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COMADRE MORTE

Havia um homem que tinha tantos filhos, tantos que no havia ningum na freguesia que no fosse compadre dele e vai a mulher teve mais um filho. Que havia do homem fazer? Foi por esses caminhos a fora ver se encontrava algum que convidasse para compadre. Encontrou um pobrezinho e perguntou-lhe se queria ser compadre dele. Eu quero; mas voc sabes quem eu sou? Eu sei l; o que eu quero algum para padrinho do meu filho. Pois, olha, eu sou Deus. J no me serve; porque tu ds a riqueza a uns e a pobreza a outros. Foi mais adiante; e encontrou uma pobre e perguntou-lhe se queria ser compadre dele. Quero mas voc sabe quem eu sou? No sei. Pois, eu sou a Morte. voc mesmo, porque tratas a todos por igual. Fez-se o batizado e depois disse a Morte ao homem: J que tu me escolheste para comadre, quero-te fazer rico. Faa uma Faculdade de Medicina, a vais curar doentes. - Voc entre e se vires que eu estou cabeceira sinal que o doente no escapa e no lhe d remdio; mas se estiver aos ps porque escapa; Mas, voc no pode tentar curar aqueles que eu estou na cabeceira, porque seno te mato. Assim foi. O homem ia s casas e se via a comadre cabeceira dos doentes abanava as orelhas; mas se ela estava aos ps, receitava o que lhe parecia. Vejam l se ele no havia de ganhar fama e muito dinheiro. Veja se no era sorte grande! Mas, vai uma vez foi a casa dum doente muito rico e a Morte estava cabeceira; abanou as orelhas; disseram-lhe que lhe davam tantos contos de ris se o livrasse da Morte e ele disse: Deixa estar que eu te arranjo, e pega no doente e muda-o com a cabea para onde estavam os ps e ele escapa.

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