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ACREDITAR

Quanto mais somos visto como aqueles que mal usam o nosso direito a amar, mais nos julgam como queles outros que mal sabem sobre Eros. O inusitado amigo daqueles que mal sabem ler o bem. O mal tem seu significado quando muitos padecem involuntariamente e sofrem como uma ovelha ao matadouro. No sei o significado de minhas lutas. No sei o significado de minhas lgrimas mortferas. Vou lutando e vou chorando as marcas de uma vida que s me pede a morte. E... O que devo fazer? Como devo agir as presses de uma vida toda, voltada para o sofrer? Tantos encontros, tantas voltas ao mundo e nada. Nada que me faa acreditar, nada que me faa voltar ao passado novamente. Somos vistos como delinquente e mal amado. Somos vistos como algozes de nossas prprias dores. No consigo entender! Como se faz presente o meu estado de mortferas flores do mal! Quero escrever sobre meu mal, sobre meu clamor, sobre meu amor... No consigo me esquivar de nada que me atinge. como se eu tivesse mesmo que passar por tudo isso sem me ater a nenhuma flecha inimiga. No quero acreditar que meu mal, foi ter amado. Mas, tudo me mostra acreditar que foi isso mesmo: amei demais e fui ao inferno. Olho a minha volta e s vejo cinzas dos cadveres deixados da ltima guerra. S vejo a nvoa cinzenta poluindo o ar azulado. Quantos morreram ali por amor? Quantos padeceram por um motivo o qual, no fazia sentido algum estar naquele instante? Quantos mais de milhares, sucumbiram s armas, sem ao menos saber o porqu estavam lutando? Eu, porm, sei e o porqu continuo a lutar... Tudo to assustador. Tudo to infernal. Quero acreditar que, meu mundo, mesmo estando do jeito que est no ser o meu fim nem o do prprio mundo. Quero crer que ainda, haver uma chance, uma pequena chance, pra aqueles que ainda esperam por amor. Aquele amor que, quando chega porta, no quer mais parar de bater at que lhe seja aberta. Eu acredito neste amor. Eu acredito neste sonho. Eu acredito nesta iluso realista. Enfim, acredito em mim e no fim de meu martrio embora, me seja mais doloroso acreditar, do que esperar. Eis a o fim...

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