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PATRIMONIO CULTURAL

Patrimônio Cultural, bem cultural se referem a uma mesma


materialidade: são expressões, atitudes, lugares, objetos artísticos, são todas
as marcas significativas da civilização humana.

O desenvolvimento cultural e a conscientização da sociedade


contribuíram para a formação, ainda que lenta e trabalhosa, dos conceitos
patrimoniais, o que demonstra o reconhecimento e interesse pela proteção e
,sobretudo, a perpetuação dos testemunhos materiais da atividade humana.

UNESCO

A convenção sobre a proteção do patrimônio mundial, cultural e natural


da UNESCO, realizada em Paris 1972 considera patrimônio cultural:

Os monumentos, os conjuntos, os lugares.

O patrimônio não é um conjunto ou uma série de objetos isolados que


podem interessar ou ser utilizados por uma minoria, mas deve ser entendido
como uma força independente e representativa da criação, o direito, e a
propriedade de toda a sociedade isto é a humanidade em seu conjunto.

2.1. Os instrumentos de proteção do patrimônio cultural

A crescente preocupação da sociedade e instituições internacionais, pela


cultura e pelo patrimônio histórico culminou na criação de diversas
recomendações legais de salvaguarda da herança cultural dos povos.

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A extensão do conceito de bens culturais, incluindo a tutela do
patrimônio etnográfico, dos centros históricos, dos bens ambientais e do
território histórico em geral, contribuiu para a elaboração de linhas de atuação
para a proteção do patrimônio cultural mundial.

A “Carta de Atenas” (1931), é uma referência documental internacional


para a conservação e restauração de bens culturais, como um grande marco
institucional.

Em 1945, a ONU se converte no mediador das relações internacionais


mundiais e fundamenta o conceito internacional de patrimônio cultural.

Em 1946 é constituída a UNESCO que atuará na valorização do


patrimônio mundial, cultural e natural.

O ICOMOS, uma organização não governamental afiliada a UNESCO


que se dedica à conservação de monumentos, conjuntos e sítios históricos,
com comitês em diversos países.

A Carta Internacional para Conservação e Restauração de


Monumentos, conhecida como “Carta de Veneza” (1964), documento
considerado mais amplo que a “Carta de Atenas”, e ratifica a necessidade de
contar com a ajuda de todas as técnicas que possam ser eficientes para
salvaguardar o patrimônio monumental.

O Brasil conta com o:

O decreto-lei nº25, de 30 de novembro de 1937. A lei 9.605, de 12 de


fevereiro. O decreto lei n º 3.866 de 29 de novembro de 1941; A lei nº 3.924 de
26 de novembro de 1941 .O decreto lei nº3551 de 4 de agosto de 2000

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DE SÃO LUÍS

São Luís é uma cidade de porto. A situação geográfica do núcleo


urbano inicial foi determinante para a função portuária da cidade e para as
relações comerciais com a Europa.

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A parte administrativa se instalou na cidade alta e a baixa é a área
comercial e do mar. Este modelo é uma perpetuação da colonização dos
antepassados.

A cidade se tornou o centro político econômico de toda a região e


potencialmente estratégica para a concentração do fluxo de riquezas
provenientes de outras regiões.

EDIFICAÇÕES CARACTERÍSTICAS

TIPOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES

O refinamento dos detalhes construtivos e adaptados à condição


climática local, assim como o uso de materiais cerâmicos como revestimento
das fachadas das edificações são um marco expressivo da arquitetura civil de
São Luis.

PATRIMONIO EM RISCO

O Informe Mundial preparado pelo ICOMOS (Conselho Internacional


de Monumentos e Sítios) em1999 apresenta as grandes tendências que afetam
o patrimônio:

 O papel evolutivo do estado enquanto a suas


responsabilidades.
 A mudança no equilíbrio entre os valores públicos e os
interesses particulares.
 A falta de recursos humanos, profissionais e financeiros.
 O predomínio dos interesses econômicos globais.
 A tendência global à homogeneização da cultura, da indústria
da construção, a prática profissional, etc.
 A taxa crescente de destruição e aumento de severidade.

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 A explosão demográfica e o crescimento da pobreza.

 Manutenções deficientes;
 As mudanças socioeconômicas;
 Normas de conservação insuficientes
 Aspectos relacionados com turismo

Estes informes constatam que certos tipos de estruturas patrimoniais


correm grande risco, e por tanto exigem uma atenção especial.

RISCO E AMEAÇAS

O conceito de risco faz referência à probabilidade de que a uma


população, ou segmento de uma mesma, que lhe ocorra algo nocivo. O risco é
uma conseqüência, uma condição latente ou em potencial, e seu grau depende
da intensidade provável da ameaça e os níveis de vulnerabilidade existentes.
As estruturas urbanas estão intimamente relacionadas com a
problemática do risco, as ameaças originadas pela natureza e pelo homem.

A prevenção e a mitigação do risco é responsabilidade da sociedade e


governo. A gestão de riscos deve ser planejada segundo as necessidades, a
infraestrutura, a área afetada e os bens que estejam inseridos neste contexto.
As ameaças são fatores de risco e podem ser de origem natural ou
antrópicas.

CENTRO HISTÓRICO

O colóquio de Quito em 1977 definiu centro histórico como todos os


assentamentos humanos vivos, fortemente condicionados por uma estrutura
física proveniente do passado, reconhecível como representativo de um povo

Os centros históricos são símbolos da cidade tradicional, são a


representação da forma de ser, de viver e de construir de nossos antepassados
e possuem marcas permanentemente recordadas através das formas das

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construções particulares, materiais ou texturas assim como expressões
arquitetônicas.

MARCOS INSTITUCIONAIS

Maranhão

Legislação estadual

Com o IPHAN, na esfera federal, Dept. patrimonio histórico, artístico e


paisagístico do estado do maranhão e a fundação municipal de patrimonio
histórico.

DETERIOROS

• Obsolescencia Funcional
A edificação já não cumpre com sua funcionalidade original;
• Obsolescencia Física

Deterioração da estrutura física do edifício

• Obsolescencia Económica

Falta de inversões para a manutenção das estruturas arquitetônicas.

Estes fatores contribuem para a vulnerabilidade dos edifícios.


Estabelece-se um círculo vicioso: antiguidade do edifício, a estrutura física com
muitos andares, os custos de manutenção, o desinteresse dos proprietários, a
debilidade das ações de conservação, as questões de salubridade,
planejamento político para estas áreas, fatores ambientais, etc.

Dentre os fatores ambientais, as diversas edificações localizadas na


área do centro histórico são afetadas pela forte umidade característica desta
região e esse fator contribui para o surgimento de outras lesões importantes
como erosões físicas, químicas, corrosões, desprendimentos de fachadas e
ornamentações e aceleram o desenvolvimento de microorganismos, plantas e
insetos.

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Também é importante considerar que o fluxo intenso de veículos
proporciona uma degradação na estrutura de muitas edificações. A estrutura
viária do centro histórico não foi planejada para esta intensidade de veículos.
As edificações antigas são sensíveis aos movimentos e vibrações excessivas
das cargas dos veículos pesados.

A sujeira identificada nas fachadas dos edifícios pode ser da


acumulação de particulados atmosféricos e outros elementos em suspensão.
De fato uma das causas que produzem a sujeira de fachadas é o tráfego
rodado.
CONSERVAÇÃO PREVENTIVA

A conservação preventiva compreende tanto os bens contemplados


individualmente como em conjunto. É a garantia da manutenção nas melhores
circunstâncias conservativas possíveis, criando condições apropriadas em
função das necessidades materiais e técnicas sem esquecer que estas
desempenhem sua função sócio-cultural.

USO DE SIG
Sistema aplicado a dados geográficos no sentido amplo ( topografia,
geologia, meio ambiente)

a) Entrada de informação

b) Gereciamento de dados

c) Transformação e análise de dados

d) Saída de datos

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Sig é um pacote informático (suporte físico e lógico) que gerencia,
armazena, edita, manipula, analisa, e gera saídas gráficas de dados espaciais
e resolvem problemas complexos de planificação de recursos.

Os mapas em um sig são representados em forma de capas temáticas


separadas que podem ser conectadas mediante cruzamento de dados
geográficos e que podem mostrar em uma capa diversos aspectos temáticos –
linhas de drenagem, elevações, estradas, áreas urbanas, etc.

El IPPAR (Instituto Portugués del Patrimonio Arquitectónico), en el


ámbito del proyecto “Inventariação e Digitalização do Patrimonio Histórico-
Cultural 2000/2006” ha objetivado el desarrollo de un instrumento eficaz de
gestión del Patrimonio. Con la utilización del Sistema de Información
Geográfica, ha sido posible para los técnicos del IPPAR, el acceso rápido a los
procesos y ubicación de obras. En 2000 se han georeferenciados todos los
inmuebles clasificados o en vías de clasificación, de Portugal Continental, de
acuerdo con la clasificación, totalizando 3979 inmuebles. Desde julio de 2001
ya se encuentran también disponibles, en formato digital y georeferenciados,
los Centros Históricos de Santarém, Faro, Tavira y Évora, en un total de 416
inmuebles

CARTA DE RISCO
Os fatores de perigo estão agrupados em função de sua homogeneidade , e
em três categorias.

a. fatores de peligrosidad estático-estrutural (terremotos,


desequilibrios hidrogeológicos; grave diminuição demográfica
com interrupção de manutenção etc;

b. fatores de perigo ligados ao ambiente atmosférico


(contaminação atmosférica, clima, proximidade ao mar, etc.);

c. fatores de perigo antrópico (furtos, vandalismo, pressão


turística, concentração demográfica etc.)”.

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A organização da Carta de Riesgo se articula substancialmente en tres
fases diferentes:

1. Valorização geral e teórica dos fatores de deterioração, o que


leva a compilação de mapas temáticos de perigo;

2. Verificação da real incidência dos fatores de deterioração, tal


como se definem nos mapas temáticos de perigo sobre a efetiva
situação de conservação dos materiais e levará a definição dos
índices de vulnerabilidade.

3. Síntesis das duas fases precedentes, ou seja a criação da carta


de risco, sendo esta um produto dinâmico e aberto para
interação.

Estes processos através do sistema territorial maris ( mapa de risco)


permitem avaliar a intensidade do risco de perda a que submetido um bem
cultural e permite localizar sua distribuição no território por meio de cartografia
temática atualizável.

Esta investigação trata de unidades estadísticas:

a. Os bens pertencentes a uma determinada tipologia


( população ) edificios históricos ou monumentos e
complexos arqueológicos, objetos artísticos,

b. O binomio distrito territorial – conjunto de bens situados


no territorio- ejemplo – municipio possui um conjunto de
construções históricas.

Determinação do risco individual – o estado de suscetibilidade ao


processo de deterioração que o bem pode sofrer.

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Determinação do risco territorial – o estado de suscetibilidade ao
processo de deterioração do bem cultural no território onde estes bens estão
inseridos.

Para isso tem-se a vulnerabilidade do bem – componente indicativo do


nível de exposição de um bem a uma serie de fatores territoriais, ambientais,
em função das magnitudes que caracterizam o estado de conservação do bem
– estático-estrutural.

O perigo territorial – indicativo do nível de agressão potencial de uma


determinada área territorial em função das magnitudes que regulam os
mecanismos de deterioração. Dominio ambiental / ar: fatores climáticos,
microclimáticos, os contaminantes. Para o domínio estático – estrutural: as
características geomorfológicas do solo e subsolo e domínio antrópico: as
dinâmicas demográficas, socioeconômicas etc.

Para a tese foi proposta uma metodolgia aplicável ao centro histórico de Sl


com duas unidades estatísticas:

 Os bens: edificios históricos do Centro Histórico,

 Unidade territorial: O Centro Histórico, parte integrante


do município de São Luis.

Riesgo Individual: indicador de fator de vulnerabilidade (referente a


característica de risco intrínseca a cada Bien) dos imóveis do centro histórico –
estado de conservação.

Risco Territorial: fator de perigo ( referente a característica do risco


relativo ao território ao redor do bem) – fluxo de veículos nas vias integrantes
do sistema viário do centro histórico.

As informações deste quadro estão fundamentadas nas bibliografias


obtidas com dados referentes ao uso, ao estado de conservação, ao estilo
arquitetônico e ao número de plantas. Ademais historicamente, não é possível
apontar una medida probabilística de risco para sua quantificação, por tanto,

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estabeleceu-se os indicadores de fator de vulnerabilidade e perigo, a través de
investigação, conhecimento e constatações in situ.

Para a formação da Base de Dados - IPLAM (Instituto de Pesquisa e


Planejamento do Municipio de São Luis) y del Gobierno del Estado, a través del
Proyecto Praia Grande / REVIVER.

1. Organização e sistematização dos dados referentes as fichas


cadastrais dos imóveis localizados espacialmente e descritos em
sua tipologia – dados de 1998 do IPLAM

2. Imóveis georeferenciados e procesados pelo MICROSTATION y


como base cartográfica, os mapas temáticos – uso, estado de
conservación, estilo arquitectónico y número de plantas, Escala
1:5.000, en formato CAD, IPLAM (2002).

3. Ìndice de vulnerabilidade determinados a partir da avaliação dos


dados obtidos das fichas dos imóveis – 1998 -
IPLAMDeterminación para os diversos niveis de conservação
(ruina, muy malo, regular y bueno).As fichas mencionadas
representan a media de ocorrencia dos padões estabelecidos para
danos e patología referentes a cada estado de conservação.

4. Determinação do índice de perigo do território, considerado


a partir do fluxo de vehículos na área do Centro Histórico.

5. Identificação dos componentes da base de dados


codificadas e definidas.

6. Organização dos dados e migração para um sistema de


banco de dados. MS.Access.

1. Processamento dos dados arquivados espacialmente em


ambiente sig. O padrão de conversão deste software

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permite a operação de vários formatos - CAD (formato dwg)
y MICROSTATION (formato dgn), base vetorial da base de
dados para esta metodologia.
La tercera etapa consiste en:

1. O desenvolvimento e organização da carta de risco permitindo


a interação dos diversos níveis de interface entre os usuários
do sistema e ArcView.

5. O índice de perigo de dominio, relacionado al Centro


Histórico de São Luis, identificado como variável territorial,
en cujo ámbito se sitúan os imóveis – dados dos fluxos de
veículos subdivididos na sua intensidade de tráfego.

O modelo da Carta de Risco proposto para o Centro Histórico de São


Luis constituye-se de uma visualização cartográfica dos diferentes níveis de
riscos presentes em todo o territorio, a través de uma combinação interativa
entre os fatores de vulnerabilidade dos imóveis e a ação antrópica resultante
do efeito do fluxo de veículo em toda a área do centro.

Os mapas síntesis obtidos por meio das análises interativas com os


dados utilizados para definir os índices de vulnerabilidade e perigo constituem
o formato cartográfico de visualização referentes a intensidade do risco da
perda ao que estão submetidos os imóveis do centro histórico. Com estes
mapas se pode localizar a distribuição espacial e extrair conclusões que
facilitem um gerenciamento otimizado do patrimonio. A interrelação dos mapas
proporciona dados suficientes para a determinação de quais bens estão
expostos a deterioração ou destruição.

Tomando como base as informações referentes ao estado atual de


conservação dos imóveis foram introducidos os fatores de vulnerabilidade e
perigo e conseguiu-se a través da agregação automática dos fatores de risco
frente a distintas ameaças, a aplicação de uma matriz de avaliação dadas as

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possibilidades oferecidas pelos comandos do ArcView, com a definição de
cinco categorías de risco.

A metodologia desenvolvida é um instrumento para a atividade científica e


administrativa dos gestores do centro histórico e proporciona a adoção de
modelos arquivisticos mais homogêneos e congruentes que possam interagir
com sig e que disponham tanto de informações concernentes a consistência,
distribuição, tipologia, localização do bem e objetos artísticos, assim como a
recoleção e atualização de dados referentes a fatores estático estruturais,
ambientais e antrópicos.

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