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UN IV ER SIDAD E ES TADUAL DE MARI NGÁ

CE NT RO DE TECN OLOGI A
DEP AR TAM EN TO DE TEC NOLOG IA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
CADEIA PRODUTIVA
SUCROALCOOLEIRA

RENDIMENTO DE FERMENTAÇÃO

Marco Aurélio Canha


Orientadora: Profa. Dra. Eliane D. G. Danesi
Ev olu çã o d a Pr od uçã o
 Brasil foi o pioneiro na utilização do etanol
como combustível (Proálcool – 1975)

– Energia renovável
– Tecnologia 100% nacional
– Mão-de-obra direta
– Estratégico (nacionalístico e dispersão
territorial)
 Nova fase do etanol brasileiro:

– Flex Fuel
– Protocolo de Quioto (etanol + energia
elétrica)
– Exportações
Para ná : 2 º Pr odut or N aciona l
Área de Álcool (em m³)
Cana Moída Açúcar
Safras Cana
Toneladas Toneladas Anidro Hidratado Total
(hectares)
90/91 - 10.862.957 221.113 47.491 579.588 627.079
91/92 179.684 11.401.098 235.827 107.369 629.608 736.977
92/93 180.850 11.989.326 232.776 97.024 635.347 732.371
93/94 191.314 12.475.268 305.148 67.250 663.449 730.699
94/95 202.203 15.531.485 430.990 77.612 809.180 886.792
95/96 236.511 18.596.119 555.842 99.099 979.613 1.078.712
96/97 273.679 22.258.512 789.858 199.998 1.047.023 1.247.021
97/98 313.928 25.035.471 973.718 425.002 915.756 1.340.758
98/99 315.819 24.524.685 1.261.913 366.185 673.197 1.039.382
99/00 313.052 24.537.742 1.430.202 432.412 604.034 1.036.446
00/01 293.633 19.416.206 996.542 262.429 536.839 799.268
01/02 296.077 23.120.054 1.367.066 367.141 593.071 960.212
02/03 319.781 23.990.528 1.481.723 409.082 568.489 977.571
03/04 332.123 28.508.496 1.854.528 488.210 736.037 1.224.247
04/05 356.377 29.059.588 1.814.525 419.418 794.445 1.213.863
05/06 363.843 24.809.178 1.503.421 347.368 692.463 1.039.831
06/07 403.741 31.994.580 2.178.076 427.754 892.729 1.320.483
07/08 486.127 40.369.063 2.509.288 370.350 1.488.203 1.858.553
08/09 555.563 44.829.652 2.459.512 432.775 1.618.640 2.051.415
Objetiv o d o es tudo
 Apresentar formas para o cálculo do
Rendimento de Fermentação

 Aumento de 1% no rendimento de
fermentação 1,8 milhões de
litros em usinas de 2 milhões de
toneladas de cana
Proces so Pr od utiv o
 Cana-de-açúcar:

– Gramínea semi perene


– Áreas de cultivo: centro-Sul
e Norte-Nordeste
– Origem: Sudeste Asiático
– Brasil: primórdios da
colonização.
– Clima favorável.
Comp os içã o da cana
 Fibra + Caldo Absoluto
– Caldo Absoluto:
 18 - 25% de sólidos solúveis (ºbrix)
 75 – 82% água

– Sólidos solúveis:
 18% açúcares (principalmente sacarose,
glicose e frutose)
 Não-açúcares orgânicos (proteínas,
aminoácidos, ácidos málico, succínico e
outros) e inorgânicos – cinzas (ferro, cobre,
alumínio, enxofre, outros)
Ca na x milh o
 Milho: 3 a 4 mil litros de etanol por
hectare

 Cana-de-açúcar: 6 mil litros de etanol


por hectare (podendo chega a 8,1 mil
litros/hectare)
Ind ústr ia
Rec ep çã o d e ca na
 Colheita manual (cana queimada) ou
mecânica (cana crua)
 Transporte predominantemente rodoviário
 Descarregamento: guindaste tipo Hilo
Mes a A lime nta dora
 Inicialmente inclinação
de 15º
 Melhorar a
performance da
lavagem: inclinações
de até 50º
Prep aro d e ca na
Ex traçã o d e ca ldo

Moenda Difusor
Trata men to de c al do
Tr atamen to de cald o
 Sequência de processo físicos e
químicos.
– Peneira rotativa: remoção de impurezas
grosseiras do caldo.
– Sulfitação: Dióxido de enxofre (SO2).
Coagulação de matérias coloidais. Ação
anti-séptica.
Tr atamen to de cald o
– Caleação: Ca(OH)2 (leite de cal).
Precipitar impurezas e neutralizar o pH.
– Aquecimento: 100 a 105ºC. Redução da
viscosidade e densidade. Sais formados
são insolúveis a altas temperaturas
– Flasheamento: eliminação do ar
dissolvido no caldo
– Decantação: polímero aniônico (promove
o agrupamento dos flocos). Remoção das
impurezas por sedimentação.
Decan tad or
Tr atamen to de cald o

– Filtro rotativo:
filtrar o lodo
proveniente do
processo de
decantação.
Ev apor açã o
 Consiste na retirada de água do caldo através de
evaporadores de múltiplo efeito. Este processo dá
origem ao xarope (60 – 70º Brix)
Cozimen to, cris taliza çã o
e cen trif ugaçã o
 Cristalização: etapa mais importante
da produção de açúcar – qualidade
 Equipamento: cozedores a vácuo
 Sistema de duas massas
Prod uçã o d e Açú ca r
Rec upera çã o de A çú ca r
1 Ton Cana
140 Kg Pol

Lavagem

Perdas
1,4 Kg

Extração
138,6 Kg

Perdas
5,6 Kg

Tratamento de Caldo
133 Kg

Perdas
0,7 Kg

Produção de Açúcar
132,3

Perdas Melaço
1,5 Kg 16,45 Kg

Açúcar (Pol=96,05%)
114,35 Kg
Rend: 85,04%
Açúcar Produzido
119,05 Kg
Prod uçã o d e Et anol

 Processo Biotecnológico = FERMENTAÇÃO

 Processo Termo-físico = DESTILAÇÃO


Prod uçã o d e Et anol
 Preparo do mosto: ajuste da concentração
de açúcares do mosto a valores adequados
(caldo, xarope, mel, água)
 Fermentação: as leveduras convertem os
açúcares do mosto a etanol (vinho bruto)
 Centrifugação: Separação entre o leite de
levedura e o vinho delevedurado.
Ferment aç ão e cent ri fugaç ão
Des tilaçã o
 Baseia-se na diferença de volatilidade
em uma mistura de líquidos a serem
separados
 Coluna A: coluna de esgotamento
– Vinhaça
– Flegma
Des tilaçã o
 Coluna B: coluna de Retificação
– Álcool Hidratado
– Flegmaça
 Coluna C: coluna de Desidratação
– Álcool Anidro
– Ciclohexano
– MEG
– Peneira Molecular
Fer menta çã o

 Fermentação: conhecida desde a


antiguidade.
 1857: Pasteur descobriu que o etanol
obtido na fermentação era produto da
levedura
 Processo de reações químicas
catalizada por um microrganismo
chamado Saccharomyces cerevisiae
Sequênci a de
reaçõ es d a
fermen taç ão
Ferm en ta çã o
Resumidamente:

Gli cos e  → E tan ol + CO2


levedura

Sacarose é invertida a glicose e frutose:

C12 H 22 O11 + H 2 O → 2C6 H 12 O6


Frutose é invertida a glicose e etanol é produzido
pela conversão das hexoses:

C6 H12O6 → 2C2 H 5OH + 2CO2


Outr os pr odut os da ferm ent ação

 Glicerol:está acoplada ao crescimento,


à formação de ácido e a situações de
stress para a levedura, tais como
stress osmótico.
 Ácido Succínico: atividade
antibacteriana.
 Ácido lático, Ácido acético, etc.
Proces sos F ermen tat iv os
 Fermentação batelada
 Fermentação batelada alimentada
(Melle Boinot)
 Fermentação Contínua
Ren di mento E stequio métrico

C12 H 22 O11 + H 2 O → 2C6 H 12 O6 → 4CH 3CH 2 OH + 4CO2


342g 18g 2*180g 4*46g 4*44g
sacarose água Açúcares invertidos etanol Gás carbônico

Assim, 342 gramas de sacarose produzem 360 gramas de


açúcares redutores totais, que por sua vez produzem 184
gramas de etanol, ou seja, cada 100 gramas de sacarose
correspondem a 53,80 gramas de etanol
Rendimento Estequiométrico
 Essa massa de etanol (INPM=100%) pode ser transformada em
massa de álcool dividindo-se pela graduação INPMp do álcool.
Dividindo-se a massa de álcool pela sua massa específica (MEp em
kg/m3) obtém-se o volume de álcool com graduação INPMp a ser
produzido de cada molécula de sacarose.
 Para uma massa conhecida de sacarose (Qs), o volume de álcool a
ser obtido (Ves) será:

Ves = volume de álcool com graus INPMp


4 * 46 *100 correspondente à sacarose (litro)
Ves = Qs * *1000 Qs = massa conhecida de sacarose (kg)
MEp = massa específica do álcool (kg/m3),
INPM P * MEP * 342 obtida em tabelas de correspondência com o
grau INPM
INPMp = grau INPM do álcool que se deseja
obter (% peso/peso)
Rendimento Estequiométrico
 Volume de álcool a ser produzido com rendimento
de 100% por quilograma de ART.

C6 H 12 O6 → 2 * C 2 H 5OH + 2 * CO2
180g 2*46g 2*44g
Açúcares Redutores Etanol Gás Carbônico
Totais
 Assim, 180 gramas de ART produzem 92 gramas
(2*46) de etanol, ou seja, cada 100 kg de ART
correspondem a 51,11 Kg de etanol.
Rendimento Estequiométrico
 O volume de álcool que pode ser produzido
por quilograma de ART com rendimento de
100 % será:

2 * 46 *1000
RENDeq = 100 *
INPM p * ME p *180

Tipo de Álcool INPMp (%) MEp (kg/m3) Rendimento (100%)

Etanol 100 789,3 0,6475

Anidro 99,3 791,5 0,6503

Hidratado 93,2 809,3 0,6776


Rendim ent o por medido re s de vazã o

V produzido = (VDorna *º GLDorna ) − (VCuba *º GLcuba ) + ÁlcoolColunaCO 2

VPr oduzido
RENDF = *100
VMosto * % ARTMosto * 0,6475
 Para o cálculo do volume de vinho bruto computam-se todas as dornas já turbinadas.
Se uma dorna estiver sendo turbinada no fechamento do processo, computam-se a
parte que foi turbinada nesse dia e o restante deixa-se para o dia seguinte.
 Se houver dorna pulmão de vinho bruto antes das centrífugas, deve-se computar
todas as dornas já turbinadas mais o volume já turbinado da última dorna mais
volante não turbinado da última dorna do dia anterior mais volume da pulmão do dia
anterior menos volume da pulmão hoje.
 Se a destilaria tiver recuperação de álcool do CO2 com retorno para a cuba de
tratamento ou para a volante, o volume desse álcool recuperado deve ser somado ao
álcool produzido na fermentação para cálculo de rendimento de fermentação e
destilação,
Ren di mento po r su bpr odutos

 Em uma fermentação, parte dos açúcares presentes


no meio é consumida em reações paralelas
necessárias para a síntese de etanol.
 Outros produtos como glicerol e ácidos orgânicos
(principalmente ácido acético e succínico) podem
ser formados.
 A sequência de equações a seguir calcula o
rendimento de fermentação levando em
consideração a formação desses
subprodutos.
Ren di mento po r su bpr odutos

% FVOLANTE * 0,33 •%Fvolante: Porcentagem de


KI = perdas de fermento KI =
º GLVT * 0,7893 fermento no vinho da volante.

•ºGLVT: Porcentagem de álcool


Glicerol (vol/vol) do vinho turbinado
KG = glicerol produzido Kg =
º GLVT * 0,7893

•Glicerol: Teor de glicerol


produzido em %m/v..
ARRT
Kart = perdas de açúcares Kart =
º GLVT * 0,7893
totais •ARRT: teor de açúcares
redutores residuais total.
Ren di mento po r su bpr odutos
 Kac = acidez produzida e pode ser calculada
por três métodos:
1) Balanço de massa [ Acidez Dorna − ((
% FDorna
) * Acidez pé ) − ((1 −
% FDorna
) * Acidez mosto )]
% Fpé % Fpé
Kac = *1,837
º GLDorna % FDorna º GL pé
[ − (( )* )] * 789,3
100 % Fpé 100

•Acidezdorna: Quantidade de ácidos totais na dorna em gH2SO4/L.


•Acidezpé: Quantidade de ácidos totais no pé-de-cuba em gH2SO4/L.
•Acidezmosto: Quantidade de ácidos totais no mosto em gH2SO4/L.
•%FDorna: porcentagem de fermento na dorna.
•%Fpé: porcentagem de fermento no pé-de-cuba.
•ºGLdorna: Porcentagem de álcool (vol/vol) da dorna.
•ºGLpé: Porcentagem de álcool (vol/vol) do pé-de-cuba.
Ren di mento po r su bpr odutos

VDorna * Acidez Dorna ) − (V pé * Acidez pé ) − (VMosto * Acidez Mosto )


Kac = ( *1,837
2) Balanço Volumétrico º GLDorna º GL pé
((VDorna * ) − (V pé * )) * 789,3
100 100

•Vdorna: Volume da dorna.


•Vpé: Volume do pé-de-cuba.
•Vmosto: Volume de mosto utilizado.
Ren di mento po r su bpr odutos

(VVT * AcidezVT ) − (Vmosto * Acidez mosto ) − (VH 2 SO 4 *1,84)


Kac = *1,837
3) Balanço Global VVT *º GLVT * 789,3

•VVT: Volume de vinho turbinado.

VVT e Vmosto podem ser estimados pelas equações abaixo:


Vmosto = VVT − VH 2Odiluiçãoleite
Pr oduçãoÁlcool100%(m 3 / dia ) % FDorna − % FVT % Fleite − % Fpé
VVT (m / h) =
3
VH 2Odiluiçãeite (m 3 / h) = VVT * *
º GLVT * Re nd Dest (%) * 24 % Fleite − % FDorna % Fpé

•VH2Odiluiçãoleite: Volume de água para diluição do leite de levedura que sai da


centrífuga
•%Fleite: porcentagem de levedura no leite de levedura na saída da
centrífuga.
Ren di mento po r su bpr odutos

 Calculados todos os coeficientes, o


rendimento fermentativo será dado pela
seguinte equação:

100
Re nd Fermentação (%) =
(1 + 1,19 KI + 0,50 Kg + 0,51Kac + 0,51Kart
Con clu sõ es
 O rendimento de fermentação se mostra como um bom índice
para medir o andamento do processo fermentativo.
 Os dois métodos propostos são de fácil implantação e já
bastante usados pelos laboratórios das usinas.
 O rendimento através de medidores de vazão é o mais
simples e rápido. No entanto, apresenta como desvantagem
não levar em conta todos os produtos produzidos no processo
de fermentação, já que compara a produção com um
rendimento teórico em que 100% dos açúcares são
convertidos em etanol. A obtenção de medições precisas de
volumes de dorna, cuba e mosto são outra dificuldade.
Con clu sõ es
 O rendimento por subprodutos é um
método mais exato, pois leva em conta
produtos obtidos paralelamente ao etanol
no processo fermentativo. A maior
dificuldade é o elevado número de cálculos
envolvidos para obter-se o rendimento de
fermentação. O nível de confiança nas
análises do laboratório (acidez, glicerol,
perdas de ART, etc.) é outro ponto a ser
levado em conta.

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