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Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Secretaria Nacional de Renda de Cidadania

Análise da Pesquisa sobre Gestão Descentralizada do


Programa Bolsa Família

Brasília, julho de 2007.

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Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania

Análise da Pesquisa sobre Gestão Descentralizada do


Programa Bolsa Família

Equipe Responsável:
Departamento de Gestão dos Programas de Transferência de Renda
Maria Camila Mourão Mendonça de Barros
Jean Marc Mutzig
Camile Sahb Mesquita
Adriana Lima
Alexandre Galliza
Ana Maria Mesquita
Elaine Lício
Flávia Silveira
Marcos Stelmo
Renata Gracioso Borges

Departamento do Cadastro Único


Lúcia Modesto
Ana Maria Vieira
Juliana Studart
Carlos Frederico

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Análise da Pesquisa sobre Gestão Descentralizada do
Programa Bolsa Família

1. Introdução

Este documento tem por objetivo sistematizar os principais resultados


apurados a partir dos questionários elaborados pela Secretaria Nacional de
Renda de Cidadania (Senarc) do Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS), e respondidos pelos municípios, sobre a aplicação
dos recursos transferidos aos municípios com base no Índice de Gestão
Descentralizada (IGD).
O IGD é um indicador sintético, criado por meio da Portaria GM/MDS nº
148, de 2006, com o objetivo de apoiar financeiramente os municípios do
Programa Bolsa Família (PBF), com base na qualidade da gestão do
Programa. O índice é composto pela média aritmética do Indicador do
CadÚnico e do Indicador de condicionalidades.
O Indicador do CadÚnico é a média aritmética entre o total de cadastros
válidos e o total de cadastros atualizados sobre o total da estimativa de famílias
com renda de até meio salário mínimo por pessoa.
O Indicador de Condicionalidades é a média aritmética entre a taxa de
crianças e adolescentes de 6 a 15 anos com informações de freqüência escolar
e a taxa de famílias com acompanhamento da agenda de saúde entre as
famílias beneficiárias.
Esses componentes foram priorizados levando em conta dois aspectos.
O primeiro é em relação à qualidade das informações do cadastro, pois dados
imprecisos ou desatualizados no CadÚnico podem ocasionar erros de
focalização e pagamentos indevidos, dificultando ou até mesmo
impossibilitando o acompanhamento das condicionalidades e tornando mais
complexas as atividades de gestão de benefícios. O segundo diz respeito ao
monitoramento das condicionalidades, atividade que indica o esforço do
município em garantir a oferta dos serviços de saúde e educação, e em
acompanhar as famílias do PBF, não só informando se elas utilizam ou não

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esses serviços, mas também conhecendo e acompanhando as que não o
fazem.
Ao mesmo tempo, para a construção de um modelo de repasse de
recursos que possibilitasse a utilização da modalidade de transferência fundo-
a-fundo e, ainda, permitisse a transferência de recursos para todos os
municípios, foi necessário considerar indicadores já existentes na base de
informações utilizada na gestão do Programa Bolsa Família. Assim, além de
considerar indicadores que permitissem a avaliação da qualidade de gestão
local e que representassem componentes estratégicos do Programa, também
foi considerado como parâmetro a utilização de indicadores passíveis de
cálculo individual para todos os municípios brasileiros.
Para receber os recursos financeiros do IGD, o município deve cumprir
três condições:
• ter aderido ao Programa Bolsa Família, nos termos da Portaria GM/MDS
nº 246/05;
• ser habilitado na gestão da Assistência Social; e
• atingir pelo menos 0,4 no valor do IGD.

O montante transferido mensalmente a cada município resulta da


multiplicação do IGD do município (calculado segundo as quatro variáveis
anteriormente apresentadas) pelo valor de referência de R$ 2,50 (dois reais e
cinqüenta centavos) e, desse produto, pelo número de beneficiários do Bolsa
Família no município. Isso significa que os municípios com IGD igual a “1”
recebem R$ 2,50 por família beneficiária, a cada mês. Além disso, o valor é
calculado em dobro para até 200 famílias em cada município, de forma a
favorecer os pequenos municípios. Os valores transferidos serão calculados,
portanto, de acordo com a seguinte fórmula:

Repasse mensal = [ IGD x R$ 2,50 x 200 x 2 ] + [ IGD x R$ 2,50 x (nº de famílias


- 200)]

O IGD vem sendo calculado mensalmente desde abril de 2006. Os recursos


são transferidos do Fundo Nacional de Assistência Social para os respectivos
fundos municipais. De acordo com a Portaria nº 148, artigo 2º, os recursos
transferidos devem ser utilizados nas seguintes atividades:

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• gestão de condicionalidades;
• gestão de benefícios;
• acompanhamento das famílias beneficiárias;
• cadastramento de novas famílias, atualização e revisão dos dados
contidos no CadÚnico;
• implementação de programas complementares ao PBF nas áreas de:
a) alfabetização e educação de jovens e adultos;
b) capacitação profissional;
c) geração de trabalho e renda;
d) acesso ao microcrédito produtivo orientado; e
e) desenvolvimento comunitário e territorial, dentre outras.
• atendimento às demandas relacionadas à fiscalização do PBF.

Entre as características da forma de repasse de recursos para apoio à


gestão representada pelo IGD, merecem destaque:
• é uma forma de transferência que respeita a autonomia municipal na
gestão do PBF;
• a transferência é regular e automática;
• incentiva qualidade de gestão;
• incentiva ação intersetorial, própria do desenho do PBF;
• dá autonomia de gestão, desde que a ação seja vinculada ao PBF;
• permite utilizar o recurso para apoio à gestão e para apoio às famílias.

Em dezembro de 2006, 5.346 municípios receberam recursos


financeiros do MDS baseados no IGD. O montante de recursos envolvidos, de
abril a dezembro de 2006, foi de R$161.360.379,60. A tabela abaixo apresenta
as transferências realizadas mensalmente.

Tabela 1.1: Transferências de recursos municipais (IGD)


Nº de
municípios que Total de
receberam recursos
Meses recursos transferidos
Abril 5.291 16.095.202,06
Maio 5.315 16.821.494,26
Junho 5.315 16.821.494,26
Julho 5.347 19.308.988,04

5
Agosto 5.357 20.032.017,84
Setembro 5.339 20.053.163,95
Outubro 5.300 14.128.845,06
Novembro 5.345 18.940.782,89
Dezembro 5.346 19.158.391,24
Total 161.360.379,60
Fonte: Senarc/MDS

Desse modo, com o objetivo de identificar o impacto da transferência


financeira aos municípios, a Senarc elaborou um questionário eletrônico, com
28 questões estruturadas, destinado aos gestores municipais, para investigar a
aplicação desses recursos. Além disso, aproveitou-se para conhecer um pouco
mais sobre a atuação dos municípios na gestão do PBF e do CadÚnico. O
questionário de avaliação da utilização dos recursos do IGD pelos municípios
esteve disponível na página do MDS, para resposta on-line, no período de 21
de novembro a 15 de dezembro de 2006.

2 – Perfil dos municípios que responderam ao questionário

A pesquisa destinou-se aos 5.560 municípios brasileiros que aderiram


formalmente ao Programa Bolsa Família, tendo sido planejada para ser um
censo. O questionário foi respondido de forma completa por 2.633 municípios,
ou seja, 47,3% do total de municípios brasileiros. Os demais 2.931 (52,7%),
incluídos os quatro municípios que não aderiram ao PBF1, responderam de
forma incompleta ou não participaram.
É importante ressaltar que a mobilização dos municípios para essa
iniciativa se deu apenas por uma edição do boletim semanal “Bolsa Família
Informa” e uma pequena chamada na página do MDS. Além disso, problemas
técnicos que ocorreram no site que hospedou o questionário e o breve período
em que ele esteve disponível para preenchimento podem ter influenciado na
participação dos municípios. Outro aspecto que deve ser considerado foi a
época do ano em que se realizou a pesquisa – entre o final de novembro e o

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Até o momento, quatro municípios, todos do estado do Rio Grande do Sul, não aderiram
formalmente ao Programa Bolsa Família e ao Cadastro Único. São eles: Mariana Pimentel, Tupandi,
Maçambara e Linha Nova. Esses municípios têm população total de 13.510 e estimativa de 847 famílias
pobres. Apesar de não terem assinado o Termo de Adesão, há atendimento do PBF nesses municípios.

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inicio de dezembro – quando a Administração Pública está às vésperas de
concluir o ano financeiro.
Desse modo, a análise que se segue é significativa e o número de
municípios mobilizados demonstra a capacidade de mobilização da Senarc e a
adequação do instrumento para esse tipo de ação.
Em relação ao porte de cada município2, entre os que completaram o
questionário, 65,6% são de pequeno porte, enquanto 28,8%, de médio porte e
5,5%, de grande porte. Considerando o total de municípios brasileiros, esses
percentuais correspondem a 43,7%, 56,4% e 54,6% dos municípios de
pequeno, médio e grande porte, respectivamente.

Tabela 2.1: Participação dos municípios na Pesquisa segundo o porte


%
em total de
Não relação municípios
Porte Participantes participantes ao porte participantes
Grande (acima de 100.000 hab) 146 121 54,6 5,5
Médio (entre 20.000 e 100.000
hab) 759 585 56,4 28,8
Pequeno (menos de 20.000 hab) 1.728 2.221 43,7 65,6
Brasil 2.633 2.927 - 100,0
Fonte: Senarc/MDS

Todas as regiões e todos os estados estão representados na pesquisa.


Proporcionalmente, a Região Sul foi a que teve mais municípios participando,
53,6%, enquanto a Região Norte foi a que teve a menor participação, com
apenas 40,3% dos municípios respondendo o questionário.

Tabela 2.2: Distribuição dos municípios por participação na Pesquisa, por


região geográfica e por porte de município

Total de Porte Municípios %


Região municípios grande médio pequeno respondentes participação
Centro-oeste 466 5 47 148 200 42,9
Nordeste 1.793 27 285 519 831 46,3
Norte 449 8 72 101 181 40,3
Sudeste 1.668 78 228 478 784 47

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Para fins de classificação para essa pesquisa, municípios de pequeno porte são aqueles com
população de até 20.000 habitantes, inclusive, e correspondem a 71,0% dos municípios brasileiros.
Municípios de médio porte são aqueles com população entre 20.001 e 100.000, inclusive, e somam 24,1%
do total de municípios. Por fim, consideram-se municípios de grande porte aqueles com população maior
que 100.001 habitantes, representando apenas 4,8% dos municípios.

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Sul 1.188 28 127 482 637 53,6
Brasil 5.564 146 759 1.728 2.633 47,3
Fonte: Senarc/MDS

Ao analisar a participação dos municípios por estado, constata-se que,


com exceção do Amapá, todos tiveram um percentual de participação de pelo
menos 30% dos municípios de seu território, sendo o Acre, Mato Grosso do
Sul, Sergipe e Paraná aqueles com maior número de respondentes. Com
relação às capitais dos estados, praticamente todas responderam ao
questionário, com exceção de Macapá (AP), Vitória (ES), Belém (PA), Recife
(PE), Natal (RN) e Palmas (TO).

Gráfico 1: Distribuição dos municípios respondentes por unidade da


federação
80,0

70,0

60,0

50,0
%

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0
AC AL AM AP BA CE ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

Fonte: Senarc/MDS

3. Relatório analítico das questões, antecedido pelos respectivos


enunciados3

Questão 1 – Quantas pessoas estão envolvidas na gestão do Programa Bolsa


Família e do Cadastro Único?
Porte
Questão 1 grande médio pequeno Total %
1 pessoa 1 14 147 162 6,2
de 2 a 4 pessoas 25 347 1.146 1.518 57,7
de 5 a 7 pessoas 28 227 273 528 20,1
mais de 8
pessoas 92 171 162 425 16,1
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

3
Todos os dados apresentados nessa seção são oriundos da pesquisa em referência.

8
Em 57,7% dos municípios respondentes, entre 2 a 4 pessoas estão
envolvidas na gestão do PBF e do CadÚnico. Parece haver uma coerência
entre o número de pessoas que atuam na gestão do PBF e do CadÚnico e o
porte dos municípios. Entre os que disseram ter apenas 1 pessoa (6,2%),
somente um município é de grande porte – Campina Grande (PB). De fato,
para 63% dos municípios de grande porte, a gestão do PBF e do CadÚnico é
realizada por mais de 8 pessoas, enquanto para 66% dos de pequeno porte,
por 2 a 4 pessoas. Entre os municípios de médio porte, 76% apontaram ter de
2 a 7 pessoas trabalhando no Programa e no cadastramento de famílias.

Questão 2 – Em sua estrutura física, a gestão do Programa Bolsa Família e do


Cadastro Único dispõe, exclusivamente, de:
Porte
Questão 2 grande médio pequeno Total %
1 computador - 79 895 974 37,0
2 computadores 10 218 590 818 31,1
3 a 5 computadores 54 397 218 669 25,4
mais de 6
computadores 82 63 1 146 5,5
Nenhum computador - 2 24 26 1,0
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Praticamente todos os municípios respondentes afirmaram ter pelo


menos um computador exclusivo para a gestão do PBF e do Cadúnico. No
entanto, existe um pequeno número de municípios (26) que disseram não
dispor de computador exclusivo para a gestão do PBF e do CadÚnico. Desses,
dois são de médio porte – Formosa (GO) e Paraguaçu (MG) – enquanto todos
os outros são municípios de pequeno porte.
Cerca de 37% dos municípios respondentes afirmaram ter apenas um
computador exclusivo para o PBF e o CadÚnico, sendo que essa realidade é
vivenciada na sua grande maioria pelos municípios de pequeno porte, entre os
quais 52% selecionaram essa opção. Cabe aqui uma observação: o município
que possui somente um computador, caso ele venha a apresentar defeito,
ficará sem recursos para atuar na gestão do Programa Bolsa Família e do
CadÚnico, pois o computador não terá substituto direto e imediato.
Os municípios de médio porte possuem de 3 a 5 computadores e os
municípios de grande porte empregam mais de seis computadores na gestão
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do Programa, evidenciando novamente uma correlação entre a infra-estrutura
disponível e o porte dos municípios.

Questão 3 – A gestão do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único dispõe


de internet?
Porte
Questão 3 grande médio pequeno Total %
Sim, acesso discado 4 44 164 212 8,1
Sim, banda larga 111 361 607 1.079 41,0
Sim, rádio ou satélite 31 351 937 1.319 50,1
Não 3 20 23 0,9
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

O acesso à internet parece não ser um problema para os municípios


respondentes. Talvez esse item não possa ser tomado como indicativo para o
restante do país, na medida em que a pesquisa foi feita por meio desse canal
de comunicação e, entre os motivos da não-participação dos demais
municípios, pode estar a impossibilidade de acesso à internet. De todo modo,
mais de 99% dos respondentes afirmaram dispor de acesso à internet, sendo o
rádio e o satélite as formas de conexão mais utilizadas, seguidas pela banda
larga.
Embora tenham respondido ao questionário via internet, os casos de
não-acesso à internet somam menos de 1% dos municípios respondentes,
sendo três de municípios de médio porte – Careiro (AM), Anajás (PA) e
Taquaritinga do Norte (PE) – e o restante, de pequeno porte.
A opção de acesso discado, modalidade considerada mais precária, foi
selecionada por 8,1% dos respondentes, sendo que desses, 23% eram
municípios de médio ou grande porte. Merecem atenção os quatro municípios
de grande porte que apontaram ainda dispor de acesso discado: Passo Fundo
(RS), Carapicuíba (SP), Cubatão (SP) e Bauru (SP), isso porque a conexão
discada pode inviabilizar a transmissão de dados do Cadastro. Entre os
municípios de grande porte, a modalidade banda larga é forma de acesso para
76%. Já entre os municípios de pequeno e médio porte, tanto o acesso por
banda larga, quanto por rádio ou satélite, predominam.

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Questão 4 – A instância de controle social do Bolsa Família dispõe de
computador com acesso à internet?
Porte
Questão 4 grande médio pequeno Total %
Sim, a instância de controle social tem
computador próprio com acesso à internet 43 141 321 505 19,2
Sim, a instância de controle social utiliza o
computador vinculado a outros conselhos
municipais 19 47 77 143 5,4
Sim, a instância de controle social utiliza o
computador da secretaria/órgão/coordenação
do PBF 68 464 1.046 1.578 59,9
Não, a instância de controle social não dispõe
de computador com acesso à internet 14 102 271 387 14,7

Não sei 2 5 13 20 0,8

Total 146 759 1.728 2.633 100,0

As instâncias de controle social (ICS) conseguem utilizar computador


com acesso à internet em 84,5% dos municípios respondentes. No entanto,
apenas 19,2% delas possuem equipamento próprio.
Em média, 14,7% das respostas indicaram que a ICS não dispõe de
nenhum computador com acesso à internet.
Entre os municípios de grande porte, 46,6% das instâncias de controle
social usam computador na secretaria/órgão/coordenação do PBF e 29,5%
possuem computador próprio. Nesse grupo, 19 instâncias de controle social
não dispunham de computador com acesso à internet (13,0%).
Entre os municípios de médio porte, 61,1% das repostas indicaram que
as instâncias de controle social usam computador na
secretaria/órgão/coordenação do PBF e 18,6% possuem computador próprio.
Nesse grupo, 102 instâncias de controle social não dispõem de computador
com acesso à internet (14,5%).
Nos municípios de pequeno porte, a afirmação foi de que 60,5% das
instâncias de controle social usam computador na
secretaria/órgão/coordenação do PBF. Desse grupo, 271 instâncias de controle
social não dispõem de computador com acesso à internet (15,7%).

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Questão 5 – Qual(is) a(s) principal(is) dificuldade(s) que você identifica para a
gestão do Programa Bolsa Família no seu município? (Marque até 3 opções)
Porte
Questão 5 Grande Médio Pequeno Total %
Desinformação sobre o funcionamento do
Programa 12 101 328 441 16,7
Dificuldade de acesso à internet 13 78 252 343 13,0
Dificuldade para operação dos sistemas
computacionais 42 206 561 809 30,7
Equipe técnica com baixa capacitação 15 136 286 437 16,6
Espaço físico insuficiente 45 192 407 644 24,5
Falta de computador 12 57 190 259 9,8
Insuficiência de material de consumo 8 49 132 189 7,2
Insuficiência de recursos humanos 62 286 656 1.004 38,1
Rotatividade da equipe técnica 20 104 209 333 12,6
Outras 53 280 559 892 33,9
Nenhuma dificuldade 11 63 112 186 7,1
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 -

Em ordem, as três dificuldades mais apontadas pelos municípios


respondentes foram “insuficiência de recursos humanos”, “outras” e
“dificuldades na operação dos sistemas computacionais”. Note-se que essa
configuração se mantém tanto para os municípios de pequeno, quanto para os
de médio porte. Entre os municípios de grande porte, a opção “dificuldades na
operação dos sistemas computacionais” ocupa o quarto lugar, sendo o item
“espaço físico insuficiente” a terceira escolha mais importante.
Vale ressaltar a grande incidência da opção “outras”, constituindo-se o
segundo item mais escolhido, ou seja, um percentual alto de municípios não
identificou sua dificuldade para a gestão do PBF e do CadÚnico na relação
apresentada. Isso parece indicar que a Senarc não conhece de forma
suficiente e aprofundada os problemas enfrentados pelos municípios no dia-a-
dia da gestão do Programa e CadÚnico.
Apesar do item “dificuldades na operação dos sistemas computacionais”
ter aparecido como um obstáculo importante para 28,8% dos municípios de
grande porte, para 27,1% dos de médio e para 32,5% dos de pequeno porte,
apenas 10,3% dos municípios de grande porte apontaram que a baixa
qualificação da equipe técnica é uma dificuldade, 17,9% dos de médio porte e
16,6% dos de pequeno. Ou seja, pode-se inferir que a operação dos sistemas
computacionais apresenta-se difícil a despeito da qualificação da equipe.

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Aproximadamente 15% dos respondentes citaram “dificuldade de acesso
à internet” como um problema para a gestão do PBF e do CadÚnico.
Aparentemente há contradição entre esse item e a Questão 3 em que menos
de 1% dos municípios respondentes afirmaram não ter acesso à internet.
Realmente, dos 23 municípios que responderam não ter acesso à internet, 19
apontaram isso como uma das principais dificuldades. Pode-se supor que o
restante, apesar de ter acesso, o tenha de forma precária ou de má qualidade
(acesso instável ou lento), representando efetivamente uma dificuldade. Esse
item é mais significativo para os municípios de pequeno porte, em que 14,6%
apontam essa dificuldade, que para os de grande porte, dos quais 8,9%
lembraram desse problema.
O acesso à informação parece ser uma questão mais relevante para os
municípios de pequeno porte, em que 19,0% apontam a “desinformação sobre
o funcionamento do Programa”. À medida que o porte do município aumenta,
esse item é menos significativo, sendo a opção de 13,3% dos municípios
médios e de 8,2% dos grandes.

Questão 6 – Quantas pessoas da prefeitura (inclusive das áreas de Saúde,


Educação e outras) já participaram de capacitação sobre o PBF ou o Cadastro
Único?
Porte
Questão 6 grande médio pequeno Total %
1 a 2 pessoas 19 193 742 954 36,2
3 ou mais pessoas 126 545 910 1.581 60,0
Nenhuma 1 21 76 98 3,7
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Entre os municípios de grande porte, Rondonópolis (MT) afirmou que


nenhum integrante da prefeitura participou de capacitação.

Questão 6.1 - Você ou alguém da sua equipe participou de capacitação sobre


o Programa Bolsa Família ou Cadastro Único?
Porte
Questão 6.1 grande médio pequeno Total %
Sim 145 748 1.658 2.551 96,9
Não 1 11 70 82 3,1
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

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Praticamente todos os municípios respondentes confirmaram a
participação de pelo menos uma pessoa em capacitações sobre o Programa
Bolsa Família ou o Cadastro Único. Apenas 4% dos municípios respondentes
afirmaram não ter enviado alguma pessoa para a capacitação sobre o PBF e
CadÚnico. No caso de município de grande porte, somente Rondonópolis (MT)
não teve integrante da equipe do PBF ou CadÚnico participando de
capacitação. É interessante notar que a Questão 5 aponta que 16,7% dos
municípios apresentaram a “desinformação sobre o funcionamento do
Programa” como uma das principais dificuldades para a gestão do PBF e do
CadÚnico; 30,7%, “a dificuldade para operação dos sistemas computacionais”
e 16,6%, “a equipe técnica com baixa capacitação”, que são dificuldades
abordadas nas capacitações. Nesse sentido, pode-se concluir que, apesar de
haver uma elevada participação de representantes dos municípios em
capacitações relacionadas ao PBF e CadÚnico, esse esforço parece não surtir
o efeito necessário à plena operação e gestão do Programa. No entanto, essa
conclusão não é tão imediata e precisa quando a mesma Questão 5 também
indica que 12,6% dos municípios afirmaram que “a alta rotatividade dos
técnicos” constitui uma das principais dificuldades para a gestão do PBF e do
CadÚnico.

Questão 7 - Você conhece o Índice de Gestão Descentralizada?


Porte
Questão 7 grande médio pequeno Total %
Sim 146 736 1.629 2.511 95,4
Não 0 23 99 122 4,6
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Questão 7.1 - Qual o seu nível de conhecimento sobre o conteúdo das


portarias GM/MDS nº 148/06 e 256/06 que tratam sobre o Índice de Gestão
Descentralizada?
Porte
Questão 7.1 grande médio pequeno Total %
Muito 60 191 238 489 18,6
Razoável 81 495 1.203 1.779 67,6
Pouco 5 70 261 336 12,8
Não conheço a
portaria 0 3 26 29 1,1
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

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O Índice de Gestão Descentralizada é conhecido por mais de 95% dos
municípios respondentes. Vale ressaltar que todos os grandes municípios
afirmaram conhecer o IGD. De modo geral, os municípios consideram o seu
conhecimento sobre a regulamentação do IGD “razoável”. Verifica-se que a
freqüência de afirmações de pouco conhecimento sobre a regulamentação do
IGD aumenta à medida que o porte do município diminui, sendo menor de 4%
nos municípios grandes e cerca de 15% nos municípios pequenos.

Questão 8 – Qual a área de governo responsável pela decisão quanto à


alocação dos recursos do IGD?
Porte
Questão 8 grande médio pequeno Total %
Secretaria de Assistência Social 128 631 1.311 2.070 78,6
Secretaria de Educação 2 16 40 58 2,2
Secretaria de Saúde 1 13 38 52 2,0
Gabinete do Prefeito 2 24 129 155 5,9
Secretaria da Fazenda, área de
contabilidade ou de Planejamento 5 61 157 223 8,5
Outra secretaria ou órgão municipal 8 14 53 75 2,8
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Em mais de 78% dos municípios é a Secretaria Municipal de Assistência


Social que decide sobre a alocação dos recursos transferidos com base no
IGD. Essa estatística reforça o entendimento de que o Programa Bolsa Família
e o Cadastro Único são geridos pela área de Assistência Social municipal. Em
segundo lugar, aparece a “Secretaria de Fazenda, área de Contabilidade ou de
Planejamento” com 8,5% do total.

Questão 9 – Qual a área de governo responsável pela gestão operacional dos


recursos do IGD?
Porte
Questão 9 grande médio pequeno Total %
Secretaria de Assistência Social 120 613 1.247 1.980 75,2
Secretaria de Educação 4 16 44 64 2,4
Secretaria de Saúde 1 13 40 54 2,1
Gabinete do Prefeito 1 15 75 91 3,5
Secretaria da Fazenda, área de
Contabilidade ou de Planejamento 12 84 251 347 13,2
Outra secretaria ou órgão municipal 8 18 71 97 3,7
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

15
Mais de 75% dos municípios confirmaram a área de Assistência Social
como a área responsável pela gestão operacional dos recursos do IGD. Esse
percentual chega a 82% entre os municípios de grande porte.

Questão 10 – A instância de controle social responsável pelo


acompanhamento do Bolsa Família em seu município participou da definição
de onde os recursos deveriam ser empregados?
Porte
Questão 10 grande médio pequeno Total %
Sim 105 634 1.439 2.178 82,7
Não 41 125 289 455 17,3
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Cerca de 82% dos municípios respondentes afirmaram que a instância


de controle social participou da definição de onde os recursos repassados com
base no IGD deveriam ser empregados. Essa tem sido uma recomendação
constante da Senarc, aparecendo em praticamente todos os informativos sobre
o IGD.

Questão 11 – Os recursos do IGD foram utilizados para melhorar a estrutura


de gestão do Programa Bolsa Família ou do Cadastro Único?
Porte
Questão 11 grande médio pequeno Total %
Sim 132 718 1.601 2.451 93,1
Não 14 41 127 182 6,9
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

A grande maioria dos municípios respondentes, mais de 93%, assinalou


que os recursos do IGD foram utilizados para melhorar a gestão do PBF e do
CadÚnico.

Questão 12 – Os recursos do IGD foram utilizados para (marcação livre):


Porte
Questão 12 Grande médio pequeno Total %
Acesso à internet 31 164 297 492 18,7
Capacitação 54 313 634 1.001 38,0
Compra de computadores 115 585 1.084 1.784 67,8
Contratação de recursos humanos 40 223 295 558 21,2
Material de consumo 95 488 1.071 1.654 62,8
Melhoria do funcionamento da instância de
controle social 30 186 360 576 21,9

16
Melhoria do local de atendimento dos
beneficiários 93 371 740 1.204 45,7
Móveis 85 433 762 1.280 48,6
Telefonia 15 98 165 278 10,6
Veículo (carro ou moto) 39 176 140 355 13,5
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 -

De modo geral, os municípios investiram os recursos recebidos com


base no IGD na infra-estrutura da gestão do Programa e do CadÚnico. A
aquisição de computadores foi o principal investimento, sendo apontado por
mais de 67% dos municípios respondentes, seguido da compra de material de
consumo, com 62,8%. Verifica-se também um grande investimento na melhoria
do local de atendimento dos beneficiários e na aquisição de móveis,
especialmente nos municípios de grande porte em que 63,7% e 58,2%
indicaram esses gastos, respectivamente.
Note-se que ao apontar as principais dificuldades para a gestão do PBF
e do CadÚnico (Questão 5), apenas 9,8% dos municípios respondentes
apontaram a falta de computador e 7,2%, a insuficiência de material de
consumo como problemas, levando a crer que o investimento realizado esteja
minimizando as dificuldades advindas da falta de estrutura adequada dos
municípios para implementar as ações necessárias para a gestão
descentralizada.
A aquisição de veículo (carro ou moto) foi significativa entre os
municípios grandes e médios, sendo de 26,7% e 23,2%, respectivamente. De
fato, para esses municípios, a possibilidade de ter um veículo a disposição
pode ser considerada fundamental para as ações de cadastramento, de gestão
de benefícios e de acompanhamento familiar. No entanto, deve-se ficar atento
para o fato de que o veículo traz consigo gastos de manutenção com os quais
o município deve estar preparado para arcar.
Cerca de 29% dos municípios de médio porte e de 27% dos de grande
porte apontaram a contratação de recursos humanos como destino para a
utilização dos recursos recebidos. Na realidade, como mostra a Questão 5, a
insuficiência de recursos humanos aparece como uma das principais
dificuldades para a gestão do PBF e do CadÚnico para mais de 37% dos
municípios médios e mais de 42% para os grandes. O fato de essa
insuficiência persistir pode ser justificado pelas restrições existentes para a
contratação de pessoas com esse recurso.
17
Interessante notar que o investimento em capacitação foi apontado por
38% dos respondentes, independente do porte do município. Lembrando que a
baixa capacitação da equipe técnica, a dificuldade de operar os sistemas
operacionais e a alta rotatividade da equipe são itens que se mostraram como
dificuldades importantes para a gestão do PBF e do CadÚnico (Questão 5),
pode-se inferir que esse investimento seja totalmente justificável.

Questão 13 – O seu município está recebendo regularmente os informes do


Programa Bolsa Família?
Porte
Questão 13 grande médio pequeno Total %
Sim, por e-mail 120 595 1.406 2.121 80,6
Sim, por fax 0 23 58 81 3,1
Não, mas tenho acesso pela
internet 26 125 218 369 14,0
Não 0 16 46 62 2,4
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Mais de 97% dos municípios respondentes conseguem acessar de


alguma forma o boletim com informações operacionais e de gestão do
Programa Bolsa Família. Esse percentual contrapõe-se com os 16,7% que
apontam a desinformação sobre o funcionamento do Programa como uma das
dificuldades na gestão do PBF e do CadÚnico. Isso pode indicar uma
dificuldade no entendimento da abordagem utilizada na comunicação por meio
dos boletins.
Embora menos de 1% tenha informado na questão 3 que não possui
internet, 5% não acessam ou acessam o boletim por outra mídia que não a
internet. Uma das causas para o não-recebimento dos boletins eletrônicos
pode ser a não-atualização dos dados do gestor, o que impede o envio regular
dos informativos. Aproximadamente 14% disseram não receber os boletins por
e-mail, mas o acessam diretamente no na página do PBF na internet.

Questão 14 – O seu município recebe apoio do governo do Estado na gestão


do PBF quando solicitado?
Porte
Questão 14 grande médio pequeno Total %
Sempre 53 255 576 884 33,6
Às vezes 42 274 657 973 37,0
Nunca 18 56 98 172 6,5

18
Nunca solicitei 33 174 397 604 22,9
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Cerca de 70% dos municípios afirmaram receber apoio do governo


estadual na gestão do PBF. Ressalta-se que 6,5 % afirmaram que nunca
recebem apoio estadual quando solicitam. Somados com os quase 23% que
disseram nunca solicitar, tem-se a indicação de que existe a necessidade de
aumentar e fortalecer o papel das coordenações estaduais do PBF e do
CadÚnico junto aos municípios.

Questão 15 – Os recursos financeiros do IGD foram utilizados no


acompanhamento das condicionalidades?
Porte
Questão 15 grande médio pequeno Total %
Sim, da educação 9 54 100 163 6,2
Sim, da saúde 6 34 73 113 4,3
Sim, da educação e da saúde 66 379 832 1.277 48,5
Não 65 292 723 1.080 41,0
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

A maioria dos municípios respondentes investiu os recursos recebidos


no acompanhamento das condicionalidades. Todavia, o número daqueles que
disse não ter utilizado esse componente do PBF é também bastante
significativo, da ordem de 41%. Se considerarmos os desempenhos
apresentados especificamente na gestão das condicionalidades de saúde, que
ainda é baixo, o impacto da aplicação de recursos nessa área poderia trazer
ganhos para o efetivo acompanhamento das famílias.

Questão 15.1 – Se "Sim", na sua avaliação, a utilização dos recursos do IGD


na atividade de acompanhamento das condicionalidades favoreceu a
interlocução com as áreas de Educação e Saúde?
Porte
Questão 15.1 grande médio pequeno Total %
Sim 80 459 987 1.526 98,4
Não 1 8 16 25 1,6
Total 81 467 1.003 1.551 100,0

Dentre aqueles que disseram ter aplicado recursos no acompanhamento


das condicionalidades, mais de 98% afirmaram que tal investimento favoreceu

19
a interlocução com as áreas de Educação e Saúde. Considerando a questão
anterior, a ampliação da utilização dos recursos em condicionalidades ajudaria
a melhorar a integração entre as áreas e traria melhores resultados para o
acompanhamento das famílias.

Questão 16 – O município emprega recursos do IGD para o desenvolvimento e


atividades de acompanhamento das famílias beneficiárias do PBF?
Porte
Questão 16 grande médio pequeno Total %
Sim 106 587 1.341 2.034 77,3
Não 40 172 387 599 22,7
Total geral 146 759 1.728 2.633 100,0

Independentemente do porte do município, o percentual de municípios


respondentes que empregaram recursos do IGD no acompanhamento familiar
é superior a 72%. Isso significa que os recursos, além de apoiarem a melhoria
da gestão do Programa, também podem repercutir em ganhos para as famílias
beneficiárias.

Questão 16.1 – O acompanhamento das famílias do PBF é desenvolvido no


âmbito do Cras?
Porte
Questão 16.1 grande médio Pequeno Total %
Sim, totalmente 34 150 327 511 19,4
Sim,
parcialmente 99 343 518 960 36,5
Não 13 266 883 1.162 44,1
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

O acompanhamento familiar dos beneficiários do PBF é desenvolvido no


âmbito do Cras em cerca de 55% dos municípios respondentes. No entanto, há
uma grande diferença na estratégia de acompanhamento familiar de acordo
com o porte dos municípios. Nos de grande porte, mais de 91% afirmaram que
utilizam o Cras para essa atividade, enquanto nos de pequeno porte, esse
percentual é de aproximadamente 49%. Entre os de médio porte, 65% dos
municípios realizam o acompanhamento familiar no Cras. Ou seja, a utilização
do Cras é inversamente proporcional ao tamanho do município. Vale a pena
ressaltar, no entanto, que nem todos os municípios brasileiros possuem
unidade do Cras.

20
Questão 17 – Os recursos do IGD são aplicados na identificação e
cadastramento de novas famílias?
Porte
Questão 17 grande médio pequeno Total %
Sim 98 607 1.283 1.988 75,5
Não 48 152 445 645 24,5
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

A maioria dos municípios, cerca de 75% do total de municípios


respondentes, afirmou que fez aplicação de recursos do IGD na identificação e
no cadastramento de novas famílias.
Vale questionar: se 30% dos municípios de grande porte e 20% dos de
médio não aplicaram recursos do IGD nas ações de identificação e
cadastramento de novas famílias, as atividades estão sendo realizadas com
recursos próprios ou não estão efetivamente ocorrendo?

Questão 17.1 – Com que periodicidade o município cadastra novas famílias?


Porte
Questão 17.1 grande médio pequeno Total %
Permanentemente 120 635 1.459 2.214 84,1
Em alguns períodos do ano 15 67 61 143 5,4
Por determinação do MDS 1 6 12 19 0,7
Quando as famílias procuram a
prefeitura, por conta própria 9 48 192 249 9,5
Raramente 1 3 4 8 0,3
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Somando-se os resultados das opções “permanentemente” e “quando as


famílias procuram a prefeitura por conta própria”, percebe-se que mais de 93%
dos municípios respondentes, independente do seu porte, mantêm uma
estrutura permanente de cadastramento para as famílias. Contudo, é preciso
observar a incidência de municípios que disseram cadastrar apenas em alguns
períodos do ano. É preocupante notar que, por ser uma atividade de caráter
permanente, os municípios deveriam manter não somente uma estrutura para
atendimento receptivo, como também promover ações de busca ativa às
famílias, reduzindo erros de focalização.

21
Questão 17.2 – O cadastramento de novas famílias é realizado,
principalmente, por meio:
Porte
Questão 17.2 grande médio pequeno Total %
De visitas domiciliares 17 254 420 691 26,2
Dos Cras 51 115 323 489 18,6
De escolas 4 14 21 39 1,5
De postos volantes, instalados em
regiões mais vulneráveis do município 10 58 89 157 6,0
Outras 64 318 875 1.257 47,7
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Em relação às formas como o cadastramento de novas famílias é


realizado, percebe-se que as visitas domiciliares são mais utilizadas pelos
municípios de médio porte, entre os quais 33,5% apontaram essa opção vis-à-
vis 11,6% dos de grande porte. Esses utilizam mais os Cras para a realização
do cadastramento de novas famílias, o que reflete a dificuldade de fazer visitas
domiciliares nos municípios grandes.
Interessante notar o percentual bastante significativo de municípios que
escolheu a opção “outras”, independente do tamanho do município. Isso mostra
que a Senarc precisa pesquisar melhor quais as estratégias utilizadas para o
cadastramento das famílias, já que quase metade dos municípios respondentes
não se identificou com as opções apresentadas. Pode ter contribuído para esse
resultado o fato de a lista para seleção de respostas não conter a opção de
atendimento na própria estrutura da Secretaria ou em outras estruturas do
município.

Questão 18 – Os recursos do IGD são aplicados na atualização dos dados das


famílias já cadastradas?
Porte
Questão 18 grande médio pequeno Total %
Sim 116 631 1.360 2.107 80,0
Não 30 128 368 526 20,0
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Embora 80% dos municípios respondentes afirmarem que aplicam


recursos na atualização de dados das famílias cadastradas, é preciso observar
o percentual de 20% que não utiliza recursos para essa atividade.

22
Questão 18.1 – Com que periodicidade o município atualiza os dados das
famílias que já foram cadastradas?
Porte
Questão 18.1 grande médio Pequeno Total %
Permanentemente 122 626 1.295 2.043 77,6
Em alguns períodos do ano 12 53 218 283 10,7
Por determinação do MDS 3 20 47 70 2,7
Quando as famílias procuram a
prefeitura, por conta própria 7 59 164 230 8,7
Raramente 2 1 4 7 0,3
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

A análise dessa questão nos remete ao mesmo raciocínio da Questão


17.1. Assim, somando-se os resultados das opções “permanentemente” e
“quando as famílias procuram a prefeitura por conta própria”, percebe-se que
mais de 86% dos municípios respondentes, independente do seu porte,
mantêm uma estrutura permanente para atualização cadastral das famílias.
Porém, é preciso observar a incidência de municípios que disseram atualizar
cadastros apenas em alguns períodos do ano (10,7%) e por determinação do
MDS (2,7%).

Questão 18.2 – A atualização cadastral das famílias é realizada,


principalmente, por meio:
Porte
Questão 18.2 grande médio pequeno Total %
De visitas domiciliares 15 211 364 590 22,4
De postos volantes, instalados em regiões
mais vulneráveis do município 14 58 112 184 7,0
Dos CRAS 32 106 312 450 17,1
De escolas 6 12 24 42 1,6
Outras 79 372 916 1.367 51,9
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Novamente aqui os comentários são idênticos aos da Questão 17.2,


sendo inclusive os percentuais das opções apresentadas muito próximos. Isso
porque a estrutura para o cadastramento de novas famílias e para a
atualização cadastral normalmente é a mesma, bem como as estratégias para
a realização dessas atividades. De novo, chama a atenção o percentual
bastante significativo da opção “outras”, 51,9%, que deve ser estudado pelas
áreas da Senarc. Aqui vale o mesmo comentário da questão 17.2 sobre a lista
para seleção de respostas no questionário.

23
Questão 19 – As informações contidas no Cadastro Único são utilizadas no
planejamento e na implementação de outros programas municipais além do
PBF?
Porte
Questão 19 grande médio pequeno Total %
Não 26 154 402 582 22,1
Sim 120 605 1.326 2.051 77,9
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Chama a atenção o número de municípios (77,9%) que afirmaram


utilizar as informações do Cadastro Único para o planejamento e a
implementação de outros programas além do PBF. Entretanto, ainda há 22%
que não fazem uso dessa ferramenta para a formulação de políticas públicas.

Questão 20 – O município implementa programas complementares ao PBF?


Porte
Questão 20 grande médio pequeno Total %
Sim 118 507 1.003 1.628 61,8
Não 28 252 725 1.005 38,2
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Questão 20.1 – Se ‘Sim’, indique as áreas contempladas:


Porte
Questão 20.1 grande médio pequeno Total %
Alfabetização e educação de jovens e adultos 13 53 53 119 7,31%
Capacitação profissional 48 165 284 497 30,53%
Desenvolvimento comunitário e territorial 75 315 501 891 54,73%
Geração de trabalho e renda 36 102 186 324 19,90%
Acesso ao microcrédito produtivo orientado 85 346 611 1.042 64,00%
Outros 56 229 443 728 44,72%
Municípios respondentes 118 507 1.003 1.628 100,0

O número de municípios que implementa programas complementares


aumenta com o porte do município. Assim, cerca de 80% dos municípios de
grande porte implementam programas complementares, enquanto 58% dos de
pequeno porte afirmaram fazê-lo. Um comentário anterior pode ser resgatado,
que isto significa que os recursos, além de apoiarem a melhoria de gestão do
Programa, também podem repercutir em ganhos para as famílias beneficiárias.

24
Em relação às atividades desenvolvidas, o acesso ao microcrédito
produtivo e orientado é a ação mais implementada. A alfabetização e educação
de jovens e adultos é praticada por 11% dos municípios grandes, por 10,4%
dos médios e apenas por 5,2% dos pequenos municípios, dentre aqueles que
responderam a esta questão.

Questão 20.2 – O município emprega recursos do IGD nas atividades acima


descritas?
Porte
Questão 20.2 grande médio pequeno Total %
Sim 65 334 606 1.005 62,0
Não 52 173 391 616 38,0
Total 117 507 997 1.621 100,0

Questão 20.3 – Se ‘Sim’, indique que áreas receberam recursos do IGD:


Porte
Questão 20.3 grande médio pequeno Total %
Acesso ao microcrédito produtivo orientado 5 16 8 29 2,89%
Alfabetização e educação de jovens e
adultos 9 49 72 130 12,94%
Capacitação profissional 42 222 330 594 59,10%
Desenvolvimento comunitário e territorial 17 67 102 186 18,51%
Geração de trabalho e renda 41 222 381 644 64,08%
Outros 23 141 237 401 39,90%
Municípios respondentes 65 334 606 1.005 100,00%

Entre os que desenvolvem programas complementares ao PBF, 62%


disseram que utilizam os recursos do IGD para o desenvolvimento dessas
atividades, em especial as de geração de trabalho e renda e de capacitação
profissional, apontadas por 64,5% e 59,5%, respectivamente, dos
respondentes.

Questão 21 – O município desenvolve atividades de fiscalização do PBF?


Porte
Questão 21 grande médio pequeno Total %
Sim, com apoio da instância de controle social
do PBF 40 320 893 1.253 47,6
Sim, quando existem denúncias de
irregularidade, com apoio da instância de
controle social 27 187 401 615 23,4
Sim, quando existem denúncias de
irregularidade, por meio dos técnicos municipais 35 152 223 410 15,6

25
Sim, somente por meio dos técnicos municipais 43 88 145 276 10,5
Não 1 12 66 79 3,0
Total 146 759 1.728 2.633 100,0

Na sua maioria (97%), os municípios respondentes desenvolvem


atividades de fiscalização do PBF. A instância de controle social é lembrada
por 71% dos municípios como parceira para as atividades de fiscalização e
apuração de denúncias. Interessante notar que quando essa análise é feita
considerando o porte do município, percebe-se que a parceria com as
instâncias de controle social acontece em maior escala nos pequenos
municípios, sendo entre os grandes municípios de 46%, entre os médios de
67% e entre os pequenos de 75%.
De certa forma, esse resultado é uma surpresa porque a percepção
existente é que o controle social nos pequenos municípios é incipiente, com
conselheiros sem capacitação e sem informações suficientes para o exercício
dessa função, sendo comum em muitas localidades a cooptação política
desses membros. Por outro lado, é nesses municípios que o significado e a
abrangência do PBF são percebidos com mais intensidade. Além disso, os
conselheiros dos grandes municípios possuem uma gama maior de ações e
programas para acompanhar e implementar.

Questão 21.1 – Se "Sim", os recursos do IGD são aplicados em atividades de


fiscalização?
Porte
Questão 21.1 grande médio pequeno Total %
Sim 68 468 795 1.331 52,3
Não 76 279 859 1.214 47,7
Total 144 747 1.654 2.545 100,0

Os municípios respondentes dividiram-se entre aqueles que aplicaram


os recursos recebidos em atividades de fiscalização e entre os que não o
fizeram.
Até aqui o questionário abordou questões relativas à gestão do PBF e do
CadÚnico, buscando identificar as dificuldades vivenciadas pelos municípios e
os perfis de funcionamento do Programa. As questões de 22 a 28 procuraram
identificar a utilização dos recursos nas seguintes atividade de gestão do PBF e
do CadÚnico: condicionalidades, acompanhamento familiar, benefícios,

26
cadastramento, programas complementares, fiscalização e controle social, que
estão previstas no art. 2º da Portaria nº 148/06, a qual regulamenta o IGD.

Questão 22 – Com relação à Gestão de Condicionalidades, os recursos foram


em sua maioria investidos em:
Porte
Questão 22 grande médio pequeno Total %
Contratação de infra-estrutura de
transmissão de dados (telefonia, internet,
etc) 12 66 142 220 8,36%
Contratação de pessoal 32 202 269 503 19,10%
Deslocamento para participação em
mobilizações e capacitações 20 211 403 634 24,08%
Locação de equipamentos (mobília,
espaço físico) 11 76 224 311 11,81%
Locação/Aquisição de equipamentos
eletrônicos ou de informática
(computadores, impressoras, DVD player,
fax, etc) 77 434 849 1.360 51,65%
Material de consumo (papel, cartuchos,
cds, etc) 65 386 905 1.356 51,50%
Material gráfico (folders, publicações, etc) 23 77 110 210 7,98%
Não foram investidos recursos nessa área 42 144 390 576 21,88%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%

Questão 23 – Com relação à Gestão de Benefícios, os recursos foram em sua


maioria investidos em:
Porte
Questão 23 grande médio pequeno Total %
Contratação de infra-estrutura de
transmissão de dados (telefonia, internet,
etc) 17 80 174 271 10,29%
Contratação de pessoal 32 223 280 535 20,32%
Deslocamento para participação em
mobilizações e capacitações 20 205 405 630 23,93%
Locação de equipamentos (mobília,
espaço físico) 13 97 243 353 13,41%
Locação/Aquisição de equipamentos
eletrônicos ou de informática
(computadores, impressoras, DVD player,
fax, etc) 106 512 928 1.546 58,72%
Material de consumo (papel, cartuchos,
cds, etc) 80 427 976 1.483 56,32%
Material gráfico (folders, publicações, etc) 20 59 117 196 7,44%
Não foram investidos recursos nessa área 20 72 250 342 12,99%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%

Questão 24 – Com relação ao acompanhamento das famílias beneficiárias, os


recursos foram em sua maioria investidos em:

27
Porte
Questão 24 grande médio pequeno Total %
Contratação de infra-estrutura de
transmissão de dados (telefonia, internet,
etc) 13 56 127 196 7,44%
Contratação de pessoal 30 227 335 592 22,48%
Deslocamento para participação em
mobilizações e capacitações 28 210 406 644 24,46%
Locação de equipamentos (mobília,
espaço físico) 12 71 175 258 9,80%
Locação/Aquisição de equipamentos
eletrônicos ou de informática
(computadores, impressoras, DVD player,
fax, etc) 76 346 720 1.142 43,37%
Material de consumo (papel, cartuchos,
cds, etc) 69 368 877 1.314 49,91%
Material gráfico (folders, publicações, etc) 21 84 132 237 9,00%
Não foram investidos recursos nessa área 35 127 341 503 19,10%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%

Questão 25 – Com relação ao cadastramento de novas famílias, atualização e


revisão dos dados do CadÚnico, os recursos foram em sua maioria investidos
em:
Porte
Questão 25 grande médio pequeno Total %
Contratação de infra-estrutura de
transmissão de dados (telefonia, internet,
etc) 13 73 138 224 8,51%
Contratação de pessoal 38 269 370 677 25,71%
Deslocamento para participação em
mobilizações e capacitações 18 166 308 492 18,69%
Locação de equipamentos (mobília,
espaço físico) 11 88 180 279 10,60%
Locação/Aquisição de equipamentos
eletrônicos ou de informática
(computadores, impressoras, DVD player,
fax, etc) 94 461 833 1.388 52,72%
Material de consumo (papel, cartuchos,
cds, etc) 78 411 940 1.429 54,27%
Material gráfico (folders, publicações, etc) 22 77 122 221 8,39%
Não foram investidos recursos nessa área 27 77 307 411 15,61%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%

Questão 26 – Com relação à implementação de programas complementares,


os recursos foram em sua maioria investidos em:
Porte
Questão 26 grande médio pequeno Total %
Contratação de infra-estrutura de
transmissão de dados (telefonia, internet,
etc) 9 32 64 105 3,99%
Contratação de pessoal 24 190 274 488 18,53%
Deslocamento para participação em 20 128 243 391 14,85%

28
mobilizações e capacitações
Locação de equipamentos (mobília,
espaço físico) 11 54 166 231 8,77%
Locação/Aquisição de equipamentos
eletrônicos ou de informática
(computadores, impressoras, DVD player,
fax, etc) 37 231 439 707 26,85%
Material de consumo (papel, cartuchos,
cds, etc) 57 287 666 1.010 38,36%
Material gráfico (folders, publicações, etc) 16 63 100 179 6,80%
Não foram investidos recursos nessa área 67 307 752 1.126 42,76%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%

Questão 27 – Com relação ao atendimento às demandas relacionadas à


fiscalização do PBF, os recursos foram em sua maioria investidos em:
Porte Total
Questão 27 grande médio pequeno geral %
Contratação de infra-estrutura de
transmissão de dados (telefonia, internet,
etc) 11 49 96 156 5,92%
Contratação de pessoal 25 181 221 427 16,22%
Deslocamento para participação em
mobilizações e capacitações 22 185 365 572 21,72%
Locação de equipamentos (mobília,
espaço físico) 8 36 114 158 6,00%
Locação/Aquisição de equipamentos
eletrônicos ou de informática
(computadores, impressoras, DVD player,
fax, etc) 45 252 460 757 28,75%
Material de consumo (papel, cartuchos,
cds, etc) 49 293 631 973 36,95%
Material gráfico (folders, publicações, etc) 16 63 85 164 6,23%
Não foram investidos recursos nessa área 62 225 659 946 35,93%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%

Questão 28 – Com relação à instância de controle social do PBF, os recursos


foram em sua maioria investidos em:
Porte
Questão 28 Grande médio pequeno Total %
Contratação de infra-estrutura de
transmissão de dados (telefonia, internet,
etc) 9 39 76 124 4,71%
Contratação de pessoal 4 66 109 179 6,80%
Deslocamento para participação em
mobilizações e capacitações 14 169 338 521 19,79%
Locação de equipamentos (mobília,
espaço físico) 4 32 104 140 5,32%
Locação/Aquisição de equipamentos
eletrônicos ou de informática
(computadores, impressoras, DVD player,
fax, etc) 28 195 415 638 24,23%
Material de consumo (papel, cartuchos,
cds, etc) 42 250 601 893 33,92%
Material gráfico (folders, publicações, etc) 17 66 91 174 6,61%

29
Não foram investidos recursos nessa área 87 333 754 1.174 44,59%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%

A análise desse bloco de questões (22 a 28) mostra que os itens que
mais receberam investimentos foram “material de consumo” e
“locação/aquisição de equipamentos eletrônicos ou de informática” em
qualquer que seja a atividade de gestão do PBF. Considerando que o PBF é
um programa cuja gestão apóia-se fortemente em sistemas computacionais, a
decisão por essa alocação financeira viabiliza o trabalho do município. Desse
modo, a utilização de recursos com a aquisição de materiais eletrônicos ou de
informática é bem-vinda para que o município possa realizar as atividades de
gestão descentralizada.
Além disso, o forte caráter matricial do Programa faz que na grande
maioria dos municípios a gestão dos cadastros seja realizada pela mesma
equipe que executa a gestão de benefícios. Assim, investimento na aquisição
de computadores ou de material de consumo beneficia a gestão do PBF e do
CadÚnico como um todo.
Os itens “contratação de pessoal” e “deslocamento para participação em
mobilizações e capacitações” revezaram-se no terceiro lugar de aplicação dos
recursos quando analisados por atividade desenvolvida. Importante notar que,
mesmo com as restrições legais para a contratação de pessoal, a grande
incidência de municípios que utilizaram recursos com esse tipo de
investimento, demonstra o esforço em suprir suas deficiências para a gestão do
PBF e do CadÚnico.
O gráfico 2 consolida as informações sobre em que itens de despesa os
recursos foram aplicados, independentemente das atividades a serem
desenvolvidas.

30
Gráfico 2 – Aplicação de recursos do IGD por atividade
46,7%

41,7%

21,5%
18,8%

9,6%
7,2% 7,6%

Contratação de Contratação de Deslocamento para Locação de Locação/Aquisição Material de Material gráf ico
infra-estrutura de pessoal participação em equipamentos de equipamentos consumo
transmissão de mobilizações e eletrônicos ou de
dados capacitações informática

O Controle Social, juntamente com Programas Complementares, foi a


área que menos recebeu investimento dos municípios, indicando que não há
prioridade na utilização dos recursos do IGD nessas atividades por mais de
40% dos municípios respondentes, como mostra o gráfico 3. As atividades que
mais receberam recursos foram o cadastramento e a gestão de benefícios,
atividades fundamentais para a transferência de renda. Em seguida, a gestão
de condicionalidades e o acompanhamento familiar são as mais contempladas
com recursos, mostrando que investimentos na segunda dimensão do PBF – a
promoção do acesso a serviços básicos de assistência social, educação e
saúde – estão se consolidando.
Ressalta-se a contradição de informação entre a Questão 15, que indica
41% dos municípios sem investimento na gestão de condicionalidades, e a
Questão 22, em que apenas 22% apontaram não realizar nenhuma aplicação
nessa atividade.

31
Gráfico 3 – Indicação de não-utilização de recursos por área

45,4%
43,6%

36,6%

22,3%
19,5%
15,9%
13,2%

condicionalidades benef ícios acompanhamento cadastramento programas fiscalização controle social


f amiliar complementares

4. Considerações finais

A pesquisa teve participação significativa dos municípios, com 2.633


participantes, representando todas as regiões e os estados brasileiros.
As respostas evidenciaram muitos aspectos relacionados à gestão do
PBF e do CadÚnico. Em especial, constatou-se que a infra-estrutura disponível
nos municípios é proporcional a seu porte. Isso demonstra o esforço dos
municípios em adequar os recursos materiais e humanos ao número de
famílias a serem atendidas em cada localidade. Apesar disso, também ficou
constatado que dificuldades como insuficiência de pessoal e espaço físico
ainda são problemas que impactam negativamente na gestão do PBF e do
CadÚnico.
O acesso à internet parece um assunto superado, pelo menos entre os
municípios que participaram da pesquisa. Todavia, como a operação das ações
ligadas ao cadastramento e à gestão de benefícios depende de sistemas
computacionais ligados à internet, fica em aberto a questão da qualidade do
acesso disponível.
Ficou evidenciado que os municípios têm se apoiado fortemente nos
recursos transferidos com base no IGD para sanar suas dificuldades
estruturais. Assim, cabe uma referência explícita à importância desse
instrumento para a gestão do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único e,
ainda, que eventual descontinuidade no repasse de recursos comprometeria

32
todo o esforço de aperfeiçoamento de gestão que tem sido realizado por
diferentes esferas de governo.
As dificuldades enfrentadas pelos municípios na gestão do PBF e do
CadÚnico são outro aspecto a ser destacado. Preocupa principalmente o
percentual significativo que aponta para a dificuldade em operar os sistemas
computacionais, pois toda a gestão do PBF e do CadÚnico é realizada com o
apoio de ferramentas informatizadas. No mesmo sentido, a falta de capacitação
da equipe técnica e de informação sobre o Programa são aspectos que
precisam ser pesquisados pela equipe da Senarc.
Em relação ao desenvolvimento de programas complementares, quase
70% dos municípios dizem já desenvolvê-los, sendo as ações de geração de
trabalho e renda as que mais são implementadas. O desenvolvimento dessas
ações merece uma investigação mais aprofundada, uma vez que tem efeito
positivo em relação ao desenvolvimento de capacidade e na própria
sedimentação da importância do Programa para a melhoria das condições de
vida das famílias beneficiárias.
As instâncias de controle social, em sua maioria, têm acesso à internet,
senão em computador próprio, por meio de outros conselhos e do próprio
Executivo local. Vale, no entanto, uma verificação diretamente com os
conselheiros para checagem dessa informação. Também foi apontada a
utilização dessas instâncias para a fiscalização das ações do PBF,
principalmente nos municípios de pequeno porte.
O cadastramento de novas famílias e a atualização dos dados são
atividades permanentes em praticamente todos os municípios respondentes.
As estratégias para alcançar as famílias variam, no entanto, conforme o porte
municipal. Os pequenos utilizam-se mais das visitas domiciliares, enquanto os
de grande porte utilizam com mais freqüência os Cras para o desenvolvimento
dessas atividades.
É importante observar a grande incidência de municípios que
escolheram a opção “outras” quando essa estava disponível. Isso demonstra
que a Senarc deve buscar conhecer melhor o funcionamento local do PBF e do
CadÚnico, até mesmo para que possa continuar implementando ações de
aperfeiçoamento dessa política. Vale ressaltar que a forma como o questionário

33
foi estruturado e a ausência de explicações detalhadas em cada uma das
questões pode ter criado dificuldades na seleção das respostas.
Em relação ao IGD, os municípios respondentes, em sua maioria,
disseram conhecer a legislação que rege a aplicação desse indicador para o
repasse de recursos financeiros, bem como afirmaram que a utilização desses
recursos tem melhorado a gestão municipal do PBF e do CadÚnico e facilitado
a intersetorialidade proposta pelo Programa. Apesar de afirmarem conhecer a
regulamentação do IGD, isso parece não se refletir nos freqüentes e
reincidentes questionamentos à Central de Atendimento da Senarc e durante
as atividades de capacitação.
Em geral, os municípios utilizaram os recursos recebidos para a
aquisição de material de consumo e de computadores. A melhoria do espaço
físico também se apresenta como uma preocupação dos municípios
respondentes. Uma parcela significativa deles informou que aplicou recursos
na melhoria do local de atendimento dos beneficiários e em móveis.
O questionário também se propôs a analisar as despesas realizadas por
atividade do PBF e do CadÚnico, conforme previsão legal da Portaria nº 148/06
(gestão de benefícios, gestão de condicionalidades, cadastramento,
fiscalização, programas complementares, acompanhamento familiar e controle
social). Percebeu-se que os itens em que os recursos foram aplicados são os
mesmos, independentemente da atividade a ser desenvolvida. Ressalte-se que
as atividades que mais receberam recursos foram gestão de benefícios e
cadastramento, atividades essenciais para o sucesso da primeira dimensão do
PBF, que é a transferência de renda. A gestão de condicionalidades e o
acompanhamento familiar aparecem em seguida, mostrando o fortalecimento
da segunda dimensão do Programa, a promoção do acesso a serviços básicos
de assistência social, educação e saúde.
Diante do exposto, constata-se que a transferência de recursos
financeiros para a gestão do PBF e do CadÚnico tem atingido seus objetivos,
qual seja a melhoria das condições municipais para a execução da política de
transferência de renda condicionada e, ainda, tem repercutido em ganhos de
atendimento às demandas das famílias beneficiárias do PBF.
Em relação à utilização desse tipo de instrumento de avaliação, a
pesquisa mostrou-se efetiva no que se refere à capacidade de mobilização dos

34
municípios para resposta à demanda por informação pela Senarc. Com base
nas respostas obtidas, cabe às áreas da Senarc analisar os resultados e propor
ações específicas para o aprimoramento da gestão do PBF e do CadÚnico,
com destaque para a forma e os instrumentos utilizados pela Secretaria para
se comunicar com os municípios. A realização periódica de acompanhamentos
de processo de implementação, como essa ora apresentada, pode auxiliar no
melhor conhecimento dos problemas encontrados, das alternativas
desenvolvidas, com impactos sobre a melhoria de gestão do Programa.

35

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