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Introdução
As trilhas e caminhos, para Lechner (2006) são provavelmente, as rotas de
viagem mais disseminadas pelo mundo. Mesmo com as rodovias modernas, para
milhões de pessoas as trilhas ainda são as rotas básicas de acesso ou de viagem,
mesmo em áreas urbanas modernas. Em áreas naturais protegidas, a trilha pode ser o
único acesso à maior parte da área.
Conforme Andrade (1997), a principal função das trilhas sempre foi suprir a
necessidade de deslocamento. Porém, pôde-se verificar que ao longo dos anos houve
uma alteração de valores em relação às trilhas. De um simples meio de deslocamento,
as trilhas se tornaram um novo meio de contato com a natureza; e assim sendo, a
caminhada incorpora uma nova concepção passando a ter um sentido em si própria,
recebendo mais adeptos.
As trilhas em áreas naturais protegidas desempenham tanto a função de prover
o acesso e oportunidades recreacionistas aos visitantes, quanto proteger o recurso
(COLE, et al. apud PASSOLD, 2002). Portanto, seu planejamento e construção devem
obedecer a uma série de pressupostos para que atenda, tanto às necessidades dos
usuários, como a conservação da área onde está inserida.
A trilha deve apresentar um caminho bem planejado, pois se isto não ocorrer,
os visitantes procurarão alternativas mais convenientes, perdendo-se o investimento
financeiro aplicado na sua implantação. Problemas podem ser causados por forças da
natureza, porém é muito comum, que devido a um planejamento equivocado e sem
objetividade, tais erros possam acarretar aberturas de atalhos (ao invés da
recuperação do trecho antigo) (RAUEN, 1996). As melhores trilhas mostram poucos
sinais do trabalho feito nelas e, quando bem planejadas, são fáceis de se manter.
Moore (1993) indica que as trilhas devem ser simples, bem sinalizadas e
construídas com técnicas e materiais adequados às características particulares de
cada área, não sendo prático nem desejável a construção de caminhos muito
complicados.
Porém, é comum encontrar trilhas que são construídas sem planejamento, que
não recebem manutenção adequada e nem monitoradas, o que acarreta em prejuízos
para o ambiente e à qualidade da experiência vivida pelo visitante. Na maioria das
vezes, as trilhas em áreas naturais são acompanhadas apenas empiricamente. Seu
monitoramento possibilita uma coleta sistematizada e periódica de dados que servirão
para compreender o funcionamento da estrutura, analisando a influência de fatores
abióticos, bióticos e antrópicos, e avaliar o seu efeito no ambiente onde está inserida.
Os impactos causados pela utilização das áreas naturais pelos visitantes
devem ser medidos e avaliados, para se minimizarem seus efeitos que o excesso de
uso pode provocar como danos à vegetação, compactação do solo, diminuição da taxa
de infiltração de água no solo, alargamento da trilha (TAKAHASHI, 2004).
As atividades a serem desenvolvidas em uma área natural como a implantação
de trilhas e um sistema de interpretação da natureza, devem estar sempre vinculados
ao componente educativo para estimular o aprendizado do visitante e não
simplesmente seu entretenimento (MILANO, 2001). Por isso, as trilhas que foram
planejadas para o capão com araucárias na Cidade Industrial de Curitiba (CIC),
tiveram seu enfoque direcionado à educação ambiental e a interpretação da natureza,
mesmo quando não houver a presença de um guia, pois o visitante poderá instruir-se
sobre os assuntos relacionados com a área em que estas trilhas estarão inseridas.
A Floresta com Araucárias é caracterizada por possuir o dossel dominado pelo
pinheiro-do-paraná, Araucaria angustifolia (Bert O. Kuntze). As principais espécies
associadas à araucária são: Ocotea Porosa (Nees et Martius ex Nees), Ocotea spp.
Nectandra spp. Ilex paraguariensis (St.Hilaire) e Podocarpus lambertii (Klotzsch. ex
Endl.). Neste tipo de ambiente ocorrem cipós e epífitas, sendo também comuns os
taquarais. A palavra capão, muito usada quando se trata de araucárias, tem origem
indígena e significa “mata redonda”. Os capões de pinheiros instalados sobre os
campos situam-se nas pequenas depressões de terreno nos locais onde brotam fontes
de água e em outros pontos cujo solo é mais favorável (SPVS, 1996).
O Código Florestal do Município de Curitiba, lei n° 9.806 de 03 de janeiro de
2000, reconhece como áreas naturais protegidas os remanescentes com araucária na
cidade de Curitiba. Eles estão inclusos em uma categoria de manejo chamada
Bosques Nativos Relevantes, que pela sua tipologia florestal, localização e porte
sejam inscritos no cadastro do Setor Especial de Áreas Verdes, junto à Secretaria
Municipal do Meio Ambiente (SMMA). Essas áreas para serem reconhecidas como
Bosque Nativo Relevante (BNR), devem ser maciços de mata nativa representativos
da flora do Município de Curitiba, que visem a preservação de águas existentes, do
habitat da fauna, da estabilidade dos solos, da proteção paisagística e manutenção da
distribuição equilibrada dos maciços florestais (SMMA, 2006).
Existe uma indefinição quanto à nomenclatura correta para os remanescentes
florestais da cidade de Curitiba; alguns autores se referem como bosques, outros
como capões. Para este trabalho utilizou-se no título a maneira como a empresa
proprietária se refere à área de estudo.
O planejamento de trilhas nos remanescentes da cidade de Curitiba requer
muitos cuidados devido à fragilidade do local e à legislação municipal, que é bastante
rígida quanto ao manejo destas áreas. Os projetos de trilhas nessas áreas devem
atender as especificações da SMMA, as expectativas dos proprietários e mais
importante, garantir o mínimo impacto possível para a fauna e vegetação.
O objetivo deste trabalho é demonstrar, através de um estudo de caso, como
uma trilha projetada em um local de fácil implantação e baixos custos, foi dificultada
pela burocracia e intervenção do proprietário e do empreiteiro, cujas alterações no
projeto original interferirão na viabilidade da trilha ao longo do tempo e possivelmente,
trarão mais impactos no local que o originalmente previsto.
Descrição da área
O Município de Curitiba, Paraná, com 432,418 km2, acha-se localizado na
porção centro-sul do primeiro planalto paranaense limitando-se a leste pela serra do
mar e a oeste pela Escarpa Devoniana (SMMA, 2006). Nesse planalto, com altitudes
entre 500 e 1200 metros acima do nível médio do mar; encontravam-se originalmente
as seguintes formações fitofisionômicas: a Floresta Ombrófila Mista ou Floresta com
Araucárias e os Campos com Capões de Araucária (IBGE, 1992).
Essa região não sofre influência direta do oceano, mas apresenta chuvas bem
distribuídas ao longo do ano e ocorrência regular de geadas. Essas características
climáticas associadas a condições edáficas locais são determinantes para esse tipo de
vegetação (SPVS, 1996).
A exploração da araucária iniciou com a ocupação gradativa do interior no Sul
do Brasil. Além do espaço físico para os colonos se instalarem, eles também
necessitavam de árvores para fazer suas casas, cercas, galpões, móveis, carroças,
utensílios domésticos e para obter lenha.
Com o longo processo de destruição dos pinheirais, bem como os demais
ecossistemas florestais do sul do país, pode-se verificar a falta de consciência da
comunidade e das autoridades sobre a terrível e sistemática agressão que vinha
sofrendo a natureza, e que continua sofrendo, mesmo com a araucária inserida na
lista de espécies ameaçadas de extinção.
Dos 80% de cobertura vegetal do Estado do Paraná, hoje restam apenas 20%
do que havia há 100 anos. Sobre a Floresta com Araucária, não restou nem 1% de
sua cobertura vegetal. Até o início do século XX a Araucaria angustifolia dominava as
paisagens do sul do Brasil onde cobria boa parte do Planalto Meridional (SPVS, 1996).
O remanescente, com aproximadamente 57 hectares, onde foi planejada e
implantada a trilha (figura 1) localiza-se na Cidade Industrial, no município de Curitiba,
Paraná, pertence a uma grande indústria multinacional com sede localizada na
Europa. É uma amostra da vegetação que dominou a paisagem da região antes de
sua colonização. Abriga ainda várias espécies da vegetação e fauna características
dessa fitofisionomia, mais resistentes ao processo de antropização que ocorreu em
seu entorno.
O projeto
A proposta inicial foi levada ao conhecimento da empresa que aprovou o
traçado e solicitou alguns adendos ao projeto. Neste momento iniciaram-se os
problemas. O público alvo foi alterado, não sendo mais apenas as crianças e pré-
adolescentes. Agora seria necessário adaptar o projeto para que se conciliassem as
expectativas e se oferecessem oportunidades de recreação e interpretação ambiental
aos seguintes públicos: escoteiros, portadores de necessidades especiais, terceira
idade, funcionários da empresa e seus familiares. O presidente da empresa é
praticante de Cooper e exigiu que se pudesse praticar essa modalidade na trilha, pois
segundo ele: “Sonho em correr pelo capão toda manhã”. Ele também mandou criar um
programa de estímulo aos funcionários administrativos para que eles, em sua hora de
almoço, percorressem a trilha. Isto gerou o seguinte problema: atualmente os
funcionários têm 1h15min de almoço e gastam 45 min entre deslocamentos e a
refeição. Os 30 min ociosos deveriam ser suficientes para eles chegarem até a trilha,
partindo dos refeitórios, percorrerem seu percurso, e retornarem aos seus postos de
trabalho. Ademais, estes funcionários utilizam calçados sociais, as mulheres utilizam
salto alto, exigindo um piso compacto e homogêneo.
O ponto mais próximo da trilha, a 800 metros em linha reta do refeitório, não
possuía nenhuma ligação com a fábrica, nem com a associação recreativa de
funcionários que é vizinha ao fragmento. Seria necessário criar um acesso para que os
funcionários pudessem alcançar a trilha, mas, apenas para caminhar neste acesso,
eles gastariam todo seu tempo disponível.
Outro problema era o acesso pelo fragmento, para que os funcionários e
suas famílias utilizassem a trilha em fins de semana, quando desfrutam dos campos
de futebol, quadras poli esportivas e quiosques com churrasqueiras presentes na
associação dos funcionários. Eram comuns incursões pelo interior do fragmento por
crianças, ou mesmo funcionários, para coletarem pinhões, criando diversas picadas e
acessos aos pinheiros, impactando seriamente a regeneração no sub-bosque.
A empresa mantém um grupo de escoteiros formado por filhos de
funcionários cujo “chefe” é um dos diretores da empresa, que nos fins de semana
utiliza o remanescente para suas atividades e acampamentos. Eles também criaram
suas picadas, a maioria às margens dos córregos existentes na área e abriram uma
clareira no centro do fragmento com 64 metros quadrados para suas reuniões.
Pela falta de acessos ao fragmento, a segurança patrimonial não realiza
patrulhas em seu interior. No processo de análise de sítio e levantamento de
oportunidades/limitantes foram encontradas armadilhas para pequenos mamíferos,
indicando a necessidade em se prover acesso para a fiscalização.
Para solucionar esses problemas, foram projetadas três trilhas interligadas
entre si, funcionando como um circuito, onde uma serviria aos funcionários, outra
serviria à educação ambiental e a terceira ligaria as estas duas. Foram denominadas
deste modo: Trilha de Educação Ambiental (EA), Trilha dos Funcionários e Trilha
Central. Todas as trilhas foram projetadas para servirem à interpretação da natureza.
A Trilha EA foi planejada pensando-se em permitir o acesso de portadores de
necessidades especiais e terceira idade, dado o cuidado com a sua declividade. As
duas novas trilhas passaram pelo mesmo processo que a primeira, cumprindo todas
as etapas de planejamento até a demarcação do traçado final.
A Trilha dos Funcionários fornece acesso desde a fábrica e associação dos
funcionários ao interior do fragmento. Foi mensurada a distância entre o refeitório e o
inicio desta trilha (400 metros) e deste local aos escritórios (470 metros). Também foi
tomado o tempo médio destes trajetos e chegou-se ao tempo real de caminhada na
trilha de 12 min, em média. Com este dado estipulou-se que o traçado de tal trilha
deveria ter no máximo 500 metros. O traçado final desta trilha conta com 6 pontos
interpretativos e 498 metros de comprimento (figura 4).
A implantação
Com o projeto licenciado foi realizada uma reunião na sede da empresa para
coordenar os trabalhos de implantação. O empreiteiro que ganhou a concorrência para
a implantação da trilha estava presente. Sua proposta foi de US$ 32,559.00 (dólar
comercial, cotação usada de R$ 2,15 por dólar) para realizar o serviço em 60 dias
úteis, uma exigência da empresa. Nessa concorrência, um outro empreiteiro
apresentou uma proposta de US$ 139,534.00 para o mesmo serviço.
O trabalho foi iniciado com a determinação do ponto central da trilha no
terreno, ou seja, a marcação com estacas de onde a trilha deveria passar. Estas
estacas distavam 3 m entre si. Nesse momento enfrentou-se um novo problema: a
retirada das fitas e estacas de marcação pelos escoteiros da empresa, sendo
necessário realizar mais de uma vez esta etapa do trabalho. Concluída essa etapa,
partiu-se para a supressão e transplante da vegetação, e retirada do solo orgânico.
O acompanhamento do trabalho nessa etapa gastou, pelo menos, dezesseis
horas semanais, quando as dúvidas sobre o projeto eram sanadas com o empreiteiro
e seus funcionários orientados quanto ao serviço.
A técnica responsável pelo setor de meio ambiente da empresa e o
empreiteiro, nesta fase do trabalho fizeram alterações no projeto original das trilhas.
Durante uma reunião, os técnicos responsáveis pelo planejamento e licenciamento
das trilhas tomaram ciência deste fato, que descaracterizou o projeto original, e
mesmo com os questionamentos e tentativas de mantê-lo como foi licenciado pela
SMMA, não houve acordo. Ambos insistiram em manter as alterações, pois alegaram
que a trilha era da empresa, era sua contribuição ao trabalho, e já haviam comprado
todo o material que acharam necessário para atender às tais mudanças. Foi solicitado
por escrito, que a técnica de meio ambiente da empresa enviasse por conta própria,
um adendo ao projeto inicialmente aprovado à SMMA, solicitando essas mudanças. As
alterações foram:
• Material do piso: o material original era saibro, que oferecia uma boa
compactação, é permeável, barato e fácil de conseguir. Na alteração, utilizou-se o
saibro para criar uma base de 0,10 m de espessura em toda a trilha e em seguida
foi colocado um piso de pedra brita moída. Esse material é caro, de difícil
obtenção, sua compactação é muito lenta; na chuva é facilmente erodido e está
sendo carreado para o interior do fragmento, e como apresenta a cor característica
da pedra brita, ao espalhar-se pela área ao redor da trilha, cria um efeito azulado
no terreno;
• Meio-fio: optaram por instalar um meio-fio ao longo de toda a trilha para torná-la
mais “bonita”, demarcá-la e “evitar que a serrapilheira invadisse a trilha e a
sujasse”. Mesmo com toda a explicação sobre a drenagem de água, pontos críticos
e a não necessidade deste meio-fio, ele foi mantido;
• Aumento da largura das Trilhas Central e Trilha EA: em virtude da implantação
do meio-fio, foi necessário, segundo eles, padronizar a largura do piso. Para isso
ocorrer, utilizaram a largura da Trilha dos Funcionários. Mesmo demonstrando que,
ao invés de 0,44% da área a ser sacrificada, esta agora representaria 0,68% do
total do fragmento, eles mantiveram a largura maior;
• Implantação de três novos acessos às trilhas: estes três novos acessos foram
implantados na área em locais sem licenciamento da SMMA. Esses acessos foram
realizados pelo empreiteiro sem o planejamento adequado, a pedido da técnica da
empresa. Não seguem os limites máximos de inclinação propostos para a Trilha de
EA de 5%, e para as Trilhas Central e dos Funcionários de 15%. A inclinação
média nesses acessos foi de 21%, com a máxima de 38%;
• Pontos interpretativos: foi sugerida a instalação de até 18 pontos interpretativos
fixos no total para as três trilhas, mas a técnica responsável resolveu instalar
sinalização (painéis ou placas) em pelo menos 40 pontos.
Apesar de todas as orientações técnicas contrárias, as alterações foram
executadas. Nesse momento, iniciou-se um trabalho de mitigação dos efeitos
causados pelas alterações visando aumentar a vida útil da trilha e reduzir os impactos
no bosque.
O piso e o meio-fio foram as alterações mais preocupantes, pois material
escolhido é de difícil compactação e inadequado para as trilhas deste trabalho. Meio-
fio nunca deve ser utilizado em uma trilha. As figuras de 7 a 10 mostram a implantação
do piso e colocação do meio-fio no início da Trilha EA.
Custos
O projeto original estimou os custos das três trilhas a serem implantadas no
fragmento em um valor mínimo de US$ 16,000.00 e um valor máximo de US$
20,000.00. Em virtude das modificações incluídas no projeto e do re-trabalho na
implantação, os custos superaram, e em muito, esses valores.
Inicialmente, o custo de construção estimado das trilhas, por metro quadrado,
era um valor entre US$ 6.00 a US$ 8.00. O custo real, de acordo com o projeto
original, considerando-se os custos listados durante a construção, seria de
aproximadamente, US$ 6.50 o metro quadrado. Com as modificações, esse custo
passou para quase US$ 14.80 o metro quadrado.
Se a implantação tivesse seguido o projeto original, teria custado cerca de
US$ 18,500.00. A fuga do planejamento encareceu o projeto em 127% para os cofres
da empresa. O empreiteiro gastou aproximadamente, US$ 31,000.00, e seu lucro foi
severamente reduzido.
Na tabela 1, estão listados todos os custos envolvidos na construção. Estes
custos foram levantados durante a implantação, em anotações pessoais e também
através de valores fornecidos pela empresa proprietária das trilhas e pelo empreiteiro.
Tabela 01: Custos de Planejamento e Implantação
Planejam ento Descrição do custo US$ R$ % da obra
Processo de licenciam ento 1 processo 409 891,62 0,99
Taxa de licenciam ento 1 licença 37 80,66 0,09
Projeto da trilha 1 projeto 1734 3780,12 4,2
Interpretação Am biental da Trilha 1 projeto 765 1667,70 1,85
Visitas de planejam ento 10 visitas 94 204,92 0,23
Program ação visual 1 projeto 1396 3043,28 3,38
Texto para placas e painéis 40 textos 1163 2535,34 2,82
Sub-total planejam ento 5598 12203,64 13,56
Conclusões
O projeto de uma trilha deve ser extremamente bem fundamentado e amarrado
ao licenciamento pelo órgão responsável, e sua execução deve garantir que o projeto
seja cumprido com poucos ajustes, sem a sua descaracterização.
Decisões de leigos na implantação de uma trilha, além de colocar em risco o
projeto e o local onde ele está inserido, comprometem a reputação do profissional
responsável pelo planejamento, pois a trilha, mesmo não atendendo as especificações
técnicas propostas mantém a assinatura do técnico responsável. Num campo de
atuação tão restrito como este, o dano à imagem do profissional pode ser grande e
irreversível.
A decisão em não abandonar o projeto no momento em que as modificações
foram implantadas deveu-se à necessidade de mitigar os impactos que as trilhas
causariam no fragmento. No futuro, os programas de monitoramento e de manutenção
das trilhas indicarão se as mitigações ampliaram a vida útil da trilha e diminuíram os
impactos que seriam causados na área.
Bibliografia Citada
ANDRADE, V. J. e ROCHA, L. M. Planejamento, implantação e manutenção de
trilhas interpretativas: manual para capacitação em manejo de Unidades de
Conservação. Fundo Nacional do Meio Ambiente, MMA. São Paulo: Sociedade
Educativa Gaia, 1997. 34 p.