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boas práticas
de higiene e
segurança
alimentar//
.aplicação dos princípios de haccp para a
hotelaria e restauração.
índice
Apresentação
Introdução
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|ÂMBITO|
O Clostridium perfringens tem a capacidade de, em con- Esta bactéria desenvolve-se melhor na ausência de oxi-
dições adversas, ficar sobre a forma de esporo, isto é, génio. Produtos com pouco ou nenhum oxigénio são
como se a bactéria ficasse protegida por uma espécie de geralmente mais propícios ao desenvolvimento deste
“armadura”. Quando as condições adversas desapare- microrganismo.
cem, a bactéria volta à sua forma normal e desenvolve-
se rapidamente. Os esporos de Clostridium perfringens ALIMENTOS MAIS FREQUENTEMENTE
são muito resistentes à temperatura. ASSOCIADOS A INTOXICAÇÕES POR
Esta bactéria pertence à família Bacillaceae (bacilos e CLOSTRIDIUM PERFRINGENS
cocos esporulados).
Produtos cárneos, produtos preparados em grande
ORIGEM E VEÍCULOS DE CONTAMINA- quantidade geralmente para banquetes (e conservados
ÇÃO durante bastante tempo à temperatura ambiente).
Os intervalos de temperatura de crescimento destas bac- Este microrganismo encontra-se no solo, nos vegetais,
térias são diferentes para os vários subgrupos de Clos- na água, em pêlos de animais e na matéria em decom-
tridium botulinum. No entanto, a maioria desenvolve-se posição. Assim, encontramo-lo em muitos produtos
com temperaturas entre os 30 e os 480C. Os seus esporos agrícolas e de origem animal.
são muito resistentes (para que a sua destruição ocorra,
é necessário sujeitar os alimentos a um aquecimento a CONDIÇÕES DE DESENVOLVIMENTO
1210C durante três minutos). As toxinas produzidas são _TEMPERATURA
destruídas no seguinte binómio tempo – temperatura: 5
minutos a 850C ou 20 a 30 minutos a 800C. Bacillus cereus desenvolve-se num intervalo muito alar-
gado de temperaturas entre os 40 e os 550C, tendo uma
temperatura óptima de crescimento entre 300 e 400C.
_OXIGÉNIO À temperatura de 250C inicia-se a produção da sua to-
xina.
Clostridium botulinum é uma bactéria que se desen-
volve na ausência de oxigénio (anaeróbia). No entanto,
quando se encontra em embalagens com oxigénio, este
_OXIGÉNIO
não é considerado suficiente para impedir o seu cres-
Bacillus cereus é uma bactéria que tem capacidade de
cimento, pois poderão existir no interior dos alimentos
se desenvolver quer na presença quer na ausência de
zonas de anaerobiose onde possam ocorrer o desenvol-
oxigénio (anaeróbia facultativa). Porém, a sua toxina
vimento do organismo e a produção de toxina.
produz-se melhor quando existe oxigénio.
A limpeza é uma operação extremamente importante. Procurar limpar a fundo. Utilizar para este efeito bons
Contudo, é um assunto sobre o qual consideramos fre- detergentes. Respeitar as dosagens e o tempo de acção
quentemente que já sabemos tudo, pois realizamos esta prescritos.
operação várias vezes durante o dia. Enxaguar abundantemente com água e evacuar a água
Porque é que limpamos? Como limpamos? Quais os de enxaguagem.
produtos mais indicados?Com que frequência devemos Escolher um bom desinfectante. Ter em conta a eficácia
limpar? Estas são algumas das questões que surgem do produto e a sua forma de conservação.
com mais frequência e a que tentaremos responder. Respeitar as indicações de dosagem, de tempo de con-
tacto e o modo de aplicação do desinfectante.
|II.2.2.1 – LIMPEZA E DESINFECÇÃO| Enxaguar as superfícies e os aparelhos tratados com
água limpa em quantidades suficientes para eliminar os
As operações de limpeza e desinfecção, por vezes tam- restos de detergente e de desinfectante.
bém designadas por higienização, têm por finalidade as- Desinfectar, após as actividades de lavagem, o material
segurar que nos locais onde se manipulam, preparam e de limpeza e outros acessórios.
confeccionam alimentos não existem micróbios, ou que,
se existirem, seja na menor quantidade possível. O QUE É NECESSÁRIO DESINFECTAR?
Quando limpamos, removemos a sujidade, restos de ali-
mentos, gorduras ou outro tipo de detritos. Tudo o que estiver em contacto com as mãos, como por
Quando desinfectamos, eliminamos micróbios, invisí- exemplo, as facas, as colheres, as bancadas, etc.
veis aos nossos olhos, e que, portanto, resistiram à lim- Todas as superfícies que contactam com os alimentos
peza. quer no armazém, quer durante a preparação ou confec-
ção dos alimentos.
Todo o equipamento e utensílios, os quais deverão ser
desinfectados periodicamente e não apenas após a sua
utilização.
22|
A desinfecção não deve ser feita a não ser que seja ver- - Quando se executam as operações de limpeza, todos os
dadeiramente necessária. produtos alimentares devem estar devidamente protegi-
dos, não esquecendo as montras e vitrinas.
PONTOS A OBSERVAR NA REALIZAÇÃO - Nunca se devem utilizar materiais sujos (esponjas, es-
DE UMA DESINFECÇÃO EFICAZ fregões, escovas e panos).
O controlo de pragas pode ser de dois tipos: Geralmente, os produtos químicos para o combate de
- controlo preventivo pragas são muito perigosos, pelo que as desinfestações
- controlo de exclusão devem ser executadas por técnicos especializados.
Quando se contratam empresas para executarem este
1. Controlo Preventivo serviço, devem ser solicitadas às mesmas as seguintes
O controlo preventivo consiste essencialmente em im- informações:
pedir a entrada e/ou a permanência das pragas nas ins- - plano anual de controlo de pragas;
talações. Para se alcançar este objectivo, existe um con- - fichas técnicas e segurança dos produtos utilizados;
junto de medidas que deve ser posto em prática: - relatório de visitas;
- colocar redes mosquiteiras nas janelas e aberturas para - mapa de localização de iscos (a utilização dos mesmos
o exterior; tem de ser muito bem ponderada, pois os iscos podem
- colocar protecções nas portas (por exemplo, molas de ser também uma fonte de atracção de pragas).
retorno, cortinas de lamelas, etc.);
- manter as portas e as janelas fechadas;
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PARTE III–
O HACCP
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|CAPÍTULO III.1 – APRESENTAÇÃO 7 –elaboração de documentos e registos adequados à
DO HACCP – BREVE EXPOSIÇÃO TE- natureza e dimensão da empresa, a fim de demonstrar
ÓRICA| a aplicação eficaz das medidas referidas nos princípios
anteriores.
|III.1.1 – O QUE SIGNIFICA HACCP?|
|CAPÍTULO III.2 – HACCP – BREVE EX-
HACCP – “Hazard Analysis Critical Control Points” mais PLICAÇÃO TEÓRICO / PRÁTICA|
não significa, em Português, do que Análise de Perigos e
Controlo de Pontos Críticos. O responsável de um estabelecimento deverá
O HACCP consiste num sistema baseado na identifica- analisar todas as operações que compõem o
ção e avaliação de perigos específicos e na implementa- processo produtivo, desde a recepção da ma-
ção de medidas para o seu controlo, focadas na preven- téria-prima até ao serviço das refeições aos
ção e não na análise do produto final, de forma a garantir seus clientes. Deve identificar as etapas de
a segurança dos alimentos. transformação dos alimentos potencialmente
perigosas e inseguras para a saúde, de forma
|III.1.2 – PRINCÍPIOS DE HACCP| a poder estabelecer controlos suficientes
para minimizar os riscos de toxinfecções ali-
A legislação refere-se aos sete princípios do método de mentares.
HACCP, que são os seguintes: A aplicação da metodologia HACCP obriga
1 – identificação de quaisquer perigos que devam ser evi- a um conhecimento profundo do produto, do
tados, eliminados ou reduzidos para níveis aceitáveis; seu processo de fabrico e da sua posterior
2 – identificação dos pontos críticos de controlo na fase utilização.
ou nas fases em que o controlo é essencial para evitar ou
eliminar um perigo ou para o reduzir para níveis aceitá- |III.2.1 – O QUE É NECESSÁRIO FA-
veis; ZER?|
3 – estabelecimento de limites críticos em pontos de
controlo, que separem a aceitabilidade da não aceitabili- - Identificar possíveis perigos, aquilo que pode ser noci-
dade, com vista à prevenção, eliminação ou redução dos vo (1º Princípio do HACCP):
perigos identificados; . avaliar os perigos alimentares que podem existir no
4 – estabelecimento e aplicação de processos eficazes de estabelecimento;
vigilância em pontos críticos de controlo; . identificar as áreas/etapas em que os mesmos podem
5 – estabelecimento de medidas correctivas quando a ocorrer.
vigilância indicar que um ponto crítico não se encontra - Identificar aqueles pontos que são críticos para assegu-
sob controlo; rar a segurança alimentar, isto é, em que podem ocorrer
6 – estabelecimento de processos a efectuar regular- os perigos alimentares (2º Princípio do HACCP).
mente, para verificar se as medidas referidas nos princí-
pios 1 a 5 funcionam eficazmente;
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|III.2.2 – PROCEDIMENTOS DE CON- cumprir os requisitos legais e assegurar a higiene e a
TROLO| segurança alimentar.
Após ter identificado alguns possíveis focos de proble- |III.2.3 – INTRODUZINDO PROCEDI-
mas, o responsável do estabelecimento tem de os con- MENTOS DE CONTROLO|
trolar e de assegurar aos clientes que o faz. Para isso,
deve: Os mecanismos de controlo devem ser:
- garantir que existem controlos de segurança nesses - compreensíveis, para que todos os manipuladores per-
pontos críticos para acautelar a segurança alimentar cebam a sua finalidade e importância;
(Princípios 3º e 4º); - efectivos, para que garantam que os perigos são elimi-
- vigiar (monitorizar) regularmente os controlos para ve- nados ou reduzidos a um mínimo aceitável;
rificar que trabalham eficientemente; - práticos, para que possam ser aplicados de uma forma
- manter e rever todos os controlos; simples à realidade da empresa.
- rever, controlar e monitorizar os procedimentos (tam- Exemplo de controlos que se devem efectuar:
bém sempre que as operações alimentares mudem) - verificação das matérias-primas;
(Princípios 6º e 7º). - rotação de stocks;
A natureza e a complexidade do sistema utilizado irá, - verificação das temperaturas de armazenagem;
na prática, depender da natureza e da complexidade do - aplicação correcta das regras de cozedura e de reaque-
processo produtivo. cimento;
Os documentos escritos e os registos são de grande - controlo de qualidade dos óleos de fritura.
utilidade, tanto como forma de responsabilização dos
manipuladores como para a organização da empresa, e
|III.2.4 – VERIFICAÇÃO DOS PROCE-
ainda para esta demonstrar, às diferentes entidades, que
DIMENTOS DE CONTROLO|
cumpre a legislação.
Provavelmente, em muitas empresas, já se aplicam mui-
A identificação e o controlo de perigos alimentares é um
tos controlos. Mesmo assim, todos os procedimentos da
processo contínuo.
empresa deverão ser revistos e avaliados os potenciais
A definição da frequência dos controlos está relaciona-
perigos. Poderão ser detectados problemas que até ao
da com a natureza e as dimensões da empresa e com a
momento não se tinham evidenciado ou, pelo contrário,
complexidade do processo produtivo.
poderá verificar-se que os controlos estão a funcionar
Devem existir documentos de referência, como por
correctamente. Isto é especialmente importante em cer-
exemplo, as temperaturas de conservação dos alimen-
tos pontos das operações, depois dos quais não vão exis-
tos, etc.
tir mais controlos que eliminem ou controlem os peri-
Cada empresa deve criar e organizar os seus modelos de
gos para a segurança alimentar (por exemplo, produtos
registos e de documentos de forma a demonstrar que:
que se consomem crus, ou que se cozinham, mas que se
- o sistema de controlo está efectivamente a funcionar
comem frios).
e que os alimentos confeccionados são inócuos para os
A análise de perigos irá ajudar a decidir o nível de con-
clientes;
trolo que é necessário e apropriado para a empresa
- quando se detecta que as medidas de controlo não são
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eficazes, serão desenvolvidas acções correctivas; |FÍSICOS|
- todos os procedimentos são regularmente revistos, es-
pecialmente quando se alteram procedimentos de tra- Os alimentos podem ser contaminados com algum ele-
balho; mento estranho à sua composição, como por exemplo
- se procede à identificação, monitorização dos pontos um fragmento de vidro.
críticos e dos limites críticos.
|QUÍMICOS|
|III.2.5 - POR ONDE COMEÇAR? QUE
TIPO DE PERIGOS EXISTEM? COMO Contaminação dos alimentos com produtos químicos,
IDENTIFICAR OS PERIGOS E AS ETA- como produtos de limpeza, insecticidas ou lubrificantes
PAS EM QUE OCORREM?| de máquinas.
Fonte: NP 1524 – transporte terrestre de produtos perecíveis e DL 147/2006 . Rejeitar de imediato a matéria-prima sempre que se ve-
rifiquem anomalias na recepção
RESUMINDO: . Mudar de fornecedor, se houver um número significa-
tivo de anomalias
POTENCIAIS PERIGOS: . Rejeitar os produtos sempre que se verifiquem anoma-
lias significativas nas temperaturas (+30C);
. Contaminação Biológica/Microbiológica (parasitas,
salmonelas ) FICHAS DE REGISTO:
. Contaminação química
. Contaminação física (corpos estranhos) Recepção da matéria-prima (exemplos: R2)
PONTOS DE CONTROLO:
. Datas de validade
. Características de frescura dos alimentos
. Estado das embalagens
. Temperaturas de transporte dos produtos perecíveis
. Higiene dos meios de transporte
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Caso se utilize uma embalagem vazia de um produto
|III.3.4. – ARMAZENAGEM|
alimentar para colocar outro que seja compatível, deve
retirar-se o rótulo do primitivo e colocar um novo rótulo
As condições de armazenagem dos produtos dependem com a indicação do que contém.
do tipo de produto, bem como das suas características.
Há produtos que podem ser armazenados à temperatura Os produtos que não estejam em condições de ser uti-
ambiente, outros que têm de ser armazenados em am- lizados devem ser destruídos. No caso de irem ser de-
bientes refrigerados, ou mesmo congelados. De uma for- volvidos ao fornecedor, devem ser colocados num local
ma geral, devem ser mantidas as condições de limpeza devidamente assinalado e com uma etiqueta ”Produtos
e ventilação, bem como de controlo de temperatura para a devolver / destruir”.
assegurar as boas condições de higiene do local.
Um ponto importante na gestão e controlo de produtos
Todos os estabelecimentos devem dispor de um espaço armazenados consiste na rotação de stocks. Os primeiros
destinado à armazenagem de produtos alimentares. É produtos a serem armazenados deverão ser os primeiros
evidente que o espaço necessário depende do volume a serem consumidos (primeiro a entrar - primeiro a
de alimentos armazenados. Os locais de armazenagem sair (PEPS), respeitando sempre a data de durabilidade
devem apresentar-se sempre em perfeito estado de lim- mínima indicada no rótulo. Este é um princípio a utilizar
peza e arrumação. em todos os produtos armazenados, independentemen-
te do local onde são guardados.
O armazém deve ser organizado por grupos de produ-
tos, devendo os alimentares estar separados dos não Nas zonas de armazém devem existir meios eficazes de
alimentares. Todos os produtos devem estar ordenados protecção contra insectos e roedores, como por exem-
e arrumados. Cada local deverá estar devidamente iden- plo um electrocutor de insectos junto das entradas, re-
tificado. des mosquiteiras nas janelas (se existirem), etc. Todas
as portas dos armazéns devem estar sempre fechadas
Não se devem colocar produtos e/ou embalagens direc- (excepto quando se está a retirar ou a repor produtos e
tamente no chão, mas sim em estrados, que devem ser durante a limpeza), evitando-se desta forma a entrada
de material não absorvente e imputrescível. Deverão de animais (insectos e roedores, entre outros), a acumu-
existir estantes ou armários para facilitar a correcta ar- lação de poeiras e sujidade e a circulação de pessoas es-
rumação dos produtos. tranhas ao serviço.
. Datas de validade
. Características de frescura dos alimentos
. Temperaturas de armazenagem dos produtos perecí-
veis
. Pragas
LIMITES CRÍTICOS:
CONTROLO:
Todas estas recomendações são fundamentais para Não voltar a congelar produtos que sofreram, total ou
prevenir as contaminações cruzadas. parcialmente, um processo de descongelação.
. Contaminação biológica
FICHAS DE REGISTO
. Contaminação química
Não se aplica
. Contaminação física
Após a preparação das refeições, estas podem ser apre- PONTOS DE CONTROLO:
sentadas ao cliente final de diferentes formas, sendo elas
serviço na mesa, self-service, buffet, room service, take- . Manipulação dos alimentos
away ou mesmo o consumo fora do estabelecimento, . Temperatura de estufas e banhos-maria e de frigorífi-
cos
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LIMITES CRÍTICOS:
CONTROLO:
ACÇÕES CORRECTIVAS:
FICHAS DE REGISTO:
Boas condições de
armazenagem
liminar
E �����������������������
todos os produ-
Separação dos Temperaturas de tos cujas embalagens se
diferentes tipos conservação dos pro- Controlo visual e encontrem abertas, roídas
Contaminação de matéria-prima Datas de validade dutos em ambiente olfactivo ou com fezes de animais
biológica (cresci- existentes refrigerado
mento microbiano) Características Verificação da Rejeitar os produtos
Boas condições de de frescura dos Ausência de man- temperatura dos sempre que se verifiquem
Contaminação higiene das insta- alimentos chas, podridão e odor equipamentos de Diariamente ficha R3 anomalias significativas
ARMAZENAGEM química (detergen- lações e equipa- estranhos ao produto frio ou temperaturas dos equipa-
tes, desinfectantes) mentos Temperaturas de 2 vezes por dia ficha R4 mentos de frio
armazenagem dos Ausência de produ- Verificação da exis-
Ccontaminação Controlo da tem- produtos perecíveis tos fora do prazo de tência de fezes ou Efectuar manutenção/
física peratura dos equi- validade de outros indícios reparação ou substituição
(estilhaços de vidro) pamentos de frio Controlo de pragas da presença de do equipamento avariado
Inexistência de sinais pragas
Rotação de stocks de pragas Eliminar os produtos fora
(PEPS) do prazo de validade
Controlo de pragas
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APRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS DE CONTROLO (PLANO DE HACCP)
Boas condições de
higiene do local,
superfícies e uten-
sílios
Lavagem de ve-
Rejeitar as matérias-pri-
getais
mas que tenham entrado
em contacto com produ-
Lavagem das mãos
tos químicos ou pragas
antes e depois do Contacto entre pro-
serviço dutos em diferentes
Observação visual Executar correctamente
estados de prepa-
as tarefas
Boas condições de ração
Controlo do tempo
Contaminação higiene pessoal
Ausência de produ- de exposição à tem- Prolongar a descongela-
biológica Higiene de superfí-
tos descongelados há peratura ambiente ção separando a matéria-
Exposição à tem- cies e utensílios
mais de 24 horas prima em porções mais
Contaminação peratura ambiente Durante a execução das
PREPARAÇAO Observação visual Não se aplica pequenas
química por um período não Desinfecção de tarefas
Ausência de práticas do processo de
superior a 1 hora vegetais e frutas
de contaminação descongelação Executar correctamente
Contaminação
cruzada as medidas preventivas
física Descongelação da Higiene das mãos
Verificação da tem-
matéria-prima na
peratura do equipa- Eliminar os produtos que
prateleira inferior Condições de
mento de frio não sejam confecciona-
do frigorífico, em descongelação dos
dos nas 24 horas após a
condições de frio, produtos
descongelação
sem contacto com o
líquido de exsu-
dação
Descongelação
apenas das quanti-
dades necessárias,
sabendo que não
se pode voltar a
congelar
Boas condições de
higiene do local e
dos equipamentos
APRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS DE CONTROLO (PLANO DE HACCP)
-UTENSÍLIOS E APARELHOS
L+D
TÁBUAS E SUPERFÍCIES DE TRABALHO
L+D
UTENSÍLIOS
L+D
APARELHOS DE PREPARAÇÃO
MÁQUINAS DE PICAR CARNES, FACA ELÉC-
L+D
TRICA
MISTURADOR, BATEDEIRA L+D
FRITADEIRA L
BANHO-MARIA L
MICROONDAS, FORNO, MARMITA L
-CASAS DE BANHO
RETRETES E URINÓIS L+D
TORNEIRAS E PUXADORES L+D
LAVABOS L
PAVIMENTO L+D
PAREDES L+D
VESTIÁRIOS L
-LOCAIS DE ARMAZENAGEM
TODOS OS PUXADORES D
PAVIMENTOS L
PAREDES E PRATELEIRAS L*
VEÍCULOS DE TRANSPORTE L
REFRIGERADOR, ARMÁRIOS FRIGORÍFICOS L+D
CONGELADOR L*
ESCOVAS
L+D
LOCAL DE ARMAZENAGEM DOS LIXOS
L
-RESTAURANTE
MESAS L
CADEIRAS L
PAVIMENTOS
L
PORTAS, JANELAS
L
PAREDES
L*
-VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS DE COZINHA
VESTUÁRIO DE TRABALHO M
GUARDANAPOS E TOALHAS DE COZINHA M
53|
PLANO DE LIMPEZA_ÁREA:COZINHA F2
EQUIPAMENTOS
ÁREA/EQUIPAMENTO FREQUÊNCIA PRODUTO PROCEDIMENTOS UTENSÍLIOS RESPONSÁVEL
DE PROTECÇÃO
PAVIMENTO
PAREDES DAS ZONAS DE
TRABALHO
TECTO
JANELAS/BEIRAIS
PORTAS
PUXADORES DE PORTAS
EXAUSTOR
GRELHAS
PIAS
TORNEIRAS
SUPERFÍCIES DE TRA-
BALHO
CALEIRAS DE ESCOA-
MENTO
F3 LAVAGEM E DESINFECÇÃO DE LEGUMES |54
(incluindo ervas aromáticas, como por
exemplo a salsa)
- Ao assar aves inteiras (frango, pato, peru…) ou partes - No caso de sopas, guisados, molhos, etc., temos a cer-
delas, o critério que se deve aplicar é a não presença de teza de que estes alimentos estão bem quentes quando
sangue. Para se verificar o processo de cozedura, pode-se estão a ferver e quando, ao mexermos com uma colher,
picar a ave com um garfo e observar o suco que se liber- continuam a borbulhar. (Sabemos que a água ferve a
ta, ou então fazer uma pequena incisão junto das pernas 1000C.)
(zona mais densa). O suco que se liberta não deve conter
fragmentos avermelhados ou rosados.
PAVIMENTO
PAREDES DAS ZONAS DE
TRABALHO
TECTO
JANELAS/BEIRAIS
PORTAS
PUXADORES DE PORTAS
EXAUSTOR
GRELHAS
PIAS
TORNEIRAS
SUPERFÍCIES DE TRA-
BALHO
CALEIRAS DE ESCOA-
MENTO
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59|
C- Congelados B- Bebidas
F- Frescos MA- Marisco Vivo
M- Mercearia
TEMPERATURA
DATA DE TIPO DE DATA DE RESPONSÁVEL/
PRODUTO LOTE (QUANDO FORNECEDOR OBSERVAÇÕES
ENTRADA PRODUTO DURABILIDADE OU QUEM RECEBE
APLICÁVEL)
MÊS_ / 200_
FRIGORÍFICO Nº OBSERVAÇÕES RUBRICA
DIA
MANHÃ TARDE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
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31.
RESPONSÁVEL_
61| TEMPERATURA DO EQUIPAMENTO FRIO R4
ÁREA_
MÊS_ / 200_
FRIGORÍFICO Nº FRIGORÍFICO Nº OBSERVAÇÕES RUBRICA
DIA
MANHÃ TARDE MANHÃ TARDE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
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13.
14.
15.
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23.
24.
25.
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27.
28.
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30.
31.
RESPONSÁVEL_
R5 REGISTO DOS RESULTADOS DOS TESTES |62
AO ÓLEO DE FRITURA
MÊS_ / 200
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
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24.
25.
26.
27.
28.
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30.
31.
Nota: nas Observações, indicar se houve mudança de óleo
|63 REGISTO DOS RESULTADOS DOS TESTES R6
AO ÓLEO DE FRITURA
MÊS_ / 200_
MÊS_ / 200_
BANHO-MARIA Nº OBSERVAÇÕES RUBRICA
DIA
MANHÃ TARDE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
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27.
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30.
31.
ANEXO 3
APRESENTA–
ÇÃO DO
HACCP
66|
7. elaboração de documentos e registos adequados à
|APRESENTAÇÃO DO HACCP – BRE- natureza e dimensão da empresa, a fim de demonstrar
VE EXPOSIÇÃO TEÓRICA BASEADA a aplicação eficaz das medidas referidas nos princípios
NO CODEX ALIMENTARIUS| anteriores.
A legislação refere-se aos sete princípios do método de 1º PASSO – DEFINIR UMA EQUIPA
HACCP, que são os seguintes: MULTIDISCIPLINAR – A EQUIPA HACCP
1. identificação de quaisquer perigos que devam ser evi-
tados, eliminados ou reduzidos para níveis aceitáveis; Esta equipa deverá ter as seguintes características:
2. identificação dos pontos críticos de controlo na fase . ser multidisciplinar;
ou nas fases em que o controlo é essencial para evitar ou . ter especialistas;
eliminar um perigo ou para o reduzir para níveis aceitá- . ter autoridade dentro da própria empresa.
veis;
3. estabelecimento de limites críticos em pontos de con- 2º PASSO – DESCRIÇÃO DO PRODU-
trolo, que separem a aceitabilidade da não aceitabilida- TO
de, com vista à prevenção, eliminação ou redução dos
perigos identificados; Deverá ser formulada uma descrição completa do pro-
4. estabelecimento e aplicação de processos eficazes de duto, incluindo informações relativas à sua segurança,
vigilância em pontos críticos de controlo; como por exemplo a sua composição, a sua estrutura,
5. estabelecimento de medidas correctivas quando a vi- as suas características físico-químicas, os seus proce-
gilância indicar que um ponto crítico não se encontra dimentos de fabrico, a sua forma de conservação e de
sob controlo; armazenagem.
6. estabelecimento de processos a efectuar regularmen-
te, para verificar se as medidas referidas nos princípios 1
a 5 funcionam eficazmente;
|67
3º PASSO – IDENTIFICAR O USO PRE- 7º PASSO – DETERMINAÇÃO DOS
TENDIDO DO PRODUTO PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLO
(PCC) (PRINCÍPIO 2)
A equipa de HACCP deverá definir o uso a que se desti-
na ou que é previsto para o produto em análise. A determinação de um PCC num sistema de HACCP
pode ser facilitada pela aplicação de uma árvore de de-
4º PASSO – CONSTRUIR UM DIAGRA- cisão.
MA DE FABRICO (FLUXOGRAMA)
A árvore de decisão deverá ser aplicada de uma forma
O diagrama de fabrico deverá ser elaborado pela equipa flexível, conforme a operação a que se refere – produção,
de HACCP e deverá englobar todas as fases do proces- elaboração, armazenamento, distribuição ou outra –, e
so. deverá utilizar-se com carácter orientativo na determi-
nação dos PCC. O exemplo da árvore de decisão pode
5º PASSO – CONFIRMAÇÃO, IN não ser aplicável a todas as situações, pelo que poderão
LOCO, DO DIAGRAMA DE FABRICO ser utilizadas outras abordagens. A identificação PCC
(FLUXOGRAMA) tem duas consequências para a equipa HACCP:
Após ter-se desenhado o diagrama de fabrico, este de- 1. assegurar que as medidas de controlo estão correcta-
verá ser confirmado no local e durante as horas de la- mente desenhadas e implementadas (se um perigo foi
boração. Se for observado algum desajuste, dever-se-á bem identificado no ponto em que o controlo é necessá-
proceder à respectiva correcção. rio para a segurança do produto, e não existe aí nenhuma
medida de controlo, então é necessário implementá-la);
6º PASSO – LISTA DE PERIGOS E ME-
DIDAS DE CONTROLO (PRINCÍPIO 1) 2. estabelecer e implementar um sistema de monitoriza-
ção/vigilância para cada ponto crítico.
Deverá ser elaborada uma lista de todos os potenciais
perigos (que se consigam prever), sejam químicos, físi-
cos ou biológicos, para cada uma das etapas do proces-
8º PASSO – ESTABELECER OS LIMI-
so.
TES CRÍTICOS DE CADA PCC (PRINCÍ-
A equipa de HACCP deverá conduzir a análise de peri-
PIO 3)
gos de forma a identificar, no plano de HACCP, aqueles
Cada medida de controlo associada a um ponto crítico
que, devido à sua natureza, deverão ser eliminados ou
deve dar origem à especificação de um limite crítico.
reduzidos para níveis aceitáveis, tendo em conta a segu-
Os limites críticos correspondem aos valores extremos
rança do produto.
aceitáveis, relativamente à segurança do produto. Estes
Deverão ser consideradas e descritas as medidas de con-
valores separam a aceitabilidade da inaceitabilidade.
trolo que poderão ser tomadas para cada perigo.
São estabelecidos parâmetros mensuráveis ou observá-
veis que podem demonstrar que um ponto crítico está
68|
sob controlo. Eles devem estar baseados em evidências correctivas, quando necessário.
consistentes, de forma a que o valor escolhido se tradu- A monitorização poderá ser contínua ou intermitente.
za, na prática, no controlo do processo. Quando for intermitente, é necessário estabelecer a
Para cada ponto crítico de controlo, dever-se-á especifi- frequência com que será realizada. O programa de mo-
car se é possível estabelecer limites críticos. Em certos nitorização descreve os métodos, os procedimentos de
casos, para uma determinada fase, fixa-se mais do que registo e a frequência com que o mesmo é realizado, isto
um limite crítico. Entre os parâmetros aplicados encon- é, estabelece:
tram-se as medições de temperatura, de humidade, de . quem efectua a monitorização e a verificação;
tempo, de pH, de cloro, de AW (actividade da água), bem . quando são efectuadas a monitorização e a verificação;
como aspectos sensoriais como a textura e o aspecto, o . como são efectuadas a monitorização e a verificação;
odor, etc. . tipo de registos a realizar (assinados por quem os rea-
Os limites críticos podem provir de uma grande varie- liza).
dade de fontes pelo menos iguais aos requisitos legais.
Quando os limites críticos não são retirados de diplo- 10º PASSO – ACÇÕES CORRECTIVAS
mas legais ou de guias de boas práticas de higiene, as (PRINCÍPIO 5)
equipas deverão confirmar a sua validade para o contro-
lo dos perigos identificados nesse ponto crítico. As acções correctivas terão de ser planeadas com an-
tecedência pela equipa HACCP, para cada ponto críti-
9º PASSO – ESTABELECER OS PROCE- co de controlo, de forma a que as mesmas possam ser
DIMENTOS DE MONITORIZAÇÃO PARA aplicadas sem hesitações sempre que se observe algum
CONTROLO DE CADA PONTO CRÍTICO desvio.
(PRINCÍPIO 4) As acções correctivas devem incluir:
- a identificação da pessoa responsável por implementar
Uma parte essencial do HACCP consiste na monitoriza- tais acções;
ção de cada ponto crítico para assegurar a conformida- - a descrição das medidas e acções requeridas para cor-
de com o limite crítico fixado. rigir os desvios observados;
Mediante estas observações ou medidas (monitoriza- - a descrição das medidas a tomar relativamente aos pro-
ção), dever-se-á poder detectar a perda de controlo de dutos produzidos durante o período em que o processo
um PCC. O ideal será que, através da monitorização, se esteve descontrolado, incluindo um sistema adequado
obtenham informações a tempo de se poderem fazer cor- de eliminação do produto deteriorado;
recções que permitam assegurar o controlo do processo, - registos escritos das medidas tomadas, nomeadamente
impedindo que se ultrapassem os limites críticos. Os data, tempo, tipo de acção, verificação de controlo, pes-
processos deverão ser corrigidos quando os resultados soal responsável, produtos eliminados, etc.
indicarem uma perda de controlo de um ponto crítico. A monitorização deve indicar:
As correcções deverão ser efectuadas antes que ocorra 1. que o parâmetro monitorizado se desviou do seu limi-
um desvio. Os dados obtidos durante a monitorização te específico, sendo isto indicativo de perda de controlo
deverão ser avaliados por uma pessoa designada, com e da necessidade de tomar a apropriada acção correctiva
conhecimentos e autoridade, para proceder a acções para retomar o controlo;
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2. quais as medidas preventivas a implementar (verifi- nitorização.
cação do equipamento, verificação da pessoa que mani-
pula alimento, etc.) se uma acção correctiva se repetir A verificação deve ser realizada por alguém diferente
muitas vezes para o mesmo ponto do processo. daquele que realiza as acções de correcção e a monito-
rização.
NÃO
NÃO É UM PCC STOP
SIM
NÃO É UM PCC
STOP
ANEXO 5
FORMAÇÃO
74|
|FORMAÇÃO| |CURSO APHORT DE FORMAÇÃO
GERAL EM HIGIENE E SEGURANÇA
O Regulamento 852/2004 estabelece no Capítulo XII o ALIMENTAR / CÓDIGO DE BOAS
seguinte: PRÁTICAS|
“Os operadores das empresas do sector alimentar de- Destinatários: O curso é preferencialmente dirigido a
vem assegurar que: empregados de unidades hoteleiras e de unidades de
O pessoal que manuseia os alimentos seja supervisado restauração que manuseiam alimentos.
e disponha, em matéria de higiene dos géneros alimen- Objectivos:
tícios, de instrução e/ou formação adequadas para o de- - Dotar os formandos dos conhecimentos nas áreas da
sempenho das suas funções; Segurança Alimentar, com vista ao correcto exercício
Os responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção das suas funções e ao cumprimento das exigências le-
do processo referido no nº1 do artigo 5º do presente re- gais, nacionais e comunitárias;
gulamento ou pela aplicação das orientações pertinen- - Fornecer as competências previstas no nº 1 do Capítulo
tes tenham recebido formação adequada na aplicação XII do Regulamento 852/2004, no quadro de aplicação
dos princípios HACCP; do Código de Boas Práticas de Higiene e Segurança Ali-
Todos os requisitos da legislação nacional relacionados mentar (APHORT).
com programas de formação de pessoas que trabalhem
em determinados sectores alimentares sejam respeita- |CURSO APHORT DE FORMAÇÃO
dos”. PARA RESPONSÁVEIS EM HIGIENE E
SEGURANÇA ALIMENTAR / CÓDIGO
Os estatutos da APHORT estabelecem no seu Artigo 7º DE BOAS PRÁTICAS|
– Atribuições, no seu número 2 o seguinte:
(…)
Destinatários: O curso é preferencialmente dirigido a
A ASSOCIAÇÃO tem também atribuições na área da
empresários e gerentes de unidades hoteleiras e de res-
Formação, nomeadamente:
tauração.
(…);
Objectivos:
Formação de Empresários, Gestores e Dirigentes;
- Dotar os formandos dos conhecimentos nas áreas da
Apoio e assistência às empresas associadas, nomeada-
Segurança Alimentar, incluindo a aplicação dos prin-
mente através de diagnósticos de necessidade de forma-
cípios do HACCP, com vista ao correcto exercício das
ção e acções de formação profissional dos seus empre-
suas funções (incluindo as de supervisão), ao cumpri-
gados;
mento das exigências legais, nacionais e comunitárias,
(…)
e das obrigações comerciais, ferramentas de relevância
A APHORT, no cumprimento dos seus Estatutos e, para
para o aumento da competitividade;
dar cumprimento àquela disposição do Regulamento
- Fornecer as competências previstas no nº 2 do Capítulo
852/2004, no âmbito da aplicação do presente Código
XII do Regulamento 852/2004, no quadro de aplicação
de Boas Práticas de Higiene e Segurança Alimentar
do Código de Boas Práticas de Higiene e Segurança Ali-
cria dois cursos, ministrados pela APHORT ou por Inst-
mentar (APHORT).
tituições de ensino por ela reconhecidas.
GLOSSÁRIO
76|
A
Alimentos de alto risco
C
Características organolépticas
Amplo conjunto de alimentos que, pela sua natureza, Características próprias de cada produto, como a cor, sa-
composição ou forma de preparação culinária, apresen- bor, cheiro e textura.
tam duas características, podendo estar na origem de
grande número de intoxicações alimentares: Contaminação
- são um óptimo caldo nutritivo para o desenvolvimento Presença de qualquer material estranho num alimento,
das bactérias; de origem química, física ou biológica, ou qualquer outro
- degradam-se com facilidade. que torne o alimento inadequado para ser consumido.
B
tros.
Controlo
Estabelecer procedimentos de controlo das operações.
Bactérias
Organismos vivos tão pequenos que são invisíveis ao
olho humano (só podem ser observados com o auxílio
de um microscópio). São seres muito simples, compos-
tos por uma só célula, e que, quando em condições ópti-
mas para o seu desenvolvimento, se reproduzem muito
rapidamente.
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D
Diagrama de Fabrico ou Fluxograma
F
FIFO
Representação sistemática da sequência de fases ou Representa a regra de rotação de stocks “First in, First
operações levadas a cabo na produção ou elaboração de out”, que em português significa que o primeiro produto
determinado produto alimentar. a entrar em stock deve ser o primeiro a sair (PEPS), de-
pendendo, no entanto, do prazo de validade do produto.
Desinfecção
H
Redução do número de microrganismos para um nível
que proteja os alimentos de uma contaminação perigo-
sa, através de agentes químicos, sem prejuízo para os
alimentos.
HACCP
Detergente Hazard Analysis Critical Control Point – Análise de Pe-
Substância química que se usa para eliminar a sujidade rigos e Controlo dos Pontos Críticos: sistema que tem
e a gordura de uma superfície antes de ser desinfecta- como finalidade a segurança alimentar.
da.
Higiene Alimentar
Desinfectante Conjunto de medidas adequadas para assegurar a com-
Substância química que reduz o número de bactérias posição própria dos alimentos, a sua inocuidade e con-
nocivas até um nível seguro. servação, desde a cultura, produção ou fabrico, até ao
seu consumo.
Doença de origem alimentar
Qualquer doença de natureza infecciosa ou tóxica que Higienização
seja ou se suspeite ser, causada pela ingestão de alimen- Conjunto das acções de limpeza e desinfecção.
I
tos ou água contaminados.
E
Esporos
Infecção Alimentar
Causada devido ao facto do microrganismo presente no
Formas latentes de resistência que algumas bactérias alimento se multiplicar originando uma quantidade su-
possuem para se protegerem contra condições extremas ficiente que cause doença no consumidor.
de temperatura.
78|
Intoxicação Alimentar Microrganismos patogénicos
Causada pela ingestão de alimentos que contêm toxi- São seres vivos de reduzidas dimensões causadores de
nas, substâncias produzidas pelos microrganismos, ou doenças.
P
causada por produtos químicos.
L
Limite crítico
Perigo
Agente biológico, químico ou físico presente no alimen-
Critério que diferencia a aceitabilidade da inaceitabili- to, ou as condições em que este se encontra, que pode
dade do processo numa determinada fase. causar um efeito adverso para a saúde.
M
mento assegure o controlo dos perigos que são signifi-
cativos para a segurança dos alimentos, no segmento da
cadeia alimentar considerado.
R
suja para a mais limpa, de forma a que os alimentos
prontos a servir não se cruzem com os alimentos que
irão ser descascados, lavados, etc.
Medida Preventiva:
Medidas ou actividades que eliminam ou reduzem a Restos
ocorrência de perigos para a segurança alimentar. O que resta dos pratos ou travessas dos clientes (isto é,
das mesas) e que deve ser rejeitado.
Microrganismos
Seres vivos de pequenas dimensões, como as bactérias,
|79
S
Sistema HACCP
Sistema que permite identificar, avaliar e controlar peri-
V
Validação
gos significativos para a segurança dos alimentos. Constatação de que os elementos do plano de HACCP
são efectivos.
Sistema de monitorização
Conjunto de observações ou medições dos parâmetros Verificação
de controlo para avaliar se um ponto critico de controlo Aplicação de métodos, procedimentos, ensaios, análises
está efectivamente sob controlo. e outras avaliações, além da vigilância, para constatar o
cumprimento do plano HACCP.
Sobras
Z
Alimentos que foram confeccionados em excesso, que
não chegaram a ser servidos e nos quais se manteve a
cadeia de frio/quente.
T
Zona de perigo
Intervalo de temperatura compreendido entre os 50C e
os 650C no qual a maioria dos microrganismos se de-
senvolvem rapidamente.
Toxinfecção alimentar
Doença de natureza infecciosa ou tóxica, causada ou
que se presume ter sido originada pelo consumo de ali-
mentos e de água.
80|
|BIBLIOGRAFIA| - Hazelwood, D. e MCLean, A.C., Hygiene.
Acomplete course for food handlers, 1ª edição,
- Araújo, Manuel, Segurança Alimentar, Lisboa, Hodder & Stoughton, Ltd, MillRoad, Dunton
Meribérica/Liber editores, 1997 Green, Sevenoaks, Kent, Inglaterra
- Baptista, Paulo et al., Higiene e Segurança Ali- - UNIHSNOR – Código de Boas Práticas de Hi-
mentar na Restauração, Forvisão, 2005 giene para a Restauração, UNIHSNOR, 2001