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Tomada de Posição sobre o Modelo de Avaliação de Desempenho Docente

Os professores do Agrupamento de Escolas D. Nuno Álvares Pereira – Tomar, na


sequência de uma Reunião Geral de Professores, realizada no dia 26 de Janeiro de
2009, vêm junto de Vossas Excelências expor o seguinte:

Apesar de concordarem com o princípio enunciado no Preâmbulo do Decreto


Regulamentar nº 1-A/2009 de 5 de Janeiro, quando este reconhece que:
- “Uma avaliação dos professores justa, séria e credível que seja capaz de
distinguir, de estimular e premiar o bom desempenho, constitui (…) um instrumento
essencial de valorização da profissão docente e um contributo decisivo para a
qualidade da escola pública”
- “A implementação do modelo de avaliação de professores revela a necessidade de
introduzir algumas correcções, nalguns casos mesmo correcções importantes…”

Consideram que:

1. A necessidade de a tutela ter introduzido inúmeras alterações ao modelo de


avaliação de desempenho docente, pressuposto no Decreto Regulamentar nº 2/2008 de
10 de Janeiro é o reconhecimento inequívoco da sua inadequação pedagógica e da sua
inexequibilidade;

2. As alterações pontuais e transitórias, posteriormente introduzidas pelas


sucessivas simplificações, não alteram a filosofia e os princípios que lhe estão
subjacentes, mantendo no essencial o que de mais negativo o caracteriza. Ou seja,
o Decreto Regulamentar nº 1-A/2009 de 5 de Janeiro preconiza uma solução
simplificada que:

a) Não tem o cariz formativo que deve estar subjacente a qualquer modelo de
avaliação que pretenda promover o mérito docente;

b) Mantém uma vertente eminentemente burocrática;

c) Acentua o seu carácter autocrático, ao concentrar em última análise a função de


avaliador no Presidente do Conselho Executivo/Director (calendarização anual do
processo e aprovação dos instrumentos necessários à avaliação);

d) Desvaloriza a importância da componente científico-pedagógica;

e) Centra-se na seriação dos professores fazendo depender a gestão da carreira de


quotas e não do mérito efectivo, da capacidade e do investimento profissionais;

f) Prevê que as alterações relacionadas com o critério dos resultados escolares e


das taxas de abandono escolar sejam retomados no próximo ciclo avaliativo;

g) Implica a aceitação tácita do Estatuto da Carreira Docente que promove, entre


outros aspectos, a divisão da carreira em duas categorias, e impede o acesso e a
progressão na carreira da grande maioria dos professores;

h) Retira, aos professores a desempenhar funções executivas (presidente e


restantes membros), o estatuto de docentes, ao preconizar a sua avaliação nos
termos do previsto no SIADAP, fixado pela Lei 66B/2007, de 28 de Dezembro;

i) Retira ainda, aos coordenadores de departamento e/ou professores avaliadores, o


direito de serem avaliados na sua primeira componente profissional, ou seja a
componente científico-pedagógica;
j) Revela uma extrema contradição entre os princípios que enuncia e as medidas que
regulamenta, renunciando à equidade, justiça e dimensão formativa da avaliação.

l) Não corrige o facto de não ter sido respeitado no Decreto Regulamentar nº 2/


2008, de 10 de Janeiro, um dos princípios fundamentais da avaliação, também
consignado no SIADAP, de existirem situações onde o avaliador e avaliado não têm
contacto funcional, por não desempenharem funções docentes na mesma escola;

Assim, os professores do Agrupamento D. Nuno Álvares Pereira – Tomar, defensores


de uma avaliação docente expressa de forma simples, transparente, rigorosa e
justa, reiteram:

a) A necessidade urgente de substituir este modelo de avaliação por um modelo


capaz de contribuir para a construção de uma Escola Pública de qualidade e que,
efectivamente, promova o mérito pela competência científico-pedagógica e o empenho
profissional;

b) A pertinência de se iniciar o mais rapidamente possível um processo de revisão


do ECD, eliminando a divisão da carreira em duas categorias e o sistema de quotas
na atribuição de menções classificativas;

c) A inadequação de proceder à entrega das propostas de objectivos individuais,


conforme estabelecido em calendarização de desenvolvimento do processo de
avaliação docente, recentemente divulgado, face a todas as injustiças e
incongruências da legislação aplicável, quando inclusive restam apenas cerca de
seis meses para o final do biénio de avaliação.

Total de professores presentes: __145__


Votos a favor: _141__
Votos contra: __01__
Votos em Branco: __03__
Votos Nulos: __zero____

Tomar, 26 de Janeiro de 2009

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