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Alexandre Herculano Este grande vulto da primeira gerao romntica portuguesa nasceu em 1810, em Lisboa, e faleceu em 1877 na sua

quinta de Vale de Lobos (Santarm). Chegou a preparar-se para a Universidade, mas no a frequentou por falta de meios financeiros. A sua formao cultural, na juventude, ficou muito a dever-se Marquesa de Alorna, integrando-se j num esprito prromntico. Em 1831 obrigado a exilar-se, primeiro para Inglaterra e depois para Frana, por se envolver contra o regime absolutista de D. Miguel; nesses pases contacta com as novas tendncias literrias romnticas. No ano seguinte, faz parte do exrcito liberal de D. Pedro IV e combate no cerco do Porto. A partir de 1837 director da revista Panorama. nomeado, em 1839, director das Bibliotecas Reais da Ajuda e das Necessidades. Em 1840 deputado pelo Partido Cartista, mas no ano seguinte, desiludido, abandona a vida poltica, que s retomar em 1851. Neste intervalo, dedica-se integralmente aos trabalhos literrios e histricos. Funda os jornais O Pas (1851) e O Portugus (1853). eleito vice-presidente da Academia Real das Cincias em 1855. Quatro anos depois adquire uma quinta em Vale de Lobos para onde se mudar, em 1867, um ano depois de se casar. Foi, com Almeida Garrett, o introdutor do Romantismo em Portugal, cabendo-lhe mais o papel de doutrinrio (e teorizador), com artigos publicados, desde 1835, no Repositrio Literrio do Porto. Tem o mrito de iniciar entre ns o romance histrico. A sua ideologia liberal (moderada), as suas regulares e firmes intervenes pblicas, por vezes polmicas, a sua reconhecida integridade moral, o seu esforo de renovao mental e literria, as qualidades de romancista que revelou e, sobretudo, a sua paciente e rigorosa investigao histrica, tornaram Alexandre Herculano uma figura modelar e prestigiosa para os coevos e tambm para os jovens escritores que viriam a constituir, mais tarde, a Gerao de 70. A sua obra potica resume-se essencialmente Harpa do Crente (1838) onde a guerra civil, o exlio, a Liberdade, Deus e a Morte so motivos temticos prprios. Mas como romancista e historiador que o seu nome perdurar. No primeiro caso, devemos evidenciar O Bobo (1843), Eurico, o Presbtero (1844), a sua melhor criao literria, e Lendas e Narrativas (1851). Como historiador, deixou-nos (principalmente) os 4 volumes da Histria de Portugal (o 1.o vol. saiu em 1846 e o 4.o em 1853), e Histria da Origem e Estabelecimento da Inquisio (1854). Os seus textos dispersos por jornais e revistas encontram-se reunidos nos Opsculos (9 vols.).

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