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Anttese Leia os versos abaixo de Charly Garcia: O sonho de um cu e de um mar E de uma vida perigosa Trocando o amargo pelo mel

E as cinzas pelas rosas Te faz bem tanto quanto mal Faz odiar tanto quanto querer. Observe que o eu lrico emprega palavras que se opem quanto ao seu sentido: cu se ope a mar, amargo a mel, bem a mal, odiar a querer, com a finalidade de construir o sentido a partir do confronto entre idias opostas. O mesmo acontece nesses versos de Vincius de Morais: Tristeza no tem fim, Felicidade, sim. H quem confunda anttese com paradoxo. A diferena reside, entretanto, na maneira como esses opostos se relacionam. Na anttese, temos duas teses contrrias, antnimas: Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem. (Monte Castelo, Renato Russo) Enquanto o eu lrico est acordado, os outros serem dormem. Seria um exemplo de paradoxo se a mesma construo estivesse da seguinte maneira: Estou dormindo acordado. Neste caso, temos um exemplo de paradoxo, j que a oposio de idias se d num mesmo referente. Portanto, anttese a figura de linguagem que consiste em construir um sentido atravs do confronto de idias opostas. Fontes CEREJA, William Roberto e MAGALHES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira em dilogo com outras literaturas. 3 ed. So Paulo, Atual editora, 2005, p.38. PIRES, Orlando. Manual de Teoria e Tcnica Literria. Rio de Janeiro, Presena, 1981, p. 101. SAVIOLE, Francisco Plato. Gramtica em 44 lies. 15 ed. So Paulo, tica, 407.

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