Professional Documents
Culture Documents
PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LINE
2
ni
_i
m
O
a:
a.
Diretor-Responsável: SUMARIO
Estévao Bettencourt OSB PASSAGEIRA E, POR ISSO, PRECIOSA 1
Autor e Redator de toda a materia
publicada rteste periódico A teología felá sobre
Oirator-Administrador
A CONSCIÉNCIA QUE JESÚS TINHA DE SI
E DA SUA MISSÁO 2
D. Hildebrando P. Martins OSB
ASSINATURA EM 1987:
NO PRÓXIMO NÚMERO
Até 31 de dezembro de 1986 Cz$ 150,00
A partir de Janeiro de 1987 Cz$ 160,00
294 - Novembro - 1986
Número avulso: Cz$ 15,00
Sim. É pelo fato de que nossa vida na térra passa, e passa rápido,
que damos valor e sentido a cada um dos nossos dias. Quem possui um
tesouro muito grande, fácilmente (talvez inconscientemente) o desperdi
ga e esbanja; mas quem só dispóe de uma conta certa, é espontanea-
mente levado a aproveitar melhor o que tem. O cristáo repete isto com
especial conviccáo, pois ele sabe que esta caminhada de poucos decenios
na térra implica a construcio da sua eternidade! Como soa a cléssica
fórmula, o cristáo vive "os anos da grac,a de Nosso Senhor Jesús Cristo"
de 1986/7...
E.B.
481
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
ANO XXVII - NS 294- Novembro de 1986
482
CONSCIÉNCIA DE JESÚS
483
4 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
INTRODUCÁO
484
CONSCIÉNCIA DE JESÚS
485
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
486
CONSCIÉNCIA DE JESÚS
to, nao pode ser abordado senáo á luz da fé, segundo a qual Jesús é o
Cristo, o Filho do Deus vivo (cf. Mt 16.16).1
QUATRO PROPOSIQÓES
Primeira Proposicio:
Comentario:
487
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
488
CONSCIÉNCIA DE JESÚS
Segunda Proposicáo:
Comentario: -
2.2. A consciéncia que Jésus tem da sua singular relacao filial com
o "Pai seu" é o fundamento e o pressuposto da sua missao. Ooutro la
do, podemos da sua missao deduzir a consciéncia que Jesús tinha. Se
gundo os Evangelhos sinóticos, Jesús sabe que foi enviado para anun
ciar a Boa-Nova do Reino de Deus (Le 4,43; cf. Mt 15,24); em vista dis
to Ele "saiu" (Me 1,35 grego) e velo (cf. Me 2,17...).
489
10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
do" (Le 19,10), nao abolir, mas cumplir a Lei (Mt 5,17), trazer a espada
da separacio (Mt 10,34), trazer o fogo sobre a térra (Le 12,49). Jesús
sabe que "veio" nao para ser servido, mas para servir "e dar a sua vida
em resgate de muitos" (Me 10,45).
2.3. Esta "vinda" nao pode ter outra origem se nao em Deus. O
Evangelho de Sao Joáo o diz claramente, tornando explícitos, na sua
Crístologia da Missáo {Sendungschristotogie), os testemunhos mais im
plícitos dos Sinóticos sobre a consciéncia que Jesús tinha da sua ¡n-
comparável missáo: sabe que "veio" do Pai (5,43), "saiu" do Pai (8,11;
16,28). A missáo de Jesús, recebida do Pai, nlo Ihe foi imposta de fora:
ela Ihe é própria, a ponto de coincidir com todo o seu ser; ela é toda a
sua vida (6,57), o seu alimento (4,34); é a única coisa que Jesús procura
(5,30), porque a vontade daquele que o enviou é toda a vontade de Je
sús (6,38); as suas palavras sao as palavras do Pai (3,34; 12,49); as suas
obras sao as obras do Pai (9,4), de modo que Ele pode dizer de si
mesmo: "Quem me viu, viu o Pai" (14,9). A consciéncia que Jesús tem
de si, coincide com a consciéncia da sua missáo. Isto vai muito além da
consciéncia de uma missSo profética recebida em determinado momen
to, fosse mesmo "desde o seio materno" (como Jeremías, cf. Jr 1,5; o
Batista, cf. Le 1,15; Paulo, cf. Gl 1,15). Esta missáo tem muito mais as
suas raizes em uma salda ortginéria de Deus ("pois eu sai de Deus",
8,42); ora isto pressupóe, como condicáo de possibilidade, que Jesús
tenha estado com Deus "desde a origem" (1,1.18).
490
CONSCIÉNCIA DE JESÚS M
Terceira proposicüo:
Comentario:
491
_12 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
em vos" (Rm 8,10; 2Cor 13,5), é "viver em Cristo Jesús" (Rm 8,2):
'Todos vos sois um em Jesús Cristo" (Gl 3,28). Esta unidade se expri
me principalmente mediante a analogía da unidade do corpo humano. O
Espirito Santo é a fonte da unidade desse corpo: corpo de Cristo (1Cor
12,27), ou "em Cristo" (Rm 12,5) e também "Cristo" (1Cor 12,12). O
Cristo celeste 6 o principio de vida e de crescimento da Igreja (Cl 2,19;
Ef 4,11-16); Ele e "a Cabeca do corpo" (Cl 1,18; 3,15 etc.), a "plenitu-
de" (Ef 1,22s) da Igreja.
492
CONSCIÉNCIA DE JESÚS 13
Cristo, das suas faculdades, mas o próprio Jesús vem, e em Jesús está
presente Aquele que O enviou (Me 10,40).
A Igreja terá també™ a sua oracáo própria, aquela que Jesús lhe
entregou (Le 11,2-4); ela recebeu principalmente o memorial da Ceia,
centro da "Nova Alíanca" (Le 22,20) e da nova comunidade reunida na
fracio do pao (Le 22,19). Aqueles que Ele convocou para junto de Si,
Jesús ensinou um "modo de agir" novo, diverso do modo dos antigos
(cf. Mt 5,21-48), dos pagaos (Mt 5,47), dos grandes deste mundo (Le
22,25-27).
493
_14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
(15,3). O misterio pascal fica sendo a fonte da Igreja (cf. 19,34): "Eu,
quando for elevado ácima da térra, atrairei todos a Mim" (12,32).
Quarta Proposicáo:
Comentario:
Morreu por nos, porque nos amou: "Cristo nos amou e se entre
gou, oferecendo-se em sacrificio por n6s" (Ef 5,2). Este "nos" indica
todos os homens que Ele quer reunir na sua Igreja: "Cristo amou a
Igreja e se entregou por Ela" (Ef 5,25). Ora, tal amor, a Igreja o enten-
deu apenas como urna atrtude geral, mas como um amor tio concreto
que cada criatura humana se torna objeto de consideracSo pessoal. Es
ta conviccao da Igreja é corroborada pelas palavras de Sao Paulo a
resperto dos "fracos": "Nao facas perecer por causa do teu alimento al-
guém pelo qual Cristo morreu" (Rm 14,15; cf. 1Cor 8,11; 2Cor 5,14s).
Aos cristSos de Corinto dilacerados em faccóes Paulo póe a pergunta:
"Cristo estaría dividido? Paulo teria sido crucificado em vosso favor?"
(ICor 1,13). Justamente a este propósito Paulo (que nao conheceu Je
sús "durante a sua vida terrestre", Hb 5,7) poderé afirman "Vivo na fé
do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim" (Gl 2,20).
494
CONSCIÉNCIA DE JESÚS
nos", "por mim" e "pelos meus irmios", póem ante os nossos olhos o
amor, setn limites, do "Filho de Deus" (Gl 2,20) preexistente, Aquele
que é reconheddo, ao mesmo tempo, como o "Senhor" glorificado. Es
te "por nos" cheio de amor de Jesús tem, pois, o seu fundamento na
preexistencia, e permanece também no amor do Cristo glorificado, que
- após haver-nos amado {cf. Rm 8,37) na sua Encarnacao e na sua mor-
te - agora "intercede por nos" (Rm 8,34). O amor "preexistente" de
Jesús constituí o elemento continuo que caracteriza o Filho em todas
estas tres etapas (preexistencia, vida terrestre, existencia glorificada).
495
J6 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
496
CONSCIENCIA DE JESÚS 17
497
Um teólogo perde a cátedra:
498
O CASO "CHARLES CURRAN" 19
499
20 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
Há, além disto, duas questóes conexas que, sobretudo nos últi
mos meses, foram mal compreendidas durante o exame feito por esta
Congregacáo a respeito das suas obras, e que devem ser esclarecidas.
Em primeiro lugar, Vossa Reverencia protestou publicamente porque
nunca Ihe foi dito quais eram os seus "acusadores". Ora, a Congrega-
cao baseou o próprio exame exclusivamente sobre as obras publicadas
pelo senhor e sobre as suas respostas pessoais ás próprias "Observa-
cóes". Portante, de fato as suas próprias obras foram os seus "acusa
dores" e somonte elas.
500
O CASO "CHARLES CURRAN"
Dev.mo em Cristo,
Card. Joseph RATZINGER
ERRATA
501
Como dizem:
"O demonio anda soltó por al!" Esta frase, freqüentemente repeti
da entre nos, supoe urna problemática que vamos expor, trabando, a se
guir, algumas linhas de pensamento que a elucidem.
1. O problema
502
O DEMONIO HOJE 23
503
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
2. Que dizer?
504
O DEMONIO HOJE 25
1O S. Padre Joño Pauto II, na sua encíclica "Senhor e Ponte de Vida", as-
socia a acáo do demonio é mentira..., especialmente á mentira que aprésenla
Deus como rival do homem nos sistemas ateus totalitarios; cf. n's 37-38. Já o
filósofo alemáo Friederich Nietzsche ft 1900) prvclamava a morte de Deus
para que pudesse haver o Super-homem. Tais teses sao o eco da mentira
com que o Tentador conseguiu levar os primeiros homens é "morte do ho
mem"; cf. Gn 3,4s.
505
26 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
tra Deus, odio a prática da virtude...). As doencas devem ser tratadas pela
medicina, a psiquiatría e a psicologia, acompanhadas das preces dos fiéis,
sem dúvida.
1Notemos, alias, que nem toda revotta contra Deus deve necessariamente
ser Sda como prova de possessáo diabólica.
506
O DEMONIO HOJE 27
3. E o caso de Turim?
507
28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
no, 18/086); "O demonio desfechou novo ataque; mas, para combaté-lo,
vém os exorcistas" (II Giomale, 16/02/86); "Turim: sete contra o diabo"
(Corriere della Sera, 16/02/86). Essa onda da imprensa era apta a ali
mentar urna lamentável psicose da opiniSo pública. Na verdade, o papel
dos exorcistas nomeados devia ser, na grande maioria dos casos, o de
ouvir as pessoas inquietas e, depois, tranqOilizá-las, afirmando-lhes que
nao sofrem de influxos diabólicos, mas, sim, da depressáo, da angustia e
da solidio que a vida ñas grandes cidades modernas costuma suscitar;
em tal caso, um médico ou um psicólogo é o melhor profissional a ser
consultado. Somente quando, em colaborado com psiquiatras, os sacer
dotes chegam á conclusSo de que se trata muito provavelmente de pos-
sessSo diabólica, podem proceder ao rito do exorcismo.
508
O DEMONIO HOJE 29
ocorrem! 0 cristáo nao ignora que Ihe compete sustentar a luta contra o
mal ou o poder das trevas (cf. Ef 6,12), mas sabe que Cristo venceu o
príncipe deste mundo (cf. Jo 12,31) e deu sos seus discípulos o poder de
participar desta vitória. Quem vive fielmente a sua vocacáo crista, procu
rando decididamente afastar-se do pecado, guarde plena paz frente as
incursóes do "misterio da iniqüidade" (cf. 2Ts 2,7).
A propósito:
DE ROSA, GIUSBPPE, II diavolo: fantasfe e reaitá, em La Civiltá
Cattolica.nP 3258, 15/03/86, pp. 573-577.
509
Um fivra que revela
S10
A VIRGEM MARÍA 31
Mais: Jesús quis eximir a muiher das impurezas legáis, como mos-
tra o caso da muiher hemorrolssa (cf. Me 5,25-34). Defendeu a muiher
adúltera contra os seus acusadores, que abusavam do seu titulo de mas-
culinidade (cf. Jo 8,3-11). Infringlu os costumes que tendiam a afastar a
muiher do convivio social (cf. Jo 4,27): Jesús, falando com a Samaritana
á margem do poco ou em lugar público, podía mesmo estar escandali-
511
32 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
2. A virgindade de María
513
34 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
514
A V1RGEM MARÍA 35
tasiosas, que podiam simbolizar tanto a ternura das relances entre máe e
filho quanto a paixáo (ás vezes, agressiva) das relacóes entre homem e
mulher. O respectivo culto chegava aos ritos da magia, que sao urna
tentativa presuncosa de forcar a divindade a fazer o que o homem quer.
515
36 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
516
AVIRGEMMARIA 37
qual ela haveria de dar a natureza humana; se Jesús fosse mero homem,
María teria sido fecundada por um varáo; mas, sendo Deus e homem, foi
do próprio Deus que María concebeu. Tal é a razio própria em virtude da
qual o Cristianismo professa a matemidade virginal de Maria.
517
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
318
A VIRGEM MARÍA 39
519
40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
520
A VIRGEM MARÍA 41
3. Conclusáo
Á guisa de bibliografía:
521
E o caso de Mié Menininha?
Religíoes Afro-Brasileíras e
Catolicismo
522
RELIGIÓES AFRO-BRASILEIRAS 43
REFLETINDO...
523
44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
3) Evitar o sincretismo
524
RELIG1ÓES AFRO-BRASILEIRAS 45
a que se relaciona com Deus através desses ritos? Ou devo ter outra
forma de abordagem, de contato com eles?'1
Paulo VI, na Evangelii Nuntíandi ja dera resposta á questáo:
525
46 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
5) Aculturacao necessária
526
RELIGIÓES AFRO-BRASILEIRAS 47
Eis alg urnas reflexóes que o caso recente de "Máe Menininha" nos
sugere, colocando-nos diante do ampio problema das religióes afro-
braileiras.
A propósito:
* * *
(continuagao da p. 528)
Sem comentarios.
527
48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 294/1986
(continua na p. 527)
528 r
'
O MOSTEIRO DE SAO BENTO
2? Edicáo de:
DIÁLOGO ECUMÉNICO, Temas controvertidos.
EM COMUNHÁO
Revista bimestral, editada pelo Mosteiro de Sao Bento, clestina-se
aos Oblatos e as pessoas interessadas em assuntos de espiritualidade
monástica. Além da conferencia espiritual mensal de D. Estéváo Betten
court para os Oblatos, contém tradupóes de comentarios sobre a Regra
beneditina e outros assuntos monásticos. - Assinatura anual em 1987:
Cz$ 50,00.