uma vez, os grandes heróis da causa,
Benedito Marcondes Raposo e Noé Alves Ferreira.
Como se sabe, a decisão final foi favorável aos dois
grandes líderes. E dessa forma, Santo Antônio do Pinhal, pela
terceira e última vez, conquistava a vitória na mais Alta Corte de
Justiça do país.
14 - As seguintes personalidades tiveram atuação
destacada no processo autonomista e não podem ser esquecidas.
Em São Paulo, o advogado, especialista em Direito Municipal, Dr.
Antônio Mesquita Filho, que prestou relevantes serviços à causa, a
pedido de seu amigo, Cel. Sebastião Marcondes da Silva; Dr.
Antonio Azeredo, advogado do PDC para o setor político; Dr.
Clóvis Garcia, advogado do partido situacionista na época.No
plano federal avulta a figura do Dr. Dario de Almeida Magalhães,
grande advogado, que por solicitação do ministro Nélson Hungria,
assume a causa pinhalense, vencendo, no supremo, os três recursos
de São Bento.
15 - Por fim, cabe-nos dizer uma palavra sobre aqueles que,
embora radicados em terras pinhalenses, há muito tempo, por
motivos subalternos ou mera conveniência pessoal, se abstiveram
de participar da grande epopéia da Emancipação. E também
daqueles outros que, nas mesmas condições, lutaram
ardorosamente, mas sob a bandeira antagonista de São Bento.
Algumas destas pessoas tinham certo destaque no contexto
político-social da época e pesavam na balança dos fatos. Temos,
por assim dizer, os seus nomes no bico da pena. E, aqui, podíamos
arrolá-Ios para perene execração da memória comunitária.
Todavia, refletimos melhor. Uma página tão bela e heróica,
como a da Emancipação não merece ser tisnada com a menção de
fatos deslustrativos ou, pior ainda, com a apresentação de uma lista
negra. E, assim, pensando, decidimos omitir, deste apontamento
histórico, os nomes dos que não souberam entender ou sentir a
grandeza da causa, que, afinal, era a de todos os pinhalenses!

Laércio Marcondes- Taubaté, 10/3/83


20 ESTÂNCIA CLIMÁTICA
Comício
Não bastava a Santo
Antônio ser promovido à
categoria de município, mas
apresentava também condições
naturais para ser elevado ao
nível de estância climática ou
até mesmo de estância
hidromineral.
E foi de autoria desse
Inauguração do Pico Agudo deputado a Lei estadual n°.
9.714, de 27 de janeiro de
1967, aprovada por
unanimidade de votos pela
Assembléia Legislativa e que
transformou o município em
estância climática.
Posteriormente, essa lei foi
sancionada pelo então
governador Laudo Natel.
Inauguração da Delegacia
Foi uma luta
memorável, onde mais uma vez
despontou os brios da gente
pinhalense, tendo como seu
gênio tutelar a figura
inesquecível do deputado
Benedito Matarazzo, grande
amigo de Santo Antônio do
Pinhal.
Reunião Política Digno de registro foi o
episódio em que, à véspera do
governador sancionar essa lei, veio
ele a Campos do Jordão, em viagem
pelo tradicional bondinho. Avisados
de que o governador iria passar em
Lefévre, os pinhalenses,
encabeçados por Olavo Siqueira,
encheram um caminhão e partiram
rumo à famosa parada.
Lá chegando, o bondinho já estava de saída, com o
governador e comitiva. Este, porém, avistando a caminhão que
surgia, ordenou que a automotriz parasse, desceu e veio ao
encontro da caravana pinhalense. Na oportunidade, o então
vereador Laércio Marcondes manteve longa palestra com o chefe
do executivo paulista, exaltando as qualidades naturais de Santo
Antônio e rogando sua elevação à categoria de Estância Climática.
O governador ouviu atentamente a sua exposição,
respondendo que ao examinar o projeto no dia seguinte, em São
Paulo, o faria com bom ânimo, tendo em mente as palavras ouvidas
naquele momento.
Mais tarde, em Campos do Jordão, Noé Alves Ferreira e
João Batista da Motta reforçariam o mesmo pedido.

. 21 '' A REVOLTA DOS CANOS'


Por Noé Alves Ferreira

Tendo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo


anulado a criação do Município de Santo Antônio do Pinhal, por
unanimidade de votos de seus desembargadores, e considerando
que as primeiras eleições de prefeito, vice-prefeito e vereadores
estavam marcadas para o dia 15 de novembro de 1959, do
Município de São Bento do Sapucaí, continuava junto ao Supremo
Tribunal.
Nas eleições de 15 de novembro de 1959, do Município de
São Bento do Sapucaí, Noé Alves Ferreira candidatou-se a
vereador daquele Município, porém, sempre chefiando e
defendendo o movimento da independência política de Santo
Antônio do Pinhal.
O então prefeito de São Bento do Sapucaí, SI. Sebastião de
Mello Mendes, não
acreditou no sucesso da autonomia de Santo Antônio do Pinhal.
Junto ao seu candidato a Prefeito, Sr. Benedito Gomes de Souza, e
outros políticos dominantes da época, em convenção do Partido
Democrata Cristão (PDC) foram escolhidos para candidato a
vereadores pelo distrito de Santo Antônio do Pinhal, Noé Alves
Ferreira, Benedito Marcondes Raposo, João Batista da Motta,
Jornal sobre a revolta dos Canos
Francisco Alves Pereira, Procópio Marcondes de Azeredo e José
Geraldo da Costa. Para acerto das candidaturas especificadas Noé
Alves Ferreira propôs o melhoramento do abastecimento de água
na então Vila de Santo Antônio, tendo à proposta apresentada
merecido a aprovação dos seus companheiros candidatos e
vereadores pelo distrito.
Cumprindo o acordo, imediatamente o Prefeito Sebastião
Mello Mendes enviou a Santo Antônio canos suficientes para
melhorar o abastecimento de água. Tudo isto aconteceu em agosto
de 1959.
Realizando as eleições em 15 de novembro de 1959, foi
eleito o Prefeito Benedito Gomes de Souza, bem como, pelo
distrito de Santo Antônio, foram eleitos os seguintes vereadores:
Noé Alves Ferreira- Procópio Marcondes de Azeredo- Francisco
Alves Pereira e José Geraldo da Costa
Em 31 de dezembro de 1959, foram empossadas
autoridades de São Bento do Sapucaí, bem como os vereadores que
representavam o distrito de Santo Antônio do Pinhal. E o serviço
de melhoramento de água? E os canos? Continuaram em pilhados
na praça da Igreja Matriz de Santo Antônio desde agosto de 1959,
durante toda a campanha eleitoral para conseguir votos dos
eleitores de Santo Antônio do Pinhal.
Noé sempre lutou para que os serviços de melhoramento de água
da vila fossem executados. Noé não conseguiu...
Noé não faltava às sessões da Câmara em São Bento do
Sapucaí, porém lutava diariamente junto com seus companheiros,
Monsenhor João José de Azevedo, Benedito Marcondes Raposo e
outros, para conquistar a vitória da Emancipação de Santo Antônio
do Pinhal, junto ao Supremo Tribunal Federal. Esta luta teve início
em abril de 1959, ocasião em que o Tribunal de Justiça havia
anulado a Lei 5.113 de 31 de dezembro de 1958 na parte em que se
referia ã criação do Município de Santo Antônio do Pinhal.
Em 16 de janeiro de 1960, o Prefeito Benedito Gomes de
Souza ficou sabendo pelo seu advogado, Dr. Genésio Pereira
Filho, este assessorado pelo jurista Miguel Reale, ambos f1lhos
ilustres de São Bento do Sapucaí, que Santo Antônio do Pinhal em
poucos dias tornar-se-ia município por decisão do Supremo
Tribunal Federal, tornando sem efeito a decisão do Tribunal de
Justiça de São Paulo.
Em tal circunstância de fatos a serem efetivados
jurisprudencialmente, Benedito Gomes de Souza manda buscar os
canos de volta para São Bento do Sapucaí. Noé Alves Ferreira, na
qualidade de vereador, deu contra-ordem e solicitou aos fun-
cionários da Prefeitura que descarregassem os caminhões, no que
foi obedecido. (Os canos já haviam sido colocados nos caminhões
para retomarem a São Bento do Sapucaí.) O povo de Santo
Antônio, entusiasmado pela emancipação do antigo distrito, deu
apoio ao Noé. O povo indistintamente - homens, mulheres, jovens
e crianças - ajudou a amontoar os canos da praça da Matriz.
Enquanto isso acontecia, Noé comunicou-se com o vigário Mons.
João José de Azevedo, o qual telefonou ao Palácio do Governador
Carvalho Pinto, pedindo apoio suficiente para defender o direito de
toda Santo Antônio.
Enquanto Noé e Monsenhor Azevedo tomavam uma
providência, o Prefeito Souza telefonou ao Vereador Noé, dizendo
rusticamente que os canos seriam retirados e que os caminhões já
tinham seguido para Santo Antônio do Pinhal, com policiais para
garantir a ordem, ao que Noé respondeu que só acataria com
mandado judicial.
Os caminhões logo chegaram com soldados da Polícia
Militar. O povo montava guarda em volta dos canos. Noé recebeu
ordem por escrito do Prefeito Souza, trazida pelo Comandante dos
policiais.
Mais uma vez relutou e reafirmou que os canos só sairiam
mediante ordem judicial. Os caminhões voltaram novamente
vazios para São Bento do Sapucaí.
A noite chegou. O povo passou toda noite em vigília. No
dia seguinte constatou-se que aumentara o número de pessoas
solidárias com o movimento.
No dia seguinte (17/1/60) chega um sargento enviado pelo
governo do Estado com vários soldados policiais militares para
cumprir ordem judicial para os canos serem entregues. Dia e noite
o povo guardava os canos. Por duas noites Santo Antônio do Pinhal
ficou sem iluminação elétrica. O povo colocava na cidade peque-
nas fogueiras e lanternas de querosene. ..
Noé temendo confusões imprevisíveis mandou guardar os
canos no quintal de seu sogro, Olímpio Vieira da Silva.
Esta não foi a solução; a multidão de pessoas cada vez
aumentava.
O Prefeito conseguiu do Batalhão Policial de Taubaté soldados da
polícia para garantir a ordem na hora precisa.
Noé com ordem do Monsenhor Azevedo mandou guardar
os canos dentro da igreja Matriz de Santo Antonio.
A parte central da Igreja Matriz ficou toda tomada pelos
canos. Os devotos entravam na Igreja pela porta da Sacristia. Noé,
na ocasião, era correspondente do Diário de São Paulo. Logo nos
primeiros dias do movimento, Noé fez uma reportagem por
telefone, que foi transmitida pelo "Grande Jornal Falado Tupi" que
tinha como chefe o Dr. Corifeu de Azevedo. Com essa divulgação
do movimento popular, a cidade ou a próxima futura cidade,
recebeu vários repórteres de jornais e revistas ficando a "Guerra
dos Canos", na ocasião assim denominada, e conhecida em todo
Brasil pelas reportagens e fotos do Diário de São Paulo,Folha de
S. Paulo, Folha da Tarde e outros jornais, inclusive o jornal Estado
de S. Paulo. Durante 4 ou 5 dias os grossos canos enchiam a Igreja
Matriz.
A cidade cheia de gente aguardava também a decisão sobre a
emancipação político-administrativa de Santo Antonio do Pinhal.
Enquanto isso o Prefeito Benedito Gomes de Souza não
conseguira nomeação de um juiz de Direito para a comarca de São
Bento do Sapucaí. Janeiro era período de férias forenses.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal tomaram
conhecimento do direito que o antigo distrito pleiteava há cinco
anos: sua autonomia. Santo Antonio do Pinhal durante 100 anos,
foi distrito de São Bento do Sapucaí. Foi, na verdade, durante um
século, um setor eleiçoeiro dos dominantes de São Bento do
Sapucaí.
A sorte estava ajudando Santo Antonio. O prefeito Souza
não conseguiu nomear ou designar pelo Tribunal de Justiça de São
Paulo um juiz para São Bento.
No dia 26 de janeiro de 1960, o Supremo Tribunal Federal
anulou a decisão do Tribunal de Justiça do Estado que havia, pelo
seu acórdão, decidido pela anulação da Lei paulista que criara o
Município de Santo Antonio do Pinhal. Com sentença da mais alta
corte do Brasil, por unanimidade de seus ministros que assim
votaram, Santo Antonio do Pinhal voltou a ser município
independente de São Bento do Sapucaí.
Às 6 horas da tarde, na hora da Ave-Maria, Noé como de
costume estava fazendo pelo alto-falante da Igreja Matriz o minuto
de meditação e logo em seguida deveria dar os avisos ao povo
sobre a Emancipação e sobre a guarda dos canos. Noé foi
interrompido para atender um telefonema do advogado da
Comissão Emancipadora, de Santo Antônio do Pinhal. Noé volta
ao microfone e dá a boa nova ao povo pinhalense.
Os sinos da Igreja Matriz e da Igreja de São Benedito
repicaram festivamente. Os canos foram retirados de dentro da
Igreja pela grande multidão de pessoas que em poucos minutos
deixara m a Igreja limpa e em ordem para que o Monsenhor João
José de Azevedo, com mais dois padres, celebrasse à meia-noite do
dia 26/1/60 a primeira missa em Ação de Graças do novel
município. A festa continuou pela noite adentro: o povo cantava,
rezava, chorava de alegria e emoção. Em grandes passeatas o povo
levava nos ombros Noé e João Batista da Motta. Fogos de grandes
potências estouravam no alto do Santo Cruzeiro e em todas as ruas
de Santo Antônio do Pinhal. O povo continuava lotando as ruas. De
todos os bairros chegavam caminhões, charretes, cavaleiros
trazendo aqueles que desejavam compartilhar da festa da vitória.
No dia seguinte Noé, atendendo acordo amigável do
Prefeito Benedito Gomes de Souza, entregou os canos à Prefeitura
de São Bento do Sapucaí. O acordo foi assinado pelo Vereador
Noé, chefe do Movimento, pelo representante do Prefeito Souza,
pelo Delegado de Polícia e várias testemunhas. O povo novamente
unido ajudou a colocar os canos nos caminhões, devolvendo-os a
São Bento do Sapucaí, satisfeitos e confiantes de que de agora em
diante Santo Antônio do Pinhal teria condições para adquirir com
seus próprios recursos novos encanamentos para refazer seu
sistema de água.
Com o restabelecimento da Lei que emancipou Santo
Antônio do Pinhal, por decisão do Supremo Tribunal Federal, no
dia 26 de janeiro de 1960, o Tribunal Regional Eleitoral de São
Paulo marcou as primeiras eleições para Prefeito e Vice-Prefeito e
Vereadores de Santo Antônio do Pinhal, para 5 de março de 1961.
Esta é a história da "Revolta dos Canos" que por fazer
parte da história da própria emancipação política e administrativa
de Santo Antônio do Pinhal, julgamos por bem incluí-Ia, uma vez
que já veio à tona em salas de aula.
DE CAPELA A MUNICÍPIO.

Da formação de uma capela ao estabelecimento de um


município, existe um percurso de denominações. Entendam
melhor quais são e o que significam:
CAPELA: pequeno templo fundado pelos nobres ou
senhores nas terras de sua propriedade, geralmente ao lado de sua
casa. Convertia-se muitas vezes em paróquia, formando uma Vila.
FREGUESIA: sede de uma igreja paroquial que servia
para a administração civil. Era a categoria oficial em que era
elevado um povoado quando nele havia uma capela administrada
por um pároco que era mantido a custas dos moradores, que lhe
pagavam um valor anual para o seu sustento
VILA: Unidade político-administrativa autônoma
equivalente a município, trazida de Portugal para o Brasil no início
da colonização, tendo perdurado até fins do século XIX; toda vila
deveria possuir Câmara e cadeia, além de um “pelourinho” –
símbolo da autonomia ; termo empregado em substituição a
município, pois este não podia ser empregado na colônia, ou seja,
em terras não emancipadas.
TERMO: Território da vila, cujos limites são imprecisos;
tinha a sua sede nas vilas ou cidades respectivas; era dividido em
freguesias, limite, raia ou marco divisório que extrema uma área
circunscrita.
CIDADE: Título honorífico concedido, até a Proclamação
da República, pela Casa Imperial, a vilas e municípios, sem nada
acrescentar à sua autonomia; a partir da Constituição de 1891, este
poder é delegado aos Estados, que podem tornar cidade toda e
qualquer sede de município; nome reconhecido legalmente para as
povoações de determinada importância.

MUNICÍPIO: Divisão administrativa de origem romana,


levada pelos romanos para a Península Ibérica, e de Portugal
trazida para o Brasil; equivalente à vila; menor unidade territorial
político-administrativo autônoma; entre os romanos, cidade que
possuía o direito de se administrar e governar por suas próprias
leis; no Brasil substitui definitivamente o termo “vila” a partir da
República, tendo aparecido pela primeira vez na legislação através
da Carta Régia de 29/10/1700.
22 ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO

Vilarejo do Pinhal

Um terreno abandonado cheio de entulho e mato, na


entrada da cidade, foi neste local que um grupo de empresários
paulistas já apreciadores da cidade decidiram construir um centro
comercial organizado.
Um local que reunisse lojas, bons produtos, arte e
alimentação, que recebesse bem o turista e acolhe-se eventos
oferecendo um ponto de encontro e bem estar. Assim foi
inaugurado em 29 de junho de 2002 Shopping Vilarejo do Pinhal.
Sua arquitetura é a um só tempo arrojada e coerente com o entorno.
Madeira roliça, cerâmica, telhas coloniais e telhados alpinos,
também inspirados nas asas delta que voam pelos céus da cidade.
Muitos jardins, compondo um paisagismo representativo
da região e sua altitude, incontáveis arvores nativas de mata
atlântica e plantas exóticas de clima frio convivem em harmonia. O
Vilarejo abrigou inclusive os primeiros caixas eletrônicos da
cidade, facilitando em muito a vida dos moradores e visitantes.
Conforme comentou o bem humorado governador paulista
Geraldo Alckimim em visita a cidade ; “O empreendimento
destacou Santo Antônio das cidades vizinhas, gerou empregos,
alavancou o comércio e tornou-se referencia de qualidade e bom
gosto”, em 2021 encerrou as atividades de comércio.
Agricultura
O município de Santo Antônio do Pinhal sempre teve a
atividade agropecuária como base de sua economia. No inicio do
século passado, destacava-se o cultivo de olerícolas, sendo o
plantio limitado a algumas poucas culturas, como batata, repolho,
além do cultivo de milho e mandioca.
Na década de 20, começaram a chegar os primeiros
japoneses à região e com eles tem inicio o processo de
diversificação das atividades produtivas. Inicia-se o plantio de
cenoura em grande escala, cultura esta que encontrou grande
receptividade nos mercados do Rio de Janeiro e São Paulo. Essas
culturas foram introduzidas principalmente nas áreas altas do
município o que por conseqüência levou à retirada de boa parte da
vegetação original, iniciando-se assim o processo de erosão em
muitas áreas de declive acentuado. Teve inicio também, o plantio
de algumas frutas de clima temperado, com destaque para o
cultivo de marmelo, pera e uva.
Na década de 50, o plantio intenso de pêssego em várias
regiões do Município deu inicio a uma era de prosperidade e Santo
Antônio do Pinhal ganhou destaque no Estado pela grande
produção de peras e pêssegos.
Começam a aparecer as primeiras granjas para a produção de ovos
e a pecuária de leite começa a se estabelecer de modo mais
definitivo, fazendo com que se intensificasse o processo de
redução da cobertura florestal, principalmente no topo dos
morros.
No inicio da década de 70, a maior parte dos produtores de
Pêssego inicia o cultivo de nectarina, que logo acaba ganhando
destaque no mercado regional. A produção de pêra entra em
declínio devido a uma série de fatores. Talvez o principal deles
tenha sido a pequena preocupação com as técnicas necessárias
para uma produção competitiva em escala comercial.
No fim da década de 70 algumas famílias japonesas dão
inicio à produção de flores (Orquídeas). Nessa época
com a construção da Rodoviária SP-123, o turismo ganha novo
impulso na região, com maior destaque para o turismo ambiental e
de aventura. A prática do vôo livre também passa a ser mais
explorada.
Já nos anos 80, a fruticultura começa a sentir os efeitos da
importação de frutas de clima temperado do Chile e, devido ao alto
custo de produção e à dificuldade de comercialização, passa a não
ser um produto tão rentável. A grande maioria dos fruticultores
substitui, então, a produção de frutas pela produção de flores. A
avicultura começa a se concentrar nas mãos de grandes empresas e
os produtores abandonam as atividades para investir mais
recursos na floricultura.
Na década de 90, observa-se um grande crescimento do
turismo na região; algumas propriedades começam a trabalhar
com o turismo rural. Instalam-se as primeiras pousadas na área
rural.
A especulação imobiliária passa a promover grande valor à
terra. Muitos produtores começam a parcelar suas propriedades e
com isso aumenta consideravelmente o número de pequenos sítios
de lazer. Alguns produtores abandonam a atividade agropecuária e
passam a trabalhar como funcionários nessas propriedades. Boa
parte da mão de obra jovem, principalmente feminina, acaba indo
trabalhar em pousadas e restaurantes instaladas no município.
As sucessivas crises econômicas que muito contribuíram
para a descapitalização dos produtores, e as restrições ambientais
que se impuserama com maior rigor a partir de 1998, quando o
município foi inserido na APA – Área de Proteção Ambiental -
contribuíram para a redução da atividade agropecuária,
principalmente em termos de área cultivada. Mesmo assim, esse
segmento ainda constitui o suporte da economia do município,
desenvolvida atualmente em sua maioria por agricultores
familiares que se dedicam ao cultivo de hortaliças diversas.
Quanto à comercialização, cerca de oitenta por cento dos
produtos olerícolas são comercializados nos mercados de
Campos do Jordão, Pindamonhangaba e Taubaté. O restante da
produção é comercializada nas quitandas, supermercados,
restaurantes e pousadas do município.
Pecuária
O leite é comercializado através das cooperativas de São
José dos Campos e de São Bento do Sapucaí. Cerca de 20% do
leite produzido é ventido “in natura” ou processado na fabricação
de queijos e doces no próprio município.
No Bairro do Lageado encontra-se o Sitio Aconchego que
se dedica à criação e venda de gado Jersey e a produção de leite “in
natura”. De excelente qualidade, o Leite Integral Sitio
Aconchego é processado no local, pasteurizado, engarrafado e
vendido na região.
No Bairro do Rio Preto, o leite Mantiqueira é entregue na
região e Vale do Paraíba.

Piscicultura

O clima frio de Santo Antonio do Pinhal é propício para o


desenvolvimento da truticultura, condição que estimula alguns
produtores a fazer dela uma fonte de renda.
Um dos principais fornecedores da truta que é consumida
no Município é o engenheiro agrônomo Benedito Antonio da
Costa, proprietário do Sítio Matão, localizado no bairro do Rio
Preto. Benê, como é conhecido, é criador de trutas há 22 anos e
produz cerca de 40.000 peixes por ano.
Além de fornecer para os restaurantes locais e Campos do
Jordão, o produtor mantém um pesqueiro onde a truta pode ser
pescada e saboreada na hora, no restaurante que funciona no sítio.
O que favorece a criação dessa espécie de peixe da família do
salmão é a água de boa qualidade, vinda da montanha a uma
altitude de mais de 1.000 metros.
Existem outros pesqueiros no Município, dentre eles, o
pesqueiro Arco Íris localizado no trecho entre Eugenio Lefévre e a
entrada da cidade.

Curiosidade:
A truta é um peixe da família do salmão e a espécie Arco-
Íris, originária da América do Norte, habita águas puras, cristalinas
e muito oxigenadas, encontrando nas montanhas frias de Santo
Antonio do Pinhal, um hábitat perfeito para sua criação. Além de
ser uma excelente fonte de proteínas, sais minerais, cálcio, fósforo
e vitaminas, a truta possui ácido-graxo, o ômega-3, que reduz o
colesterol se consumido regularmente.

Floricultura

O cultivo da orquídea foi introduzido no município pelo


pioneiro Shiguero katayama, substituindo boa parte dos antigos
pomares e hortas e as gerações foram se sucedendo no comando da
produção. As primeiras mudas foram trazidas do Japão há 33 anos,
principalmente das variedades Cymbidium que hoje deve render
cem mil vasos e mais de um milhão de galhos (mudas); depois, a
variedade Ondicium.
Dominado sobretudo pela colônia japonesa do município,
o cultivo de orquídeas já incorpora modernas técnicas, como
clonagem e multiplicação por meio de polinização em laboratórios
que se dedicam a reproduzir variedades mais raras, por
cruzamento (os híbridos) ou a partir de sementes colhidas na
natureza.
Segundo os produtores, o clima é o que mais favorece o
cultivo de orquídeas em Santo Antônio, entretanto, um dos fatores
que dificultam a tarefa de produção de variedades raras é o tempo
que se leva para conseguir chegar à floração, uma vez que uma
planta pode levar até cinco anos para florescer.
Para comercializar o produto, foi instalado um galpão na
estação Eugênio Lefévre, ponto de parada do bondinho de turistas
da Estrada de Ferro Campos do Jordão, onde a venda é direta ao
consumidor.

Artesanato
As artes e o artesanato em Santo Antonio do Pinhal são
manifestações que contam um pouco a história deste povo que
valoriza a sua terra. Parte dessa história é vista na fusão do
tradicional com as culturas vindas de outras terras. Uma delas é a
“colcha de retalhos” ou “patchwork” nas mãos habilidosas da dona
Fiica e de outras artesãs da cidade ( história em retalhos).
A arte de Eduardo Miguel faz uma releitura de madeiras
reaproveitadas. Partes de árvores velhas que seriam utilizadas
para queimar, transformam-se em esculturas, luminárias, móveis e
objetos de arte com destaque para as pipas. É a “arte
ecologicamente correta”. Essa mesma matéria prima é utilizada
pelo artesão Morito Ebine que trouxe do Japão a sua técnica de
construir móveis só com encaixes, sem usar pregos ou parafusos.
Guilermo Estefânia, argentino radicado no município,
trabalha com metais e produz jóias e semi-jóias com detalhes em
madeiras, pedras e sementes.
A cerâmica também começa a ganhar força com o trabalho
das artesãs Nancy e Cíntia do Jardins de Barro e de mais um
ceramista, Luis de Julis, recém-chegado à cidade.
Essências, sementes e flores desidratadas são os
ingredientes para a fabricação das velas artesanais da Oficina das
Artes.
D. Odete Eid, escultora renomada, também faz história
com as suas esculturas em bronze e alumínio.
A artesã Débora Murgel reside na Fazenda Renópolis, lá
produz e comercializa lindíssimos trabalhos artesanais, além de
chás, geléias e outros produtos, quase todos produzidos com
matéria prima da própria fazenda.
.

23 TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO
23
Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos
exploradores do Vale do Sapucaí foi o transporte. Não havia
estradas e sim caminhos naturais entre as matas virgens que foram
no passado trilhas de índios ou abertos pelo homem.
O relevo acidentado com caminhos íngremes e tortuosos,
estreitos e escorregadios, fizeram do burro o animal mais
importante para o transporte por ser o que mais se adaptava as
condições topográficas e que suportava cargas mais pesadas. Foi
introduzido na região pelos bandeirantes e tornou-se o responsável
pela integração do Vale do Paraíba com o Sul de Minas,
transportando a nossa cultura junto com as pesadas cargas. As
pessoas que buscavam ar puro para a sua saúde eram transportadas
em liteiras ou no lombo dos animais. O clima de nossa região já
era conhecido desde Século XIX como sendo benéfico para a
saúde.
As primeiras trilhas na Serra da Mantiqueira ligando o Alto
Sapucaí ao Vale
do Paraíba, foram
abertas pelos
bandeirantes que
usavam diversas
trilhas entre elas
a Garganta de
Piracuama para
se dirigirem às
minas com suas
tropas de burros. Tropa de Muares

Findo o ciclo dos


minérios e dos Índios,
vieram as sesmarias e
depois surgiram as Tropa do Virgilio
fazendas produtoras
d e c a f é , a ç ú c a r,
cereais e de criação de
gado, intensificando-se a criação de burros e aumentando o tráfego
de tropas que desciam e subiam as trilhas da Serra da Mantiqueira.
Os fazendeiros que instalaram-se na região onde hoje
encontram-se as cidades de Santo Antônio e São Bento do
Sapucaí, pertenciam as tradicionais famílias de Pindamonhangaba
e Taubaté, mantinham estreitas relações comerciais com as duas
cidades. Usando as trilhas abertas, primeiro pelos índios, depois
pelos bandeirantes, as tropas desciam e subiam a Serra, levando
fumo, principal produto de exportação, toucinho, café, cereais, e
do Vale, traziam ferramentas, querosene, sal, tecidos, armarinhos,
produtos manufaturados e importados, enfim, o necessário para a
vida dos serranos.
O tropeiro
Teve papel importante no desenvolvimento sócio
econômico do distrito de Santo Antonio, sendo o elo entre o Vale
do Paraíba e o Sul de Minas.
Tropeiro era o condutor-chefe da tropa, alguns eram donos
dela, levavam consigo o condutor e o cozinheiro, chegavam a
andar três léguas por dia e cada animal leva-va até 120kl.
Levando-se em conta que uma légua tem
aproximadamente 6km e a distância entre Santo Antônio e
Pindamonhangaba é de 30km, uma viagem entre as duas cidades
durava cerca de uma semana, a viagem não era contínua em cada
rancho de tropas que encontravam paravam para descançar os
animais.

Tropa do Tunico Granato


Mais tarde, o transporte mais confortável passou a ser a
charrete, algumas tinham cobertura e banco estofado e
transportavam até três pessoas adultas mais alguma bagagem ou
criança. O seu uso limitava-se ao trânsito entre a zona rural e a
cidade.
Nas décadas de 40 e 50, Benedito Ribeiro Pimenta, mais
conhecido como Dito Pimenta, fazia o transporte do distrito para a
estação de trem Eugenio Lefévre.
Charrete do Dito Pimenta
Automóveis
Segundo documentos da época, o primeiro automóvel
surgiu na região de São Bento do Sapucaí na segunda década do
século XX. Em 1917, Carmenuto Fitipaldi possuía automóveis de
aluguel e o Sr. José Batista de Oliveira Paiva transportava pessoas
até Eugênio Lefévre, ponto de conexão com a Estrada de Ferro
Campos do Jordão. Em Santo Antônio o automóvel surgiu na
década de trinta e o primeiro proprietário foi Tião Sissui, Sebastião
Damasceno.
Em 1929 instalou-se a primeira empresa regular de
transporte - Auto Viação São Paulo-Minas - de propriedade do Sr.
Octaviano Marcondes Cabral e fazia o trajeto diário entre São
Bento e Eugênio Lefevre, com saída às 7 horas da manhã e retorno
às 17 horas.
A precariedade das vias de acesso ao Vale do Paraíba
tornou o automóvel pouco usado nas primeiras décadas do século,
intensificando-se a partir da abertura da estrada Campos do
Jordão-São José dos Campos-SP 50, passando por Santo Antônio
do Pinhal. A região de serra era muito perigosa e os passageiros
preferiam o bondinho, com baldeação em Eugênio Lefévre.

Aparecida do Norte: Geraldinho, João Ribeiro, Francisca, José L. Derrico- 24-


04-1926
Estação Eugênio Lefévre- 1929

O sonho do trem
No contrato de concessão de uso e exploração de Estrada
de Ferro Campos do Jordão havia uma cláusula que obrigava a
construção de um ramal ligando Paraisópolis - MG a Eugênio
Lefévre, mas não foi cumprida. A idéia era unir a ferrovia elétrica a
ferrovia a vapor que existia na cidade mineira, para facilitar o
escoamento de mercadorias para o Vale do Paraíba. Houve outras
tentativas de trazer o trem para Santo Antônio, 1949-1986, mas,
todas frustradas.

Correio
O serviço de correio foi criado em 1858, no Distrito de
Santo Antônio a agência foi criada em 20-12-1876 noticiado pelo
Jornal Correio Paulistano desse dia. Um estafeta fazia a viagem a
cavalo uma vez por mês para Pindamonhangaba, levando e
trazendo as correspondências. Isso durou até a chegada do
automóvel, quando as viagens tornaram-se mais frequentes.
A comunicação entre Santo Antonio e o resto do país era
muito difícil e lenta. Os tropeiros eram os únicos portadores das
cartas enviadas pelos pinhalenses aos seus amigos e parentes de
Pinda e Taubaté ou vice-versa.
O primeiro estafeta motorizado foi o Sr. José Batista de
Oliveira Paiva, mais conhecido como Juca do Fonsico, usando o
seu próprio automóvel ele fazia viagens diárias até Eugênio
Lefévre, após 1914, onde apanhava a correspondência, ou a mala
postal vinda pela E.F Campos do Jordão , deixava as
correspondências de Santo Antônio e seguia viagem para São
Bento do Sapucaí.

Telefone
O serviço telefônico foi instalado em 10 de dezembro de
1908 pela rede telefônica pindamonhangabense noticiado pelo
Jornal Estado de São Paulo desse dia
Na região, após o inicio das atividades da Estrada de Ferro
Campos do Jordão, empresa concessionária de telefonia.

Rádio e Gramophone
Os aparelhos de rádio começaram a chegar por aqui na
década de 30, poucos se davam ao luxo de possuir um aparelho em
casa, dado ao seu alto custo e poucos também possuíam o
gramophone.

Luz elétrica
Noticiado pelo Correio Paulistano em 30 de junho de 1916,
“Illuminção pública ficou óptima”

Jornal Cine repórter, 08 de outubro de 1948


Televisão
O primeiro aparelho chegou a Santo Antônio nos anos 60 e
pertencia à Sra. Maria Barbosa, esposa de J.Monteiro dono do
cinema inaugurado em 1948, sua casa ficava cheia de
telespectadores, principalmente em dia de jogos de futebol,
embora sintonizasse apenas um canal com mais chuviscos do que
imagens.
Com o tempo, o televisor ficou mais popular e as antenas
eram instaladas nos morros da cidade formando um emaranhado
de fios cruzados por todos os lados. Era comum ver alguém com
uma taquara desenrolando os fios paralelos depois que alguma
coruja ou gavião pousava neles. Mais tarde foi construída uma
torre repetidora no bairro Joaquim Alves que dava muito trabalho
ao técnico de manutenção. Hoje a antena parabólica faz parte do
visual do município.
Imprensa
Correio Paulistano de 1904, relata a publicação de
“Combate” jornal que se publica na freguesia de Santo Antônio,
pelo Sr. José C. Palma.
Com relação ao periódico “A Abelha” noticiado em nosso
livro 1ª edição, existiu de fato, mas somente na corte, não em nossa
região, era destinado a todas as províncias.
Em 15 de maio de 1925 foi publicado o primeiro exemplar
do jornal “O Pinhalense”, cujo diretor, fundador e proprietário era
o Sr. Nicolino Granato; como gerente, o Sr. Paulino Granato;
Redator Chefe, o Sr. Machado Vale visitante que passava longas
temporadas neste distrito.
Depois de longos anos sem manifestação jornalística no
Município, em 1º de dezembro de 1963 foi relançado o “O
Pinhalense”, pelo novo diretor e fundador Sr. Sebastião Laércio
Marcondes César, mais conhecido como Laércio Marcondes;
redator chefe, Sr. Benedito Marcondes Raposo; gerente, o
Comendador Heitor Cunha Filho. Sua tiragem mensal chegou à
12ª edição. Outros periódicos surgiram depois representados por
pequenos jornais como Tribuna da Serra, ACB Mantiqueira, Jornal
da Cidade, todos de vida efêmera.
Por fim, surge o informativo mensal da ACASAP que
transformou-se no “Correio da Serra”. Fundado em dezembro de
2000.
Jornal “O PINHALENSE” DE 1925
Curiosa lista de anunciantes do jornal “O PINHALENSE” DE 1925.
Curiosa lista de anunciantes do jornal “O PINHALENSE” DE 1925.
Jornal “O PINHALENSE”1964
Curiosidade Bairros Rurais:

Sertãozinho, Pico Agudo, Renópolis, Barreiro, Machadinho,


Santa Cruz, Lageado, José da Rosa, Cassununga, Mouras, Pinhalzinho,
São Judas Tadeu, Rio Preto de Cima, Rio Preto de Baixo, Reno,
Barreirinho do Rio Preto, Boa Vista, Eugenio Lefévre.

Curiosidade
Antonio Pereira da Silva (06-10-1922)Pirajui S.P

Antonio Pereira, ingressou na Força Pública


em 1947, foi o 1º guarda florestal em Santo Antonio,
trabalhou tambem em São Bento e Campos do
Jordão. Chegou em Santo Antonio em 1958 e
permaneceu até 1965, alguns filhos nasceram em
Santo Antonio. Como era de sua função estava sem-
pre fiscalizando os caminhões que transportavam ma-
deira, na época era comum a devastação , ajudava no combate a
incêndios, fiscalizando com rigor, por parte da Policia Florestal obteve
elogios individuais graças ao seu excelente trabalho. Hoje é normal
encontrar-mos guardas florestais, mas naquela epoca era muito raro. Foi
casado com Santa Fernandes da Silva, tiveram doze filhos. Cinco filhas
vivem hoje na Suíça, uma possui uma casa em Santo Antônio,outra uma
chocolateria na Suiça. Avenida década de 1950
mo
ris
Tu
24 TURISMO

A cidade de Santo Antônio do Pinhal está estrategicamente


localizada no contexto geográfico brasileiro, a apenas vinte
minutos da Rodovia Presidente Dutra, a principal via de ligação do
Brasil que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, e a dez minutos de
Campos do Jordão.
Uma de suas características importantes é a altitude média
de 1.100 metros, o que proporciona durante o ano todo
temperaturas agradáveis que variam entre 20 e 23 graus durante o
dia e 5 a 15 graus à noite. No inverno, época da alta temporada, as
geadas fazem baixar os termômetros que chegam a indicar até 3
graus negativos, dando todo um charme à região da Serra da
Mantiqueira.
O clima ameno favorece passeios como o do famoso
Bondinho que corta a Serra, as caminhadas, cavalgadas e trilhas
pelos caminhos entre a vegetação exuberante e preservada da
Mata Atlântica, habitat dos esquilos, jacus, tatus e tucanos. Além
dos passeios, a cidade oferece oportunidades da prática de esportes
radicais e de aventura, favorece o turismo rural agrícola com
visitação os locais de criação de trutas, cavalos, cultivo de shitake,
orquídeas e ateliês dos artesãos e artistas locais. Os turistas não só
visitam como levam para a casa ou para presentear um pouco da
arte e da cultura local. E como não poderia deixar de ser, as opções
gastronômicas são muitas, ricas e variadas, do trivial à típica
comida mineira entre outras passando pela cozinha internacional.
Um dos principais pontos de visitação é o Pico Agudo, com
altitude de aproximadamente 1.700 metros, de onde se tem uma
perfeita visão de 360 graus da região. Lá no alto o vento é quase
sempre constante e permite a prática do vôo livre com decolagem
de asa delta, paraglider ou parapent.
Quer pela variedade das charmosas pousadas ou pela
gastronomia, passeios, aventuras e gente hospitaleira, a verdade é
que o turismo vem crescendo em Santo Antonio do Pinhal. Suas
características proporcionam lazer, aventura e boas lembranças a
todos que a visitam.
Pico Agudo
A 9 km do centro da cidade por estrada de terra, os seus
quase 1.700m de altitude proporciona 360 graus de visão,
avistando desde a Pedra do Baú, em S.Bento do Sapucaí, vale do
Sapucaí Mirim, serra de St.Luzia até o Vale do Paraíba. Em dias
claros é possível avistar as cidades do Vale, desde São José dos
Campos até a Cúpula da Basílica de N.Sra. Aparecida, na cidade
de Aparecida do Norte.
Local preferido dos praticantes de esportes radicais, vôo
livre, paraglider e pelos bikers que praticam down hill em suas
encostas. É considerado uma das principais atrações turísticas do
município.
Big Biker
O cenário de Santo Antonio do Pinhal com o seu relevo
montanhoso e paisagem exuberante, recortadas por trilhas a serem
descobertas em meio a natureza preservada, é palco para sediar
etapas do Big Biker que já foram realizadas no município pelo
terceiro ano consecutivo. O evento reúne atletas amadores e
profissionais, adeptos do esporte e com fôlego suficiente para
percorrer, pelo menos, 50 quilômetros de percursos “radicais”.
Além do Big Biker há outras opções de esporte de aventura,
tais como: Cascading nas cachoeiras, Escaladas, Arborismo,
Trekking e Rappel.
Mirante Nossa Senhora Auxiliadora
No trevo de acesso a Santo Antônio do Pinhal, Bairro
Eugênio Lefévre, ergue-se no mirante voltado para o Vale do
Paraíba, uma grande imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, com
um pátio ao redor de onde tem-se uma vista privilegiada do vale.
Ponto de acesso entre o Vale do Paraíba e o sul de Minas Gerais,
esse local era anteriormente conhecido como Garganta da Serra ou
do Piracuama.
Praça do Cruzeiro
Local central da cidade de onde avista-se o antigo centro,
iniciado na década de 1920, foi construído um mirante no local
em.... que onde permaneceu sem o Cruzeiro, sendo somente
mirante. Foi colocado de novo uma nova cruz no dia 24-12-2014 .
É nessa praça onde se inicia a procissão da Via Sacra durante a
Quaresma.
Estação Eugênio Lefévre
Inaugurada em 1916 em homenagem ao engenheiro
Eugênio Lefévre que juntamente com Euclídes da Cunha,
projetaram a ferrovia nunca construída que ligaria Mogi das
Cruzes ao porto de São Sebastião.
É uma verdadeira relíquia da história ferroviária do país.
Conhecida como "Estação do Bondinho", localiza-se no trevo de
acesso à cidade para quem vem do Vale do Paraíba. Atualmente
pode-se realizar um pitoresco passeio de 14 km até Campos do
Jordão através dos bondinhos. Os estudos indicam como local
onde foi instalado o quartel da guarda mineira, queimado pelos
paulistas em 1814.
Igreja Matriz de Santo Antônio
A cidade ainda conserva a pureza das tradições populares
do Brasil e das festas religiosas. Todos os anos a igreja realiza as
festas de São Sebastião, S. Benedito, Corpus Christi, Divino
Espírito Santo e a grande festa dedicada a Santo Antônio, em 13 de
junho. É a terceira Igreja Matriz de Santo Antônio construída no
mesmo pátio da primeira, cujas obras iniciaram-se em 1924 e no
dia 14 de Abril de 1929 ela foi aberta ao público durante a grande
festa das missões. Padre Vitta foi o responsável pela obra,
projetada e supervisionada pelo arquiteto Francisco D'Arace. Já
passou por algumas reformas, inclusive os vitrais que trazem a
pintura sacra e o altar em mármore.
Boulevard Araucária
Localiza-se na revitalizada Praça dos Emancipadores, área
central da cidade. É o ponto de encontro dos moradores que
passam horas agradáveis sentados nos bancos de onde observam o
movimento da cidade e o vai-e-vem dos turistas que param para
fotografar os canteiros bem cuidados que florescem o ano inteiro.
É o palco de eventos com música ao vivo que acontecem em
algumas ocasiões.
Cachoeiras
A região possui um relevo onde se vê cachoeiras descendo
vertiginosamente dos altos da Mantiqueira, destacando-se entre
elas a do Lageado e a do Cassununga, ambas de fácil acesso.
Cachoeira do Lageado
Localizada no Bairro do Lageado a 5 km do centro da
Cidade, a cachoeira do Lageado é uma ótima opção para lazer,
entretenimentos e descanso. Possui uma queda d'água de 15
metros, proporcionando uma relaxante massagem corporal.
Oferece ao turista toda a infra-estrutura necessária como:
lanchonete, banheiros, churrasqueiras, bancos e trilhas pela mata.
Cachoeira do Rancho Feliz
Seguindo pela SP-46, entrando na SP-50 no sentido de São
Bento do Sapucaí, após 2 km do lado esquerdo no Bairro de Rio
Preto encontra-se a entrada para a cachoeira que fica escondida
numa clareira no meio da mata, ainda intacta como foi criada pela
Natureza. É uma das muitas quedas d’água hoje localizadas dentro
do Residencial Parque da Mantiqueira.
Cachoeira do Funil
À margem da SP-50, no Bairro do Rio Preto a 500 metros
depois da cachoeira do Rancho Feliz, em meio à mata natural. É
um fenômeno o rio de águas claras e abundantes que desaparece na
terra, reaparecendo quase 500 metros depois.
Cachoeira do Cassununga
À margem da SP-50, do lado esquerdo da rodovia no
sentido de Campos do Jordão. Local de fácil acesso e bem
freqüentado pelos moradores do bairro Cassununga e a 10 km do
centro da cidade bem próximo ao Bairro José da Rosa. Há diversas
quedas d'água, poços para banhar, churrasqueiras, bancos,
banheiros e o bar do Luisinho.
Fonte Santo Antônio
Em frente à Praça
Benedito Marcondes Raposo, é a
mais conhecida. Sua água é
radioativa, pura e de agradável
sabor, indicada para pessoas com
problemas de câncer e infecções
internas. Há relatos de inúmeras
curas de pacientes desenganados.
Mais conhecida como
“biquinha”, a fonte é utilizada
desde a fundação da cidade e a
fama de suas propriedades
curativas já ultrapassou os limites
do Estado.
Fonte Santo Estevão
Está localizada próxima à Igreja Matriz, no centro da
cidade, sua água é ferruginosa, indicada para pessoas anêmicas ou
em fase pós-operatório. Local agradável, arborizado e bancos para
ficar mais próximo da natureza. O som da água da fonte e do rio
que corre ao lado, traz momentos de tranqüilidade interior.

Fonte São Geraldo


Localiza-se do lado direito da estrada da entrada da cidade,
no sentido centro de Santo Antônio do Pinhal. Sua água é
magnesiana, pura e muito leve, é indicada para pessoas com
problemas digestivos.
Jardins Temáticos

O município possui o primeiro e único parque de jardins


temáticos do Brasil, localizado na entrada da cidade, do lado
esquerdo, sentido centro de Santo Antônio do Pinhal. Local onde
pode-se praticar modalidades de ecoturismo como tirolesa e
arborismo. Os jardins foram inspirados no paisagismo italiano,
japonês e canadense, e situam-se em meio às trilhas floridas. Além
da caminhada ecológica pelos jardins, o parque conta ainda com
restaurante, anfiteatro, loja temática e brinquedoteca para as
crianças.

Parque Linear das Águas


O parque localiza-se no centro da cidade, próximo à Fonte
Santo Antônio. Criado às margens do Rio da Prata, conta com
painéis explicativos sobe o ciclo da água que esclarece a
importância deste bem precioso. Para oferecer mais saúde e
qualidade de vida aos pinhalenses, o parque conta ainda com uma
academia de ginástica ao ar livre. O Parque está localizado no
centro da cidade, próximo a Fonte Santo Antônio .

Shopping Vilarejo
O shopping da cidade que se tornou ponto turístico pela sua
arquitetura agradável, bonita e tranqüila. Durante o festival de
inverno, final de ano e em outras ocasiões especiais, há
apresentações de entretenimento como orquestras e grupos
musicais.

Bodega
Conhecida pela variedade de cachaças, embutidos e
geléias, é um local perfeito para os amantes da cachaça além de
muito agradável para um bom papo.
O presépio animado

Tradição natalina em Santo Antonio do Pinhal, o presépio


animado atrai todos os anos muitas pessoas da cidade e região. O
presépio idealizado pelo padre Clair em 1959 e ensinado ao Sr.
José Honório Motta, conhecido por Zé Motta, que aperfeiçoou e
melhorou com o movimento dos bonecos, mostra a história
natalina, a história da cidade, da capella de Santo Antônio e as mais
diversas ferramentas e costumes do primeiros habitantes da região,
tais como: moinho de pedra movido a água, serra com duas
pessoas, o monjolo, o engenho, a dança de roça, enfim o folclore
local.
Infelizmente o Sr. Zé Motta não esta mais entre nós,
(26/12/1934-16/09/2007) porém deixou a seu neto Gustavo
Granato Motta da Costa, aos senhores Benedito Rodolfo de
Mello, José Franco de Morais, Marcolino de Souza(in memorian),
Santiago Batista da Motta, todo o conhecimento para poder mante-
lo vivo, tanto o presépio que é montado e desmontado todos os
anos. Quanto a seu conhecimento.....
25 AS ASSOCIAÇÕES

"ACASAP"

A ACASAP - Associação Comercial e Turistica de Santo


Antonio do Pinhal, fundada em 24 de novembro de 1992, constitui
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, com sede e
foro no município de Santo Antonio do Pinhal, é constituída para:
congregar todas as pessoas físicas ou jurídicas que explorem
atividades comerciais, industriais, agrícolas, transportes,
prestações de serviços, instituições financeiras, seguros, difusão,
divulgação e todas as respectivas entidades de classe; congregar,
individualmente, os sócios e diretores das empresas ou entidades
enumeradas, associadas ou não e os ex-presidentes da entidade; a
defesa dos superiores interesses do país, do estado e do município;
a defesa e preservação do meio ambiente e dos recursos hídricos.
São prerrogativas da Associação: representar e defender
perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses
gerais da sua categoria representada e os interesses individuais de
seus associados; celebrar contratos, acordos de natureza
econômica e jurídica; eleger e designar representante da categoria
representada; colaborar com os poderes públicos no
desenvolvimento da solidariedade social; impor contribuições a
todos aqueles que participem das categorias representadas nos
termos da Constituição Federal e legislação vigente; exercer todas
e quaisquer atividades, inclusive de caráter econômico -
financeiro, respeitadas as normas constitucionais e legais vigentes.
Prestar todo e qualquer serviço do interesse de suas
categorias econômicas representadas e ou dos associados, a
critério da Diretoria e dentro de suas possibilidades; incrementar a
cultura através da elaboração e execução de projetos culturais,
além de cursos palestras e eventos.
São deveres da Associação: colaborar com os poderes
públicos no desenvolvimento da solidariedade social; promover
eventos.
Praça dos Emancipadores
- Festival da Truta - festival gastronômico consagrado na
cidade, é um evento realizado anualmente pela entidade.
- Convênio Médico e Odontológico. . Implantação de
Projetos na Formatação de Produtos Turísticos, e Qualificação
Profissional, através do Programa de Desenvolvimento do
Turismo Receptivo IPDTR.

APAE- Fundada em 26 de fevereiro de 1993, Sociedade


Civil de caráter assistencial, sem fins lucrativos.Tem por
finalidade, atendimentos variados para portadores de necessidades
especiais e também seus familiares.

APRUSAP - Associação do produtores rurais de Santo


Antônio do Pinhal, fundada em maio de 2005,tem por finalidade
o fortalecimento dos produtores rurais do Município, sendo seu
objetivo promover a união entre produtores, técnicos e pessoas
ligadas a atividade agropecuária, para intercambio técnico e
cultural, visando incrementar a atividade do setor.
Assistência Social Pinhalense- Fundada em 07 de setembro
de 1963.Tem por finalidade atividades diversas, entre elas,
atividades socio-educativas, culturais, ocupacionais, atendendo
jovens de 7 a 14 anos. Para os jovens de 14 a 18 anos e os da
melhor idade inclusão digital.
ção
u ca
E d
26 EDUCAÇÃO

A Assembléia Legislativa Provincial, lei nº9 de 11 de


março de 1858, criou cadeiras de primeiras letras para o sexo
masculino em Santo Antônio do Pinhal, publicado pelo jornal “
Publicador Paulistano.” Em outros documentos a partir 1884,
informa escola para o sexo masculino e o professor era o Sr. João
Baptista de Oliveira Santos.
Alguns alunos da época matriculados em 1895: Jacintho da
Silva 6 anos, Philipe Derrico 7 anos, Nicolau Derrico 6 anos,
Juvêncio Jacintho da Silva 7 anos, Manoel Vaz Cardoso Junior 8
anos, Basílio de Aguiar César 7 anos, Antonio Cesário Rabelo 12
anos, Florentino Chiaradia 7 anos, Benedito Jacintho da Silva 7
anos, Joaquin Antonio de Faria 10 anos, Luiz Jacintho da Silva
Sobrinho 7 anos . No ano de 1901, foi implantada a Escola
Municipal para o sexo feminino e a professora era senhora Maria
Athanazia Moreira. Algumas alunas: Rosa Bartholomeu Granato,
Ramira Granato, Carmela Valvano, Rosa Valvano, Carmela de
Vitta, Maria Barboza Derrico, Maria José Chiaradia, Maria José da
Silva, Anna Jacintha da Silva.
Após 1910 foram implantadas as escolas mistas onde
meninos e meninas estudavam juntos. O primeiro grupo escolar foi
instalado em 1948 agrupando três escolas mistas: a do bairro do
Sertãozinho, regida pela professora Delfina Barbosa; a urbana
pela professora Mary de Arruda Camargo; e a do bairro do Cristal,
pela professora Hilda Castilho. Além do grupo escolar, mais uma
classe foi criada, regida pela professora Risoleta Moliterno e uma
classe mista no bairro José da Rosa na década de 1950
denominada Grupo Escolar Antônio Porfírio da Silva, atualmente
Benedito da Costa Manso.
O Ginásio Estadual de Santo Antônio do Pinhal foi
instalado em 1968, funcionando no mesmo prédio do grupo
escolar, o colégio estadual de Santo Antônio do Pinhal, em 1974.
Em 1976, houve a unificação do grupo escolar com o
colégio estadual dando origem à Escola Estadual de 1° e 2° graus
Desembargador Affonso de Carvalho.
Em 1985, criou-se a escola Municipal de Ensino
Fundamental, recebeu o nome do prefeito João Batista da Motta.
Em junho de 2008 foi inaugurada a Escola Prefeito Noé
Alves Ferreira. Existem escolas rurais em alguns bairros, no bairro
do Lageado, foi implantada uma parceria entre prefeitura e
instituto Lumiar de São Paulo, onde tem uma escola particular
bilíngüe, período integral, parte da manhã em inglês e á tarde
portugues, na parceria com os mesmos moldes da particular, mas
mantida pela prefeitura, o instituto criou uma nova maneira de
educar.
Classificação atual das Escolas
E.E.Desembargador Affonso de Carvalho-Ensino Médio e
Fundamental (Supletivo).
E.M Benedito da Costa Manso - Ensino Básico e
Fundamental.
E.M Prefeito Noé Alves Ferreira - Ensino Fundamental.
E.M Prefeito João Baptista da Motta- Ensino Infantil .
Prefeito Noé Alves Ferreira e escolas rurais sendo elas
Otávio Leite, José da Fonseca Braga e Antônio Porfírio dos Santos
totalizam 709 alunos.
Benedito da Costa Manso e Antônio José Ramos totalizam 351
alunos.
Prefeito João Baptista da Motta tem um total de 324
alunos.

FAMSAP e FAMSAPINHA são as fanfarras de Santo


Antônio do Pinhal, que fazem parte do Projeto Montanh’Art,
mantido pela Prefeitura por meio das Secretarias de Educação e
Cultura . Após um ano cheio de ensaios e apresentações com muito
trabalho e dedicação, jovens e crianças que delas fazem parte, só
têm que comemorar tantas conquistas em 2014.
A Fanfarra Municipal de SAP (FAMSAP) é composta por
mais de 60 jovens maiores de 11 anos. Após muitos ensaios e
apresentações durante 2014, a FAMSAP disputou no dia 30 de
novembro de 2014 do campeonato Confaban em Resende, RJ e
conquistou 4 troféus, 3 de campeão e 1 de vice-campeão.
“Foi assim o resultado: 1º lugar Mór, 1º lugar Corpo
Coreógrafo, 1º lugar Baliza e 2º lugar Aspecto Musical”, contou o
aluno Peterson Patrick Panace, satisfeito.
27 CULTURA

Já a Fanfarra Mirim Municipal “Silvana Silva e Souza”


(FAMSAPINHA) estreou no desfile de aniversário da cidade no
dia 13 de junho de 2014. Ela foi criada em 2014 e é composta com
30 crianças de 6 a 10 anos. Depois do desfile cívico, Peterson que é
instrutor da Fanfarra Mirim, contou que a FAMSAPINHA se
apresentou no Festival de Inverno da cidade, no festival de música
da cidade e na festa do bairro Santa Cruz em outubro, na feira
cultural da escola João Batista em novembro, e na festa de natal da
escola Lumiar no Lajeado em dezembro.
O “Projeto Montanharte” foi implantado em 14 de Março
de 2005 tem por objetivo promover a auto-estima das crianças e
jovens pinhalenses. Desenvolvendo habilidades e competências
para melhorar a qualidade da educação, oferece atividades
culturais que favorecem o desenvolvimento integral da criança,
além de auxiliar no desempenho escolar. Atende crianças a partir
dos três anos de idade.

Projeto Guri
O Projeto Guri teve início em 1995 em vários Municípios
do Estado de São Paulo e tem como missão promover a inclusão
sócio-cultural de crianças e adolescentes de oito a dezoito anos
através do ensino da música. Seu maior patrocinador é o Governo
do Estado de São Paulo. O projeto chegou ao Município em 29 de
Agosto de 2006 através de uma parceria com a Prefeitura
Municipal.

Educação Ambiental
Para melhor conscientizar a população pinhalense sobre a
importância do Meio Ambiente e do Turismo Sustentável, os
alunos da rede municipal de ensino tiveram a matéria Ecoturismo
implantada na grade curricular. Alunos de 1° a 8° séries agora
aprendem sobre importância de preservar o meio ambiente e a
natureza.
As mulheres de Santo Antonio do Pinhal
NEUZA MARCONDES DA SILVA - Tabeliã
Dona Neuza, como era conhecida, nasceu na cidade de
Roseira aos 04 de outubro de 1940, era filha de Arthur Marcondes
Teixeira e Maria Rita Martins. Morou em sua infância na Fazenda
Curuputuba,, município de Pindamonhangaba onde aprendeu as
primeiras letras.
Casou em 1960 com o pinhalense Theophilo Marcondes da
Silva Netto e do matrimonio nasceram dois filhos, uma menina que
faleceu com 03 anos de idade e o filho Jose Antonio Marcondes da
Silva, advogado desta localidade. Foi professora rural no então
recém-criado município, depois, secretaria da Camara Municipal,
proprietária de uma pensão e assumiu o cartório de Registro em
1964 no lugar de José Affonso Pereira, onde permaneceu por mais
de 30 anos.
Aposentou com 60 anos de idade e foi cuidar de sua saúde
por causa da obesidade que foi o grande empecilho em sua vida.
Em 22 de setembro de 2007, aos 65 anos, o câncer colocou
um ponto final na trajetória desta grande benfeitora do município
que deixou um vasto legado notarial na vida dos pinhalenses.
28 CAUSOS POPULARES
Como todo lugar, Santo Antônio do Pinhal também tem
suas lendas e contos. Verdade ou ficção? Não se sabe. O certo é que
passam de boca em boca e de geração em geração povoando o
imaginário de crianças e adultos, conferindo identidade à
comunidade. Embora contados de maneira diferente os “causos”
mantêm em comum o mesmo fato e refere-se a crendices
religiosas.

Corpo seco
João Mariano, lavrador e proprietário de terras no bairro do
Sertãozinho era católico fervoroso e não faltava à missa dominical.
Certa feita, retornando para a sua residência pelo caminho do
Clotário parou no mato para fazer suas necessidades.
Ainda de cócoras, ouviu um barulho estranho por perto.
Assustado, levantou e deparou com um corpo seco, com roupas
velhas e rasgadas, mas sem os músculos de sustentação da ossada.
No rosto, a falta de pele deixava às claras os ossos faciais
enquanto os olhos, penetrantes e frios, olhavam para ele
interrogativamente. Sem perda de tempo, João Mariano, sujeito
direito, honesto e que não mentia, saiu correndo deixando para trás
essa alma a procura de descanso.
Obs: Outros moradores também depararam com o corpo
seco do Clótário, principalmente as mulheres que iam buscar lenha
seca para alimentar o fogão

O defunto correio
O transporte do correio e de passageiros era feito por uma
jardineira que vinha da cidade vizinha de São Bento do Sapucaí até
a estação Eugênio Lefévre, Santo Antônio do Pinhal, durante o
percurso parava para apanhar passageiros. Certa feita, estava
lotado, e o motorista deixou que o passageiro subisse no bagageiro
em cima da jardineira onde se encontrava um caixão de defunto.
Este, um pouco receoso, verificou se o caixão estava vazio e
deitou-se do lado. Quando começou a chover ele resolveu entrar
dentro da urna funerária, deixando somente uma pequena abertura
para a entrada de ar. Mais adiante havia outro passageiro e o
motorista teve o mesmo procedimento. “Pode subir que já tem um
lá em cima!” disse o motorista.
Também receoso, olhando ressabiado para o caixão, ele
deitou-se do lado para se proteger do vento. O de dentro esticou o
braço para fora para ver se ainda continuava chovendo. O de fora,
vendo o braço saindo do caixão, pulou da jardineira e saiu
correndo. Até hoje ninguém sabe para onde ele foi.

O cruzeiro
Existia aqui um padre chamado de Frei Caetano que
decidiu implantar um cruzeiro no morro mais alto do centro da
cidade. A terra foi doada e o terreno preparado para receber a santa
cruz que estava sendo confeccionada pelos homens da vila. A
grande preocupação dos devotos era em relação ao tamanho e peso
para ser transportado morro acima, mas o padre sempre os
acalmava e dizia que quando chegasse a hora, ele resolveria. No dia
da festa, depois da santa missa, o padre distribuiu oito pedaços de
meio metro de fita de tecido benta para dezesseis moças puras que
cobriram a bendita cruz. Podem acreditar, porque as moças
levaram a cruz para o local definitivo no alto do morro. Todos
admiraram a força de devoção do padre.

Tiroteio no cinema
A primeira exibição do cinema na cidade foi em 1947.
Todo o equipamento cinematográfico foi preparado e a sala de
projeção foi inaugurada com um filme de faroeste, ou seja, o puro
bangue-bangue americano. Em uma das cenas quando o tiroteio
corria solto na tela, um dos espectadores que até aquele momento
nunca tinha visto um filme, tirou da cintura um revólver e disparou
contra a tela. Houve um alvoroço total na sala e a sessão foi
interrompida.

Velha chorona
Contam os mais velhos que trata-se de uma senhora que
deu à luz mas a criança morreu antes de ser batizada. A mãe sem
que ninguém soubesse enterrou-a na beira de um córrego.
Acontece que quando a mãe morreu ela não teve permissão para
entrar no céu, enquanto não achasse o seu filho. Por isso, todas
as noites ela fica na beira dos brejos chorando e procurando o
filho para que possa redimir-se dos pecados e entrar no céu.
Sexta feira Santa
Os compadres João Paulino, Téo e Jorge Pestana estavam
caçando em mata fechada no Bairro do Trabijú. Ao anoitecer, em
plena Sexta-Feira Santa, resolveram dormir por aquelas bandas.
Noite adentro, uma tempestade os fez procurar um abrigo;
encontraram uma choupana de portas lacradas. Romperam a
resistência da porta de entrada e refugiaram-se dentro dela. Ao
acenderem uma fogueira, perceberam que o chão batido de terra
estava tingido de sangue e do teto escorria filetes de sangue pelo
madeiramento com um odor típico da morte. Nada mais foi
possível parar a louca disparada dos compadres até chegarem ao
centro da cidade. Quando lá voltaram novamente, nada
encontraram.

Lenhador da noite
Segundo os moradores, em algumas noites no bairro do
Lageado, antes da meia noite, ouve-se o barulho do machado e
depois o tombo da árvore. Dizem que foi um escravo que estava no
mato cortando madeira quando foi assassinado. Ainda hoje os
moradores escutam o escravo cortando a madeira.

Lobisomem
Segundo os mais antigos numa família de sete filhos
homens o mais novo vira lobisomem se não for batizado pelo mais
velho. São vários os causos de lobisomem, mas o mais conhecido é
o do casal de namorados que estava perto de se casar. Os pais da
moça tinham uma desconfiança do noivo e sempre alertavam a
filha sobre algumas atitudes suspeitas dele. De vez em quando ele
sumia à noite e só aparecia no dia seguinte. Casaram e tiveram o
primeiro filho.
Um dia eles foram participar de uma festa de bairro o que é
comum. Quando estavam voltando para casa já bem noitinha , o
marido disse à mulher que precisava dar um pulo no mato, para
fazer as suas necessidades. Alguns minutos depois apareceu uma
criatura enorme e foi direto pra cima da criança. A mulher
apavorada deu alguns passos e subiu numa porteira tentando
defender a criança da fera, enquanto gritava pela ajuda do marido
que não apareceu. Por sorte, algumas pessoas que moravam
próximo ouviram seus gritos e vieram em seu socorro. Depois de
muito tempo que ela estava em casa o marido chegou e
perguntou a ela o que tinha acontecido. Enquanto
ela contava ele deu risada, e então ela viu que entre os dentes
dele estava cheio de fiapos do cobertor da criança.
O homem que vendeu a alma
A história conta sobre um homem que vivia em situação
de pobreza, sempre trabalhando mas não conseguia se acertar
na vida. Um dia, depois de muito pensar na vida de
miséria que vivia, ele perdeu a fé em Deus. Segundo contam os
mais velhos, ele fez um pacto de sangue com o diabo. O diabo
disse que no dia seguinte ele se tornaria uma pessoa de muitas
posses até o último dia de vida, mas após a morte sua alma seria
dele. Há relatos de pessoas que afirmam que a prova mais
concreta sobre este fato é que quando a pessoa morre seu corpo
desaparece. Então, o velório é feito com o caixão fechado e no
enterro coloca-se dentro do caixão um talo de bananeira para
dar peso e parecer que tem um corpo dentro.
Invenção da arma de fogo
Muitos dizem que a arma é criação do diabo, mas
somente algumas pessoas sabem porque. Segundo o que foi
contado, o diabo procurava uma maneira de matar e ensinar
os seres humanos a matarem , então, experimentou de tudo,
arremesso de pedras, espada, estilingue. Ele sempre fazia o
teste com sua mãe. .Ele arremessava e antes que o objeto
atingisse a sua mãe ele corria o segurava. Primeiro foi com a
pedra, depois com a espada, e depois com o estilingue. Ele
arremessava, corria e chegava na frente, evitando que acertasse
a sua mãe. Um dia ele inventou a pólvora e o revólver. Fez o
teste atirando na sua mãe, só que dessa vez não deu tempo de
chegar na frente. Por isso dizem que arma de fogo é coisa
do diabo.
O fusca do Funil
Esse fato incomum aconteceu há alguns anos no bairro
do Cassununga. Havia lá um fusquinha de muita estima,
sempre bem cuidado, todinho original, o orgulho do dono,
de todos do bairro e até mesmo da cidade. Em um dia de
verão quando foi buscar seu carro para um passeio, triste
fato ele presenciou. “Cadê o meu fusca”? - ele se perguntou.
O fusquinha tinha desaparecido. A tristeza assolou
toda a família e ninguém achava a resposta para o fato. “O
que teria acontecido?” - pensavam eles. Ninguém sabia quem
seria o culpado pelo sumiço do querido carro. Mas, grande
foi a surpresa após alguns dias, quando o dono do fusquinha
foi avisado por um vizinho próximo que o seu carro estava na
boca do Funil. Funil é onde o rio do Cassununga adentra-se
na terra e reaparece depois de uns quinhentos metros pra
frente. Uma obra da natureza, é verdade, mas o fato é que o
culpado pelo sumiço do querido fusquinha havia sido uma
inundação causada pela grande quantidade de chuva que
ocorreu na noite anterior. Como o carro ficava em uma
garagem próxima do rio ele foi levado até o funil pela
correnteza. A água não conseguiu levá-lo para mais longe .
Cemitério
Por volta dos anos 60, o cemitério local ainda não estava
totalmente fechado e as covas dos defuntos eram rasas. Com as
chuvas os ossos desciam morro abaixo. No Bar do Dito
Rodolfo, Téo, homem metido a valentão, apostou um relógio de
pulso com Totico que, à meia-noite de sexta feira 13 ele
entraria no cemitério e pegaria um crânio. Ganhou a aposta, e
também um inimigo. O dono do crânio passou a atormentá-lo
querendo-o de volta. Téo, só voltou a ter sossego na vida
quando finalmente devolveu o crânio ao dono que estava
enterrado no abrigo final dos homens.

O cemitério dos Mellos


Dizem os moradores dos Mellos que, próximo à igreja
do Congo existe um cemitério que foi construído só para
enterrar os negros que moravam no bairro e na região. Não se
sabe se é verdade, mas existem algumas pedras no local
dando a impressão de que algo está enterrado ali.
O Congo
No mesmo Bairro dos Mellos, a igrejinha e o local onde ela
fica receberam o nome de Congo. Muitos não sabem que Congo é
um país da África de onde vieram milhares de escravos para o
Brasil, no período triste da nossa história. Segundo os mais antigos,
o local recebeu este nome porque um rico fazendeiro possuía um
escravo que fora apelidado de Congo. Escravo muito bom e fiel,
era o carreiro do fazendeiro. Um dia o escravo sofreu um
acidente neste local, com os bois do carro que trabalhava e
faleceu. Então, em sua homenagem, deram o nome de Congo ao
local e construíram uma igrejinha .

Procissão dos mortos


O dia dos fiéis defuntos, dia dos mortos ou dia de Finados é
celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de Novembro, no dia
seguinte de Todos-os-Santos. Os moradores mais antigos da
cidade, contam que à Meia noite acordavam ouvindo sons de rezas
que iniciava no Largo de São Benedito e finalizava, com o badalar
dos sinos na Igreja Matriz. As janelas das casas se abriam para ver o
cortejo passar, mas não viam pessoas, apenas ouviam as vozes
daqueles que já tinham partido deste mundo.

Pisadeira
Está na crendice popular do nosso município conhecida
como Pisadeira. Ela vem com os seus pés enormes a procura de
alguém que esteja dormindo de barriga para cima. Com um pé em
cima da casa e o outro em cima do peito da pessoa ela pressiona o
coração tentando evitar que a vítima consiga respirar,
ocasionando um terrível desconforto que pode levar à morte .
Muitas pessoas já contaram essa história, mas esperamos que seja
mentira.
A escritura enferrujada
Segundo os moradores mais antigos, existiram no passado,
moradores que detinham de certas posses e também muita astúcia,
“Os grileiros pinhalenses” uns dois desses, eram famosos por
grilarem terras dos mais simples e de menos conhecimento.
O modo de agir era simples, chegavam à casa, puxavam
conversa e perguntavam onde era a divisa do fulano, o fulano
contava tudo, eles corriam no cartório e em parceria com o
cartoriante faziam escritura baseada nas informações passadas.
Depois de certo tempo voltavam ao mesmo local e
perguntavam se o dono possuía escritura, como na maioria dos
casos ninguém tinha escritura, eles diziam que tinham escritura
daquele local e acabou-se a história.Certa vez estavam os dois
reunidos planejando quem seria a próxima vítima! Seria um antigo
caçador da vila e foram fazer a visita. Chegaram e como de
costume muito educados, pediram ao morador setivesse escritura
se poderiam vê-la, pois para eles aquele local pertencia a eles.
O morador já conhecia a fama dos Grileiros e também
muito educado disse:
Claro que tenho! espera só um minuto que vou buscar, esta
atrás da porta, ela esta um pouco enferrujada por falta de uso, mas
ainda funciona.
Os dois que não eram nada bobos, percebendo no mesmo
instante que viria chumbo grosso, montaram em seus cavalos e se
escafederam.

O caçador e cão valente ( mentiroso 2)


Conhecido na Vila como caçador e um pouco vantajoso nas
histórias que contava, possuidor de um ótimo cachorro para caçar
tatus, muitas foram às vezes que o cachorro provou ser o melhor da
região, corria para o mato, encontrava, entocava e ele mesmo
matava os bichos, más o tempo passou, o cachorro ficou velho,
perdeu os dentes e mesmo assim continuava valente. O caçador
saiu com o fiel cão para uma caçada e o animal latiu e sumiu. Já
estava escuro, depois de algum tempo o caçador começou a tremer,
pois começou a escutar uma forte gargalhada no meio do mato. De
noite, gargalhada, só poderia ser assombração, conforme o
caçador seguia em frente o barulho aumentava, foi então que com
uma lanterna que possuía iluminando o trilho, encontrou seu fiel
cachorro que tinha encurralado do lado de uma árvore um enorme
tatu canastra. Que estava tentando morder a barriga do tatu, pois é
desta forma que os cachorros matam os bichos. Enretanto como era
velho estava desdentado e fazia somente cócegas no tatu que
estava quase morto, mas de tantas gargalhadas.

O Padre que fez a missa na sorveteria


Existia na antiga Vila um padre muito severo e sempre
preocupado com a determinação dos fiéis de sua paróquia. A
antiga sorveteria da Vila era conhecida pelo delicioso sorvete,
pelas mesas de bilhar, pela cerveja da boa e pela grande quantidade
de homens que freqüentavam o local e não participavam das
missas dominicais.
Os fatos eram sempre relatados ao padre, sobre tudo o que
acontecia na sorveteria. Certa vez, pouco antes do início da missa,
o padre já sabedor dos hábitos dos pinhalenses, chamou o sacristão
e algumas beatas correram à sorveteria. Como o local estava
cheio e sem saberem que o padre viria todos estavam tranqüilos, o
padre muito esperto correu para o lado de dentro e pediu ao
proprietário que fecha-se as portas para que ninguém saísse, enfim
depois de um breve sermão foi celebrada a missa dentro da
sorveteria com muitos novos participantes.

O Sacristão e o Sino
Provavelmente esse é um dos mais velhos causos que
escrevo, entre 1890 e 1900 formaram-se no Vilarejo a pedido do
vigário, que naquela época mandava na cidade, duas Bandas de
musica, a dos Botões e dos Jagunços, a primeira a favor da recém
implantada a república e a segunda ainda dos favoráveis à
monarquia.
A disputa sempre acirrada entre as Bandas, não somente
nas festas que aconteciam no Vilarejo, mas com maior empolgação
no período da disputa política entre os candidatos a deputados, o
Vilarejo era distrito de São Bento e tinha seus eleitores a serem
conquistados.
As Bandas ajudavam muito os candidatos e seus
simpatizantes a serem a favor de um ou outro candidato. Em certa
festa lá por volta de 1905 no período eleitoral estavam as duas
Bandas no largo da matriz esperando a hora de inicio da missa,
iniciaram-se os insultos por parte dos Jagunços, os Botões muito
atrevidos replicaram e começaram as ofensas, quase chegando a
contatos físicos já que não era a primeira vez que isso acontecia.
O sacristão percebendo a situação que já estava acirrada,
todos com os ânimos exaltados, correu na torre da igreja e
começou a tocar o sino que simbolizava o início da missa. No
mesmo instante, todos muito respeitosos à Igreja, devotos assíduos
dos assuntos religiosos, acalmaram-se e foram para dentro da casa
de Deus antes da hora oficial da missa.
29 ESPORTE MUNICIPAL
Na edição de 15 de maio de 1925 do Pinhalense, a coluna
de notas cita que: “...realizou-se em Lageado, bairro deste
formoso recanto climatérico, o encontro amistoso de futebol
entre os quadros Raízes da Serra( do piracuama) e Lageado
Futebol Clube. Verificando o seguinte resultado: Raízes 8
–Lageado 2.”.
Esta foi a primeira nota que temos sobre esse esporte em nossa
cidade. O bairro do Lajeado, por ser o maior produtor agrícola da região,
vinham famílias de outras cidades para trabalharem no local. Aassim,
após o dia normal de trabalho da época, por tarefas, os homens
dedicavam-se à pratica do “football” esporte que acabara de chegar do
solo europeu onde foi inventado. Aqui em nosso distrito, chegavam do
velho continente as primeiras levas de italianos para se instalarem e
divulgarem as regras do novo esporte que se tornaria, em futuro próximo,
a paixão nacional. Coloco aqui a escalação da época: Arqueiro, lateral,
back de
Equipe do U.E.P 1933.

Agachados esquerda para


direira: Jorge Faria, Zé
Ladau, Gumercindo
Valério, Alcides, Oscar
chato, Goleiro Pedro
Bernardo. Em pé esquerda
para direita, Tião Sissui,
Orlando Nunes, Dito
Nunes, João Gomes, Zé
Cabral, Sebastião
Severino.

Equipe do Unidos Clube 1957

Em pé da esquerda para direita: Marcolino, João Valerio, Nego Romeiro, Zicão,


Dito João e Pereirão. Agachados da esquerda para direita: João Pedro,
Brás João, Viola, Antônio Carlos e Romeu.

Agremiações futebolísticas locais

U.E.P. – União Esportiva Pinhalense


E.C.P. – Esporte Clube Pinhalense
U.C. – Unidos Clube. Mistura entre os jogadores da cidade e a equipe do
Lageado, como se fosse uma seleção da cidade de Santo Antônio.
Paulista Atlético Clube, fundado oficialmente em 10 de abril de 1962. Em
1966, o nome foi modificado para Santo Antônio F.C., que permanece até
os dias atuais. Estas equipes são das décadas de 30, 40, 50, 60.
Atualmente existem as seguintes equipes: S.A.F.C, José da Rosa
F.C, Barreiro F.C, Rio Preto F.C, Sertãozinho F.C. e Melos F.C.
Campo de futebol
O campo de futebol é a área onde se pratica o popular esporte de
origem inglesa. Poderíamos comparar à praça de esportes uma vez que,
não existindo um outro lugar, esta área era utilizada para diversos
eventos.
Em Santo Antônio do Pinhal, existem poucas áreas planas, fator
essencial para a prática de futebol. Por isso, o campo de futebol foi
deslocado várias vezes até chegar ao local atual.
No começo do século XX , o campo era no local onde é hoje a
escola João Batista da Motta; depois mudou próximo à rodoviária atual;
anos mais tarde passou para o alto do morro onde encontra-se o prédio
onde seria o hospital. Em 1976, finalmente foi inaugurado o atual
Estádio Maurício Nader na Vila de Fátima.
Quadra Poliesportiva José Pereira Neto, finalizada em 13 de
junho de 1997, passa no momento por reforma.

Jogos de verão
Acontecem desde 1994 e prioriza atividades para todas as faixas
etárias, proporcionando diversão e lazer.
Equipe S.A.F.C 2004

Torneio em homenagem ao Senhor Benedito Barboza no bairro do Lajeado

Em pé da esquerda para direita: Rubens Camargo, Willian, Alberio, Nelsinho, Zezão,


Matheus, Durval, Lucas, Leandro. Agachados da esquerda para direita: Pedro,
Gustinho, Weslei, Rafael, Zildo, Tiago, Fabrício, João e Bruninho
30 Centro de Saúde
Aberto 24 horas para atendimentos e agora com plantões
médicos. Além de curativos, suturas, administração de medicamentos
injetáveis, soroterapia, ECG, observação e repouso/dia.
Os exames de imagem são realizados em Campos do Jordão (no
Hospital S3) já os exames como tomografia, USG, mamografia,
ressonância magnética, endoscopia, etc. Os atendimentos com médicos
especialistas são agendados pela central de vagas .

Programa de Saúde da Família - Equipe 1


Dividida em 7 microáreas: urbana e rural, composta por: 1
médico; 1 enfermeira; 2 auxiliares de enfermagem; 7 agentes
comunitários e 1 equipe de saúde bucal.
Esta equipe atende toda a área urbana e uma parte rural que
abrange: o centro da cidade, Bairro Joaquim Alves, Bairro do
Sertãozinho, Bairro do Barreiro , Renópolis e Bairro Santa Cruz.

Programa de Saúde da Família - Equipe 2


Dividida em 6 microáreas rurais é composta: 1 médico; 1
enfermeira; 2 auxiliares de enfermagem e 6 agentes comunitários. Esta
equipe atende somente a área rural nos bairros do Rio Preto, José da
Rosa, Reno, Cassununga, Pinhalzinho, Machadinho, Boa Vista, Santa
Luzia e Lageado.

Na retaguarda das duas equipes de PSF, existem algumas


especialidades como pediatria, ginecologia, cardiologia, psiquiatria e
psicologia.
• Atendimento de Enfermagem;
? Atendimento odontológico das 8h às 17h diariamente;
? Realização de PKU- (exame do pezinho);
? Sala de vacina das 8h às 12h;
? Agendamento e coleta para exames laboratoriais;
? Puericultura com acompanhamento de peso e crescimento das
crianças menores de 2 anos, uma vez por mês, e entrega da multi-mistura
àquelas indicadas;
? Distribuição de preservativos e anticoncepcionais com orientação
individual sobre DST/ AIDS e planejamento familiar;
? Farmácia do PSF com distribuição e orientação sobre o uso correto
dos medicamentos prescritos;
? Coleta de material para exame de papanicolaou, realizado pela
enfermeira do PSF e pelo médico.
Equoterapia Haras Saracuras, Santo Antônio do Pinhal

Segundo dados estatísticos de São Paulo, cerca de cinco


por cento da população apresenta necessidades especiais. Entende
por necessidade especial toda deficiência física, mental, sensorial
e ou múltiplas condutas, apresentada pelo indivíduo, em caráter
temporário ou permanente.
Nos Municípios de Santo Antônio, Campos do Jordão,
Caçapava, Pindamonhangaba e Sapucaímirim, existem órgãos que
prestam auxílio a essas pessoas e seus familiares. Há, porem, um
déficit de espaços e profissionais adequados para o atendimento da
população necessitada de tratamento.
A equoterapia é um método terapêutico e educacional, que
utiliza o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar, nas
áreas da saúde, educação e equitação, buscando o
desenvolvimento biopsicosocial de pessoas portadoras de
necessidades especiais, distúrbios de comportamento,
desequilíbrios emocionais, aprendizado e fala. Esse método
terapêutico exige a participação do corpo como um todo, e
contribui para o desenvolvimento do tônus muscular ao mesmo
tempo em que promove relaxamento, conscientização do próprio
corpo e o equilíbrio. O resultado é o aperfeiçoamento da
coordenação motora, da autoconfiança e auto estima. A
equoterapia promove a reabilitação e a educação do praticante de
forma global.
O cavalo é utilizado com fins terapêuticos pela sua
docilidade, força, porte, e por se deixar montar. Ao montar e
relacionar-se com o animal, o praticante passa a se aceitar
resgatando sua autoestima, já que o cavalo também o aceita
independentemente da sua condição. Um fato importante é que a
equoterapia requer do praticante atenção concentrada durante a
sessão, cuja duração é de aproximadamente trinta minutos.
Além disso, auxilia a aprimorar as percepções auditivas, visuais,
táteis, cinestésicas e proprioceptivas. Desenvolve o equilíbrio, a
postura, a lateralidade, as motricidades ampla e fina, contribui
inclusive para o enriquecimento do vocabulário.
31 ARTISTAS POPULARES

Luar pinhalense
Milton Barbosa Monteiro (1928- 2010 )

I
Como é gostoso de vez
em quando recordar
Os tempos idos em
Santo Antônio do Pinhal
Com o luar iluminando toda a rua
E a moçada pela mesma a passear
Como eram lindas aquelas noites de luar
Agradeço a Deus do céu esta beleza
Quando me lembro fico sempre a pensar
Como é tão triste aqueles tempos não mais voltar.

II
Na rua os casais de namorados trocavam juras para um dia se casar
Ouvindo aquelas músicas românticas que tocava no alto falante sem
cessar
Ainda sinto saudade do cinema quando tocava o prefixo para sessão
começar
Era uma correria de pessoas pra comprar o ingresso e o filme apreciar.
BRANCO

Marcio Leonardo Sossia, popular


Branco, nasceu na cidade de São Paulo - Capital
(1947-2021)desde 1.981 frequenta Santo
Antonio, em sua juventude já compunha músicas
e tinha conhecido vários artistas, tal com Sergio
Reis, Tim Maia, Roberto Carlos e outros. Sua
composição mais famosa foi “A festa de Santo
Reis”, interpretada e gravada por Tim Maia e
outros.
Aqui em Santo Antônio, além de proprietário da Pousada Vento
Verde, tem a Banda Vento Verde com os amigos e filhos.
Poema de Santo Antônio
João Paulino (1925 - 2011)

I
Há muito tempo passado, Santo Antônio foi capela!
As casas toda de barro, com jeito muito singelo!
Cadeia de pau-a-pique toda feita de martelo
Quando tinha um prisioneiro que ia dormir na cela
De madrugada fugia pelo buraco da janela!

II
Santo milagroso que deu um pulo tão belo
Santo Antônio emunicipou por ser o filho mais belo
Para desmembrar de São Bento foi preciso fazer guerra
A parada foi dureza quase correu sangue na terra
Entregaram foi de medo do cano parabelo (arma)

III
Santo Antônio é só progresso até fazer duelo
Hoje nossa Santo Antônio é presépio da serra
As casas que eram de barro virou castelo!
Deputados e senadores é quem moram dentro delas
Santo Antônio hoje é cidade e não mais pé de chinelo

IV
Para correr nossa divisa tenho um cavalo amarelo
Eu entro aqui pelo Barreiro, do Lageado até os Mellos
Dou volta pro Zé da Rosa, divisa do Paiol Velho
Desço lá pelo Rio Preto na fazenda Maria Bela
Passo no dito Pimenta pra tomar uma pinga Amélia

V
Agora que eu vou contar os bichos da minha terra
E o cachorro late grosso por que tem força na goela
As moreninhas mais bonitas comem doce de marmela
Pro homem é boi na brasa, pois não come mortadela.
Estância de ecologia
Santiago da Motta (1945 - )

Por entre pinheiros e flores silvestres


Num vale encantado que Deus criou
Bem junto a nascente do rio da prata
Que um viajante seu rancho plantou

Sem saber que um dia no dorso da mata


Nascesse a cidade que ele sonhou
Alguém com carisma e muita bravata
Fez sua casinha bem simples pacata
e nossa cidade se originou

Famílias cresceram se multiplicaram


Lutando com garra e muito ideal
Nasceu uma vila num dia sagrado
Pois treze de junho e um memorial

Então santo Antonio que veio de Pádua


Passou a ser santo Antonio do pinhal
Trazendo mas fé para o brasileiro
Que um milagroso e casamenteiro
Veio a residir em nosso pinheiral

Depois de um tempo sem muito sucesso


Nasceu pinhalense com sangue valente
Que muitos lutaram buscando progresso
Com dificuldade Mais muito prudentes

Passou a município Estância climática


Trabalho de heróis com muita euforia
Porem compensado o tempo passado
Com muito orgulho estamos conversado
Pois já e estância de ecologia

Curiosidade: Santiago da Motta, filho exprefeito João Batista da Motta


Percorrendo o Município
Paulo Valério (1939- 2004)

Hoje foi meu pagamento o que vou fazer agora


Vou dar uma volta no mundo pra conhecer o Capora
Vou pegar o trem das onze pra mim viajar mais gostoso
Vou ate o Pico Agudo mirante com faragoso

Varando por Sertãozinho fui ate o São Gotardo


Conheci a Vargem Grande Boa Vista e Matinado
Descendo por Morro Grande fui ate o Barreirinho
So não cheguei la nos Britos porque vim pro Pinhalzinho

Pra chegar la no Rio Preto varamos por Ponte Funda


Visitei Fazenda Velha e também o Caçununga
Subindo pro Zé da Rosa fui a São Judas Tadeu
Só não cheguei lá nos Mellos porque logo escureceu

Visitei também Lageado, Santa Cruze e Fazendinha


Bairro dos Mouras e Salgado, Brejo Grande e Cachoeirinha
Costa Manso e Machadinho eu deixo por derradeiro
Visito com Rio das Pedras quando eu for la pro Barreiro

Se o meu tempo foi tão curto mais fiz mais que obrigação
Peço desculpa aos amigos la do Bairro da Estação
A Colônia Japonesa quero parabenizar que qualquer hora talvez
Nos aparece por la
Berço do meu coração
João Valério e
(1929- 2006)

Miguel Valério
( 1941- 2010 )

Eu nasci num velho rancho no recanto do sertão


Eu adoro minha terra berço do meu coração
Lá me criei na invernada lidando com criação
Laçando boi pantaneiro foi a minha inclinação
Sentindo o peso do laço no calo da minha mão

Quando o sol se despedia e escondia no espigão


A noite vinha chegando com sua negra escuridão
Pra curar o meu cansaço eu sentava no galpão
Afinava bem meu pinho e cantava uma canção
A natureza aplaudia meu amigo violão

Porem tudo se acabou grande saudade me mata


Não vejo mas o sertão nem o luar cor de prata
Não vejo mais o sereno na folhagem lá da mata
Não vejo mais a beleza do riacho e da cascata
Meu violão emudeceu não toca mais serenata

Hoje longe muito longe esquecer não sou capaz


A saudade mais aumenta muita lembrança me traz
A ilusão e uma fumaça que no espaço se desfaz
Assim foi minha infância que os anos jogou pra traz
Digo adeus aos meus bons tempos que não volta nunca mais
Adeus juventude
Zé Morgado (1931- 1994)

Quem nasceu pequenininho e já teve sua infância


Hoje velho tem saudade do seu tempo de criança
A vida passou depressa que nem o vento alcança
Quando lembro do passado chego a chorar de lembrança

Assim foi meu bom tempo que passou como fumaça


Tal qual meu pensamento que ninguém vê quando passa
Hoje longe muito longe do parquinho lá da praça
A distancia traz tristeza e a saudade me abraça

Assim como choro eu da tristeza que me evade


Como posso ser feliz sem ter a felicidade
A cabocla que eu amava foi embora da cidade
Só me deixou por lembrança a tristeza e a saudade

Adeus minha juventude que deixei a muito tempo


Adeus saudosa infância que não sai do pensamento
Quero esquecer não consigo me lembro a cada momento
Pra não morrer de saudade choro de sentimento

Curiosidade: João Valério , Miguel Valério, Paulo Valério e Zé Morgado


eram todos irmãos filhos de Gumercindo Fernandes da Silva
(Gumercindo Valério), família tradicional de violeiros da região.
32 NOMES DE ALGUMAS RUAS

Av. Ministro Nelson Hungria (Lei nº 2 de 1961)


Antiga Rua Cônego Tomas passou a ser denominada de
Avenida Nelson Hungria, nasceu a 16 de maio de 1891, no
Município de Além Paraíba, Estado de Minas Gerais. Era filho de
Alberto Teixeira de Carvalho Hungria e de D. Anna Paula
Domingues Hungria. Nomeado Ministro do Supremo Tribunal
Federal, por decreto de 29 de maio de 1951, pelo Presidente
Getúlio Vargas e aposentado por decreto de 11 de abril de 1961.
Seu pai foi fiscal de barreira na divisa entre SP-MG, passou a
infância nesta cidade fazendo aqui diversos amigos, teve forte
influencia na emancipação do distrito.

Av . Antônio Joaquim de Oliveira (Lei nº 20 de 1961)


Um dos doadores das terras à Capela de Santo Antonio no
ano de 1856, terras que houve por herança do sogro e sogra José
Rodrigues Moreira e dona Luiza Correia. Antonio residia na
Cidade de Taubaté e casou com a pinhalense Germana Maria de
Jesus. Seu nome correto é Antônio José De Oliveira.

Rua Gov. Carvalho Pinto


Carlos Alberto Alves De Carvalho Pinto, nasceu em 1910
na cidade de São Paulo. Era sobrinho-neto do ex-presidente da
república, Rodrigues Alves. Formou-se em Direito em 1931 na
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Professor de
Ciências das Finanças na Faculdade Paulista de Direito e
advogado da prefeitura de São Paulo. Sua carreira pública
culminou com sua eleição para o governo do Estado. Seu governo
decorreu de 1959 a 1963, foi com sua assinatura criado o
município de Santo Antônio do Pinhal, faleceu na capital paulista
em 21 de julho de 1987.

Rua Cônego Tomás (Lei n º 20 de 1961)


Passou a denominar-se Rua Cônego Tomaz a antiga e
popular Rua da Boiada. Homenagem prestada ao Cônego Tomas
De Affonseca e Silva que em 1883 era Conego neste distrito.
Antes, a Rua Cônego Tomas, foi, por muitos anos, a rua central do
distrito, hoje Av. Ministro Nélson Hungria.

Rua Dep. Franco Montoro (Lei n º 20 de 1961)


Foi o ilustre Deputado André Franco Montoro o patrono
da emancipação deste município na Assembléia Legislativa do
Estado. Vereador em São Paulo, Deputado Estadual e três vezes
Deputado Federal, Senador e Governador do Estado. Nasceu na
Capital paulista em 1916 e faleceu no dia 10 de julho de 1999.
Lutou com dedicação à causa Pinhalense apresentando
razões justas e de direito à autonomia, foi seu o projeto de
resolução da Assembléia ao plebiscito da causa.

Rua Dr. Lourenço de Sá (Lei n º 20 de 1961)


Ocupando o cargo de sub-prefeito deste distrito, Dr.
Lourenço era um verdadeiro cristão que se preocupava com os
desprovidos da sorte e criou a Legião Brasileira de Assistência em
Santo Antônio. Como católico de fé, construiu um monumento em
louvor à rainha do Brasil em sua fazenda Rio das Pedras. Quando
vendeu a sua propriedade, a imagem foi deslocada e uma nova
gruta construída para abrigar a Santa. Por muitos anos esteve
aberta ao povo, estava situada em frente a escola Desembargador
Afonso de Carvalho.

Rua Cel. Sebastião Marcondes da Silva (Lei n º 20 de 1961)


Nasceu na Cidade de São Bento do Sapucaí em 1919, filho
do abastado fazendeiro Teófilo Marcondes da Silva e de dona
Henriqueta Chiaradia. Era irmão de Benedito Marcondes Raposo e
um grande colaborador na luta pela emancipação. Vereador por
São Paulo, Deputado Estadual pelo MDB de 1975 a 1979 e
suplente por diversas vezes. Formado em Direito, Medicina,
Farmácia e Economia. General do Exercito Brasileiro, faleceu na
capital paulista no dia 28 de junho de 2004.

Rua Bráz Oliva (Lei n º 20 de 1961)


Antiga Rua da Biquinha ganhou o nome do inesquecível
Braz Oliva, nasceu em Santos no ano de 1888 e era filho único dos
italianos José Oliva e dona Filomena. Casou- se com Maria José,
filha do célebre Capitão Marcolino Jacinto da Silva e não tiveram
filhos. Foi chefe do serviço telefônico local que conseguiu trazer
da E.F.C.J. Também foi um dos baluartes da iluminação publica
do distrito em 1911. Homem culto, político, conselheiro mais
concorrido em sua época, desempenhou importantíssimo papel na
história de nossa terra. Faleceu em 08 de setembro de 1959. Brás
Oliva, guia e símbolo imortal da gente Pinhalense.

Travessa Padre Sebastião Hugo Santana (Lei n º 20 de 1961)]


Foi um dos párocos mais atuante que esta Paróquia
possuiu, pois, desde o ano de 1943 a 1951, Padre Sebastião não só
cuidou da direção espiritual, mas se esforçou para o bem geral da
coletividade. Além de sua dedicação pela causa sacerdotal, era um
trabalhador e de espírito progressista, construiu a antiga casa
Paroquial, adquiriu um relógio para a torre da Matriz, construiu a
bela igreja de São Benedito, as festas religiosas reapareceram, e
conseguiu todas as imagens para a semana santa.

Rua Capitão Luís Jacintho da Silva (Lei nº 20, item c, de


1961)
Capitão Luís Porfírio,foi o líder do Partido Republicano no
distrito, cuja alcunha era “Partido dos Botões” dado a ostentação
dos enormes botões dos Jalécos dos militares que proclamaram a
República em nosso país. Foi casado com Constância Theodoro de
Carvalho, neta de Gustavo Francisco Berthoud, um dos
fundadores de Santo Antônio do Pinhal

Praça Monsenhor João José Azevedo (Lei 19 de 1961)


Nome dado a praça da igreja Matriz, Monsenhor Azevedo,
desde 1924, já dirigia os destinos espirituais dos pinhalenses,
sendo nesta data nomeado vigário desta Paróquia. Foi líder da
Comissão emancipadora desde o inicio do movimento
autonomista e nos momentos mais cruciais, junto aos poderes do
Estado.

Praça Benedito Marcondes Raposo


Praça em frente a fonte Santo Antonio e ao lado da casa
onde morou o farmacêutico Ditinho Raposo. Nascido na Cidade
de São Bento do Sapucaí em 1905 e faleceu em 1977 com a idade
de 73 anos. Curava seus pacientes com poções que preparava no
fundo da farmácia. Inicialmente não aderiu à Emancipação
por ser filho de São Bento, mas quando abraçou a causa, lutou
heroicamente. Seus discursos eram famosos por toda região. Foi
eleito vereador e 1º presidente da Câmara Municipal na 1ª
Legislatura.

Praça Calin Eid


Nasceu em 08-05-1923 em Novo Horizonte, São Paulo,
cursou dois anos de medicina e abandonou, foi chamado para
servir na Segunda Grande Guerra mas a guerra acabou. Casou-se
em 1946 com D. Odete Haidar (Odete Eid, escultora) e tiveram
quatro filhos, começou a negociar e criou uma rede de mercados
(Gigante) foi secretário do abastecimento, presidente da
Associação Comercial de São Paulo, Diretor comercial da Fepasa
e Chefe da Casa Civil do Governador Maluf. conseguiu muitos
benefícios para Santo Antônio. Conheceu a cidade através do
exdeputado Sr. Armando Pinheiro,

Rua Gumercindo Fernandes da Silva


Nasceu em 1904 em Santo Antônio do Pinhal, casou em
1926 com Daliria Moreira da Silva, foram pais dos saudosos
violeiros da cidade: João Valério, Paulo Valério, Miguel Valério e
Zé Morgado. Agricultor e comerciante, foi membro da comissão
emancipadora e muito colaborou com a cidade, tinha nos
pensamentos seu grande potencial, faleceu em 1979.

Rua Mário Tavares

Rua Neuza Marcondes da Silva


33 HINO E BRASÃO
Como muitos municípios, Santo Antonio do Pinhal ganhou
símbolos, como o hino e o brasão:
Oficializado em dezembro de 1988. Autor: Milton Barbosa

I
Na Serra da Mantiqueira
Existe um lindo lugar:
É minha terra querida,
A sua beleza aqui vou cantar...

II
Santo Antonio do Pinhal,
Nunca esquecerei,
A sua paisagem colossal,
Jamais outra igual, encontrarei...

III
Tens os mais lindos pinheirais,
E mil e cem metros de altitude,
Fontes de águas minerais,
Um clima abençoado, oh terra da saúde...

IV
Tem a nascente do Rio da Prata,
Em teu solo fértil
Deslizando Por entre a mata
Nesse pedaço, do meu Brasil...

V
A saudade me maltrata
Estando longe de tí
Se gorgeia o Sabiá lá na mata
Ou canta o Juruti...

VI
Pico-Agudo é uma beleza
Bem pertinho do céu
Agradeço a Deus Pai e a mãe natureza
Ser um dos filhos teus...

Agradeço a Deus Pai e a mãe natureza,


Ser um dos filhos seus...
HINO: “MINHA TERRA”

(Autor Milton Barbosa Monteiro)

Vem conhecer minha terra

Tem água e clima sem igual

Na Serra da Mantiqueira

És um mimo, Santo Antonio do Pinhal

Sejam bem-vindos, senhores visitantes

Venham ver os mais lindos pinheirais

Pico Agudo e vales deslumbrantes

Que não esquecerão jamais, jamais!


Do Brasão: Criado em 1968 e
modificado pelo heraldista Dr.
Lauro Ribeiro Escobar, revogado e
oficializado em 03-01-1998, tem a
seguinte interpretação;
I - O escudo ibérico era usado em
Portugal à época do descobrimento
do Brasil e sua adoção evoca os
primeiros colonizados e
desbravadores da nossa Pátria;
II - O metal prato no campo do
escudo, é representativo heráldico
de felicidade, pureza, temperança e amizade, a revelar as belezas
naturais da região, a pureza e higidez das águas e do ar, destacando
ainda os atributos de administradores e munícipes ao
relacionamento leal, de compreensão e harmonia de que
desfrutam;
III - A cruz grega, com os braços iguais é das armas da família
Bulhões, lembra a figura de Fernando Martins de Bulhões, daquela
nobre estirpe, que, tendo abandonado os esplendores da riqueza e
da nobreza para seguir sua vocação religiosa, transformou- se no
glorioso Servo de Deus que foi Santo Antônio, Padroeiro do
Município.
IV - A cruz é o Símbolo máximo da fé cristã e a cor vermelha é
indicativa de Audácia e honra, virtudes dos primeiros
colonizadores da região, legadas a seus pósteros, que, sem
esmorecer ante as dificuldades naturais que se lhes opunha a
aspereza do sertão, lançaram as sementes de nosso Município;
V - Os pinheiros simbolizam constância, referindo-se aqui, às
terras ubérrimas a vegetação luxuriante de que o Município tanto
se beneficia;
VI - O chefe, colocado na parte superior do escudo, é a primeira das
peças honrosas de primeira ordem e a cor azul é emblema de
justiça, referência sempre presentes às virtudes de administradores
do povo de Santo Antônio do Pinhal e ainda ao Turismo, a
propiciar as benesses do repouso e recreação;
VII - As três fontes de prata, aludem à riqueza hidrográfica do
Município, em especial às fontes Santo Estevão, São Geraldo e
Santo Antônio, ao Ribeirão da Prata e também aos
numerosos córregos, ribeirões e nascentes, de onde jorra a mais
pura água;
VIII - O contra chefe, peça colocada na parte inferior do escudo,
endentado ( com dentes em forma de serra), salienta o terreno
acidentado em que se situa o Município, coberto de matas nativas,
onde a flora e a fauna são objetos de cuidadosa proteção.
IX - A coroa mural, é o símbolo da emancipação política, e, de
prata com oito torres, das quais unicamente cinco estão
aparentes, vem a ser a reservada às cidades; as portas abertas de
sable ( preto) proclamam o caráter hospitaleiro do povo de Santo
Antônio do Pinhal;
X - A rama de tomateiro com frutos e as orquídeas em flor, atestam
a fertilidade das terras generosas do Município, assim como sua
vocação agrícola, apontando as lides do campo como fator básico
da economia municipal;
XI - No listel de goles (vermelho), o topônimo “SANTO
ANTONIO DO PINHAL”, em letras de prata, identifica o
Município.
Da Bandeira Municipal:

Também do mesmo heraldista Dr. Lauro Ribeiro Escobar,


assim se descreve: retangular, de verde, com uma cruz firmada de
vermelho, coticada de branco e tendo brocante sobre o cruzamento
de seus ramos um circulo de branco, carregado do Brasão de
Armas.
1° - Tem a Bandeira 14 M (quatorze módulos) de altura, por 20 M
(vinte Módulos) comprimento; os ramos da cruz três 2 M (dois
módulos) de largura e as cóticas, 0,5 M (meio módulo), estando a
linha mediana do ramo vertical situada a 7 M (sete módulos) de
distância da tralha, o círculo tem 10 M (dez módulos) de diâmetro e
o Brasão de Armas, 8,5 M (oito módulos e meio) de altura.
2° - A cruz é símbolo de fé e o circulo, de eternidade, assinalando
que os munícipes, depondo irrestrita fé no Criador, buscam
liberdades municipais.
3° - O simbolismo das cores da Bandeira é o mesmo ao Brasão de
Armas, observando-se, contudo, que o metal prata dos brasões de
armas corresponde ao branco das bandeiras.
ADMINISTRAÇÃO DO MUNICÍPIO ATRAVÉS DOS TEMPOS

OS TRÊS PODERES:

Na República Federativa do Brasil, o governo é formado


por três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Eles são
independentes entre si, tem papéis bem definidos pela
Constituição e formam um tripé que é base da democracia.

O poder executivo é exercido pelo presidente, pelos


governadores de estado e pelos prefeitos das cidades. Eles são
eleitos diretamente pelo voto popular para um período de quatro
anos, com direito à reeleição para um período de mais quatro anos.
Eles têm a responsabilidade de administrar o País, os Estados e os
Municípios, criarem metas de administração, investirem em saúde
e saneamento básico e tudo mais que diz respeito ao bem-estar da
população.

O poder legislativo é exercido pelos senadores, eleitos por


um período de oito anos, e deputados federais no âmbito federal;
deputados estaduais nos Estados; e vereadores nos municípios,
todos eleitos para períodos de quatro anos. Senadores e deputados
federais estabelecem as leis do País e fiscalizam as ações do
presidente e dos ministros, enquanto os deputados estaduais criam
leis no Estado e fiscalizam as ações do governador. Os vereadores,
por sua vez, criam as leis das cidades e fiscalizam as ações do
prefeito.

O poder judiciário é exercido pelos juízes. Compete a eles


julgarem, executarem as leis e zelarem pela carta magna, a
Constituição.
34 GALERIA DE PREFEITOS

A história dos prefeitos que passaram pela administração


de Santo Antônio do Pinhal, pode ser contada da seguinte forma:
Os pioneiros; Noé e João Batista, desfizeram de patrimônio
próprio para concretizar o sonho da Emancipação.

Noé Alves Ferreira João Batista da Motta


21-4-1961 a 20-04-1965 (1º prefeito) 21-04-1965 a 21-04-1969 (2º)
21-4-1969 a 31-01-1973 (3º)

E os que vieram depois, cada qual com seus méritos e


deméritos, avanços e retrocessos, cada um deles, conforme pode e
percebeu que a cidade poderia mais do que a simples
administração vazia, sem retaliações aos opositores, com a
vontade e consciência de que fora eleito pela maioria e não para
somente alguns, sabedor de que o prefeito não é melhor, nem mais
inteligente que ninguém, simplesmente foi eleito pela maioria para
administrar para todos.
Não cabe a nós julgar, simplesmente analisar os fatos.
GALERIA DE PREFEITOS

José Geraldo Martins José Olegário César e Silva


01-02-1973 a 31-01-1977 (4º) 21-01-1977 a 31-01-1983 (5º)
01-02-1983 a 31-12-1988 (6º) 01-01-1993 a 31-12-1996 (8º)
01-01-1997 a 31-12-2000 (9º)

Mario Luiz Vieira José Augusto G. Pereira


01-01-1989 a 31-12-1992 (7º) 01-01-2005 a 31-12-2008 (11º)
01-01-2001 a 31-12-2004 (10º) 01-01-2009 a 31-12-2012 (12º)

Clodomiro de Toledo Júnior Anderson José Mendonça( Parrão)


01-01-2013 a 31-12-2016 (13º) 01-01-2021 a 31-12-2024 (15º)
01-01-217 a 31-12-2020 (14º)
HISTÓRIA DO LEGISLATIVO MUNICIPAL
35
Mudaran-se os partidos políticos, mas, por tradição,
continuaram com os antigos nomes todos os descendentes e
adeptos dos jagunços e botões dos tempos republicanos, inclusive
a rivalidade: filho de jagunço, jagunço sempre, o mesmo com os
botões.

1ª legislatura-21 de abril de 1961 a 20 de abril de 1965

Resumo da Campanha

Foram dois os candidatos que pleitearam o cargo de


primeiro prefeito em Santo Antônio do Pinhal: Noé Alves Ferreira
e Procópio Marcondes Azeredo, Noé foi vereador pelo distrito em
São Bento do Sapucaí, pinhalense e grande baluarte da
emancipação política, filho de Joaquim Alves Ferreira e de dona
Maria Ferreira de Lima, concorrendo pelo partido Democrático
Cristão (PDC), tendo como vice, João Batista da Motta.
Anteriormente Noé já tinha sido vereador pelo distrito, pela União
Democratica Nacional (UDN) de Carlos Lacerda.
O Sambentista e farmacêutico Procópio Marcondes
Azeredo acompanhado com o vice João Gustavo da Silva,
pertencente a tradicional família pinhalense. Santo Antonio em
1961 tinha 1.028 eleitores inscritos em suas cinco seções (três da
cidade, uma do Rio Preto e uma do Zé da Rosa) e nesta eleição de
05 de março de 1961 que escolheu o primeiro prefeito, votaram
937 e elegeram Noé Alves Ferreira com um total de 578 votos
contra 330 de Procópio (Tóte).
Os vices também eram votados e neste item, o vice João
Batista da Mota, obteve mais votos que o seu concorrente com 585
votos. Na câmara, Benedito Marcondes Raposo foi o mais votado
com 148 votos sendo eleito o primeiro presidente da Câmara
Municipal de Santo Antonio do Pinhal.
Curiosidade: No último dia para a inscrição dos candidatos
e partidos políticos para o primeiro pleito eleitoral em Santo
Antônio do Pinhal no cartório eleitoral da Comarca em São
Bento do Sapucaí, a secretária do Partido Democrata Cristão
encontrava-se na cidade de Taubaté. Não tinha portanto, tempo
hábil para regressar e providenciar a sua assinatura no pedido de
inscrição para que o candidato Noé Alves Ferreira, seu vice e
demais candidatos a vereadores concorresem na eleição. Daí ter-se
forjado a assinatura dela, dando-se entrada nos documentos de
foram aceitos. Se fosse descoberta a falsidade desta
assinatura, o primeiro prefeito em Santo Antonio do Pinhal teria
sido então, Procópio Marcondes Azeredo, mais conhecido como
Tóte e seu vice João Gustavo. Fato narrado pela própria secretária.

Votação dos Candidatos a Prefeito


Eleitorado: 1.028 eleitores
1º Noé Alves Ferreira - PDC – 578 votos
2º Procópio Marcondes Azeredo (Tóte) – UDN - 330
votos
Eleito Prefeito: Noé Alves Ferreira- PDC
Vice-Prefeito: João Baptista da Motta - UDN
Vereadores eleitos:
Benedito Marcondes Raposo (Ditinho Raposo, neto de
Manuel Marcondes da Silva)Botão
Oswaldo Gustavo da Silva (Nino, Neto de Luiz Jacintho
da Silva) Botão
Acyr Pereira (Cirinho, bisneto de Marcolino Jacintho da
Silva)Jagunço
Sebastião Honório Pereira
Expedito Costa Manso (Neto de Luiz Jacintho ) Botão
Antonio Pereira dos Santos
Benedito Faria da Silva (Dito Faria, Neto de Luiz
Jacintho ) Botão
Geraldo Inácio Vieira (Neto de Luiz Jacintho ) Botão
Luiz Ferreira da Costa (Neto de Luiz Jacintho ) Botão
1.ª Sessão Legislativa
Presidente: Benedito Marcondes Raposo-Botão
Vice Pres. : Benedito Faria da Silva-Botão

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: Oswaldo Gustavo da Silva- Botão
Vice Pres. : Expedito Cosa Manso- Botão
1.º secretário: Antonio Pereira dos Santos
2ª legislatura- 21 de abril de 1965 a 21 de abril de 1969

Resumo da Campanha

Em sete de março de 1965, João Batista da Motta, vice de


Noé e tendo o apoio do mesmo, foi eleito prefeito numa disputa
contra Comendador Heitor Cunha Filho

Prefeito: João Batista da Motta


Vice-Prefeito: Benedito Faria da Silva- Botão

Vereadores eleitos:
Benedito Theodoro de Faria
Benedito Alves Pereira
Geraldo Monteiro da Costa
Celso Gatto
José Bernardo Souto Lemos
Vinício Inácio Pereira
Benedito Hugo de Barros
Joaquim Honorato Martins
Procópio Marcondes Azeredo (Tóte)

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: Celso Gatto
Vice Pres. : Vinício Inácio Pereira
1.º secretário: José Bernardino Souto Lemos
2.º secretário: Geraldo Monteiro da Costa

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: Celso Gatto ( reeleito)
Vice Pres.: Procópio Marcondes Azeredo (Tóte)
1.º secretário: Geraldo Monteiro da Costa (reeleito)
2.º secretário: Vinício Inácio Pereira
Entre os feitos desta administração estão:

1. A urbanização da “biquinha” hoje Fonte Santo Antonio.


2. A criação e instalação do Ginásio Estadual que só teve
autorização de funcionamento após publicação no Diário Oficial,
depois de muito empenho em fazer com que os pais matriculassem
seus filhos e que houvesse numero suficiente para o
funcionamento legal. Para tanto fez-se necessário diariamente
transportar alunos dos bairros vizinhos no único carro disponível
da prefeitura, até que comprassem um ônibus “jardineira” vinda de
Natercia-MG. Isso aconteceu em abril de 1967 e funcionou no
antigo prédio de cinema da propriedade de Juca Monteiro.
3. Com o apoio e empenho dos diretores do DNER Eng.
Portela e Eng. Alcides fez-se a pavimentação da rua principal da
cidade.
4. Remodelamento e urbanização na praça da Matriz com
pedras decorativas trazidas de São Tomé das Letras-MG.

5. A abertura da estrada do Pico Agudo, em congresso


realizado em Serra Negra - SP, no começo do ano de 1967, o Dr.
Mario Henrique Simonsen, secretário estadual das estâncias
turísticas estabeleceu que Santo Antônio só se elevaria a Estância
Mineral e Climática se urbanizasse as fontes e tivesse um atrativo
turístico diferencial. Era preciso abrir estrada até o cume do Pico
Agudo com a maior urgência.
Não houve tempo para fazer concorrência pública, fez-se
então a tomada de preço, mas o valor da obra não poderia
ultrapassar dos CR$ 10.000,00. A Companhia contratada pertencia
a Fauze Paulo de Campos do Jordão. A inauguração deu-se em 7
de setembro de 1967 e a cidade de Santo Antônio então foi elevada
a Estância.
3ª legislatura-21 de abril de 1969 a 31 de janeiro de 1973

Resumo da Campanha

Prefeito: Noé Alves Ferreira


Vice-Prefeito: Heitor Cunha Filho

Vereadores eleitos:
Benedito da Costa Manso
Shunsuke Kimura
Antonio Martins Pereira Filho (Toninho Martins)
José Felix da Silva (Zé Félix)
João Batista da Motta
José Cirineu Rosa
Benedito Theodoro de Faria
Arlindo Inácio Fernandes
Vicente Chiaradia (Nene Chiaradia)

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: Benedito da costa Manso
Vice Pres. : Shunsuke Kimura
1.º secretário: José Félix da Silva
2.º secretário: Antonio Martins P. Filho

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: João Baptista da Motta
Vice Pres.: Antonio Martins Pereira Filho
1.º secretário: Vicente Chiaradia
2.º secretário: Joaquim Moreira da Rosa
4ª legislatura-1.º de fevereiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977
Resumo da Campanha
O prefeito Noé Alves Ferreira estava com dificuldade em
pagar os salários atrasados dos funcionários da prefeitura
Municipal e não tinha candidato para apoiar. José Geraldo Martins
com o apoio do presidente da Câmara Municipal, Sr. Benedito da
Costa Manso, propôs que tivesse como vice Francisco Pereira, que
não aceitou o cargo. Então Zé Martins indicou seu vice o Sr. José
Geraldo da Costa, conhecido como Zé Costa, filho do presidente
da Câmara pinhalense. O prefeito Noé pregou o voto nulo em sua
campanha e por não ter candidato da situação, foi uma vitória certa
Curiosidade: Maria de Lourdes da Silva (Lurdinha) mãe do
atual prefeito Clodomiro Correa de Toledo Junior, foi a primeira
mulher a ser eleita vereadora e presidente da Câmara Municipal.

Prefeito: José Geraldo Martins


Vice-Prefeito: José Geraldo da Costa

Vereadores eleitos:
José Olegário César e Silva (Zé Olegário)
Joaquim Moreira da Rosa
José Aparecido dos Santos
José Candido Machado
Maria de Lourdes da Silva (Lurdinha)
Miguel Cardoso da Costa
Nilson Carlos Faria
Shiguero Katayama (representando a Colônia Japonesa)
Vicente Pereira de Carvalho

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: José Olegário César e Silva
Vice Pres.: Shiguero Katayama
1.º secretário: José Aparecido dos Santos
2.º secretário: Maria de Lourdes da Silva
2.ª Sessão Legislativa
Presidente: Maria de Lourdes da Silva (Lurdinha)
Vice Pres.: José Aparecido dos Santos
1.º secretário: José Olegário César e Silva
2.º secretário: Shiguero Katayama
5ª legislatura-31 de janeiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983

Resumo da Campanha

O partido ARENA1 (Aliança Renovadora Nacional)


indicou José Olegário César e Silva, então vereador, para o cargo
majoritário. Concorreu pela oposição, José Roberto da Costa
Barbosa com o vice Clodomiro Correa de Toledo pelo MDB
(Movimento Democrático Brasileiro) José Teodoro de Souza (Zé
da Vó) e seu vice Benedito Jorge de Melo; Para o Vice de Olegário,
foi indicado o protético José Faustino de Mello, mais conhecido
como José Dentista. Foi uma campanha tranquila, sem ataques
pessoais, onde a união dos candidatos prevaleceu.

Prefeito: José Olegário César e Silva


Vice-Prefeito: José Faustino de Mello (Zé Dentista)

Vereadores eleitos:
José Benedito de Morais (Zé Morais)
Antonio Kawakami
Arlindo Inácio Fernandes
Noé Alves Ferreira
José Cândido Machado
José João Ferreira
João Baptista da Motta
João Batista dos Santos (João Paulino)
Noé Teodoro da Mota

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: Noé Alves Ferreira
Vice Pres. : José Benedito de Moraes
1.º secretário: Antonio Kawakami
2.º secretário: João Baptista da Motta

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: Antonio Kawakami
Vice Pres.:
1.º secretário:
2.º secretário:
6ª legislatura-1.º de fevereiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988

Resumo da Campanha

Prefeito: José Geraldo Martins


Vice-Prefeito: Benedito Faria da Silva

Vereadores eleitos:

José Rubens Reno de Freitas


Antonio Pedro Claro (Nico) – PDS
Benedito Flávio Simões Faria (Dico) – PMDB
Eliseo Divino Lopes – PDS
Francisco Antonio Pereira
Geraldo Valvano – PDS
José Aparecido dos Santos
José Benedito de Moraes
Valter Veloso Mendonça

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: José Rubens Reno de Freitas
Vice Pres. : Geraldo Valvano
1.º secretário: José Bendito de Moraes
2.º secretário: Valter Veloso Mendonça

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: Benedito Flavio Simões Faria
Vice Pres.: Antonio Pedro Claro
1.º secretário: Geraldo Valvano
2.º secretário: Eliseo Divino Lopes

3ª Sessão Legislativa
Presidente: José Benedito de Moraes
Vice Pres.: José Rubens Reno de Freitas
1.º secretário: Antonio Pedro Claro
2.º secretário:José Aparecido dos Santos
7ª legislatura-1.º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992

Resumo da Campanha

Prefeito: Mario Luiz Vieira


Vice-Prefeito: José Olegário César e Silva

Vereadores eleitos:
José Rubens Reno de Freitas
José Antonio de Carvalho (Ferrugem)
Newton Bueno Candotta Junior
José Benedito Magalhães
Lioiti Hirakawa
Nelson Vicente dos Santos
Lazaro Valvano
Arlindo Inácio Fernandes
José Benedito de Moraes
Paulo Benedito da Silva (Paulo Preto)
Joseane Maria Pereira

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: Joseane Maria Pereira
Vice Pres. : Nelson Vicente dos Santos
1.º secretário: Lioiti Hirakawa
2.º secretário:

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: José Rubens Reno de Freitas
Vice Pres.: Lioiti Hirakawa
1.º secretário: Joseane Maria Pereira
2.º secretário: José Benedito Magalhães
8ª legislatura-1.º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996

Resumo da Campanha

Prefeito: José Olegário César e Silva


Vice-Prefeito: Antônio Santiago da Motta

Vereadores eleitos:

José Antônio de Carvalho (Ferrugem)


Geraldo Valvano – PMDB
João Benedito Magalhães (Joao do Xande)– PMDB
Paulo Benedito da Silva – PMDB (Paulo Preto)
Pedro Paulo de Lima (Pedrinho) – PSD
Márcio José Martins –PPB
Edna Emi Ito Ferreira – PFL
Benedito Edson da Costa – PDT (Dito Macaco)
Lázaro Valvano – PFL

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: José Antônio de Carvalho
Vice Pres. : Geraldo Valvano
1.º secretário: João Benedito Magalhães
2.º secretário: Paulo Benedito da Silva

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: Edna Emi Ito Ferreira
Vice Pres.: José Antonio de Carvalho
1.º secretário: Benedito Edson da Costa
2.º secretário: Marcio José Martins
9ª legislatura-1.º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000

Resumo da Campanha

Votação dos Candidatos a Prefeito:


1º - Jose Geraldo Martins (PPB) – 1.716 votos
2º - Mario Vieira (PSDB) – 1.046 votos
3º - Sergio Franco Pereira (PFL) – 980 votos

Prefeito: José Geraldo Martins – PPB


Vice-Prefeito: José Carlos de Morais (Carlinho Moraes)
– PPB

Vereadores eleitos:

Paulo Aparecido da Luz – PPB – 174 votos


Daniel Ambrogi – PFL – 152 votos
Lazaro Valvano – PFL – 148 votos
Eliseo Divino Lopes – PPB – 133 votos
Sinídio Pereira de Lima – PMDB – 117 votos
Job Vitória da Mota – PMDB – 113 votos
Marcio José Martins – PPB – 112 votos
José Benedito de Moraes – PFL – 111 votos
Pedro Paulo de Lima – PSDB – 107 votos

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: Marcio José Martins
Vice Pres. : José Benedito de Moraes
1º secretário: Daniel Ambrogi
2º secretário: Eliseo Divino Lopes

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: Daniel Ambrogi
Vice Pres.: Marcio José Martins
1º secretário: José Benedito de Moraes
2º secretário: Lazaro Valvano
10ª legislatura-1.º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004

Resumo da Campanha

Votação dos Candidatos a Prefeito:


1º - Mario Vieira (PSDB) – 1.990 votos
2º - Sergio Franco Pereira (PFL) – 1.119 votos
3º - Jose Geraldo Martins (PP) – 1.048 votos

Prefeito: Mario Luiz Vieira – PSDB


Vice-Prefeito: José Olegário César e Silva – PMDB

Vereadores eleitos:

José Augusto de Guarnieri Pereira – PPS – 236 votos


José Antonio de Carvalho (Ferrugem) – PMDB – 226
votos
José Antonio de Moraes (Zinho) – PSDB – 201 votos
Irami Batista Cardoso de Mello – PSDB – 175 votos
Rachel Ribeiro da Silva Carvajal (Profª Raquel) – PFL –
161 votos
Benedito Edson da Costa ( Dito Macaco)- PDT – 160
votos
Círio Moraes – PMDB – 145 votos
Lazaro Valvano – PPB – 141 votos
Paulo Aparecido da Luz ( Paulo da Luz)- PSDB – 134
votos

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: José Antonio de Carvalho
Vice Pres. : Paulo Aparecido da Luz
1.º secretário: Irami Batista Cardoso de Mello
2.º secretário: José Antonio de Moraes

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: José Antonio de Moraes
Vice Pres.: Rachel Ribeiro da Silva Carvajal
1.º secretário: José Augusto de Guarnieri Pereira
2.º secretário: Círio Moraes
11ª legislatura-1º de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008

Resumo da Campanha

Uma campanha desigual da máquina administrativa contra


o “moleque” do PT. O prefeito Mário Vieira, experiente político e
tentando a reeleição utilizou todos os meios para evitar a sua
derrota. Mesmo tendo um alto índice de rejeição durante o seu
governo, ele e seus correligionários, acreditavam em uma vitória
sobre a oposição.
Paralelo e obscuro, o PV com o candidato Marcio Martins
apenas participava como número. Eleito, Augusto Pereira, com o
lema da campanha em “Participação e Transparência”, tornou-se o
prefeito mais jovem de Santo Antônio com apenas 26 anos de
idade.

Votação dos Candidatos a Prefeito:


1º - Augusto Pereira (PT) – 2.424 votos
2º - Mario Vieira (PSDB) – 1.799 votos
3º - Márcio Martins (PV)– 135 votos
Prefeito: José Augusto de Guarnieri Pereira (Augusto
Pereira) – PT - Vice-Prefeito: Rogério Oliveira – PSB

Vereadores eleitos:
Rubens Jacinto de Camargo – PTB – 212 votos
Paulo Aparecido da Luz (Paulo da Luz)– PL – 194 votos
João Manoel Lourenço Pereira (Professor João) – PT –
182 votos
Rachel Ribeiro da Silva Carvajal (Professora Raquel) –
PPS – 166 votos
José Luiz Donizete da Silva (Zé Luis Mecânico) – PTB –
163 votos
Luzia Valéria de Oliveira (Valéria do Zé da Rosa) – PPS
– 144 votos
Job Vitório da Motta (Jobinho do Rio Preto) – PMDB –
131 votos
César Carlos de Almeida (César da Pousada) – PSDB –
117 votos
Lázaro Valvano – PSDB – 87 votos
1.ª Sessão Legislativa
Presidente: Rubens Jacintho de Camargo
Vice Pres. : Paulo Aparecido da Luz
1.º secretário:
2.º secretário:

2ª Sessão Legislativa
Presidente: Rachel Ribeiro da Silva Carvajal
Vice Pres. :
1.º secretário:
2.º secretário:
12ª legislatura-1.º de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2012

Resumo da Campanha
Após uma administração exemplar, Augusto Pereira foi
reeleito com grande maioria dos votos.
Votação dos Candidatos a Prefeito
1º Augusto Pereira (PT) – 3595 votos – 79,06 % dos
votos validos
2º Junior Martins (PP) – 952 votos – 20,94% dos votos
validos
Prefeito: José Augusto de Guarnieri Pereira (Augusto
Pereira) – PT -Vice-Prefeito: Rogério Oliveira – PSB

Vereadores eleitos:
Rubens Jacintho de Camargo – PTB – 252 votos
Luiz Inácio Batista (Luiz Inácio) – PTB – 226 votos
Carla Oliveira de Carvalho Berti – PSB – 214 votos
José Antônio Marcondes da Silva – PT – 189 votos
Edenilson Demetrio – PT – 179 votos
Rachel Ribeiro da Silva Carvajal – PPS – 175 votos
Jose Roberto dos Santos – PSB – 169 votos
Paulo Aparecido da Luz – DEM – 162 votos
Luiz Alberto de Oliveira – PSDB – 114 votos

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: Rachel Ribeiro da Silva Carvajal
Vice Pres. : Paulo Aparecido da
1.º secretário:
2.º secretário:

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: Carla Oliveira de Carvalho Berti
Vice Pres.: Luiz Alberto de Oliveira
1.º secretário: Luiz Inácio Batista
2.º secretário: Paulo Aparecido da Luz
13ª legislatura-1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016

Resumo da Campanha

A maior dificuldade do então prefeito Augusto Pereira (PT) era


encontrar um nome que pudesse agregar valores, confiança,
conhecimento da maquina estatal e fidelidade ao estilo de governo. Dos
nomes existentes, alguns se destacavam e outros não, mas, o jovem
advogado da prefeitura Dr. Clodomiro Correia de Toledo Junior foi o
nome escolhido pelo prefeito e acolhido pela cúpula do PT pinhalense.
Até então desconhecido pela população, tinha que ser trabalhado
para entrar na acirrada campanha eleitoral. De outro lado, a oposição
tinha dois nomes fortes, um do ex-prefeito Mario Vieira pelo PSDB, que
mesmo sem participar da ultima eleição em 2008, tinha seus eleitores
fiéis. De outra banda, o jovem arquiteto Junior Martins (PP) que trazia
um recall de 900 votos da ultimas eleição e contava com o apoio dos
dissidentes do PT pinhalense.
No inicio da campanha, a coligação do PSDB posicionava na
frente nas pesquisas e seguido de perto pelo candidato do PP, lá embaixo,
na intenção de votos, o candidato da coligação do PT saindo do zero. A
virada foi questão de tempo, primeiro com a desistência do atual Vice
Prefeito Rogério de Oliveira de participar do pleito e a entrada em cena
da candidata a vice-prefeita Valéria (PPS) representando o eleitorado
feminino, seguindo o exemplo das outras coligações que tinha como
candidata a vice a professora Lili (PSDB) e a professora Nilcéia (PHS).
Nos últimos meses a coligação “Responsabilidade e
Desenvolvimento” polarizou e ultrapassou nas sondagens realizadas. A
eleição de 2012 ficou manchada pelos panfletos noturnos e sem autoria,
deixando de lado as propostas de governo esperado pela população e
exatamente este foi o fator determinante para a escolha do novo
governante.
Não havia mais o que fazer para reverter o clamor popular e o
jovem desconhecido Junior Advogado, passava então, através do voto no
dia da eleição, a ser o novo prefeito de Santo Antonio do Pinhal com mais
de 60 % dos votos válidos, deixando para trás as ofensas pessoais, as
intrigas, as mentiras.
Votação dos Candidatos a Prefeito
Eleitorado: 6047
1º Junior Advogado (PT) – 2.890 votos
Abstenção: 967 (15,99%)
2º Mario Vieira (PSDB) – 1.035 votos
Comparecimento: 5.080 (84,01%)
3º Junior Martins (PP) – 732 votos
Em branco: 95(1,87%)
4º Nany (PMDB) – 99 votos
Nulos: 154 (3,03%)
5º Cesar da Pousada (PDT) – 75 votos
Votos Validos: 4.831 (95,10%)

Eleito Prefeito: Clodomiro Correa de Toledo Junior


(Junior Advogado) – PT-Vice-Prefeito: Valéria – PSB

Vereadores eleitos:

Anderson José Mendonça - PTB – 295 votos


Luiz Inácio Batista – PTB – 199 votos
Osmar Silva – PRB – 191 votos
Raquel Ribeiro da Silva Carvajal – PPS – 160 votos
José Antônio de Morais – PMDB – 147 votos
Edenilson Demetrio – PT - 143 votos
Paulo Aparecido da Luz - PSDB – 141 votos
José Antônio do Nascimento - 129 votos
Luiz Alberto de Oliveira – PSDB – 123 votos

1.ª Sessão Legislativa


Presidente: Luiz Inácio Batista
Vice Pres. : Luiz Alberto de Oliveira
1.º secretário: Anderson Jose Mendonça
2.º secretário: Paulo Aparecido da Luz

2.ª Sessão Legislativa


Presidente: Paulo Aparecido da Luz
Vice Pres.: Raquel Ribeiro da Silva Carvajal
1.º secretário: Luiz Alberto de Oliveira
2.º secretário: Luiz Inácio Batista
Baseado em vasta pesquisa, Santo Antônio do
Pinhal, de Sertão a Município é o fiel relato da história da cidade-
título e dos homens que a construíram. Para elaborá-la, os Autores
consultaram documentos antigos, livros-tombos de velhas igrejas e
entrevistaram inúmeras pessoas.
A obra plasma passado e presente ao narrar a saga dos
homens que povoaram a região e, ao mesmo tempo, apresentar um
quadro vivo e estimulante do que a cidade é atualmente.
Cidade de clima invejável e grande beleza natural, Santo
Antônio do Pinhal finalmente tem a sua história em livro. Quis o
destino que a tivesse por mãos de autores que tudo fizeram para
dignificá-la.
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Paróquia Santo Antônio


Freguesia criada pela lei numero
2 de 23 de março de 1861
Um povoado e sua história através de fotos

Um povoado e sua história através de fotos

Santo Antônio do Pinhal -S.P


Paróquia Santo Antônio

150 anos de evangelização.

Capítulo I: A ocupação e a construção da Capela


1- As primeiras famílias
2- As primeiras doações de terras à Capela de Santo Antonio
3- Fundação da Paróquia de Santo Antonio do Pinhal (1861)
4- Os primeiros registros
5- Os primeiros padres
6- Os primeiros casamentos
7- Inicio da construção da 1ª Capela
8- As primeiras festas religiosas, devoção Popular e irmandades

Capitulo II: A construção da Matriz e a oficialização da Paróquia


9- Construção da 2ª igreja e seus problemas
10- Construção da 3ª e atual Igreja
11- Monsenhor VITTA
12- Festa das missões em 1929
13- Revolução Constitucionalista de 1932
14- Doações das imagens e sinos
15- Construção da Igreja de São Benedito em 1948
16- Os padres da Paróquia

Capitulo III – A Paróquia Emancipada


17- Emancipação Política em 1960
18- As Capelas das Comunidades
19- As Festas e festeiros da Paróquia
20- Os Padres da década de 70, 80 e 90
21- 20 anos do Cônego Pedrinho
22- Reforma da matriz, igreja Sâo Benedito, Altar mor, Afrescos

Capitulo IV – Memória Fotográfica


23- As praças da Igreja Matriz
24- A igreja
25- Os Bispos e padres
O Santo Antônio

1195: Nasce em Lisboa, filho de Maria e Martinho de Bulhões. É


batizado com o nome de Fernando. Reside na frente da Catedral.
1202: Com sete anos de idade, começa a freqüentar a escola, um
privilégio raro na época.
1209: Ingressa no Mosteiro de S. Vicente, dos Cônegos Regulares de S.
Agostinho, perto de Lisboa. Torna-se agostiniano.
1211: Transfere-se para Coimbra, importante centro cultural, onde se
dedica de corpo e alma ao estudo e à oração, pelo espaço de dez anos.
1219: É ordenado sacerdote. Pouco depois conhece os primeiros
franciscanos, vindos de Assis, que ele recebe na portaria do mosteiro.
Fica impressionado com o modo simples e alegre de viver daqueles
frades.
1220: Chegam a Coimbra os corpos de cinco mártires franciscanos.
Fernando decide fazer-se franciscano como eles. É recebido na Ordem
com o nome de Frei Antônio, enviado para as missões entre os sarracenos
de Marrocos, conforme deseja.
1221: Chegando a Marrocos, adoece gravemente, sendo obrigado a
voltar para sua terra natal. Mas uma tempestade desvia a embarcação
arrastando-a para o sul da Itália. Desembarca em Sicília. Em maio do
mesmo ano participa, em Assis, do capítulo das Esteiras, uma famosa
reunião de cinco mil frades. Aí conhece o fundador da Ordem, São
Francisco de Assis. Terminado o Capítulo, retira-se para o eremitério de
Monte Paolo, junto dos Apeninos, onde passa 15 meses na solidão
contemplativa e no trabalho braçal. Ninguém suspeita da sabedoria que
aquele jovem frade português esconde.
1222: Chamado de improviso a falar numa celebração de ordenação, Frei
Antônio revela uma sabedoria e eloqüência extraordinárias, que deixam
a todos estupefatos. Começa sua epopéia de pregador itinerante.
1224: Em brevíssima Carta a Frei Antônio, São Francisco o encarrega da
formação teológica dos irmãos. Chama-o cortesmente de " Frei Antônio,
meu bispo".
1225: Depois de percorrer a região norte da Itália, passa a pregar no sul da
França, com notáveis frutos. Mas tem duras disputas com os hereges da
região.
1226: É eleito " custódio" na França e, um ano depois, " provincial" dos
frades no norte da Itália.
1228: Participa, em Assis, do Capítulo Geral da Ordem, que o envia a
Roma para tratar com o Papa de algumas questões pendentes. Prega
diante do Papa e dos Cardeais. Admirado de seu conhecimento das
Escrituras, Gregório IX o apelida de "Arca do Testamento".
1229: Frei Antônio começa a redigir os "Sermões", que hoje possuímos
impressos em dois grandes volumes.
1231: Prega em Pádua a famosa quaresma, considerada como o
momento de refundação cristã da cidade. Multidões acorrem de todos os
lados. Há conversões e prodígios. Êxito total! Mas Frei Antônio está
exausto e sente que seus dias estão no fim. Na tarde de 13 de junho, mês
em que os lírios florescem, Frei Antônio de Lisboa morre às portas da
cidade de Pádua. Suas últimas palavras são: " Estou vendo o meu Senhor
". As crianças são as primeiras a saírem pelas ruas anunciando: "Morreu
o Santo".
1232: Não tinha bem passado um ano desde sua morte, quando Gregório
IX o inscreveu no catálogo dos santos.
1946: Pio XIII declara Santo Antônio Doutor da Igreja, com o título de
"Doutor Evangélico".
santo antônio do pinhal em1928
As primeiras famílias

Através dos documentos de doação podemos afirmar que os


primeiros habitantes deste rincão que temos conhecimento foram:
José Rodrigues Moreira e Luiza Correa, sogros de Antonio José de
Oliveira.
As famílias Theodoro de Carvalho, Ferreira de Faria, Manoel
Ribeiro do Amaral e Antônio José Moreira, que deve ter algum grau de
parentesco com José Rodrigues Moreira.
As famílias Teixeira, Arantes e Siqueira já residiam no povoado,
e ao redor dele, muito antes da data da fundação da paróquia.
A lista das principais famílias que em 1867, já habitavam este
vilarejo, foi retirada do livro de batismo da Igreja Matriz de Santo
Antônio do Pinhal.

As doações para a capela de Santo Antônio

Em 1850, Luiza Correa doa, por escrito, a primeira gleba de


terras a Capela de Santo Antonio. Terras que pertenciam a sesmaria de
José Machado da Silva casado em 1794 com Clara Francisca do Amaral,
também conhecida como Clara Marcondes de Andrade. Clara era a nona
filha do Tenente Domingos Marcondes do Amaral (irmão do Capitão
Mor Ignácio Marcondes do Amaral doador das sesmarias) e de dona Ana
Izabel de Andrade.

De todo exposto, concluímos que foi nos anos 50 do século XIX


que deu-se inicio ao povoamento em volta da capela que estava sendo
edificada por Gustavo Francisco Berthu (Berthould) e que fizeram essas
doações ao Santo Antônio , terras estas no Bairro do Pinhal, distrito da
freguesia de São Bento do Sapucahy.

Os doadores das terras à Capela de Santo Antônio


Antônio Theodoro de Carvalho e sua mulher Anna Justina de
Faria; Manoel Ribeiro do Amaral e sua mulher Catharina Maria de Jesus;
Antônio José de Oliveira e sua mulher Germana Maria de Jesus; José
Rodrigues Moreira e sua mulher Luiza Correa; Antônio José Moreira e
sua mulher Tereza Correa.
Registro de doação que fazem Manoel
Ribeiro do Amaral e sua mulher, Antonio
Theodoro de Carvalho e sua mulher, Luisa
Correa à Capella de Santo Antonio no
Bairro do Pinhal, como abaixo se declara.

Dizemos nós abaixo assignados marido e mulher, que


somos possuidores de humas terras no distrito da freguezia de São
Bento, cujas terras ouvemos por compra de João Soares de
Oliveira, de cujas terras nos damos o terreno que leva dous
alqueires de milho, digo, de planta de milho, para o patrimônio da
Capella do Santo Antonio no Pinhal, e porque esta doação tenha
validade pedimos a Justiça Nacional a faça cumprir como se fosse
escritura Pública e faltando algumas clausulas ------------ a vemos
por declarado como dela fizemos menção e por não saber ler e
escrever pedimos a Manoel Azevedo Fernandes que isto por nós
fizesse arrogo assignados Capella de Santo Antonio, aos vinte de
março de mil oitocentos e cinqüenta e cinco. Arrogo de Manoel
Ribeiro do Amaral= Manoel Azevedo Fernandes= A pedido de
Catharina Maria de Jesus. Gustavo Francisco Berthould=
testemunha presente Firminiano Monteiro do Amaral=
testemunha presente Manoel da Silva Teles = Reconheço serem
verdadeiras as firmas de Manoel de Azevedo Fernandes, Gustavo
Francisco Berthould, Firminiano Monteiro do Amaral, Manoel da
Silva Teles, Pindamonhangaba aos vinte e sete de março de mil
oitocentos e cinqüenta digo e cinco. Em testemunho da verdade
estava o sinal público o tabelião interino Candido Marcondes de
Andrade = numero douz, cento e sessenta = pagou cento e sessenta
Reis. Pindamonhangaba, vinte e sete de março de mil oitocentos e
cinqüenta e cinco.= Marcondes = Pereira Araújo=digo eu Antonio
Theodoro de Carvalho e minha mulher Anna Justina de Faria,
abaixo assignados que é verdade somos senhores e possuidores de
uma parte de terras nesta fazenda denominada Pinhal do distrito da
freguezia de São Bento do termo de Pindamonhangaba desta dita
parte de terras, nos fazemos a doação para o senhor Santo
Antonio da quantia de três alqueires de terreno de planta de milho
e para o patrimônio do senhor por ser de muito nosso gosto dar
esta terra livre e desembaraçada nos obrigamos a fazer firme e
valiosa esta doação por vontade de tudo pedimos a Manoel de
Azevedo Fernandes que este por nós fizesse e somente assigne
por meu próprio punho a pedido do collector que assigna .Placido
Jose de Almeida ,Capella de Santo Antonio Quinze de Junho de
mil oitocentos e cincoenta e cinco = Antonio Theodoro de
Carvalho testemunha presente João Baptista da Cunha =
testemunha presente Balduino Ferreira de Faria = Placido Jose de
Almeida = Numero hu cento e sessenta seis = pagou cento e
sessenta reis Pindamonhangaba dezenove de junho de mil
oitocentos e cincoenta e cinco = Marcondes = Digo Luiza Correa,
que sou possuidora de humas terras no citio dos herdeiros da
defunta Clara Marcondes de Andrade, compra feita do defunto
marido pelo tio berthu de cujas terras breganhei , de hoje para
sempre a quantia que corresponde com cinco mil reis da avaliacao
feita no inventario .sendo as ditas terras no Pinhal no lugar onde
existe a Capella de Santo Antonio e como feito breganhei com
Antonio Jose Moreira a quem pertencendo hoje em diante a troco
de igual teor no tão mesmo valor de cinco mil reis do mesmo
inventario.sendo este no caminho que vai no citio que foi de João
Ferreira e por constar pedi a Gustavo Francisco Berthu que esta
a fazer a Capella de Santo Antonio Douz de Abril de mil
oitocentos e cincoenta e douz = como testemunha que escrevi
,Gustavo Francisco Berthoud = como testemunha Jose Lemes dos
Santos = Arrogo de Luiza Correa. Romão Lemes dos Santos =
Como testemunha Antonio Jose de Oliveira = Os abaixo
assignados possuidores desta Capella de Santo Antonio do Pinhal
declarao Que a quantia de terras que faz menção este titulo he
aproximadamente de douz e meio alqueires de planta de milho.
Capella de Santo Antonio do pinhal quatro de marco de mil
oitocentos e cincoenta e cinco.Gustavo Francisco Berthoud =
Luiz Manoel Moreira ,Antonio Jose de oliveira = Manoel
Joaquim de Oliveira = arrogo de Jose Correa de Souza = Jose
Joaquim Ramos de Mello = por esta e na melhor forma de direito
dizemos nos abaixo assignados Antonio Jose Moreira minha
mulher , a meu rogo por mim assigna Antonio Joaquim de Oliveira
,Romão Lemes dos Santos que de nossas livres vontades doamos
terras aqui declaradas para patrimônio da Capella de Santo
Antonio no lugar chamado Pinhal e porque esta doacao tenha
inteira validade pedimos as justiças nacionais as facão cumprir
como se fosse escritura publica e faltando algumas clausulas -------
-----------as iniciamos por este ------------como se dellas
fizéssemos a primeira menção por clareza pedimos a Gustavo
Francisco Berthoud que este fizesse a Capella de Santo Antonio
douz de Abril de mil oitocentos e cincoenta e douz .como
testemunha que escrevi=Gustavo Francisco Berthoud=como
testemunha José Lemes dos Santos=Arrogo de outorgante
Joaquim Moreira da Silva = Romão Lemes dos Santos = Arrogo de
Antônio José Moreira ,Antônio José de Oliveira = Numero douz
cento e sessenta e seis=Pagou cento e sessenta reis
,Pindamonhangaba dezessete de junho de mil oitocentos e
cincoenta e cinco = Marcondes = por esta na melhor forma de
direito digo os abaixo assignados Luiza Correa a meu rogo assigna
Antônio José de Oliveira, que muito de minha vontade doam
terras a que corresponder a dez mil reis, doava doação feita no
inventario de Dona Clara Marcondes de Andrade sendo que
comprei as ditas terras a Gustavo Francisco Berthu a qual houve do
Herdeiro Domingos Marcondes Machado.Para patrimônio da
Capella que esta edificando para o patrimônio de Santo
Antonio neste lugar denominado Pinhal, districto de São
Bento do Sapucahimirim ---------e também no dito lugar o
terreno das dez casas feitas por Manoel Ribeiro do Amaral e
por Antonio Jose Moreira no valor de quinze mil reis.sendo
para se saber na porteira no outro lugar deste mesmo citio do dito
terreno que corresponde aos ditos quinze mil reis .Muito de minha
livre vontade fiz esta doação -------que sirva para o referido
patrimônio da dita Capella e para que tenha inteira validade peco
as justicas de sua majestade o Imperador o facão cumprir como se
fosse escritura publica e por ---------falta alguma das clausulas
dêem direito especial estão de hoje por cumpridas como se dellas
fizessem menção , Pinhal districto de São Bento do
Sapucahimirim aos vinte seis do mez de junho de mil
oitocentos e cincoenta = Arrogo de Luiza Correa, Gustavo
Francisco Berthould. Arrogo de Luisa Correa, Antonio José de
Oliveira, como testemunha Romão Lemes dos Santos, Como
testemunha da presente Augusto Lemes. Os abaixo assignados,
procuradores desta Capella do Santo Antonio do Pinhal declaram
que a quantia de terras de que faz menção este titulo é com
aproximação de cinco alqueires de planta de milho. Capella de
Santo Antonio do Pinhal, quatro de março de mil oitocentos
e cinqüenta e cinco. Gustavo Francisco Berthould = Luis Manoel
Moreira= Antônio José de Oliveira, arrogo de José Correia de
Souza, José Joaquim Ramos de Mello. Reconheço como
verdadeiras as firmas de Gustavo Francisco Berthould, Antônio
José de Oliveira, Romão Luis dos Santos, Augusto Luis, José Luis
dos Santos, Luis Manoel Moreira, Manoel Joaquim de Oliveira,
José Joaquim Ramos de Mello, as quais se acham assignadas nos
termos e papeis de doação. Pindamonhangaba, vinte e sete de
março de mil oitocentos e cinqüenta e cinco. Em testemunho da
Verdade,----------dou signal Publico o tabelião interino Candido
Marcondes de Andrade = Numero três cento e secenta reis = Pagou
cento e secenta reis ,Pindamonhangaba Vinte e sete de marco de
mil oitocentos e cincoenta e cinco = Marcondes = Pereira Araújo =
Segundo o que se continha de lavrar nos ditos papeis de doação o
que tudo que registrei com próprios originais numa pasta e dou fé.

Eu Francisco Marcondes de Oliveira , tabelião que as escrevi.

Francisco Marcondes de Oliveira


A doação mais importante
ao patrimônio do Santo Antônio.

Escritura de doação que faz


Antônio José de Oliveira

Saibao quantos este publico instrumento digo escritura de


doação virem que sendo no anno de nascimento de nosso senhor
Jesus christo de mil oitocentos e cincoenta e seis aos honze de abril
do dito anno nesta cidade de Pindamonhangaba em meu cartório
vindo ahi compareceo Antonio Jose de Oliveira conhecido de mim
tabelião pelo próprio de quem dou fé e pelo outorgante doador me
foi dito em presença de duas testemunhas abaixo assignadas que
por este instrumento fazia doação a capella de Santo Antonio do
pinhal deste termo distrito da freguesia de São Bento do
sapucahimirim para ser patrimônio de uma sorte de terras no
mesmo lugar em que existe a capella na estensão calculada em
vinte alqueires de planta de milho no valor de vinte mil reis sendo
mil reis por alqueire devendo ficar conprehendida que o marco
começando em hu marco de pedra que esta afincado na beira do
ribeirão que vem do alto da serra que vem bordejando o caminho
no lugar onde fronteia hu vallo perto do córrego fundo ahi segue
pelo rio acima que servia de diviza ficando as terras da capella para
o lado direito athe frontear hu vallo que termina espigão próximo a
casa de morada delles doantes ahi segue pelo dito vallo acima
sobindo o espigão athe o alto dahi volta em direção a terras de
Manoel Jose encontra com o vallo de João Soares de oliveira filho
do dito Manoel Jose ficando conprehendida toda vertente para o
lado da capella athe inteirar os dito vinte alqueires e fica a mesma
sorte o espigão doado a dita capella cujas terras elles doantes
houveram parte por herança de seus sogros parte por compra que
fez a Gustavo Francisco Berthu as quais possuem livres e
desimpedidas e pos isso sua livre e espontânea vontade faz
doação a dita capella de Santo Antonio por esta escritura doado
tem a fim de servir de patrimônio para o que transfere a dita capella
todo jus para domínio pedimos as justiças de sua majestade que
lhes dem todo de forma uma, digo todo o vigor facão cumprir e me
pedio lhe lavrasse este instrumento o que lhe fazíamos com ação de
meo officio neste acto me foi apresentado pelo doador o
conhecimento do selo cujo he de teor seguinte – numero setenta e
cinco para selar – collectoria do distrito de Pindamonhangaba
–anno financeiro de mil oitocentos e cincoenta e seis- folhas doze
do livro de receita ,fica lançada a quantia de mil e duzentos reis que
pagou o senhor Antonio Jose de Oliveira , No dia honze de abril
de mil oitocentos e cincoenta e seis do dito anno correspondente
a vinte mil reis porque fez doação a Santo Antonio de humas
terras no bairro do pinhal distrito da freguesia de São Bento –o
collector Claro Marcondes do Amaral - o escrivão João
Nepomuceno de Almeida –E por mim de todos atribuídos paguei-
E sendo tudo ,lido achando a contento de todos assignando perante
as testemunhas , logo: Doutor Miguel Monteiro de Godoi ,Jose
Moreira Marcondes Romeiro, reconhecidos pelos próprios de mim
Francisco Marcondes de Oliveira, tabelião que escrevi.

Em tempo, de dano houve por herança


De seus falecidos sogro e sogra
José Rodrigues Moreira sua sogra Luiza
Correa e não de Gustavo Francisco
Berthu, O escrivão Oliveira

Antônio José de Oliveira


Miguel Monteiro de Godoi
José Moreira Marcondes Romeiro
A rogo de Germana Maria de Jesus
Claro Marcondes do Amaral
A primeira igreja

Em 27 de novembro de 1883, dá-se o início oficial do livro


tombo da matriz de Santo Antônio do Pinhal, que antes era feito em
cadernos de anotações.
Consta no livro tombo nº. 1, datado de 7 de outubro de
1883, que: “péssimo estado e abandono em que se acha a Matriz.
Falei e enxotei ao povo e nomeei um tesoureiro e um administrador
das obras precisas ao reparo na pessoa do cidadão do tenente José
Innocencio A. Bitterncourt e em seguida fomos esmolando e
tratando dos concertos...” Francisco Monteiro César
pediu demissão do cargo de vigário da matriz, que foi anexada à
freguesia de São Bento do Sapucaí.
Na véspera da virada do século, em outubro do ano de
1899, o Sr. Domingos Granato, italiano residente nesta paróquia
entrega completamente reformada a parte frontal da igreja matriz
com a construção de duas torres de tijolos, como também o muro
principal da frente da igreja, tendo-se gasto na obra quantia
superior a seis contos de reis.
Este dinheiro foi em parte organizado entre os fieis desta
paróquia e de outras localidades.
Na visita pastoral ocorrida em 10 de outubro de 1911, ou
seja, 12 anos depois da reforma frontal da igreja, Dom
Epaminondas, bispo de Taubaté, escreve que “A pobre Matriz
acha-se quase no mesmo triste estado em que encontrou-a o Exm.
Sr. D. Lino, Bispo de São Paulo quando visitou-a há vinte e tantos
anos..”

Temos, comprovado em documentos que, por volta de


1850, já existia uma capela no bairro do Pinhal, distrito da
freguesia de São Bento do Sapucaí, temos também um o atestado
do padre em 1855 e o mais importante, uma declaração
possessória de Gustavo Francisco Berthoud de 1845, conforme
mostra a próxima página.
N1 PG de selo 16 São Bento, setembro de 1845
Ferreira

Digo eu Gustavo Francisco Berthoud e mª.mer Maria


Alvez Ferrª que fomos snrº e possuidores de humas terras sitas no
Bairo do Pinhal districto de S. Bento, por compra q'e fizemos a
Domingos Marcondes Machado avaliadas as ditas terras a cento e
noventa e três mil quinhentos e cinquenta e três reis no inventario
dos herdeiros da defunta Dona Clara Marcondes de Andrada.
De cujas terras vendemos ao Snr. José Rodrigues Moreira a parte
que tocar em proporção ao valor de cinquenta mil reis da dita
avaliação.
Cuja parte de R: 50#000, vendemos pello preço de duzentos mil
reis pagando o comprador a competente ...?.
Tendo nos recebido do Snr. José Rodrige. Morª a quantia de
sessenta mil reis em dinheiro e cento e quarenta mil em hum
credito q'e o dito Snr: nos pasara para pagar ao 22 de maio de 1846.
Cedemos lhe todo o jus e domínio que tínhamos n'esa parte q'e lhe
temos vendido e para clareza passei o presente e asignei e a rogo de
minha muer.

Asigna-se Antonio José de Oliveira.


a rogo de Maria Alvez Ferrª Antonio José de Oliveira.

Bairro do Pinhal, 22 de maio de 1845. Ass. Gustavo Francisco


Berthoud
Como tst- Presente Antonio Ferraz de Araújo
Atestado do Vigário

O Reverendíssimo João Nepomuceno de Assiz Salgado,


Cavalheiro da Ordem de Christo, Cônego Honorário da Se de São
Paulo e Vigário collado na Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso
de Pindamonhangaba por S. M. ?????????

Attesta que nos Pinhaiz termo da Cidade de Pindamonhangaba


existe huma Capella, dedicada a Santo Antonio, cuja Capella dista desta
cinco legoaz conforme diferença e outro tanto de distancia sendo que
os caminhoz com ?????? para aquelle lado da Freguesia de São Bento: e
discurso que esta na colletoria o juramento Sacrificio da Missa. juro que
há ali bastantes habitantez , esses muitoz pobrez, he o que próprio juro,
e teor me ter fidedignamente estigma Pindamonhangaba 23 de
fevereiro de 1855.

O Cônego Vigário João Nepomuceno de Assiz Salgado


Fundação da Paróquia de Santo Antonio do Pinhal

Com a elevação de capela a paróquia, em 23 de março de 1861,


José Tavares Coelho e Rocha em 30 de setembro de 1861, tornou-se
vigário encomendado da nova freguesia de Santo Antônio do Pinhal que
já era curato quando foi elevado a categoria de freguesia pela Lei
provincial de 23 de março de 1861.
Capela curada em 9 de abril de 1876, exautorada da categoria de
freguesia pela lei provincial de 04 de março de 1876, voltando pela
provisão de 9 de setembro de 1876 á capela curada, até que foi
novamente elevado a categoria de paróquia (pag. 5 verso- livro tombo 2)
Instituída canonicamente como freguesia a capela de Santo
Antonio do Pinhal do município de São bento do Sapucaí, pela lei
provincial nº13 de 16 de março de 1880.
Sendo vigário encomedado o reverendo padre Francisco
Cardelli, subdito italiano, com todo o apoio do Senhor Bispo diocesano
D.Lino Deodato Rodrigues.

D.Lino Deodato Rodrigues


Bispo da Diocese, Faleceu em 19 de agosto de 1894

Curato é um termo religioso, derivado de cura ou padre, que


era usado para designar aldeias e povoados com as condições
necessárias para se tornar uma freguesia, ou seja, tornar-se distrito de
um município, era o povoado onde morava o Cura.
Primeira igreja 1905
Os primeiros registros

Somente em 12 de junho de 1889, Dom Lino Deodato


Rodrigues de Carvalho, Bispo Diocesano de São Paulo autorizou o
Reverendo Padre Joaquim Antonio de Siqueira, vigário da Paróquia de
São Bento do Sapucaí, abrir o primeiro livro Tombo da Paróquia de
Santo Antonio do Pinhal.
O livro Tombo, segundo a autorização, serviria para nele ser
lançado os provimentos de visita, os inventários dos bens e objetos
pertencente à Igreja Matriz e Capelas filiais, a escritura do patrimônio, a
lei provincial da criação da Freguesia e provisão da respectiva
instituição Canônica. Tal ato ocorreu em 15 de maio de 1889 quando o
bispo, dirigindo-s à Paróquia de São Bento do Sapucaí, “em busca de
alivio a sérios incômodos de sua saúde, foi-nos preciso demorar a
viagem nesta Freguesia de Santo Antonio do Pinhal, o qual é vigário
encomendado o Rev. Domingos Perroni, natural da Italia e cidadão
brasileiro”, permaneceu em visita pastoral, por dois dias nesta Paróquia.
Segundo o Bispo, do exame e observação a que procedeu,
evidenciou-se o estado pouco satisfatório da Matriz em sua parte
material, quer a falta de paramentos e alfaias de que necessitava.
Quanto ao templo, escreve o bispo, “é pequeno, de construção
frágil (madeira e barro, vulgo paredes de mão). Já está deteriorado e
precisando de importantes reparos. Só está forrado na capela-mor...”
O livro tombo teve uma interrupção de um longo 12 anos sem
anotações e somente reativada com a visita pastoral em 10 de outubro de
1911, quando D. Epaminondas aqui esteve. Segundo o mesmo, “o
estado dos livros da paróquia é simplesmente vergonhoso. Nem um
documento trancrito nestes três tristes anos do paroquiato do atual
vigário. Os registros de batizados, de casamentos e de óbitos feitos com
faltas enormes, gerais e substanciais..”
A conseqüência desta falta de zelo pelo livro tombo e outros da
paróquia de Santo Antonio do Pinhal, foi a destituição do padre Alino
Petibom do cargo de vigário da mesma e esta anexada a paróquia de São
Bento do Sapucaí sob o comando do vigário Rev. Padre Francisco Reale.
Os primeiros casamentos

Conforme encontrado no livro Nº 1 de casamentos da recém criada


freguesia de Santo Antonio do Pinhal - 1867 a 1879, citamos alguns
casamentos:

03 de Janeiro de 1867
Victoriano Ramos do Nascimento de São Bento do Sapucaí com
Victoriana Maria de Oliveira de Jagoary-Minas. O Vigário foi Jose da
Silva Figueiredo Caramuru.

11 de Janeiro de 1867
Procópio Lemes dos Santos, filho de Francisco Lemes dos
Santos e D.Generosa Maria de Jesus, com Maria Francisca de Jesus filha
de Manoel Ribeiro da Silva e D.Alexandrina Maria de Jesus.O Vigário
foi Jose da Silva Figueiredo Caramuru

29 de Agosto de 1871
Antonio Jose de Oliveira, batizado em Taubaté, filho de
Antonio Jose de Oliveira e D. Germana Luiza da Conceição . com
Gertrudes Maria da Conceição, filha de João Leonardo dos Santos e
Delfina Maria de oliveira. O Vigário foi Jose da Silva Figueiredo
Caramuru

20 de Agosto de 1873
Marcolino Jacintho da Silva, batizado em São José de Toledo-
MG, filho de Julio Jacintho da Silva e Maria Clara dos Santos, com
Maria das Dores, batizada em Taubaté filha de Honório Maranje e
Verônica Maria de Jesus.Vigário Francisco Antonio Marcondes

09 de dezembro de 1874
Roque dos Santos, batizado em Taubaté, filho de Domingos
José Vaz e Ana Maria da Glória com Leopoldina Maria Leite, filha de
Manoel Moreira dos Santos e Custódia Francisca Leite. O Vigário José
Benedito Marcondes de Mello
Os primeiros casamentos

15 de Maio de 1877
Luiz Jacintho da Silva filho de Julio Jacintho da silva e Maria
Clara dos Santos, com Constancia Theodora de Carvalho filha de
Antonio Theodoro de Carvalho e Constancia Francisca berthu. O
Vigário José Benedito Marcondes de Mello

28 de outubro de 1883
Antonio Theodoro de Carvalho, viúvo de Constancia, sepultada
na freguesia de Santa Rita, com Gertrudes Francisca Berthur, batizada
em São Bento do Sapucaí, filha de Gustavo Francisco Berthur e da finada
Maria Alves Ferreira. Vigário Joaquim Antonio Siqueira

11 de fevereiro de 1886
Domingos Granato, da Itália filho de Nicolau Granato e Joana
Juliana com Luiza Derrico, da Itália, filha de Fellippe Derrico e Bárbara
Granato. O Vigário Fellipe Gavetosa

04 de julho de 1887
Angelo Lippi, de Oneta na Itália, filho de João Domingos Lippi
e Maria Luiza Tomei com Maria Azzema Lippi filha de Constantinon
Lippi e Clementina Pelegrini. O Vigário Fellipe Gavetosa

25 de outubro de 1902
Valério Celestino Fernandes, viúvo de Bernadina Theodoro de
Faria com Francisca Jacinto da Silva, viúva de Benjamim Ferreira de
Mattos. O Vigário Francisco Realle

14 de janeiro de 1904
Nicolau de Vitta, da Itália, filho de Felice de Vitta e Antonia
Motolla com Bárbara Moliterno, da Itália, filha de Andrea Moliterno e
Rosa Giuliano. O Vigário Francisco Realle
Os primeiros batizados registrados:

Como não existia um livro de batismo, a partir de 1885 iniciou-


se um livro de batismo e na medida do possível, conforme a
necessidade, foram registrados os batismos antigos desde 1850. Aqui
daremos o exemplo de dois registros deste livro de batismo da paróquia
de Santo Antônio do Pinhal:

Antônio
“Manoel Ribeiro do Amaral e a senhora Gertrudes Alves
Monteiro, pessoas fidedignas e depois de prestarem juramento,
declararam que Antônio, filho legitimo de Francisco Alves Moreira e de
D. Maria Benedita de Jesus, fora batizado na matriz desta paróchia de
Santo Antônio do Pinhal no ano de 1862 pelo reverendo vigário
Nicolao.
Sendo padrinhos Antônio Alves Cardoso, já falecido e a
declarante Gertrudes Alves Monteiro, como não se fez o lançamento do
dito assento no livro competente, por autorização de s. Exª senhor bispo
diocesano, concedido por despacho de 07 de fevereiro de 1885, tomei
por termos declaração acima referida para abrir o presente assento que
firmo. Vig. Joaquim Antônio Siqueira.”
Observação: o Sr. Manoel Ribeiro do Amaral, acima referido,
foi um dos integrantes da guarda de honra de D.Pedro I em 1822 e um
dos doadores de uma área de terras a Santo Antônio no ano de 1856.

Francisco
“Aos dez de junho de 1889 compareceram em minha presença
Manoel José da Cunha Brandão e José Maria Moreira, os quais depois
de prestarem juramento, declararam que Francisco, filho legitimo de
Joaquim Fernandes de Azevedo e de Cândida Christina da Cunha fora
batizado nesta matriz de Santo Antônio do Pinhal em 1862 ou 1863 e
que foram seus padrinhos Manoel Fernandes de Azevedo e Manoela da
Silva Franca. Fiz este assento por não achar livros de batismo daquelles
annos. Vig. Domingos Perrone”.
Os primeiros padres

Rev. padre José Tavares Coelho e Rocha, vigário encomendado em


30 de setembro de 1861
Rev. padre Joaquim Antonio de Siqueira 1863/1866
Rev. padre José da Silva Figueiredo Caramurú 1867
Rev. padre Francisco Antonio Marcondes em 1868/1873
Rev. padre José Benedito Marcondes Homen de Mello, vigário em
09 de setembro de 1872/1877
Rev. padre Francisco Cárdelli, vigário de 1880 até 1883
Rev. padre Conego Thomas de Affonseca e Silva- Tudo fez no
sentido de regularizar a escrituração nos livros, promoveu
melhoramentos na igreja que servia como matriz, devido a seu zelo
e esforço proporcionou uma melhora sensível na paróquia,1880 até
1883
Rev. padre Francisco Monteiro César, vigário em 1884
Rev. padre Felippe Gavetosa, vigário de 1885 até 1888
Rev. padre Domingos Perrone, vigário em 1888/1889
Rev. padre José Carnevale, vigário em 1894
Rev. padre André Bertone, vigário em 1895/1896
Rev. padre Domenico Antonio Sccacia, vigário em 1901/1902
Rev. padre Emílio Vigorita,vigário em 1904
Rev. padre Delfino Bonae, vigário em 1905 até 1907
Rev.padre Bernardo Chico 29/07/1916 (Livro tombo nº 12)
28/04/1917
Os padres

Padre Estevan Masl, tomou posse em 02/05/1917


Padre José Vita, em maio 1924 chegou em Santo Antonio do
Pinhal.
Padre José Francisco de Von Alzingen, 1933
Padre Pedro do Valle Monteiro,1934
Padre Plínio Gonçalves de Freitas, 1935 até 1942
Padre Nestor José de Azevedo, 1942/43
Padre Sebastião hugo Santana, , tomou posse em 31.10.1943 um
dos mais populares.
Padre Plínio,
Padre João José de Azevedo, 1956
Padre Américo, 1956
Padre Clair, 1959
Frei Mariano, 1960
Padre Joãozinho,1963
Padre Tabir,1973
Padre Luiz Mancilha,1980
Padre Donizete, 1982 até 1985
Padre Joaquim,1985 até 1990
Padre Pedro Alves dos Santos, tomou posse em 1991, permaneceu
até 2015.
Padre Edinho, padre João.
Padre Marcelo Sílvio Emídio, assumiu a paróquia em 01-02-2016
e permaneceu até 30-01-2020
Padre Luís Lobato dos Santos assumiu em 01-02- 2020.
Capitulo II: A construção da Matriz e a oficialização da
Paróquia

1- Construção da 2ª igreja e seus problemas

Pela provisão episcopal de 28 de abril 1917, foi nomeado vigário


da paróquia de Santo Antônio do Pinhal, o Rev. padre Estevam Masl, que
tomou posse no dia 2 de maio do mesmo ano e, tendo como testemunha
do ato os srs. Cândido Monteiro da Silva e Antônio Ribeiro Pimenta.
Em 8 de julho de 1917, foi aprovada a comissão nomeada para a
construção de uma nova matriz, pois a existente estava em estado
precário.
No início de 1918, houve uma nova provisão e o padre Estevam
Masl manteve-se no cargo de vigário desta paróquia. No cargo de
fabriqueiro, o sr. Cândido Monteiro da Silva e como sacristão Antônio
Ribeiro Pimenta.
Reza no livro tombo que a promessa de ajuda para a construção
da nova matriz não passou de meras palavras.
Em abril de 1918, iniciou-se a construção e neste ano não houve
festa pública para dar ao povo maior facilidade de ajudar na obra.
Em setembro do mesmo ano, a velha igreja já estava
desmanchada e o Santuario da nova estava coberto e assoalhado, mas, o
caixa já estava esgotado.
Escreve o pároco: “O Conselho não ajuda eficazmente. Os
interesses particulares parecem dominar”. E ainda: “A Sé está na mão
dos políticos e da politicagem”.
A partir deste fato, o vigário começa a ignorar o Conselho e
trabalhar de acordo com os membros e o povo da roça.
Os bairros do Sertãozinho, Capora, José da Rosa, Cassununga,
Moura, Lageado, Rio Preto mostraram-se muito dedicados.
Os bairros dos Mellos, Bixigento, Paiol Velho, Barreiro e Barra
do Rio Preto são mais ou menos indiferentes.
Por fim, os bairros da Fazenda do Pinhal, Pinhal e Barba de Bode
são nulos.
A Segunda Igreja em 1920

Segunda igreja 1922


Construção da 2ª igreja e seus problemas
Em outubro do mesmo ano, uma grande ventania ocorreu em
Santo Antonio do Pinhal e abalou os muros orientais da Igreja em
construção, que ficou oitenta centímetros fora do aprumo, mas as
ligações permitiram, depois de muito trabalho, recoloca-los em seu
devido lugar.
Em maio de 1919, o vigario nota a ineficácia do método de não
fazer festa para que o povo possa auxiliar na construção da nova matriz
e escreve: “O povo gosta de festas e tem sempre dinheiro para gastar e
sobrar nos divertimentos públicos. Não se devem suprimir as festas.”
Maiores problemas estavam por vir. Em julho do mesmo ano, a
igreja já estava coberta e o vigário emprestou oito contos de réis para
chega a este ponto da obra. A comissão já não ajudava mais. Os
operários deixaram o lugar e a freguesia de Santo Antonio parecia estar
deserta.
Segundo o padre, “Os que não quizeram e nem querem cumprir
com as suas promessas, criticam a igreja.” E desabafa: “O povo nota
que um tal inimigo declarado da igreja, de abastado e honrado, tornou-
se de repente pobre e desprezado”.
No mês de agosto de 1920, inicia-se a execução de abertura de
caminhos para dividir as terras da igreja em lotes com um traçado de
seis kilometros. A abertura tem por objetivo alugar os lotes para
interessados em residir na paróquia.
Ainda neste ano, os trabalhos na construção permanecem
parados e causando péssima impressão sobre as pessoas de fora que
vem ao distrito em busca de um lugar de saúde, considerado superior ao
de Campos do Jordão em vários pontos, tais como abundancia em água
mineral, principalmente para aquelas que padecem do fígado e
intestino; clima sempre igual; ventilação ligeira e constante que
purifica sempre o ar; ausência de neblina e céu sempre puro.
Do outro lado das qualidades do distrito, a igreja enfrenta
dificuldades com o aforeamentos, cujos foreiros costumavam a pagar
sempre atrasado, de dois em dois anos. Ou seja, entra sem pagar e
depois de dois anos, retira-se sem pagar.
A conseqüência é inevitável, o vigário ficou responsável pelos
oito contos emprestados para a construção da igreja e garantidos pelas
promessas particulares das famílias pinhalenses.
Construção da 2ª igreja e seus problemas

A autoridade Diocesana não quis reconhecer a divida da igreja,


também as famílias não cumpriram com as suas promessas. O vigário
por sua vez, não tinha dinheiro e rogou para Deus pagar (livro tombo 1,
pag. 22).
Um ano depois, em 20 de agosto de 1921, Dr. Fortunato,
secretário do Estado, combina com o vigário os meios de estabelecer um
sanatório em Santo Antonio. O governo projeta a compra de todos os
terrenos compreendidos entre o alto da Serra e Santo Antonio. Seria a
salvação da igreja, que finalmente teria meios de reorganizar a Paróquia
com escolas católicas nos principais bairros e terminaria a Matriz.
Nos anos seguintes, a missa continuava a ser campal, ou seja,
em frente da construção da matriz.
Fato marcante foi o reinicio dos trabalhos para dividir o
patrimônio em lotes para construção de casas. Os aforamentos, na maior
parte eram escolhidos na cidade de São Paulo pelo D. Eugenio de
Toledo.
Tem noticia que o Sr. Angelo Granato foi desapropriado do seu
aforamento por causa de utilidade e necessidade da igreja. Por seu turno,
este rejeita sair do local e invoca motivos sem valor e recusa de
submeter-se a queixas do bispado, recorrendo ao Juiz de Direito da
Comarca de São bento do Sapucaí.
Em julho de 1923, o governo do Estado de São Paulo aceita
fazer um caminho para automóvel do alto da Serra à Santo Antonio. A
divisão do Patrimônio em lotes foi sem duvidas, a causa determinante
para abertura da estrada e que traria desenvolvimento à paróquia.
Enquanto isto, a Comissão nomeada para os trabalhos da igreja
não produz efeito e a Matriz que se encontra abandonada, vai se
deteriorando e não recebe nenhum concerto.
Perto da construção, os trabalhos para abertura das ruas já estava
bem adiantado e o terceiro quilometro era entregue. Apresentavam-se
como foreiros vários senadores, deputados e capitalistas de São Paulo.
Antes de finalizar o ano, acaba o sexto quilometro de rua no
patrimônio. O Sr. Angelo Granato continua a oposição, quer aos
trabalhos das ruas como também da igreja e influencia de sobremaneira
a Comissão que fica não somente inútil como nociva, pois neste
momento, a construção já estava minada pelas águas.
Construção da 2ª igreja e seus problemas

Depois de ser muito criticado, o vigário Padre Estevan Masl fica


desanimado e pensa em deixar a paróquia, mas os foreiros de São Paulo
pedem-lhe a continuação de seus serviços que, por Deus e por eles
somente, aceita a permanecer trabalhando em Santo Antonio do Pinhal.
A torre da igreja, minada pelas águas do telhado durante cinco
anos, caiu durante a noite chuvosa do dia 19 de abril de 1924.
Em maio do mesmo ano, foi constituído uma nova Comissão
para a reconstrução da Igreja e foi eleito como presidente desta
Comissão, o Padre José Vitta.

PADRE JOSÉ VITA O GRANDE BENFEITOR


Nessa foto de 1924, 2ª igreja antes da queda da torre, estão presentes, da esquerda
para direita: Nicolino Granato, padre Vita, Paulino Granato, Mariquinha e Cotinha
irmãs do padre, José Lourenço de Castro, Luiz Granato e o menino desconhecido
Padre José Vitta
O grande benfeitor

O Padre José Vitta nasceu em 23 de março de 1895, em Sapucaí


Mirim, antes conhecida como Santana do Sapucaí Mirim, cidade
mineira, foi batizado em São Bento do Sapucaí, cidade paulista mais
próxima.Viveu sua infância na fazenda de seu pai, Donato Vitta e com
sua mãe Maria Leopoldina Ferreira, em 1909, ingressou no seminário
menor de Pirapora de onde transferiu-se para o de Taubaté em 20 de
fevereiro de 1911.
A investidura da batina teve lugar em 17 de fevereiro de 1915
quando D. Epaminondas Nunes de Avila e Silva conferiu-lhe as quatro
ordens menores em 19 de setembro de 1917. Quando esteve para morrer,
por doença cardíaca, já desenganado, Dom Epaminondas conferiu-lhe a
ordem do subdiaconato em 16 de março de 1918, e no dia seguinte a
ordem do diaconato, não morreu, Deus lhe reservara uma missão.
Passava as férias na fazenda de seu pai, e de lá andava a cavalo
nove quilômetros até a paróquia de São Bento do Sapucaí.
Numa dessas andanças encontrou um menino pobre que insistia
em ser padre, mas não tinha recursos, ao que padre Vitta conseguiu do
bispo diocesano autorização para que ele não pagasse as anuidades. Esse
menino pobre teve aulas para os vestibulares do seminário em Taubaté,
seu professor foi Plínio Salgado, o grande escritor e político católico, de
São Bento do Sapucaí.
O jovem conseguiu ser aprovado e ingressou no seminário, de
onde saiu para ser o maior orador sacro brasileiro: D. Antonio de
Almeida Moraes Junior, quem vai pela variante do bairro José da Rosa
em direção a Sapucaí Mirim, em estrada de terra depois de atravessar
uma ponte de concreto na divisa de estado encontrava à direita, uma
tosca moradia, com os dizeres: "aqui nasceu D. Antonio de Moraes,
arcebispo de niterói."
Pe. Vita foi ordenado em 20 de abril de 1919, em solenidade
presidida pelo núncio apostólico para o Brasil, D. Angelo Giacinto
Scapardini, uma vez que Dom Epaminondas encontrava-se enfermo.
Sua primeira designação foi para lecionar no antigo colégio São
Miguel em Jacareí, no ano de 1920, no início de 1922 foi nomeado
vigário cooperador de Caçapava, dali se transferindo para Lambari em
Minas Gerais.
Padre José Vitta
O grande benfeitor

Em maio de 1924 sofreu uma hemoptise e retornou à


fazenda de seu pai, onde foi recebido por sua madrasta, Angelina;
recuperando-se, dirigeu-se a Pindamonhangaba, na casa de sua
irmã, Tereza Granato, passando a prestar serviços ao pároco João
José de Azevedo.
Dom Epaminondas designou-o para prestar serviços em
Santo Antônio do Pinhal, onde, com a ajuda do povo construiu a
igreja matriz entre os anos de 1925 e 1929 quando foi inaugurada.
Nessa época, as obras da E.F. Campos do Jordão já
chegavam até a estação de Eugênio Lefevre, a poucos quilômetros
de Sto. Antônio do Pinhal.
Em 1926, guiado pela providência, comprou uma casa em
vila Abernéssia, onde passou a morar com suas duas irmãs
solteiras, Mariquinha e Cotinha aí iniciou a sua grande obra, no
dia 7 de setembro de 1954, foi agraciado por decreto do papa Pio
XII, com o honroso título de Monsenhor Camareiro Secreto de S.
Santidade, presente o governador lucas Garcez e em 30 de abril de
1959, com o título de cidadão honorário de Campos do Jordão.
Faleceu em Campos do Jordão, no dia 13 de dezembro de
1972, às 23:45 horas, assistido por suas irmãs, chefiadas por Odete
Freire e pelos seus médicos e amigos, drs. Franklin A. Bueno Maia
e Alfonso Chung Zumaeta.
Em sua homenagem póstuma, na
cidade de Campos do Jordão a via de
acesso ao sanatório São Vicente de
Paulo, passou a ser denominada de "Rua
Monsenhor José Vitta" e bem acima a
escola de 1.° grau de Vila Abernéssia.

“Apagara-se uma luz na terra e


começou a brilhar mais uma estrela no
céu”.
1- Construção da 3ª e ultima Igreja

Dom Epaminondas, Bispo de Taubaté, publica uma


portaria no dia 18 de julho de 1924 em que narra a urgente
necessidade em dotar uma igreja na freguesia de Santo Antonio do
Pinhal e que atendendo aos poucos recursos da população somente
poderia atender este fim, centralizando todos os meios nas mãos da
Comissão Executora das obras por eles nomeados. Também
suprimiu temporariamente o Conselho da Fabrica, passando todas
as atribuições que lhes correspondiam pelo regulamento à
Comissão Executora.
Em 1924, passou a ser construída uma nova Matriz. Tendo
caído grande parte da igreja feita pelo então vigário, padre
Estevam Masl, o Exmo. sr. bispo ordenou que fosse demolido o
que ainda restava da Matriz para dar início a uma nova obra, mais
sólida e dirigida por um técnico.
Mandou o arquiteto Francisco d'Arace executar uma planta
de 10 x 18,50 m e contratou o mesmo para dirigir a obra, foi feita
uma grande festa para a colocação da 1ª pedra.
A obra da terceira e atual matriz teve inicio no dia no mês
de maio de 1924. Em 12 de fevereiro de 1925, toma posse desta
Paróquia o Padre Francisco Luis dos Passos que deveria auxiliar o
Padre Estevan Masl que já se encontrava bem idoso.
Para financiar a obra, o Bispo de Taubaté concedeu o
primeiro alvará para que o Padre José Vitta pudesse vender a quem
mais desse, cinco ou seis alqueires de terras do patrimônio da
paróquia, empregando o produto da venda, isto é, oito ou dez
contos nas obras da matriz, o alvará foi liberado em 30 de março de
1925.
Em artigo no periódico O Pinhalense de 15 de maio de
1925, o padre José Vitta, encarregado, coloca a venda alguns lotes
de terras da capela para angariar fundos, conforme alvará
concedido:
Aviso aos foreiros de Santo Antônio do Pinhal

Sendo impossível pela grande falta de recurso,


prosseguirem os trabalhos da nova matriz em construcção, o
Exmo. sr. Bispo autorizou-me a vender uma parte dos terrenos do
patrimônio e empregar o producto em beneficio das obras da
matriz.como os terrenos estão todos aforados, venho communicar
aos illustres foreiros a nova resolução e que os terrenos de hoje em
diante serão vendidos a quem mais vantagem offerecer.
Os foreiros têm uma certa preferência na compra. Porem,
uma vez que não queiram comprar e nem desistir para que se
possam vender a outros, dar-se-á a desapropriação, conforme o
regulamento da fabrica que diz.. “ficando a fabrica desta egreja
com pleno direito ao domínio directo e desapropriação do mesmo
terreno no caso de necessidade ou utilidade da egreja, com direito
as indenizações das benfeitorias existentes”.
O encarregado – pe. José Vitta

Com esta iniciativa tomada pelo padre José Vitta, o centro


de Santo Antônio passava das mãos do santo, representada pela
igreja, para particulares, principalmente os foreiros.

Foreiro segundo Aurélio Buarque de Hollanda é: quem


paga foro; aquele que tem domínio útil de um prédio, por contrato.

Naquela época, sendo a Igreja possuidora das terras


recebida por doação e com os povoados que cresciam ao redor da
capela, esta cedia parte de seu domínio a particulares que pagavam
um tributo para a sua utilização.
Este domínio poderia ser transmitido por herança, mas sem
a documentação necessária, pois a propriedade continuaria sendo
da Igreja. E, sendo a paróquia de Santo Antônio pobre e não
podendo contar com o pagamento regular dos foros e muito menos
com grandes doações para a construção da nova matriz, algumas
pessoas tomaram a iniciativa para a compra do respectivo terreno.
A nova matriz de Santo Antônio do Pinhal, Artigo do Organ
Independente O Pinhalense em 15 de maio de 1925 “Grande tem
sido a luta sustentada pelos encarregados da construção da nova
matriz. Dificuldades de toda espécie, mil obstáculos se tem
apresentado, mas, até o presente, por uma graça do céu, não foi
necessário parar, apesar de o serviço ser tratado com grande
morosidade, pela grande falta de recursos.
A nova matriz a esta hora já poderia estar coberta e por
conseguinte servindo, se não fosse o grande e condenável
indiferentismo da maior parte da população desta paróquia e
principalmente dos habitantes da sede, com honrosas exceções.
A princípio, era voz unânime que todos estavam prontos
para concorrer na medida de suas posses, para a realização do
ideal: a construção de nossa igreja; mas, infelizmente tal não
sucedeu, como todos tiveram ocasião para presenciar, não
sabemos qual o motivo; o lugar estava há cinco anos desprovido de
igreja, assim nos expressamos, porque a que existia não preenchia
as condições exigidas ou necessárias para um templo; o povo não
cessava de reclamar, pedindo a construção de uma nova igreja,
esse, diziam todos, era o veemente desejo dos habitantes desta
paróquia.
Que contraste! A princípio, desconfiados, queriam ver o
inicio da obra; vieram-no, depois muitas outras desculpas, sem
razão de ser, e afinal, parece que estão resolvidos a não contribuir
com o que prometeram. Uma ingratidão para com a Igreja e uma
nódoa na consciência daqueles que assim procedem! negar uma
esmola prometida, para a construção de uma igreja é, sem dúvida,
uma falta grave perante Deus! Os encarregados, com grandes
trabalho, só conseguiram arrecadar a importância de 21.807$900,
sendo que até a época presente as despesas são superiores a
arrecadação. Essa arrecadação foi feita durante o largo prazo de um
ano e daqui em diante há pouca esperança se o povo não mudar de
orientação.
Há ainda 15 contos prometidos, mas pensamos que ficam
só em promessas... E como tal não podemos contar com eles.
Estamos na triste e dolorosa contingência de ser preciso parar o
serviço, há duas semanas, que a caixa esta desprovida
do necessário para o pagamento e assim continuando, os
encarregados outra coisa não podem fazer senão suspender o
serviço por algum tempo.
Que Deus não permita tal coisa, porque seria talvez um
fracasso! só faltam dez a 12 contos, para pôr a igreja em condição
de ser utilizada. A quantia é pequena; não haverá nesta terra a
possibilidade de arranjar a importância mencionada?
Apelamos para os filhos deste lugar, que eles nos
respondam! apelamos para o nobre sentimento deste povo! Unidos
todos pelo sentimento de patriotismo, poderão, se quiserem,
arranjar muito mais. Por isso, os encarregados da árdua tarefa
esperam e contam com a máxima boa vontade de todos”.
Outros alvarás foram concedidos dando licença para o Padre José
Vitta vender a quem mais der os terrenos que ainda possui a
referida paróquia, e do produto reservar seis contos de reis para a
conclusão das obras da matriz, que foi mais tarde revogado. O
restante deveria ser recolhido à Cúria Diocesana a fim de se
converter em títulos de renda para a Paróquia, conforme
determinava a Santa Sé. Foram seus dedicados auxiliares os
irmãos Paulino Granato e Nicolino Granato a quém o padre deixou
no livro tombo seus sinceros agradecimentos.
Lembrança das Missões
A venda dos terrenos em muito
auxiliou na construção. Até aquela
data, já tinha entrado mais de oito
contos de reis e sem aquela
importância, não teria sido
inaugurada.
Na visita Diocesana nesta
Paróquia, o visitador que ficou
hospedado na casa do padre Estevam
Masl, isto em 29 de junho de 1928,
escreve que: “A matriz continua em
obras sob a direção do Rev. Padre José
Vitta, fabriqeiro da Matriz, embora
residente nos Campos do Jordão.
O que está feito é uma prova
evidente de quanto aquele operoso,
apesar de doente, tem feito em
beneficio desta paróquia”
Alguns meses depois, faleceu Padre Estevan Masl, em 12
de setembro de 1929, no hospital da cidade de Taubaté. Com a
morte do vigário, foi provido no cargo de vigário ecônomo da
Paróquia até 31 de dezembro de 1930, o Padre José Vitta que
acumulava o trabalho de fabriqueiro nesta matriz e vigário em
Campos do Jordão.
A duvida ficou na questão dos aforamentos dos terrenos,
quando Padre José Vita assumiu os bens da Paróquia, encontrou
na localidade mais de sessenta foreiros e quase todos da cidade de
São Paulo.
Depois de obter licença para vender os terrenos, foi escrito
uma carta a todos os foreiros, dando-lhes preferência na alienação
por escritura definitiva. Quase todos se recusaram a comprar os
terrenos aforados.
Padre José Vita consultou alguns juristas e estes chegaram
a conclusão de que todos os aforamentos feitos pelo Padre
Estevam Masl eram nulos por não ter tido concorrência e edital,
condições indispensáveis para a legitimidade de aforeamento.
Além disto, todos os foreiros tinham deixado passar três
anos sem pagamento do foro anual, perdendo portando todo e
qualquer direito sobre as terras.
No dia 14 de abril de 1929 a matriz foi inaugurada e
entregue ao culto público, por ocasião da inauguração estavam na
Paróquia e pregavam as Santas Missões os Reverendos Padres
Redentoristas tendo como fim um resultado espiritual bastante
consolador.
Revolução Constitucionalista de 1932
Material histórico encontrado no livro Tombo n° 2 da Casa Paroquial de
Santo Antônio do Pinhal e depoimentos de pessoas que viveram na época da
revolução de 1932.

Inicia-se na Capital de nosso Estado de São Paulo, com


ramificação em todo o território do Estado, tremenda
movimentação revolucionaria, secundado pelo Estado do Mato
Grosso. Cento e muitos mil homens em armas querem impor o
regime da Lei ao Ditador Getulio Vargas, obrigando-o a dar
Constituição imediata a nação e demitir-se da cadeira ditatorial.
O povo de Santo Antonio do Pinhal, em grande maioria
fazendeiros ou herdeiros de terras nas zonas rurais do município,
com a noticia da revolução empreitada pelos paulistas, migraram,
a principio, para o mais junto de suas matas e voltando, depois de
um mês a suas moradias no pequeno centro urbano e com menos
temor da dita revolução.
Ficando na cidade, somente Braz Oliva, homem culto,
proprietário de uma sapataria. Tal medida de permanecer tinha sua
importância. Primeira por que sua Mãe estava muito doente e com
problemas de locomoção, em sua residência no centro da Vila,
funcionava a única linha telefônica e seria de grande utilidade ao
serviço da revolução.
Vizinho territorial do Estado e Minas Gerais, Santo
Antônio do Pinhal viu suas casas, as suas estradas, as cristas de
seus morros, povoadas pelos soldados da Lei. Ficavam em
sentinela (estado de vigia e prontidão) contra a possível invasão
mineira pelo seu território.
Pela força revolucionaria, foi pedido que regalassem
auxilio a causa do Estado e assim, de todas as fazendas foram
doadas rezes à alimentação dos soldados. A estrada de rodagem,
que na época era de péssimo estado que ligava esta Vila a cidade de
Pindamonhangaba através da garganta da Serra da Mantiqueira,
teve uma participação integral dos homens pinhalense, num
auxilio considerável aos soldados paulistas para a comunicação
com a Estrada de Ferro Central do Brasil. Cerca de seiscentos
homens se prestaram ao serviço da dita estrada.
Em 19 de agosto de 1932, encontrava-se nesta Paróquia o
Padre João José de Azevedo, que pregou diariamente, sobretudo,
aos soldados paulistas que em numero de quatrocentos homens no
município, guardavam as fronteiras de nosso Estado de São Paulo.
Muitos eram os soldados e oficiais que assistiam diariamente ao
Santo sacrificio da missa e ouviam a palavra de Deus naquele
momento de tensão provocada pela revolução. A casa Paroquial foi
requisitada pelas forças e entregue a intendência das tropas.
Em outubro de 1931, com a traição sórdida de elementos
oficiais da força pública paulista, chefiada pelo seu comandante
geral Cel. Herculano de Carvalho, novo Calabar paulista, os
exércitos ditatoriais, composto de po1iciais e forças federais de
todos os Estados da União, conseguiram romper as linhas
paulistas, vencendo em todos os setores as tropas que queriam o
regime da Lei e uma Constituição na Republica.
Conseqüentemente, retirava-se desta Vila de Santo
Antonio do Pinhal, os soldados que aqui se achavam acantonados
por alguns meses, tempo suficiente para cunhar laços de amizades,
relegar apelidos e deixar suas marcas de trincheiras encravadas em
terras pinhalense, mas não sem antes de ter experimentado cerrado
fogo das tropas mineiras por trinta e quatro horas ininterruptas, isto
dentro do município vizinho de São Bento do Sapucaí.
A Vila foi evacuada, o quartel general localizado na Casa
Paroquial, sem que, houvesse ficado no mesmo dano de grande
porte, a não ser a falta de higiene que a deixaram, também foram
arrombadas todas as portas e janelas. Por fim, foram gastas ou
consumidas as varas das cercas da mesma.
O movimento Constitucionalista do Estado de São Paulo
estacionou por quase três meses em nossa Vila de Santo Antonio do
Pinhal.
Cerca de trezentos homens do Batalhão Piratininga,
constituído da elite da mocidade estudantina e independente do
Estado, ou seja, voluntários que lutavam em pró ao movimento
revolucionário, por serem estudantes, pertenciam às famílias de
classe média e rica do Estado, receberam a alcunha de "Batalhão
Pó de Arroz".
O relógio da matriz
Foi adquirido por ocasião da festa de Santo Antonio, graças
a boa vontade do católico e progressista povo pinhalense, um
magnífico e suntuoso relógio.
Foi inaugurado no dia 13 de junho de 1945, com as bênçãos
do Exmo Rev. Dom Francisco Borgia do Amaral e a benção
significativa do ato, pelo ilustre prelado bispo desta diocese, findo
o ato, foi tocado pela banda local o Hino Nacional

Procissão religiosa década de 1940


A imagem do Santo Antônio
O ilustre Dr. Carlos de Aguiar, da cidade de São Paulo que
esteve em Santo Antônio, assistindo um certo domingo a missa e
notando a desproporção entre a pequena imagem do padroeiro e a
respectiva igreja em construção e altar mor, prometeu
espontaneamente a paróquia, uma imagem de Santo Antônio de
cento e oitenta centímetros, ou seja, um metro e oitenta de altura,
tamanho normal de uma pessoa.
Dr. Carlos Aguiar cumpriu a promessa aos dezoito dias do
mês de dezembro de 1932, quando fez chegar nesta Vila à referida
imagem que foi benta pelo vigário canônico diante de fiéis que
encheram a Igreja.
As irmandades da Paróquia Santo Antônio

Irmandade dos Vicentinos, fundada 27/09/1914


Presidente Jose David de Faria
Irmandade da Congregação Mariana, fundada 08/12/1919
Presidente Jose Olegário Cezar e Silva
Irmandade do Santíssimo Sacramento, fundada 01 /05 1920
Presidente Salvador dos Santos e Geraldo Fernandes
Apostolado da oração, fundada 12/06/1921
Presidente Gonsalina dos Santos
Irmandade São Benedito, fundada 13/04/1974
Presidente Terezinha Marcelina do Espírito Santo
Irmandade da Legião de Maria, fundada 08/04/1994
Presidente Benedita Messias
Casa paroquial

Com o falecimento do bom Padre Estevam Masl, vigário da


Paróquia, deixou este a diocese, um terreno e casa. Achando-se a mesma
em péssimo estado de conservação, foi com a devida licença da
autoridade diocesana vendida e a importância empregada na construção
da matriz.
Hoje, funciona a casa Paroquial em uma boa casa, de oito (8)
quartos, ótimo terreno, mais perto da matriz, também ligado a paróquia
do mesmo padre Estevam Masl que a construiu. Foi melhorada,
acrescentando, com auxilio colhido a esmo, comedor, serviços
sanitários, tendo mandado cercar o terreno para o quintal e feito concerto
no telhado, forro e assoalho. Existia na casa paroquial antiga, apenas uma
mesa de jantar tosca, uma cama velha e cobertor, uma cama de arame,
uma mesa velha e estante tosca.
Consegui acrescentar à casa paroquial com auxilio de bons
amigos, filhos de Santo Antonio residentes em Pindamonhangaba, tudo o
que precisava a dita casa paroquial, para asilo cômodo e decente de um
vigário. Assim é que adquiri para ela o seguinte: 4 camas e respectivos
colchões, sendo uma nova “patente”, 1 de madeira e duas de arame; 1
escrivaninha nova, 1 guarda comida, 12 pratos fundos e rasos, 12 talheres
de cada espécie, 6 toalhas de mesa, idem guardanapos, utensílios de
cozinha, um grupo de mobília de vime, com 4 cadeiras, 1 de balanço,
sofá, 1 mesa de centro, 6 cadeiras de madeira para a sala de jantar.
Ofereceram ainda a casa paroquial alguns quadros, uma nossa senhora da
Aparecida, bules, bacias, jarros, etc, etc.
Em 1944, foi inaugurado um pequeno salão Paroquial, ao lado da
casa Paroquial, para as associações religiosas utilizarem para reuniões e
lazer.
Recentemente, com o Padre Pedro, conhecido carinhosamente
pelo nome de Padre Pedrinho, decano da Matriz, reformou por completo
a antiga casa paroquial, em seu lugar, erigiu um sobrado de grande porte
para receber padres visitantes.
A antiga casa paroquial e a nova, o sonho
realizado com os esforços do bravos pinhalenses e o
incansável padre Pedrinho.
As Capelas da Paróquia Santo Antonio

Capela São Benedito Bairro: Centro.


Doador do terreno: José e sua esposa 1947. Fundador - Pe.
Hugo S. Santana, dia e hora de Missa: 1ª quinta-feira às 07h,
festa anual 3º domingo de Abril.
Capela São Sebastião Bairro: Joaquim Alves.
Doador do terreno: Joaquim Alves e Maria F. Alves com oferta
por uma graça alcançada em 1975, dia e hora de Missa: Missas
alternadas conforme planejamento do ano.
Capela São Francisco das Chagas Bairro: Fazendinha
Doador do terreno: Benedito Monteiro, 1971, dia e hora de
Missa: 3ª sexta-feira às 19h, festa anual mês de Outubro.
Capela São Pedro Bairro: Santa Cruz
Doador do terreno: Otávio Leite, 1989, dia e hora de Missa: 4ª
terça-feira às 19h, festa anual 3º Domingo de Julho.
Capela Santa Cruz (Marieta) Bairro: Santa Cruz.
Doador do terreno: Adriano Messias de Souza, 1930, dia e hora
de Missa: Missas alternadas conforme planejamento do ano.
Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Bairro: Lajeado.
Doador do terreno: Milton Pedro Lopes, fundador Antônio José
Ramos 1925, dia e hora de Missa: 3ª terça-feira às 19h festa
anual Setembro.
Capela Nossa Senhora do Desterro Bairro: Congo
Doador do terreno: Antônio José Ramos, 1953, dia e hora de
Missa: 2ª segunda-feira às 19:30h, festa anual Fevereiro.
Capela São José Bairro: José da Rosa
Doador do terreno: José Maria, 1987, dia e hora de Missa: Aos
domingos 16:30h e 1ª sexta-feira 19h, festa anual Maio.
Capela Santos Reis Bairro: Paiol Velho
Doador do terreno: José Francisco da Silva, 1978, dia e hora de
Missa: 1ª quinta-feira às 19h, festa anual Janeiro.
Capela São Miguel Bairro: Mouras
Doador do terreno: José Batista, 1900, dia e hora de Missa:
Missas alternadas conforme planejamento do ano.
Capela Sagrado Coração de Maria Bairro: Cassununga.
Doador do terreno: Noel Alcides dos Santos, 1950. Fundador
Nicolau Emiliano., dia e hora de Missa: 1º domingo 15h, festa
anual Maio.
Capela Nossa Senhora Aparecida Bairro: Fazenda Velha.
Doador do terreno: Miguel Cardoso da Costa, 1940, dia e hora
de Missa: 2ª quinta-feira às 19h, festa anual Novembro.
Capela São José Bairro: Pinhalzinho.
Doador do terreno: Sebastião Laércio da Mota, 1991, dia e hora
de Missa: 2ª sexta-feira às 19h, festa anual Março.
Capela São Benedito do Trevo Bairro: Rio Preto
Doador do terreno: Plínio Claudino Barbosa, 1960, dia e hora de
Missa: Missas alternadas conforme planejamento do ano, festa
anual Setembro.
Capela Santa Luzia Bairro: Rio Preto.
Doador do terreno: José Inácio, 1975, dia e hora de Missa: 3º
domingo às 15h, festa anula Dezembro.
Capela São João Bairro: Reno
Doador do terreno: Sebastião Reno Sobrinho, 1979. Fundador
José Rubens de Freitas 1961, dia e hora de Missa: 2º domingo ás
15h, festa anual Junho.
Capela Bom Jesus Bairro: Rio Preto.
Doador do terreno: Nélson Monteiro da Silva, 1928. Fundador
José Monteiro, dia e hora de Missa: Ultima sexta-feira às 19h,
festa anual Agosto.
As mais importantes capelas:
Os caminhos eram dois que vinham de Minas sentido vale
do Paraíba; o primeiro vindo pelo lado de Sapucaímirim-MG,
Guarda Velha do Rio Preto, Morro Grande onde existe a Capela de
nossa Senhora de Aparecida, seguia reto morro acima pelo que
pertencia a Fazenda Velha saindo no Machadinho onde encontrava
o caminho que vinha pelos Teodoros.
Não possuímos documentos que comprovem a data de
construção das capelas, pois ficavam em propriedades
particulares, porém pela arquitetura e sabedores da existência do
caminho, acreditamos ser possivelmente da década de 1880 a
1900.

capela do Morro grande


O segundo: vindo por São Bento do Sapucaí- Baú- Guarda
Velha via Jangada, Zé da Rosa entrava à esquerda passava pela
capela São de José seguia em direção ao Lajeado passando em
frente a Capela que hoje conhecemos como São Judas Tadeu,
entrava no caminho dos “Cambraia”- St.Cruz ( antigo sítio Barba
de Bode) e chegava no centro da vila; o outro à direita pelo terreno
dos “Teodoro” passava em frente a Capela de São Miguel, unia-se
depois com o primeiro caminho e seguia em direção ao distrito de
Santo Antônio do Pinhal.

capela de São José


Fato muito interessante, a de São Judas Tadeu, por muito
tempo ficou conhecida como Bixiguento, capela do Bixiguento no
local de mesmo nome. O local serviu de cemitério para os falecidos
da doença. Por volta de 1890 diversas famílias foram
contaminadas pela varíola (também conhecida como bexiga é
uma doença infecto-contagiosa). É causada por um
Orthopoxvirus, um dos maiores vírus que infectam seres humanos,
com cerca de 300 nanômetros de diâmetro, o que é suficientemente
grande para ser visto como um ponto ao microscópio óptico.
Mais que a peste negra, tuberculose ou mesmo a AIDS, a
varíola afetou a humanidade de forma significativa, por mais de
10000 anos. Múmias, como a de Ramsés V, que data o período de
1157 a.c, apresentam sinais típicos da varíola - esta que é tida como
a principal causa de mortes em nosso país, desde o seu
descobrimento.

capela de São Judas Tadeu


Desconhecidos até pouco tempo atrás, pouco se sabia
quanto à transmissão de doenças causadas por vírus.
No caso da varíola, esta se dá pelo contato com pessoas
doentes ou objetos que entraram em contato com a saliva ou
secreções destes indivíduos.
Penetrando no corpo, o patógeno se espalha pela corrente
sanguínea e se instala, principalmente, na região cutânea,
provocando febre alta, mal estar, dores no corpo e problemas
gástricos. Logo depois destas manifestações surgem, em todo o
corpo, numerosas protuberâncias cheias de pus, que dificilmente
cessam sem deixar cicatrizes, e conferem coceira intensa e dor.
O risco de cegueira pelo acometimento da córnea, e morte
por broncopneumonia ou doenças oportunistas, já que tais
manifestações comprometem o sistema imunitário, são riscos que
o indivíduo infectado está sujeito.
Na capela de São Miguel, possivelmente de 1880, também
serviu como cemitério e esta no caminho dos “Teodoro” e vai
encontrar-se com o caminho do Morro Grande.
capela de São Miguel
Igreja de São Benedito

Costrução da igreja de São Benedito- no dia 21 de março de


1947, domingo de ramos, foi dada a benção solene da 1ª pedra da
Igreja de São Benedito nesta paróquia por delegação especial do
Exmo. Sr. Bispo.
Com grande alegria para nossos corações, foi a recepção da
belíssima e artística imagem de São Benedito, modelo único em
todo este norte, mede 1,60m (um metro e sessenta de altura),
carregada em triunfo pelos futuros irmãos de tão glorioso santo até
a sua igreja, no dia 28 de março.
Tomaram tropas de São Benedito (Capa sem mangas,
usado em atos solenes pelos irmãos de confraria religiosas)
cinqüenta irmãos, numero este dos fundadores da mesma,
obrigando aos deveres estritamente essenciais, isto é, confissão
anual, comunhão pascoal e assistência às missas nos domingos e
dias santos.
Realizou-se a empolgante manifestação da fé, no dia 29
deste mês em que os cinqüentas irmãos saíram na piedosa
procissão. Este dia inobidavél para todos os pinhalenses foi a que
se celebrou a primeira missa na nova capela, com grande
assistência. A missa foi cantada pelo Padre Sebastião Hugo
Santana, vigário desta paróquia. Á entrada da deslumbrante
procissão houve o panegírico do generoso e querido santo.
A inauguração da igreja São Benedito foi com grande festa
no ano de 1948.
Igreja de S. Benedito 1948
Igreja de S. Benedito 2010
Reação Católica
Retirado do livro tombo da igreja

Em janeiro de 1953, os espíritas do Vale do Paraíba,


chefiados pelos de Campos do Jordão, planejaram realizar em
Santo Antonio do Pinhal uma concentração.
Os católicos da paróquia chefiados pelo vigário ,
organizaram uma semana de Nossa Senhora de Fátima, com
meditação, pregada pela manhã, celebração de Santa Missa e reza
a noite, ou recitação do santo Terço, pregação e benção do
santíssimo sacramento.
No dia da concentração espírita, houve missa ou
comunhão geral, na mesma hora da concentração, realizou-se uma
procissão colossal de Nossa Senhora de Fátima até o local onde os
espíritas se concentravam.
Calcula-se em mais de duas mil pessoas católicas na
procissão, dirige a procissão o Vigário e diante dos três ou quatro
caminhões de espíritas, no Largo de São Benedito, o Exmo. Sr.
Monsenhor João José de Azevedo, pároco de Pindamonhangaba
dirigiu a sua palavra a grande multidão de católicos e também aos
espíritas.
Falou sobre Nossa Senhora de Fátima e explicou também,
claramente, abertamente, o que é o espiritismo. Essa heresia
terrível, que arrasta aos manicômios e depois ao inferno, milhares
e milhares de pessoas.
Contou fatos acontecidos em Pindamonhangaba que
provam perfeitamente a força do espiritismo. Depois, entre vivas e
aclamações a Nosso Senhor, a nossa senhora, a igreja, ao Papa,
terminou aquela grande reação católica contra os espíritas na
paróquia.
O importante foi o seguinte, enquanto o Monsenhor
Azevedo falava, os espíritas e seus caminhões fizeram meia volta e
se escafederam, sem se atreverem a fazer sua concentração.
Capitulo III – A Paróquia Emancipada
Retirado do livro tombo da igreja

1- Emancipação Política em 1960


Em campanhas eleitorais para o pleito municipal de São
Bento do Sapucaí em 04 de outubro de 1959, um dos candidatos a
prefeito de lá, Sr. Benedito Gomes de Souza, conseguiu do prefeito
em exercício Sebastião Mendes, a vinda para este distrito de 1500
metros de canos de ferro de 2,5 polegadas, para a rede de água
local, sem, porém, cuidar das verbas para a utilização deste
material, que ficou empilhado na praça da matriz.
Eleito tal candidato, ordenou a retirada destes mesmos
canos para São Bento, em vésperas da decisão do supremo tribunal
federal sobre o mandato de segurança impetrado por São Bento
contra o ato da assembléia legislativa do estado e do executivo
paulista, elaborando e promulgando a lei que concedia ao distrito
de Santo Antônio do Pinhal sua desejada autonomia, desfazendo-
se de São Bento do Sapucaí.
Vendo, os pinhalenses, no ato administrativo dos
Sãobentistas um abuso de poder e uma descortesia para com
aqueles que o elegeram.. “o amigo do velho distrito”, a população
pinhalense, empenhou-se em impedir a execução da ordem
municipal da retirada dos canos.
Quatro policiais vindos de São Bento sem as devidas
autorizações, como consta nos arquivos municipais de São Bento,
mostraram-se, no final, sensatos, não empregando violência contra
a população indignada.
Emancipação Política em 1960

Com receio, porém, de incursões desordeiras dos


Sãobentistas, a noite do dia 24 de janeiro, num domingo, depois da
proibição do vigário cooperador, Padre Mario Donati, cerca de
300 homens que vigiavam os canos, removeram-nos para o
interior da matriz e a sacristia, comunicando o fato consumado ao
vigário ecônomo, Monsenhor João José de Azevedo, que
aquiesceu com a medida, realmente pacificadora, pois os
sãobentistas, cientes da mesma, detiveram-se de qualquer
turbulência contra os pinhalenses.
No dia 26, terça feira, o Supremo Tribunal Federal
rejeitou, por unanimidade de votos, a procedência do mandato de
segurança impetrado por São Bento, concedendo com isso, de
pleno direito, a emancipação de Santo Antônio do Pinhal.
A população aguardava esse acontecimento histórico e a
notícia espalhou-se rapidamente por todos os bairros. A partir daí
foi como se ocorrera um levante: braços fortes largaram as
enxadas, as tarefas diarias e correram à praça em frente à Igreja
Matriz do agora Município.
Emancipação Política em 1960

O anseio até então adormecido de liberdade de repente fez-se


coletivo e passou a governar a multidão que corria pelas ruas aos
gritos de vitória. Lágrimas desciam livres nas faces, orações
proclamavam-se em uma só voz, a fraternidade irmanava gentes
inundadas de sentimentos até então desconhecidos.
Fogos de grandes potências estouravam no alto do santo
cruzeiro e em todas as ruas de Santo Antônio. O povo continuava
lotando as ruas. De todos os bairros chegavam caminhões,
charretes, cavaleiros trazendo aqueles que desejavam
compartilhar da festa da vitória.
A igreja, que só então foi aberta, foi para onde se dirigiu o
povo. Com a presença do Monsenhor João José, Cônego Nestor e
Padre Mario, celebraram-se a missa solene à meia Noite, precedida
de 03 horas de fervente adoração do santíssimo com a igreja super
lotada. Após a missa, passeata dos fieis pelas ruas. Um
destacamento policial foi enviado da cidade de Taubaté, mas para,
em nome do governo estadual, assistir as festas de Santo Antônio.
A festa continuou pela noite adentro: uma grande
procissão percorreu as ruas da cidade, o povo cantava, rezava,
chorava de alegria e emoção. Em grandes passeatas o mesmo
povo levava nos ombros Noé Alves Ferreira e João Batista da
Motta.
Jornalistas, pela manhã, perambulavam pela matriz,
colhendo fotos e dados, entrevistando pessoas, interessados nos
últimos acontecimentos do novo município.
Atendendo a um acordo amigável com o prefeito Benedito
Gomes de Souza, Noé entregou os canos à prefeitura de São Bento
do Sapucaí.
O acordo foi assinado pelo vereador Noé, chefe do
movimento, pelo representante do prefeito de São Bento, pelo
delegado de polícia e várias testemunhas. O povo novamente
unido ajudou a colocar os canos nos caminhões, devolvendo-os a
São Bento do Sapucaí, satisfeitos e confiantes de que de agora em
diante Santo Antônio do Pinhal teria condições de adquirir com
seus próprios recursos novos canos para o sistema de água.
Jornal de 28 de janeiro de 1960-SP com a manchete: “Santo
Antônio é o comandante e o vigário capitão”
1ª praça década de 1940 2ª praça década de 1950
Terceira Igreja
1ª praça década de 1940
Festa de Santo Antônio década de 1950
3ª praça em 2007
4ª praça em 2012
O Sino de Santo Antônio

Na madrugada de sexta-feira 10-12-2010, enquanto os


pinhalenses de bem dormiam, ladrões roubaram o Sino da Matriz
de Santo Antônio do Pinhal.
A falta do sino foi notada na manhã da sexta-feira, quando
o padre encontrou a porta principal da igreja aberta e percebeu a
falta do Sino. O roubo deve ter sido feito por alguém que ficou do
lado de dentro no dia anterior evitando assim o arrombamento das
portas, para sair foi feita a retirada dos pinos das dobradiças da
porta que leva a torre.
A mesma opinião tem a polícia, a porta principal foi aberta
por dentro, sendo somente arrombada a porta que da acesso a torre.
Isso indicaria a possibilidade de uma pessoa ter ficado dentro do
templo após o seu fechamento.
“O sino é muito pesado, não pode ter sido levado por
apenas uma pessoa”, disse o Padre Pedro Alves.
O Sino é do período do Império, o único valor é o histórico,
a freguesia é de 1861 e provavelmente ele seja dessa época.
Depois de diversas reportagens em todos os jornais do vale
e capital, o povo pinhalense orando, chorando e implorando, a
polícia já nos calcanhares dos larápios, por volta das 15hs da
quarta-feira 15-12-2010, arrependidos, os ladrões deixaram a peça
roubada no km 3 da rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro SP-123
em Taubaté.
Um usuário da rodovia viu a peça no acostamento da
estrada e ligou para a delegacia de Santo Antônio do Pinhal, após
encontrar ao lado do sino um bilhete no qual estava escrito:
“ Estou devolvendo o sino de Santo Antônio do Pinhal,
pois sou devoto. A fé faz as coisas impossíveis se tornarem
possíveis”.
Acredito que todos tem fé quando precisam, os larápios já
estavam na mira da polícia, sem poder vender ou fazer qualquer
outra coisa com o Sino acharam melhor devolve-lo, antes que a
polícia os encontrassem.
Relações de Festas:
Matriz e Comunidades para ano de 2012

DATA BAIRRO PADROEIRO

12/01 à 22/01 Cidade São Sebastião


01/03 à 03/03 Congo N.S. do Desterro
09/03 à 18/03 Pinhalzinho São José
13/04 à 22/04 Cidade São Benedito
27/04 à 06/05 Cassununga Sagrado C. de Maria
04/05 à 13/05 Renópolis São Luiz Gonzaga
11/05 à 20/05 José da Rosa São José
18/05 à 27/05 Marieta N.S.Ap. e Santa Cruz
04/06 à 17/06 Cidade Santo Antonio
15/06 à 24/06 Renó São João
29/06 à 08/07 Sertãozinho Sagrado C. de Jesus
06/07 à 15/07 Santa Cruz São Pedro
27/07 à 05/08 Rio Preto Bom Jesus
17/08 à 26/08 Joaquim Alves São. Sebastião
31/08 à 09/09 Lajeado N.S.Perpetuo Socorro
07/09 à 16/09 Barreiro N.S. da Graças
14/09 à 23/09 Fazendinha São F. das Chagas
21/09 à 30/09 Mouras São Miguel
28/09 à 07/10 Rio Preto São Benedito
03/10 à 12/10 Sertãozinho N.S. Aparecida
12/10 à 21/10 Cidade Divino E. Santo
02/11 à 11/11 Fazenda Velha N.S. Aparecida
16/11 à 25/11 Boa Vista São F. de Assis
30/11 à 09/12 Rio Preto Santa Luzia

Santo Antônio do Pinhal – SP, 06/02/2012. FGM


“Eu vim para servir”
Este foi o tema da minha ordenação
Pedro Alves dos Santos nascido dia 4 de maio de 1936 no
bairro do Pedregulho, Caçapava.
Filho de José Alves dos Santos e Rosa da Silva dos Santos,
sendo o mais velho de 6 irmãos, 4 homens, 2 mulheres, iniciou os
estudos primários na escola do bairro da Roseira, mas não
concluiu.
Com 27 anos entrou no colégio comercial em Caçapava
onde concluiu os estudos primários, todo esse tempo trabalhou na
roça, depois na fazenda Aura como grangista, no departamento de
Material Construção Pereira, na Mafersa S/A e na Pro vidro
limitada trabalhou 21 anos, foi servente, comprador e saiu com
chefe do Almoxarifado.
Fez os estudos superiores, filosófico e teológico em
Taubaté, no seminário Santo Antônio foi ordenado sacerdote no
dia 30 de junho de 1990, trabalhou como vigário paroquial em São
luiz do Paraitinga.

“Fui enviado pelo Bispo Diocesano Dom. Antônio Afonso


de Miranda a esta Paróquia de Santo Antônio no dia 06 de Janeiro
de 1991 às 17h, recebi as chaves da Igreja Matriz, os livros do meu
antecessor Rev. Pe. Joaquim Vicente dos Santos e logo após, às
19h em uma Missa presidida pelo Bispo Dom. Antônio Afonso de
Miranda foi dada a posse de Pároco e em seguida foi lida a
provisão, conforme o rito de posse.
Após receber e desenvolver, escutei o povo, visitei todas as
comunidades (capelas), fiz contato com as lideranças das
pastorais e enfermidades, vi a realidade das pessoas da zona rural e
da cidade. Rezei e roguei as bênçãos de Deus sobre mim para que
eu pudesse julgar a agir com clareza.
Em uma missa consultei o povo sobre os horários das
missas, dias e horário das festas, dos festeiros e das tradições da
Paróquia, assim deu inicio a minha missão colocando em pratica o
que aprendi ainda na fábrica e no seminário, trabalhar em equipe.
Criei a equipe da liturgia com vários grupos para as celebrações,
criei o CPP e CAEPs com os seus membros que tem ajudado muito
para o bom andamento da Paróquia, pessoas boas, missionárias e
discípulas do meio da Igreja.
Demos uma nova dimensão evangelizadora na Paróquia
aproveitando a boa herança recebida de meu querido antecessor,
assim parti para equipar a Paróquia e as comunidades, com
formações permanentes a nível da Paróquia CPP, Decanato,
Diocese e vi a necessidade de reformar a Igreja de São Benedito e
fazer ali um centro pastoral para encontros e que hoje é uma
realidade, reforma geral da Igreja Matriz, forro, telhado,
revestimento do barrado em mármore, vitrais, ventiladores, altar
novo em mármore capela do santíssimo, sistema de som moderno,
serviço de multimídia e data show, centro de eventos, como festas e
outros, cantina, sanitários, cerca com grade de aço, casa paroquial,
reforma do salão Paroquial. Nossas Igrejas rurais graças ao
trabalho em equipe de nosso povo, estão bem equipadas com
cozinha, sanitários e salão de encontros.
Meu povo tem acompanhado tudo isso de perto, tudo é
prestado conta com notas fiscais, recibos, balancetes mensalmente
e em cada festa sou presença na vida do meu povo, no batismo,
casamento, doença, funerais, consolo espiritual e ainda não
terminei a minha missão, sou mais Padre no meio do povo, tenho
acesso com todas as autoridades construídas em nossa cidade.
Meu querido Bispo
companheiro de
evangelização ao saber de
tudo isso me homenageou
com um título de Cônego
que guardo com carinho,
quanto mais tempo, meu
Deus me der de vida, darei
a Igreja que jurei servir,
como neste tempo de
alegria do Jubileu resta
agradecer a Santo Antônio
por tudo o que recebi de
Deus, “Eu vim para servir”
e Viva Santo Antônio”.

Cônego Pedro Alves dos Santos


Santo antônio do Pinhal-2011
Apos a chegada do padre Pedro em 6 de janeiro de 1991 até
junho de 2004, foram realizadas as seguintes obras:
Reconstrução de 7 casas na praça 23 de março para os velhinhos;
reconstrução da igreja São Benedito,casa,cozinha e pavilhão de aço;
construção da igreja no bairro Joaquim Alves.
Construção dos sanitários da matriz,cozinha, pavilhão de
aço,vitrais artísticos, telhado em metal, pintura total em todos os anos.
Construção da rampa de entrada, muros, portões de aço e
escrituração da igreja de São Jose no bairro Jose da Rosa; salão de
reunião, cerca de alambrado da igreja do bairro pinhalzinho; conclusão
da igreja São Pedro e salão de formação; salão de formação da igreja N.S
Perpétuo socorro do bairro do Lajeado; construção da igreja de São
Francisco e salão de festa no bairro Boa Vista;
Reconstrução da igreja Bom Jesus, salão de festas e
alambrado;construção da nova igreja de São Luiz, Santa Cruz e cozinha
no bairro do Renópolis; construção da igreja Nossa Senhora das graças e
sanitários no bairro doBarreiro;construção de igreja de São Francisco
das Chagas, salão de festas e sanitários no bairro da Fazendinha;
Construção do salão de festa da igreja de N.S Aparecida no
bairro Fazenda Velha;construção de alambrado,porta de aço, cozinha de
festa e confessionário na igreja de São João no bairro Renó;reconstrução
da igreja São Benedito no bairro do Rio Preto e cozinha; ampliação da
igreja de Santa Luzia e construção de salão de festas; reconstrução da
igreja Sagrado Coração de Maria e construção de salão de festas no
bairro Cassununga;
Reconstrução da igreja de São Miguel no bairro dos
Mouras,construção do salão de festas,cozinha e sanitário na igreja do
Coração de Jesus no bairro do Sertãozinho; construção de alambrado
com portão de aço na igreja N.S Aparecida no bairro Santa Cruz;
construção de uma casinha de dois cômodos para necessitados no bairro
do Jose da Rosa;reconstrução de uma casinha de quatro cômodos para
necessitados no bairro do Barreirinho, construção de uma casinha de
dois cômodos no bairro do Joaquim Alves; construção de uma casinha de
quatro cômodos no bairro da Fazendinha.
Depois de 13 anos reformando a igreja matriz, capelas e
ajudando os mais necessitados, com a aprovação do Conselho Pastoral
Paroquial e o visto do Bispo Diocesano iniciaram as obras da nova casa
paroquial nos moldes em que hoje se encontra.
Biografia

Zildo Aparecido da Silva, filho de Zildo


Teodoro da Silva e Maria Aparecida da Silva.
Nascido aos 27 de Outubro de 1972 na cidade de
Pindamonhangaba , reside desde criança em
Santo Antônio do Pinha morou na Estação
Eugênio Lefévre, onde seu pai aposentou. Santo Antônio do Pinha
é tem origem seus avos maternos, seus avos paternos são de
Minas Gerais.

Concluiu Ensino Fundamental e Médio na Escola


Desembargador Affonso de Carvalho em Santo Antônio do Pinhal.
Com nível superior em Geografia e Historia, concluiu seus estudos
no ano de 2000. Morou na Alemanha e Suíça, o que lhe deu um
grande aprendizado. Teve sempre interesse por assuntos ligados a
historia tanto nacional, mundial, mas principalmente regional,
onde encontrou diversas perguntas não respondidas pelo que se
encontrava escrito na cidade e região.

O maior interesse em princípio foi o de resgatar fotos


antigas, o que faz até hoje. Mas depois veio a busca por
documentos que contassem uma história respondendo perguntas
ate então não respondidas. Porém , interessante e satisfatório foi
descobrir nas pesquisas informações que mudavam o que já tinha
sido escrito e trazia a tona a real historia da região. Junto com o
amigo José Antônio e o meio de transporte disponível, o fusquinha
1962, que os levou em todos os locais sem nunca os deixar na mão.
Em todos os momentos disponíveis trabalharam muito
para a publicação dessa obra e agora está pronta para todos os
apreciadores da história de Santo Antônio do Pinhal.
Agradecimento especial aos meus pais, minha mulher
Elizete, meu filho Lorenzo, aos antepassados, amigos e todos que
acreditaram no trabalho.
Biografia
José Antonio Marcondes da Silva,
nasceu em Pindamonhangaba em 1961.
Estudou as primeiras letras no Grupo Escolar de
Santo Antônio, terminou o 4º ano, foi morar
com o pai em Caraguatatuba, só retornando a
Santo Antônio para concluir o Colegial no
Desembargador Afonso de Carvalho.

Em 1979 foi para São Paulo com o sonho de ser médico.


Cursou 03 anos da Faculdade de Psicologia em Taubaté. Em 1985,
partiu para Inglaterra e morou ainda em Portugal, Espanha, Suíça,
Grécia, Bélgica, Holanda e Alemanha. De regresso à terra natal,
trabalhou com a mãe no cartório local. Em 1997 formou-se na
Faculdade de Direito da UNITAU e advogou por 03 anos.

De 2000 a 2004, residiu na Alemanha e em setembro de


2004, regressou por definitivo a Santo Antônio do Pinhal. Hoje,
advoga, é vereador, escritor, historiador, pesquisador das famílias
pinhalenses e colunista no Jornal Correio da Serra. Tem três filhos,
dois residindo na Alemanha e a pequena Sofia em Santo Antônio.

Agradecimento especial a minha esposa Antonia, aos meus


filhos Karindia, Lukas e Sofia, ao povo pinhalense, aos
colaboradores e a todos que acreditaram em nosso trabalho.

Agradecimento póstumo, ao meu pai Téo, minha mãe D.


Neuza, meu tio Laércio Marcondes e ao meu avô Ditinho Raposo
que em muito ajudaram na construção de Santo Antônio do
Pinhal.
Bibliografia

A c e r v o d i g i t a l b i b l i o t e c a n a c i o n a l -
http://memoria.bn.br/hdb/periodico.aspx

Acervo histórico de José Antonio Marcondes da Silva.

Acervo histórico e Fotográfico de Zildo Aparecido da Silva.

Almanaque Campos do Jordão, Condelac Chaves Andrade (1947).

Almanaque de São Bento do Sapucaí (1928).

Alves Motta Sobrinho. A Civilização do Café (1820-1920). São Paulo,


Brasiliense, 1967.

Arquivo Dr. Waldomiro Benedito de Abreu, Pindamonhangaba, S.P

Câmara Municipal de Santo Antônio do Pinhal.

Cartório de Registros e Anexos de Santo Antônio do Pinhal.

Conto, canto e encanto com a minha história, Brodowski.


Silveira, Lucia Bueno de Almeida. Noovha América S.P. 2005

Conto, canto e encanto com a minha história, Taubaté.


Prado, José Benedito. Noovha América S.P. 2005

Cúria Diocesana de Taubaté-SP, paróquia Santo Antônio- Santo Antônio


do Pinhal- SP-livros tombo e casamentos.

Documentos Interessantes Para a Historia de São Paulo Vol. XI(1896).

Museu de história natural de Taubaté.

História de Campos do Jordão, Pedro Paulo Filho, (1977).

Síntese Histórica de Therezinha Vieira Cabral (1986).


Consideramos mais que justo informar os artistas que com
muito esforço e grandes dificuldades, fizeram as pinturas dos
afrescos do altar mor da igreja matriz de Santo Antônio do Pinhal
na década de 1950 e parabeniza-los pelo trabalho que ainda hoje
mesmo sem restauração continua causando admiração a todos.
Os senhores lucídio Guido da Silva, nascido em 20 de abril
de 1936, de família tradicional pinhalense, começou como
sacristão e durante muitos anos foi o organista da igreja, tocando
muito bem o antigo Orgão de Fole.
O Espanhol Antônio limones. Nascido em Granada,
Espanha em 1895/1964 Pindamonhangaba-SP, filho de Miguel
Limones e Carmen Pasqual Maura Limones, casou em 1918 com
Maria Peterman, filha de João Peterman e Cristina Stein.
Veio ao Brasil jovem e aqui, morando no Bráz em São
Paulo, buscou oportunidades na então cidade, reconhecido artista
das pinturas, destacam-se: Matriz de Salesópolis, Monteiro
l o b a t o ( a n t i g o B u q u i r a ) , S ã o F r a n c i s c o X a v i e r,
Pindamonhangaba, Santo Antônio do Pinhal e outras.

Os colaboradores desse trabalho:


Zildo Aparecido da Silva e José Antônio Marcondes
Afrescos e vitrais da Igreja de Santo Antônio do Pinhal-SP

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