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Preparação do Cloreto de t-butila

Preparação do Cloreto de t-butila


Daniel Cabral Pinto, Lívia Ribeiro de Souza e Rinaldo Gonçalves

Química Orgânica Experimental


UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte, 22 de abril de 2009

Objetivo

Síntese do cloreto de t-butila numa reação de substituição nucleofílica do t-butanol.

Introdução

O método mais geral de preparação de haletos de alquila é a partir de alcoóis. A forma mais
simples de se converter alcoóis é reagindo com HCl, HBr ou HI, numa reação de substituição,
originando os haletos de alquila.

ROH + HX Æ RX + H2O (X = Cl, Br, I)

Quando o álcool é terciário, a reação é de primeira ordem e é chamada de SN1, sendo a saída da
água a etapa lenta e determinante da reação. No caso de um álcool primário, a reação é de
segunda ordem, e um ácido de Lewis é adicionado para favorecer a ionização da hidroxila.

Para separação do produto formado dos reagentes, aposta-se na baixa solubilidade do cloreto de
t-butila em água, levando a formação de uma fase aquosa e outra orgânica. Para purificação,
utilza-se a destilação.

Materiais e Reagentes

Vide apostila: Química Orgânica Experimental Lucienir Pains Duarte e Maria Amélia
Diamantino Boaventura, 2009.

Parte Experimental

Em um funil de separação de 250 mL, foram colocados 10mL de álcool t-butílico e 33mL de
ácido clorídrico concentrado. O funil foi tapado, e o gás formado foi liberado pela haste,
conforme a Figura 1, sem agitação do sistema.

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Preparação do Cloreto de t-butila

Figura 1 – Como liberar o gás da reação t-butanol + HCl.

Então a mistura foi agitada por aproximadamente 15 minutos, abrindo regularmente a torneira
do funil para liberação do gás. Em seguida o funil foi deixado suspenso, conforme a Fig. 2, até
nítida separação das duas fases.

Figura 2 – Separação das fases aquosas e orgânicas na síntese do cloreto de t-butila.

Foi adicionado 20mL de água destilada no funil, para lavar a fase orgânica, e novamente a
camada aquosa foi recolhida. Em seguida, a fase orgânica foi lavada com 20mL de NaHCO3 a
5% e novamente com água, conforme a Fig. 3.

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Preparação do Cloreto de t-butila

Figura 3 – Lavagem da fase orgânica.

A fase orgânica foi transferida para um balão de destilação e o CaCl2 foi adicionado até o
liquido ficar perfeitamente límpido. A destilação foi realizada conforme a montagem da Fig. 4,
e a fração foi recolhida a temperatura de até 55 °C.

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Preparação do Cloreto de t-butila

Figura 4 – Montagem da destilação simples.

O teste com nitrato de prata foi realizado com o destilado, confirmando a presença de haleto.

Discussão

A síntese do cloreto de t-butila se dá via mecanismo SN1, conforme a Fig. 5.

(a)

(b)

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Preparação do Cloreto de t-butila

(c)

Figura 5 – Mecanismo da reação de síntese do cloreto de t-butila.

Primeiro o álcool terciário é protonado (5a), formando um bom grupo abandonador. Em seguida
a água deixa o t-butanol protonado (5b), formando-se um carbocátion terciário relativamente
estável. Finalmente o íon cloreto (5c) ataca o carbocátion, dando origem ao cloreto de t-butila.

A reação é de primeira ordem e depende apenas da concentração do álcool. A adição, nesse


caso, de um ácido de Lewis para favorecer a ionização inicial é dispensada, uma vez que o
carbocátion formado é relativamente estável.

Para o cálculo do rendimento teórico da reação a seguinte consideração foi realizada:

O volume de destilado obtido foi de 6,1mL, totalizando 53% de rendimento. Talvez com maior
tempo de espera antes da separação no funil, o rendimento do cloreto de t-butila pudesse ser
maior.

A caracterização do haleto com nitrato de prata é bem conveniente uma vez que o cloreto é o
único haleto presente, e toda a sua forma dissociada foi excluída na lavagem da fase orgânica,
portanto todo o cloreto presente é oriundo do t-butila, e forma um precipitado branco com a
prata de acordo com a reação (Kps = 1,0 x10-10):

Ag+ + Cl- Æ AgCl

Conclusão

A síntese do cloreto de t-butila a partir de uma substituição nucleofílica SN1 do álcool t-butilico
foi realizado com 53% de rendimento. A identificação do produto formado foi feita com nitrato
de prata, dando positivo.

Referências

Tert-butyl chloride. Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/T-butyl_chloride. Acesso em 22


de abril de 2009.

Síntese do cloreto de tert-butila. Disponível em


http://www.unifor.br/hp/disciplinas/n307/pratica_02_sintese_do_cloreto_de_tert_butila.pdf.
Acesso em 22 de abril de 2009.

Química Orgânica Experimental Lucienir Pains Duarte e Maria Amélia Diamantino


Boaventura, 2009.

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Preparação do Cloreto de t-butila

Anexo – Questão sobre a atividade

O álcool t-butilico pode sofrer reações do tipo E1 ou SN1, dependendo das condições. Em ambas
as reações, a formação do carbocátion é determinante na velocidade da reação. Se o ânion ataca
o carbocation na próxima etapa, como no caso da reação com ácido clorídrico com mecanismo
mostrado na Figura 5, uma reação de substituição nucleofilica ocorre. Entretatno, se o solvente
age como uma base e retira um dos átomos de hidrogênio de um carbono β, a reação é de
eliminação de acordo com o mecanismo mostrado na Figura 6.

Figura 6 – Mecanismo de eliminação de primeira ordem do t-butanol.

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