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O trabalhador que se sinta lesado nos seus direitos, pode apresentar queixas por
acções ou omissões dos poderes públicos ao Provedor de Justiça, que as apreciará
sem poder decisório, dirigindo aos órgãos competentes as recomendações
necessárias para prevenir e reparar injustiças.
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Considerando que a Constituição prevê a emancipação dos operários, que foi
conquistada por eles próprios, esta conquista significa não uma luta por privilégios
de classe, mas por deveres e direitos iguais.
A sujeição económica do homem ao longo da vida esta na base de toda a
miséria social e degradação mental. A emancipação do trabalhador, não é um
problema local ou nacional, mas um problema social abarcando todos os países, em
que a sociedade moderna existe, e dependendo da solução prática dos países mais
avançados para evitar injustiças impor moralidade e regras de conduta sem olhar a
cor, credo ou nacionalidade. Foi publicado em 27 de Agosto de 2003 a lei 99/2003
denominada Código do Trabalho que visa criar para os trabalhadores melhores
condições salariais e de trabalho, humanização dos ritmos de trabalho, equilíbrio
entre os deveres laborais e os direitos pessoais e da família.
Valorização profissional, cultural e formativa dos trabalhadores, defesa dos
valores colectivos, da igualdade, liberdade e solidariedade, entre outras que a lei
lhe confere.
Esta lei assim como a Constituição não reconhecem direitos sem deveres,
nem deveres sem direitos.
Para além dos direitos e deveres consignados na lei, o trabalhador está ainda
sujeito ao Código de conduta da sua empresa.
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Artigo 16.º
Reserva da intimidade da vida privada
Artigo 120.º
Deveres do empregador
Artigo 121.º
Deveres do trabalhador
a) Opor-se, por qualquer forma, a que o trabalhador exerça os seus direitos, bem
como despedi-lo, aplicar-lhe outras sanções, ou tratá-lo desfavoravelmente por
causa desse exercício;
d) Diminuir a retribuição, salvo nos casos previstos neste Código e nos instrumentos
de regulamentação colectiva de trabalho;
f) Transferir o trabalhador para outro local de trabalho, salvo nos casos previstos
neste Código e nos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho, ou
quando haja acordo;
Em resumo: os direitos colectivos dos trabalhadores não podem ser vistos como
entraves à modernização da economia de um país nem à viabilidade económica das
empresas. Claro está que um empregador tenta ter sempre o mínimo de
trabalhadores e dar-lhes o mínimo de estabilidade, obrigando-os a uma maior
flexibilidade e polivalência, se a empresa tem muito trabalho exige maior período
de laboração, compensando os trabalhadores em períodos mais baixos com tempo,
ou seja; se hoje tem muito trabalho não paga horas extras recorrendo
posteriormente ao banco de horas a mais.
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Contudo esta teoria de emprego flexível, é defendida desde há muito por patrões, e
contestada por trabalhadores. Segundo a teoria das associações patronais havendo
maior flexibilidade criam-se mais empregos devido ao despedimento ser mais
generalizado, diminuindo assim os encargos da Segurança Social para com o Fundo
de Desemprego e criando mais empresas e riqueza para o país.
Vivemos todos no mesmo mundo, ocupamos o mesmo espaço precisamos todos uns
dos outros, porque não fazer-mos um pacto de entendimento ético entre todos. O
entendimento existe e é sempre possível.
A flexibilidade não pode ser utilizada como arma de arremesso por nenhuma das
partes, assim como aos empregadores é vedado o direito à discriminação social, mas
estes fazem tábua rasa dos deveres a que estão vinculados por lei, evitando admitir
nas suas empresas mulheres em idade fértil para não terem de lhes pagar aquilo que
a lei lhes confere, o direito à maternidade e amamentação entre outros direitos.
Colocando-nos a todos em regime de recibo verde, o empregador furta-se assim às
suas responsabilidades sociais para com os trabalhadores.
Direitos sociais das empresas: hoje em dia já é comum vermos empresas que
dignificam os seus trabalhadores, dando-lhes um vencimento justo e colocando à
sua disponibilidade creches abertas durante o período de laboração, oferecendo-
lhes seguros de tratamento, consultas e medicamentos, complemento de
remuneração, lares e cuidados continuados na velhice etc. Estes trabalhadores
sentem-se mais motivados e mais para o desempenho das suas funções, logo o seu
grau de produtividade aumenta em relação a outros sem as mesmas condições.
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Nalguns imigrantes, o factor linguístico revela-se um entrave para a obtenção dos
seus direitos, o que os torna alvo de empregadores menos escrupulosos, chegando
ao ponto de terem de pagar a determinadas organizações para trabalharem,
revelando-se vergonhoso numa sociedade que se diz culta e moderna como a nossa.
"O trabalhador é colocado a ler um jornal num cubículo e não lhe é distribuído trabalho
durante um determinado período de tempo. Há muitas situações que nós detectamos e o
número tem aumentado", alerta Paulo Morgado de Carvalho, assegurando que estes casos
"existem com cada vez mais frequência".
Nos últimos três anos, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) recebeu 913
queixas, tendo instaurado 206 autos. Só no primeiro semestre de 2008 foram realizadas
151 acções de fiscalização direccionadas para estes casos.
Em conclusão:
Falta ética laboral nos empregadores, falta uma ética laboral no mercado de trabalho, e uma
dinâmica que inclua os empresários
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Quem pede maior produtividade e desenvolvimento de um país deve lembrar-se que estas são
consequências do bom ambiente de trabalho, da remuneração adequada, condições de higiene e
segurança e de diálogo.
Responsabilidade social: diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e
empresas para com a sociedade em geral.
É o conjunto amplo de acções que beneficiam a sociedade e as corporações que são tomadas pelas
empresas, levando em consideração a economia, educação, meio-ambiente, saúde, transporte,
habitação, actividades locais e governo, essas acções optimizam ou criam programas sociais,
trazendo benefício mútuo entre a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos
funcionários, quando da actuação da empresa e da própria população.
A responsabilidade social é ainda um conceito, segundo o qual, as empresas decidem, numa base
voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse
pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o
cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores
de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os
fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral. Situa-se o conceito
de responsabilidade social a dois níveis: Nível interno: relaciona-se com os trabalhadores e, mais
genericamente, a todas as partes interessadas afectadas pela empresa e que, por seu turno, podem
influenciar os seus resultados. Nível externo: tem em conta as consequências das acções de uma
organização sobre os seus componentes externos, nomeadamente, o ambiente, e os seus parceiros de
negócio e meio envolvente. Num contexto da globalização e de mutação industrial em larga escala,
emergiram novas preocupações e expectativas dos cidadãos, dos consumidores, das autoridades
públicas e dos investidores. Os indivíduos e as instituições, como consumidores e/ou como
investidores, adoptam, progressivamente critérios sociais nas suas decisões (ex.: os consumidores
recorrem aos rótulos sociais e ecológicos para tomarem decisões de compra de produtos). Os danos
causados ao ambiente pelas actividades económicas, tem gerado preocupações crescentes entre os
cidadãos e diversas entidades colectivas, pressionando as empresas para a observância de requisitos
ambientais. Os meios de comunicação social e as modernas tecnologias da informação e da
comunicação têm sujeitado a actividade empresarial e económica a uma maior transparência. Daqui
tem resultado um conhecimento mais rápido e mais profundo das acções empresariais tanto as
socialmente irresponsáveis (nefastas) como as que representam bons exemplos (e que, por isso, são
passíveis de imitação) – com consequências notáveis na reputação e na imagem das empresas.
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Embora as empresas tenham responsabilidades sociais e contribuam através do mecenato para a
melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores ou instituições, muitas fazem-no porque daí lhe
advêm benefícios económicos e reconhecimento social. Se uma empresa se dispõe a comparticipar a
reconstrução de um hospital pediátrico em determinado país, as pessoas que até aí não compravam
nem conheciam os seus produtos, com o intuito de contribuir para aquela causa passam a comprar
desnecessariamente, dando deste modo à empresa uma oportunidade de aumentar as suas vendas e
saldando os custos que teve com o mecenato.
É meu entender, que a lei do mecenato foi criada para colmatar um vazio que se fazia sentir na
sociedade actual. A almofada social que era notória antigamente, em que as pessoas doavam tudo o
que tinham a uma instituição, fazia bairros para trabalhadores lares, orfanatos etc. sem que daí
esperassem contrapartidas, nos dias de hoje não acontece. Então para incentivar as pessoas e
empresas a doar, criaram-se incentivos fiscais, talvez com certo exagero, mas se não houver estes
incentivos, muitas instituições não tem nada, porque o bem-fazer terminou e só dão se lhe derem, ou
seja uma mão lava a outra.
A LEI DO MECENATO
Decreto-Lei N.º 74/99,de 16 de Março publicado em DR n.º 63 -I série A com as introduções dadas
pela Lei 160/99 de 14 de Setembro, Lei 176-A/99 de 30 de Dezembro, Lei 3-B/00 de 4 de Abril Lei
30-C/200 de 29 de Dezembro
Pelo artigo 43.º, n.º 11, da Lei do Orçamento do Estado para 1998 (Lei n.º 127-B/97, de 20 de
Dezembro) foi o Governo autorizado, no quadro da definição do Estatuto do Mecenato, a proceder à
reformulação integrada dos vários tipos de donativos efectuados ao abrigo dos mecenatos,
nomeadamente os de natureza social, cultural, ambiental, científica e desportiva, no sentido da sua
tendencial harmonização
ESTATUTO DO MECENATO
CAPÍTULO I
Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas
Artigo 1.º
Donativos ao Estado e a outras entidades
1 - São considerados custos ou perdas do exercício, na sua totalidade, os donativos concedidos às
seguintes entidades:
a) Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais e qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e
organismos, ainda que personalizados;
b) Associações de municípios e de freguesias;
c) Fundações em que o Estado, as Regiões Autónomas ou as autarquias locais participem no
património inicial;
d) Fundações de iniciativa exclusivamente privada que prossigam fins de natureza
Predominantemente social ou cultural, relativamente à sua dotação inicial.
2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 1.º do presente diploma, estão sujeitos a
reconhecimento, a efectuar por despacho conjunto dos Ministros das Finanças e da tutela, os
donativos concedidos a fundações em que a participação do Estado, das Regiões Autónomas ou das
autarquias locais seja inferior a 50% do seu património inicial e, bem assim, às fundações de
iniciativa exclusivamente privada desde que prossigam fins de natureza predominantemente social ou
cultural e os respectivos estatutos prevejam que, no caso de extinção, os bens revertam para o
Estado ou, em alternativa, sejam cedidos às entidades abrangidas pelo artigo 9.º do Código do IRC.
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3 - Os donativos referidos nos números anteriores são considerados custos em valor
correspondente a 140% do respectivo total quando se destinarem exclusivamente à prossecução de
fins de carácter social, a 120 % se destinados exclusivamente a fins de carácter cultural, ambiental,
científico ou tecnológico, desportivo e educacional ou a 130% quando atribuídos ao abrigo de
contratos plurianuais celebrados para fins específicos que fixem os objectivos a prosseguir pelas
entidades beneficiárias e os montantes a atribuir pelos sujeitos passivos.
Artigo 2.º
Mecenato social
1 - São considerados custos ou perdas do exercício, até ao limite de 8/1000 do volume de vendas ou dos serviços
prestados, os donativos atribuídos às seguintes entidades: a) Instituições particulares de solidariedade social, bem
como as pessoas colectivas legalmente equiparadas; b) Pessoas colectivas de utilidade pública administrativa e de
mera utilidade pública que prossigam fins de caridade, assistência, beneficência e solidariedade social e cooperativas
de solidariedade social; c) Centros de cultura e desporto organizados nos termos dos estatutos do Instituto Nacional
de Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores (INATEL), desde que destinados ao desenvolvimento
3 - Os donativos referidos nos números anteriores são levados a custos em valor correspondente a 130% do
respectivo total ou a 140% no caso de se destinarem a custear as seguintes medidas: a) Apoio à infância ou à
terceira idade;
b) Apoio e tratamento de toxicodependentes ou de doentes com sida, com cancro ou diabéticos
CAPÍTULO II
Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares
Artigo 5.º
Deduções em IRS por virtude do mecenato
1 - Os donativos atribuídos pelas pessoas singulares residentes em território nacional, nos termos e
condições previstos nos artigos anteriores, são dedutíveis à colecta do ano a que dizem respeito, com
as seguintes especificidades:
a) Em valor correspondente a 25% das importâncias atribuídas, nos casos em que não estejam sujeitos a
qualquer limitação;
b) Em valor correspondente a 25% das importâncias atribuídas, até ao limite de 15% da colecta, nos
restantes casos;
c) São dispensados de reconhecimento prévio desde que o seu valor não seja superior a 100.000$;
d) As deduções só são efectuadas no caso de não terem sido contabilizadas como custos.
2 - São ainda dedutíveis à colecta, nos termos fixados nas alíneas b) a d) do número anterior, os
donativos concedidos a igrejas, instituições religiosas, pessoas colectivas de fins não lucrativos
pertencentes a confissões religiosas ou por eles instituídas, sendo a sua importância considerada em
130% do seu quantitativo.