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Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania
Equipe Responsável:
Departamento de Gestão dos Programas de Transferência de Renda
Maria Camila Mourão Mendonça de Barros
Jean Marc Mutzig
Camile Sahb Mesquita
Adriana Lima
Alexandre Galliza
Ana Maria Mesquita
Elaine Lício
Flávia Silveira
Marcos Stelmo
Renata Gracioso Borges
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Análise da Pesquisa sobre Gestão Descentralizada do
Programa Bolsa Família
1. Introdução
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esses serviços, mas também conhecendo e acompanhando as que não o
fazem.
Ao mesmo tempo, para a construção de um modelo de repasse de
recursos que possibilitasse a utilização da modalidade de transferência fundo-
a-fundo e, ainda, permitisse a transferência de recursos para todos os
municípios, foi necessário considerar indicadores já existentes na base de
informações utilizada na gestão do Programa Bolsa Família. Assim, além de
considerar indicadores que permitissem a avaliação da qualidade de gestão
local e que representassem componentes estratégicos do Programa, também
foi considerado como parâmetro a utilização de indicadores passíveis de
cálculo individual para todos os municípios brasileiros.
Para receber os recursos financeiros do IGD, o município deve cumprir
três condições:
• ter aderido ao Programa Bolsa Família, nos termos da Portaria GM/MDS
nº 246/05;
• ser habilitado na gestão da Assistência Social; e
• atingir pelo menos 0,4 no valor do IGD.
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• gestão de condicionalidades;
• gestão de benefícios;
• acompanhamento das famílias beneficiárias;
• cadastramento de novas famílias, atualização e revisão dos dados
contidos no CadÚnico;
• implementação de programas complementares ao PBF nas áreas de:
a) alfabetização e educação de jovens e adultos;
b) capacitação profissional;
c) geração de trabalho e renda;
d) acesso ao microcrédito produtivo orientado; e
e) desenvolvimento comunitário e territorial, dentre outras.
• atendimento às demandas relacionadas à fiscalização do PBF.
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Agosto 5.357 20.032.017,84
Setembro 5.339 20.053.163,95
Outubro 5.300 14.128.845,06
Novembro 5.345 18.940.782,89
Dezembro 5.346 19.158.391,24
Total 161.360.379,60
Fonte: Senarc/MDS
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Até o momento, quatro municípios, todos do estado do Rio Grande do Sul, não aderiram
formalmente ao Programa Bolsa Família e ao Cadastro Único. São eles: Mariana Pimentel, Tupandi,
Maçambara e Linha Nova. Esses municípios têm população total de 13.510 e estimativa de 847 famílias
pobres. Apesar de não terem assinado o Termo de Adesão, há atendimento do PBF nesses municípios.
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inicio de dezembro – quando a Administração Pública está às vésperas de
concluir o ano financeiro.
Desse modo, a análise que se segue é significativa e o número de
municípios mobilizados demonstra a capacidade de mobilização da Senarc e a
adequação do instrumento para esse tipo de ação.
Em relação ao porte de cada município2, entre os que completaram o
questionário, 65,6% são de pequeno porte, enquanto 28,8%, de médio porte e
5,5%, de grande porte. Considerando o total de municípios brasileiros, esses
percentuais correspondem a 43,7%, 56,4% e 54,6% dos municípios de
pequeno, médio e grande porte, respectivamente.
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Para fins de classificação para essa pesquisa, municípios de pequeno porte são aqueles com
população de até 20.000 habitantes, inclusive, e correspondem a 71,0% dos municípios brasileiros.
Municípios de médio porte são aqueles com população entre 20.001 e 100.000, inclusive, e somam 24,1%
do total de municípios. Por fim, consideram-se municípios de grande porte aqueles com população maior
que 100.001 habitantes, representando apenas 4,8% dos municípios.
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Sul 1.188 28 127 482 637 53,6
Brasil 5.564 146 759 1.728 2.633 47,3
Fonte: Senarc/MDS
70,0
60,0
50,0
%
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
AC AL AM AP BA CE ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil
Fonte: Senarc/MDS
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Todos os dados apresentados nessa seção são oriundos da pesquisa em referência.
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Em 57,7% dos municípios respondentes, entre 2 a 4 pessoas estão
envolvidas na gestão do PBF e do CadÚnico. Parece haver uma coerência
entre o número de pessoas que atuam na gestão do PBF e do CadÚnico e o
porte dos municípios. Entre os que disseram ter apenas 1 pessoa (6,2%),
somente um município é de grande porte – Campina Grande (PB). De fato,
para 63% dos municípios de grande porte, a gestão do PBF e do CadÚnico é
realizada por mais de 8 pessoas, enquanto para 66% dos de pequeno porte,
por 2 a 4 pessoas. Entre os municípios de médio porte, 76% apontaram ter de
2 a 7 pessoas trabalhando no Programa e no cadastramento de famílias.
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Questão 4 – A instância de controle social do Bolsa Família dispõe de
computador com acesso à internet?
Porte
Questão 4 grande médio pequeno Total %
Sim, a instância de controle social tem
computador próprio com acesso à internet 43 141 321 505 19,2
Sim, a instância de controle social utiliza o
computador vinculado a outros conselhos
municipais 19 47 77 143 5,4
Sim, a instância de controle social utiliza o
computador da secretaria/órgão/coordenação
do PBF 68 464 1.046 1.578 59,9
Não, a instância de controle social não dispõe
de computador com acesso à internet 14 102 271 387 14,7
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Questão 5 – Qual(is) a(s) principal(is) dificuldade(s) que você identifica para a
gestão do Programa Bolsa Família no seu município? (Marque até 3 opções)
Porte
Questão 5 Grande Médio Pequeno Total %
Desinformação sobre o funcionamento do
Programa 12 101 328 441 16,7
Dificuldade de acesso à internet 13 78 252 343 13,0
Dificuldade para operação dos sistemas
computacionais 42 206 561 809 30,7
Equipe técnica com baixa capacitação 15 136 286 437 16,6
Espaço físico insuficiente 45 192 407 644 24,5
Falta de computador 12 57 190 259 9,8
Insuficiência de material de consumo 8 49 132 189 7,2
Insuficiência de recursos humanos 62 286 656 1.004 38,1
Rotatividade da equipe técnica 20 104 209 333 12,6
Outras 53 280 559 892 33,9
Nenhuma dificuldade 11 63 112 186 7,1
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 -
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Aproximadamente 15% dos respondentes citaram “dificuldade de acesso
à internet” como um problema para a gestão do PBF e do CadÚnico.
Aparentemente há contradição entre esse item e a Questão 3 em que menos
de 1% dos municípios respondentes afirmaram não ter acesso à internet.
Realmente, dos 23 municípios que responderam não ter acesso à internet, 19
apontaram isso como uma das principais dificuldades. Pode-se supor que o
restante, apesar de ter acesso, o tenha de forma precária ou de má qualidade
(acesso instável ou lento), representando efetivamente uma dificuldade. Esse
item é mais significativo para os municípios de pequeno porte, em que 14,6%
apontam essa dificuldade, que para os de grande porte, dos quais 8,9%
lembraram desse problema.
O acesso à informação parece ser uma questão mais relevante para os
municípios de pequeno porte, em que 19,0% apontam a “desinformação sobre
o funcionamento do Programa”. À medida que o porte do município aumenta,
esse item é menos significativo, sendo a opção de 13,3% dos municípios
médios e de 8,2% dos grandes.
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Praticamente todos os municípios respondentes confirmaram a
participação de pelo menos uma pessoa em capacitações sobre o Programa
Bolsa Família ou o Cadastro Único. Apenas 4% dos municípios respondentes
afirmaram não ter enviado alguma pessoa para a capacitação sobre o PBF e
CadÚnico. No caso de município de grande porte, somente Rondonópolis (MT)
não teve integrante da equipe do PBF ou CadÚnico participando de
capacitação. É interessante notar que a Questão 5 aponta que 16,7% dos
municípios apresentaram a “desinformação sobre o funcionamento do
Programa” como uma das principais dificuldades para a gestão do PBF e do
CadÚnico; 30,7%, “a dificuldade para operação dos sistemas computacionais”
e 16,6%, “a equipe técnica com baixa capacitação”, que são dificuldades
abordadas nas capacitações. Nesse sentido, pode-se concluir que, apesar de
haver uma elevada participação de representantes dos municípios em
capacitações relacionadas ao PBF e CadÚnico, esse esforço parece não surtir
o efeito necessário à plena operação e gestão do Programa. No entanto, essa
conclusão não é tão imediata e precisa quando a mesma Questão 5 também
indica que 12,6% dos municípios afirmaram que “a alta rotatividade dos
técnicos” constitui uma das principais dificuldades para a gestão do PBF e do
CadÚnico.
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O Índice de Gestão Descentralizada é conhecido por mais de 95% dos
municípios respondentes. Vale ressaltar que todos os grandes municípios
afirmaram conhecer o IGD. De modo geral, os municípios consideram o seu
conhecimento sobre a regulamentação do IGD “razoável”. Verifica-se que a
freqüência de afirmações de pouco conhecimento sobre a regulamentação do
IGD aumenta à medida que o porte do município diminui, sendo menor de 4%
nos municípios grandes e cerca de 15% nos municípios pequenos.
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Mais de 75% dos municípios confirmaram a área de Assistência Social
como a área responsável pela gestão operacional dos recursos do IGD. Esse
percentual chega a 82% entre os municípios de grande porte.
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Melhoria do local de atendimento dos
beneficiários 93 371 740 1.204 45,7
Móveis 85 433 762 1.280 48,6
Telefonia 15 98 165 278 10,6
Veículo (carro ou moto) 39 176 140 355 13,5
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 -
18
Nunca solicitei 33 174 397 604 22,9
Total 146 759 1.728 2.633 100,0
19
a interlocução com as áreas de Educação e Saúde. Considerando a questão
anterior, a ampliação da utilização dos recursos em condicionalidades ajudaria
a melhorar a integração entre as áreas e traria melhores resultados para o
acompanhamento das famílias.
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Questão 17 – Os recursos do IGD são aplicados na identificação e
cadastramento de novas famílias?
Porte
Questão 17 grande médio pequeno Total %
Sim 98 607 1.283 1.988 75,5
Não 48 152 445 645 24,5
Total 146 759 1.728 2.633 100,0
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Questão 17.2 – O cadastramento de novas famílias é realizado,
principalmente, por meio:
Porte
Questão 17.2 grande médio pequeno Total %
De visitas domiciliares 17 254 420 691 26,2
Dos Cras 51 115 323 489 18,6
De escolas 4 14 21 39 1,5
De postos volantes, instalados em
regiões mais vulneráveis do município 10 58 89 157 6,0
Outras 64 318 875 1.257 47,7
Total 146 759 1.728 2.633 100,0
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Questão 18.1 – Com que periodicidade o município atualiza os dados das
famílias que já foram cadastradas?
Porte
Questão 18.1 grande médio Pequeno Total %
Permanentemente 122 626 1.295 2.043 77,6
Em alguns períodos do ano 12 53 218 283 10,7
Por determinação do MDS 3 20 47 70 2,7
Quando as famílias procuram a
prefeitura, por conta própria 7 59 164 230 8,7
Raramente 2 1 4 7 0,3
Total 146 759 1.728 2.633 100,0
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Questão 19 – As informações contidas no Cadastro Único são utilizadas no
planejamento e na implementação de outros programas municipais além do
PBF?
Porte
Questão 19 grande médio pequeno Total %
Não 26 154 402 582 22,1
Sim 120 605 1.326 2.051 77,9
Total 146 759 1.728 2.633 100,0
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Em relação às atividades desenvolvidas, o acesso ao microcrédito
produtivo e orientado é a ação mais implementada. A alfabetização e educação
de jovens e adultos é praticada por 11% dos municípios grandes, por 10,4%
dos médios e apenas por 5,2% dos pequenos municípios, dentre aqueles que
responderam a esta questão.
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Sim, somente por meio dos técnicos municipais 43 88 145 276 10,5
Não 1 12 66 79 3,0
Total 146 759 1.728 2.633 100,0
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cadastramento, programas complementares, fiscalização e controle social, que
estão previstas no art. 2º da Portaria nº 148/06, a qual regulamenta o IGD.
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Porte
Questão 24 grande médio pequeno Total %
Contratação de infra-estrutura de
transmissão de dados (telefonia, internet,
etc) 13 56 127 196 7,44%
Contratação de pessoal 30 227 335 592 22,48%
Deslocamento para participação em
mobilizações e capacitações 28 210 406 644 24,46%
Locação de equipamentos (mobília,
espaço físico) 12 71 175 258 9,80%
Locação/Aquisição de equipamentos
eletrônicos ou de informática
(computadores, impressoras, DVD player,
fax, etc) 76 346 720 1.142 43,37%
Material de consumo (papel, cartuchos,
cds, etc) 69 368 877 1.314 49,91%
Material gráfico (folders, publicações, etc) 21 84 132 237 9,00%
Não foram investidos recursos nessa área 35 127 341 503 19,10%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%
28
mobilizações e capacitações
Locação de equipamentos (mobília,
espaço físico) 11 54 166 231 8,77%
Locação/Aquisição de equipamentos
eletrônicos ou de informática
(computadores, impressoras, DVD player,
fax, etc) 37 231 439 707 26,85%
Material de consumo (papel, cartuchos,
cds, etc) 57 287 666 1.010 38,36%
Material gráfico (folders, publicações, etc) 16 63 100 179 6,80%
Não foram investidos recursos nessa área 67 307 752 1.126 42,76%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%
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Não foram investidos recursos nessa área 87 333 754 1.174 44,59%
Municípios respondentes 146 759 1.728 2.633 100,00%
A análise desse bloco de questões (22 a 28) mostra que os itens que
mais receberam investimentos foram “material de consumo” e
“locação/aquisição de equipamentos eletrônicos ou de informática” em
qualquer que seja a atividade de gestão do PBF. Considerando que o PBF é
um programa cuja gestão apóia-se fortemente em sistemas computacionais, a
decisão por essa alocação financeira viabiliza o trabalho do município. Desse
modo, a utilização de recursos com a aquisição de materiais eletrônicos ou de
informática é bem-vinda para que o município possa realizar as atividades de
gestão descentralizada.
Além disso, o forte caráter matricial do Programa faz que na grande
maioria dos municípios a gestão dos cadastros seja realizada pela mesma
equipe que executa a gestão de benefícios. Assim, investimento na aquisição
de computadores ou de material de consumo beneficia a gestão do PBF e do
CadÚnico como um todo.
Os itens “contratação de pessoal” e “deslocamento para participação em
mobilizações e capacitações” revezaram-se no terceiro lugar de aplicação dos
recursos quando analisados por atividade desenvolvida. Importante notar que,
mesmo com as restrições legais para a contratação de pessoal, a grande
incidência de municípios que utilizaram recursos com esse tipo de
investimento, demonstra o esforço em suprir suas deficiências para a gestão do
PBF e do CadÚnico.
O gráfico 2 consolida as informações sobre em que itens de despesa os
recursos foram aplicados, independentemente das atividades a serem
desenvolvidas.
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Gráfico 2 – Aplicação de recursos do IGD por atividade
46,7%
41,7%
21,5%
18,8%
9,6%
7,2% 7,6%
Contratação de Contratação de Deslocamento para Locação de Locação/Aquisição Material de Material gráf ico
infra-estrutura de pessoal participação em equipamentos de equipamentos consumo
transmissão de mobilizações e eletrônicos ou de
dados capacitações informática
31
Gráfico 3 – Indicação de não-utilização de recursos por área
45,4%
43,6%
36,6%
22,3%
19,5%
15,9%
13,2%
4. Considerações finais
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todo o esforço de aperfeiçoamento de gestão que tem sido realizado por
diferentes esferas de governo.
As dificuldades enfrentadas pelos municípios na gestão do PBF e do
CadÚnico são outro aspecto a ser destacado. Preocupa principalmente o
percentual significativo que aponta para a dificuldade em operar os sistemas
computacionais, pois toda a gestão do PBF e do CadÚnico é realizada com o
apoio de ferramentas informatizadas. No mesmo sentido, a falta de capacitação
da equipe técnica e de informação sobre o Programa são aspectos que
precisam ser pesquisados pela equipe da Senarc.
Em relação ao desenvolvimento de programas complementares, quase
70% dos municípios dizem já desenvolvê-los, sendo as ações de geração de
trabalho e renda as que mais são implementadas. O desenvolvimento dessas
ações merece uma investigação mais aprofundada, uma vez que tem efeito
positivo em relação ao desenvolvimento de capacidade e na própria
sedimentação da importância do Programa para a melhoria das condições de
vida das famílias beneficiárias.
As instâncias de controle social, em sua maioria, têm acesso à internet,
senão em computador próprio, por meio de outros conselhos e do próprio
Executivo local. Vale, no entanto, uma verificação diretamente com os
conselheiros para checagem dessa informação. Também foi apontada a
utilização dessas instâncias para a fiscalização das ações do PBF,
principalmente nos municípios de pequeno porte.
O cadastramento de novas famílias e a atualização dos dados são
atividades permanentes em praticamente todos os municípios respondentes.
As estratégias para alcançar as famílias variam, no entanto, conforme o porte
municipal. Os pequenos utilizam-se mais das visitas domiciliares, enquanto os
de grande porte utilizam com mais freqüência os Cras para o desenvolvimento
dessas atividades.
É importante observar a grande incidência de municípios que
escolheram a opção “outras” quando essa estava disponível. Isso demonstra
que a Senarc deve buscar conhecer melhor o funcionamento local do PBF e do
CadÚnico, até mesmo para que possa continuar implementando ações de
aperfeiçoamento dessa política. Vale ressaltar que a forma como o questionário
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foi estruturado e a ausência de explicações detalhadas em cada uma das
questões pode ter criado dificuldades na seleção das respostas.
Em relação ao IGD, os municípios respondentes, em sua maioria,
disseram conhecer a legislação que rege a aplicação desse indicador para o
repasse de recursos financeiros, bem como afirmaram que a utilização desses
recursos tem melhorado a gestão municipal do PBF e do CadÚnico e facilitado
a intersetorialidade proposta pelo Programa. Apesar de afirmarem conhecer a
regulamentação do IGD, isso parece não se refletir nos freqüentes e
reincidentes questionamentos à Central de Atendimento da Senarc e durante
as atividades de capacitação.
Em geral, os municípios utilizaram os recursos recebidos para a
aquisição de material de consumo e de computadores. A melhoria do espaço
físico também se apresenta como uma preocupação dos municípios
respondentes. Uma parcela significativa deles informou que aplicou recursos
na melhoria do local de atendimento dos beneficiários e em móveis.
O questionário também se propôs a analisar as despesas realizadas por
atividade do PBF e do CadÚnico, conforme previsão legal da Portaria nº 148/06
(gestão de benefícios, gestão de condicionalidades, cadastramento,
fiscalização, programas complementares, acompanhamento familiar e controle
social). Percebeu-se que os itens em que os recursos foram aplicados são os
mesmos, independentemente da atividade a ser desenvolvida. Ressalte-se que
as atividades que mais receberam recursos foram gestão de benefícios e
cadastramento, atividades essenciais para o sucesso da primeira dimensão do
PBF, que é a transferência de renda. A gestão de condicionalidades e o
acompanhamento familiar aparecem em seguida, mostrando o fortalecimento
da segunda dimensão do Programa, a promoção do acesso a serviços básicos
de assistência social, educação e saúde.
Diante do exposto, constata-se que a transferência de recursos
financeiros para a gestão do PBF e do CadÚnico tem atingido seus objetivos,
qual seja a melhoria das condições municipais para a execução da política de
transferência de renda condicionada e, ainda, tem repercutido em ganhos de
atendimento às demandas das famílias beneficiárias do PBF.
Em relação à utilização desse tipo de instrumento de avaliação, a
pesquisa mostrou-se efetiva no que se refere à capacidade de mobilização dos
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municípios para resposta à demanda por informação pela Senarc. Com base
nas respostas obtidas, cabe às áreas da Senarc analisar os resultados e propor
ações específicas para o aprimoramento da gestão do PBF e do CadÚnico,
com destaque para a forma e os instrumentos utilizados pela Secretaria para
se comunicar com os municípios. A realização periódica de acompanhamentos
de processo de implementação, como essa ora apresentada, pode auxiliar no
melhor conhecimento dos problemas encontrados, das alternativas
desenvolvidas, com impactos sobre a melhoria de gestão do Programa.
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