You are on page 1of 2

Gilmar Olavo e Homero; Idário Goiano e Roberto; Cláudio Luizinho e Baltazar;

Carbone e Mário: não era necessário ser corintiano para saber esta escalação
de cor.

Naquele tempo a formação era outra, menos defensiva, com dois zagueiros e
cinco atacantes. E que atacantes, no Corinthians dos anos 50, que ainda não
era chamado de Timão, mas de Mosqueteiros.

E, a partir de 1954, de Campeão do Centenário.


Seu símbolo era um charuto aceso, vitoriosamente ostentado por seu
presidente, Alfredo Ignácio Trindade.

A final do Campeonato de 54 não foi a única decisão importante de que


participou o goleiro Gilmar. Várias vezes campeão paulista, pelo Corinthians e
depois pelo Santos, inclusive no início da Era Pelé, também foi campeão
mundial, goleiro da seleção que ganhou o Mundial de 1958 na Suécia,
resgatando a derrota em casa em 1950. Mas a partida decisiva, que levou seu
time ao título de Campeão do IV Centenário, ocupa um lugar especial em sua
memória.

Ele descreveu em um tom épico e, muito emocionado: .


“O Corinthians chegou à final com o Palmeiras e estávamos concentrados no
Pacaembu. Era sábado, três horas da tarde, e o pessoal começou a chegar
para o jogo de domingo. Teve muita gente que dormiu na porta do Pacaembu
para conseguir um lugar no dia do jogo.

Era uma coisa extraordinária, a platéia, o campo lotado no dia do jogo, aquela
tensão na Cidade de São Paulo pela decisão, já que Corinthians e Palmeiras
haviam chegado a final.

São Paulo estava bonito, lindo mesmo, e tivemos a felicidade de que um


empate nos favorecia. Empatar com o Palmeiras e seriamos Campeões.

Daí foi uma loucura, porque, como todos sabem, o Corinthians é uma coisa
impressionante. É uma massa, uma religião, é uma torcida que você não
explica como essa gente vibra com um time como o Corinthians. E foi aquela
festa, desfile em carro de bombeiros pela cidade, só porque o Corinthians havia
ganhado o campeonato. Foi uma coisa maravilhosa.”

Embora seja palmeirense, não sou anti-corintiano. História é história... e não há


como negar o feito de 54.

Fica aqui o registro da lembrança do grande Gilmar, que prefiro lembrar como
goleiro da Seleção de 1958.

Nada contra os corintianos.

You might also like