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RESUMO 04
INTRODUÇÃO 05
REFERÊNCIAS 13
4
RESUMO
1
Refere-se à construção de novos modelos ou padrões.
5
INTRODUÇÃO
Eis que se depara com mais uma das angústias do ser humano: conseguir responder a
uma questão de caráter filosófico, que nos leva a tempos remotos, onde os paradigmas são
alicerçados em nosso inconsciente metafísico. Há de se convir que, nesse trabalho, não haverá de
ter-se pretensões dogmáticas de cunho gnóstico, mas sim continuar-se na tentativa de elucidação
das questões referentes à interrelação entre a Liberdade Política, a Moral, e o Direito, mais
voltada para o comportamento individual e coletivo do homem, haja vista que o tem-se de fazê-lo
à luz do Direito.
“A ciência do direito, bem como outro qualquer ramo do saber humano não existe
isolada. (...) ela (...) ocupa um lugar próprio, e tem sua função específica. (...) Mas seja
qual for esta função, e quaisquer que sejam os limites assinalados à ciência do direito,
(...) faz parte da ciência do homem.” 2
Outrossim, Liberdade política é um termo amplo e vago, motivo pelo qual se levanta
várias controvérsias e definições que são caracterizadas pelos parâmetros e variáveis das
correntes definidoras. Segundo o Dicionário de Política de Norberto Bobbio (verbete Liberdade),
a liberdade política é uma subcategoria da liberdade social e normalmente se refere à liberdade
dos cidadãos ou das associações em relação ao Governo.3
membros, pois como cita GILLES “para preservar o equilíbrio ético e a segurança da sociedade é
preciso regras morais (moralizar a ética)” 4.
O Direito então, será visto como uma ciência que garante sua validade demonstrando
suas afirmações. Afirmações estas que quando interligadas, sejam indissolúveis, sem poderem ser
retiradas, anexadas ou mudadas, mesmo sendo o Direito produto da cultura humana, buscando
sempre seu melhoramento e engrandecimento,
“O Direito é, pois, antes de tudo uma disciplina social, isto é, uma disciplina que a
sociedade impõe a si mesma na pessoa dos seus membros, como meio de atingir o fim
supremo, - e o direito só tem este -, da convivência harmônica de todos associados.” 5
Pensando no valor do tema abordado, é que se crê que esse desafio ao qual
propuseram-nos a escrever deve tornar-se a nossa propedêutica ao estudo da Sociologia Jurídica.
4
(GILLES, Pierre Weil. A nova Ética. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993, (sic)).
5
(BARRETO, 1977, p.433)
7
A partir do momento em que o homem passou a ser gregário e perceber que o sistema
migratório da caça e coleta de vegetais não mais seria viável ao seu sistema de vida, e
aglomerando-se em povoações ─ que seriam a base de desenvolvimento da polis ─,
estabelecendo elos em que a sociedade procurava reagir beneficamente sobre seus membros, e
esses elementos passaram a ter reações adversas às situações que ora enfrentavam, e passaram a
ser frutos desta sociedade, sejam exercendo sua condição de cidadão e lutando por aquilo que
achava que era seu, de e por direito, estabeleceu o sustentáculo dessa atual sociedade vigente,
pois, “tudo que constitui o homem de hoje, o homem do direito, da moral, da religião... é um
produto social” 7.
Conclui-se dessa forma, que existe uma correlação entre a liberdade política e os
governos democráticos, ou seja, só há democracia onde existe liberdade política plena e vice-
versa. Certamente, existem diferenças entre as várias democracias, contudo, certos princípios e
práticas são comuns e distinguem um governo democrático de outras formas de governo.
Diversas são as maneiras de se referir à Liberdade política, haja vista que,
Mas apesar de tudo isso ter acontecido em página tão recente de nossa História, pode-
se afirmar que embora tenhamos passado por uma fase ditatorial militar, agora, com a democracia
aplicada em sua forma plena, as instituições estão fortalecidas e pode-se viver um verdadeiro
estado de direito.
8
(BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Editora Universidade de Brasília, 11 Ed., 1998. p.709).
9
MARTINS, Humberto Eustáquio Soares. http://bdjur.stj.gov.br/jspui/bitstream/2011/8956/ Acesso 03/03/2009
9
1.2 A MORAL.
“(...) a moral tende a fazer com que os indivíduos
harmonizem voluntariamente – isto é, de uma
maneira consciente e livre – seus interesses pessoais
com os interesses coletivos de determinado grupo
social ou da sociedade inteira” 10.
Por causa dessa transmutabilidade, a moral é um fato que tem historicidade, haja vista
“que o progresso moral não se pode conceber independentemente do progresso histórico-social”11
e consequentemente, a ética, como base e ciência da moral, e embora a ética não seja a moral e,
portanto não pode ser reduzida a um conjunto de normas e prescrições, sua missão é explicar a
moral efetiva. Ela pode servir para fundamentar uma moral sem ser em si mesma normativa,
coercitiva ou perceptiva como a própria moral.
10
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Trad. João Dell’Anna. 27 Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2005.
p.70.
11
(GILLES, Pierre Weil. A nova Ética. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993, (sic)).
10
1.3 O DIREITO.
12
(ABBAGNANO (1988, p.278))
13
(ABBAGNANO (1988, p.283))
14
(ABBAGNANO (1988, p.286))
11
O Direito como Técnica Social faz-nos deliberar sobre a capacidade do Direito exercer
sua técnica como elemento capaz de estabelecer e possibilitar as relações humanas tanto em
tempos pacíficos ou em plena beligerância, e ajustar os indivíduos na suas posições dentro da
comunidade seja ela de predominância ou submissão, bem como seus deveres, se bem que “ o
Direito é “a técnica social específica de uma ordenação coercitiva”, sendo, pois, caracterizado
pela “organização da força” ”15.
Busca-se agora refletir sobre as diferenças e similitudes entre liberdade política, moral,
e direito, e o que se observa na análise dessa tríade, é que pode não haver certo equilíbrio entre as
relações, pois quando se fala em liberdade política e moral, pensa-se logo no direito de se ter
liberdade de palavra e de imprensa, de associação (religiosa, política, econômica) o que pode ser
objetado por certos preceitos morais, e é de onde vem a nossa preocupação pois, “... será que
qualquer opinião, por mais impopular – por mais estúpida, até – que seja, tem o direito de ser
difundida”?16
15
(ABBAGNANO (1988, p.288))
16
(ORWELL, George. 1903-1950. A revolução dos Bichos: um conto de fadas. 1 ED. São Paulo: Companhia das
Letras.2007 p. 133.)
17
(ORWELL, 2007, p.133)
12
garantir a coesão social; ambos se interagem e se modificam de acordo com a mutação histórica
de seus conteúdos dogmáticos.
Ninguém pode obrigar a um indivíduo que cumpra uma norma moral, pois este fator é
próprio e interno; em contrapartida a norma jurídica pode ser utilizada como elemento de
coerção, obrigando o indivíduo a cumprir a norma, mesmo contra sua vontade.
Enquanto não existe codificação alfabética para normas morais, as jurídicas as têm,
formalmente e oficialmente; as normas morais são mais abrangentes (comportamento e relações
sociais que o qualifiquem moralmente) que as jurídicas (do Direito), já que estas se atêm ao
funcionamento das relações do indivíduo para com a sociedade em si e para o Estado.
REFERÊNCIAS
13
GILLES, Pierre Weil. A nova Ética. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993.
ORWELL, George. 1903-1950. A revolução dos Bichos: um conto de fadas. 1 ED. São
Paulo: Companhia das Letras.2007
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Trad. João Dell’Anna – 27ª Ed. – Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira. 2005.