You are on page 1of 5
Nota de Investigacion Avaliagao agronémica de leguminosas forrageiras nos Cerrados de Rondénia, Brasil N. de L. Costa’, C. A. Gongalves* e C. M. Campos da Rocha** Introdugao Em Rondonia as reas sob vegetagao de Cerrados representam cerca de um milhao de hectares. Estas se caracterizam por solos de baixa fertilidade natural, onde predominam pastagens de gramineas nativas, as quais apresentam produtividade, valor nutritive e capacidade de suporte baixos, limitando 0 desenvolvimento da pecuaria na regido. No trépico timido a utilizacéo efetiva de Jeguminosas forrageiras 6 uma pratica ainda incipiente, devendo-se este fato, em grande arte, ao pouco conhecimento de espécies adaptadas as condigées edafoclimaticas locais. Face ao decréscimo progressivo de nitrogénio. (N) no sistema solo-planta, notadamente naqueles em que as gramineas prodominan & devido ao alto custo dos fertiizantes nitrogenados. As leguminosas, por apresentarem menor declinio no valor nutritive com 0 avanco dos estadios fenolégicos e por transferirem quantidades consideraveis de N atmosférico ara 0 solo, vém sendo recomendadas em programas de melhoramento, formacao e/ou Fecuperacao de pastagens (Thomas, 1973; Clatworthy and Bames, 1975). Além disso, em * Respoctvamente: Pasquisadres do Unidade de Execugto do Pecqulea do Ambito Estadual (EMBRAPAUEPAE), Poo Valho-FO, Casa Postal 406, 78.900 Rondini, e Gaia Post! 130, 66.00 Bolim, Park " Pecquisador, Convo 6e Pesqusa Agropecuéria dos Cerrados (EMORAPAICPAC), Cala Postal 70.0023, 73.300 Panaln, DF, Bras 36 relagao as gramineas, possuem alto contetido proteico, alta digestibilidade e maior resistencia & seca (Bruce, 1965). ‘A identificagéo de plantas forrageiras bem adaptadas &s condigGes edafocliméticas de uma determinada regio e que apresentem alta produtividade, persisténcia e valores nutritivos compativeis com as exigéncias dos animais, representa o primeiro estagio para a implantagao de uma peouéiria de indice zootécnicos satisfatérios. presente trabalho teve por objetivo avaliar a adaptacao, producao e persisténcia de Jeguminosas forrageiras, visando selecionar as mais promissoras para a formacao de pastagens melhoradas nos cerrados de Rondénia. Materiais e métodos © ensaio foi conduzido no campo experimental da Unidade de Execugao de Pesquisa de Ambito Estadual (UEPAE), Porto Velho, localizado no municipio de Vilhena a 600 m de altitude, 12° 44° de latitude sul e 60° 08’ de longitude oeste, durante 0 perfodo de margo de 1985 a outubro de 1989, O clima da regio & tropical timido do tipo Aw, com precipitagao média anual de 2000 mm, temperatura média de 23.7 °C e unidade relativa do ar de 73%. O solo da Area experimental é um Latossolo Vermelho-Amarelo, textura argilosa (fase Cerrado), com as seguintes caracteristicas Pasturas tropicales, Vol. 13 No. 1 Hem agua (1:2.5) = 4. .7 ME; Ca + Mg = 1.5 mE% P=2ppme K = 47 ppm. O delineamento experimental foi blocos casualizados com trés repeticoes. Foram avaliados 35 ecotipos de leguminosas forrageiras, pertenecentes aos géneros: Stylosanthes (23), Centrosema (11) e Zornia (1). As parcelas mediam 2.5 mx 5.0 m e foram adubadas por ocasiao do plantio, com 27 kg/ha de Pe 70 kgiha de K. A avaliacdo da produgao de matéria seca (MS) foi realizada em trés periodos de maxima (1125 mm) e de minima precipitagao (52 mm). Os cortes foram efectuados apés a uniformizagao das parcelas em cada periodo, com 3, 6, 9 a 12. semanas de crescimento, a uma altura de 15 om acima do solo nas espécies decumbentes e 25 cm nas cespitosas, conforme. a metodologia preconizada pela RIEPT (Toledo, 1982). No final de cada periodo de crescimento foram feitas avaliagdes agronémicas, nas quais observou-se: aspecto vegetativo, cobertura, incidéncia de plantas invasoras @ ocorréncia de pragas e doencas. Resultados e discussao Produgéo de MS. Na Tabela 1 apresenta as produgdes médias de MS obtidas em trés periodos de maxima precipitacdo. As maiores Tabela 1. Produgdo média de matéria seca (Uha) das leguminosas em trés perfodos de méxima precipitago. Porto Velho-RO. Leguminosas Ecotipo 3 6 9 2 ‘S. gulanensis var. paucifora UAT 1005 057 098 oss 'S. quianensis var. vulgaris IAT 2950 ost 115, os, S.guianensis var. paucifora CUT 219 03 115, 1.30 S-guianensis var. paueifora IAT 1288 050 90 124 ‘S. bandeirante cv. Bandelrante oss 082 112 'S. quianensis var. paucifiora IAT 2203, 058 1.06 1.04 ‘S. guianensis var. vulgaris IAT 2953, 042 O77 oss 'S.guianensis var. paucifora IAT 2044 055 079 0.89 ‘S. guianensis var. paucifora IAT 1808, 039 039 87 'S.guianensis var. pauciora CUT 1157 036 ort 0.60 ‘S.guianensis var. vulgaris IAT 2951 087 oz 1.25 'S.guianensis var. paueifiora IAT 1005 058 1.08 121 'S.guianensis var. paueifiora IAT 2245, 062 113 122 'S.capitata cv. Capica 037 os7 oss capitate IAT 1097 033 058 0.60 S.capitata IAT 1019, 025 1.00 0.90 capitate IAT 2252 043 os2 1.97 S capitata cur 1318, 052 097 124 ‘S. macrocephala IAT 2053 043 114 1.04 ‘S. macrocephala CiAT 2089 020 413 1.14 ‘S. macrocephala ev. Pioneiro oat O84 os7 viscosa IAT 1094 047 08s 0.96 S viscosa GMAT 1338, 083 0.90 0.98 C. macroca IAT 5065 028 050 044 .brasilanum IAT 5824 038 037 os . brasilanum GUAT 5234 027 oa 0.80 . brasilanum IAT 5523 016 0.26 0.40 . pubescens x C. macrocarpum GPAC 2019 030 035 042 . acutfolum CAT 5568, 021 0.26 0.32 . pubescens x C. macrocarpum PAC 1987 030 053 02 C. macrocarpum GPAC 2201 033 028 034 . acutifolum IAT 527 048, 087 0.88 . pubescens x C. macrocarpum Pac 2082 030 043, 040 . pubescans x C. macrocarpum PAC 2048 024 048 037 Z glabra GUAT 7647 070 1.28 1.04 Promedié 044 or 83 P (0.05), Tukey ose 0.56 0.84 Pasturastropicales, Vol. 13 No. 1 produgbes de MS a doze semanas de crescimento foram registradas por Stylosanthes capitata CIAT 1318, S. guianensis var. pauciflora CIAT 2203, S. macrocephala CIAT 2053, 8. guianensis var, pauciflora CIAT 1286, S. macrocephala CIAT 2039, S. guianensis var. paucifiora CIAT 2951 e 2245 e S. guianensis var. vulgaris CIAT 2950. Stylosanthes macrocephala CIAT 2053 e 2039, e S. capitata CIAT 1318, mesmo fornecendo os maiores rendimentos de MS e demonstrando grande capacidade para a produgao de sementes, apresentaram com 0 avango do estadio de crescimento uma alta relagao caule/folha o que reduz consideravelmente o valor nutritivo; comportamento inverso ocorren com S. guianensis. Em geral, as espécies de Centrosema apresentaram um baixo potencial produtivo, destacando-se no entanto, C. brasilianum CIAT 5824 e 5234, C. pubescens x C. macrocarpum CPAC 1987 e C. acutifolium CIAT 5277. No periodo de minima precipitagao (Tabela 2) 0s cortes com 3, 6 e 9 semanas nao foram realizados, pois todas as espécies nao atingiram altura minima recomendada para o corte. Com 12 semanas de crescimento, os maiores rendimentos de MS foram verificados em S. guianensis var. pauciffora CIAT 1095, Z. glabra CIAT 7847, S. guianensis ov. Bandeirante, C. pubescens x C. macrocarpum CPAC 1987, C. acutifolium CIAT 5277 e S. guianensis var. vulgaris CIAT 2951, Ja, S. macrocephala CIAT 2053, C. pubescens x C. macrocarpum CPAC 2042 e S. macrocephala cv. Pioneiro foram’as menos produtivas. Cobertura. As espécies de Stylosanthes se destacaram apresentando as malores percentages de cobertura (90% a 100%), além de aspecto vegetativo entre bom e étimo e, niveis de infestago por invasoras nulo. Entre as ‘espécies de Centrosema os destaques foram para C. pubescens x C. macrocarpum CPAC 1987 e C. acutifolium CIAT 5277 com 100% de cobertura, aspecto vegetativo étimo e auséncia de invasores. Na avaliago agronémica realizada no final do periodo de estiagem, as espécies que se destacaram com 100% de cobertura foram: S. guianensis var. vulgaris CIAT 2950, 2953 € 38 2951; S. guianensis var. pauciflora CIAT 1157; C. pubescens x C. macrocarpum CPAC 1987 e C. acutifolium CIAT 5277, além de apresentarem aspecto vegelativo entre bom e étimo. As maiores porcentagens de invasoras (20%) foram. verificadas em C. brasilianum CIAT 5523, 5834 5824. Tabela2. Produgio média de matéria seca (Una) das leguminosas em trés periodos de minima precipitagao, Porto Velho-RO. Legurinosas Ecoipo —Produgio de MS" ‘S. guianonsis var. pauciflora CMT 1095 = 021 ‘S.guianensis var. vulgaris CUT 2950 053 ‘8. quianensis var, paueifiora cuTaist 044 ‘S. guianensis var. paueifora CAT 1286 0.38 SS. bandeiranto cv. Bandeiranto oss S. guianensis var. paucilora IAT 2203 0.40 S. guianensis var. wugaris CT 2953 047 S. guianensis var. paucilora CIT 2244 = 049 ‘S. uianensis var. paucilora IAT 1806 0.35, S. gulanensis var. pauéitlora CUT 1157 oat ‘S. guianensis var. vulgaris, CAT 251 053 SS. guianensie var. paucilora CAT 1095 087 SS. quianensis var. paucitlore CAT 2245 042 . capitata cv. Capica 038 S.capitata CUT 1097022 S. capitata cuT1OI9 025, S. capitata CAT 2252 019 S. capitata CUT 1318 053 $, macrocephala CAT 2053 013 S. macrocephala IAT 203821 ‘S. macrocephala cy. Pionelp ~ 015 S. viscosa CIAT 1004 S. viscosa CuAT 1938, ©. macrocarpum IAT 5085 . brasiianum IAT 5824 . brasiianum CAT 5234 . brasiianum IAT 5568 . pubescens x C. macrocarpum — CPAC 2049 . acutifofum IAT 5568, . pubescens x C. macrocarpum — CPAC 1987 C. macrocarpum cPAC 2201 ©. acutitolum UAT 527 CC. pubescens x C. macrocarpum CPA 2042 . pubescens x C. macrocarpum — CPAC 2048 Z glabra iat 7847 Promedio (0.05), Tukey 04 * Conte ralzado com 12 semanas do rebate, Pasturas tropicales, Vol. 13 No. 1

You might also like