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5/24/2083 16:88 61 ~32268776 COCSE TRF 1REGIAO oe i i) PODER JUDICIARIO. ‘TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIAO ‘SLAT 2009.01.00.052337-7/DF Processo na Origem: 200834000383144 REQUERENTE =: UNIAO FEDERAL PROCURADOR — : MANUEL DE MEDEIROS DANTAS REQUERIDO : JUIZO FEDERAL DA 13° VARA —- DF AUTOR : MINISTERIO PUBLICO FEDERAL, PROCURADOR — : PEDRO ANTONIO DE OLIVEIRA MACHADO DECISAO Trata-se de pedido de suspensdo de liminar formulado pela Unio, contra a deciséo roferida pelo Juizo da 13* Vara da SeoSo Judiciéria do Distrito Federal, que, nos autos da agao } Chil ptiblica n? 2008.34.00.038314-4, proferiu a seguinte decisso: “(..) em sede de liminar, determin ‘3 Secretaria da Receita Federal que procede 80 Jangamento de todos os crédttos de contribuigdes devidas 4 seguridade social, em face das ‘entidades que tinham pedidos de concessGo e renovagéo de Certficedos de Entidade Beneficente de Assisténcia Social (CEBAS) @ Representapoes Administrativas, que estavam ‘pendentes de julgamento no Conselho Nacional de Assisténcia = Social ~ CNAS, quando da édipgo da Medida Proviséria 446/208, bem como das que aquardavam decisbes em Recursos/Pedidos de Reconskieraogo dirgidos eo Ministro da Previdéncia Social (art. 72, § 1° do Deoreto 2.63698 e pardgrafo Unico do art. 18 da Lei 8.74283), relativamente 20s fatos geradores ccorrides dentro dos periodes ds validade ou andlise dos Certificados de Entidade Beneficente de Assisténcia Social (CEBAS) solictados, suspendendo-se, contudo, a exigibiidade do crédito tributério' até decisdio contraria deste Jutzo." 2 A agao civil publica (ACP) foi ajuizada pelo Ministério Publico Federal com o propésito de determinar 20 Conselho Nacional de Assisténcia Social (CNAS), bem como aos Minjstérios da Previdéncia Social, Educago, Saude e Desenvolvimento Social e Combate a 4 Fome, que analisem os processos pendentes de apreciagéo referentes a concessio de Certicados de Entidade Beneficente de Assisténcia Social (CEBAS), afastando-se a aplicagio dos artigos 37, 38 € 39 da Medida Proviséria n? 448, de 7 de novembro de 2008, que estariam elvados do vicio da inconstitucionalidade (f. 52) 3 Na ago principal, o MPF afirmou que, antes da edigéio da referida MP, a competéncia para julgar processos de concessdo e renovaggo do CEBAS era do Conseiho Nacional de Assisténcia Social (CNAS), nos termos do art. 18, inciso IV, da Lei 8.742/03, Com a publicagSe da Medida Proviséria n° 46/2008, essa competéncia teria sido transferida para os Ministérios da Educago, Saide e Desenvolvimento Social e Combate a Fome (f. 53). 4 Na inicial da ACP (fis. 51/130), o autor afirma que a Medida Proviséria, fere a Constituicao Federal, porquanto: 8) dofere, sem qualquer andiise, sem o cumprimento de = pedldos de renovagéo de CEBAS pendentes de deciséo no CNAS na date 37 da MP ri? 446); “RE rREovone seas wrusuinos20m: LAT 2000 CERN OF oe PAG. 83 29/24/2003 18:88 © 61~-32260775 COCSE TRF 1REGIAO "A. PODER JUDICARIO i ‘TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIAO ee SLAT 2009.01.00.052337-7/DF ) erquiva Representaghes Administrativas encaminhadas 20 CNAS, orundes do INSS, de Secretaria da Receita Previdenciéria, da Secretaria da Receita Federal do Brasil ¢ do Ministéro Pablico, que apontavam irreguleridedes @ recomendavam a nBo-renovac&o do pedidos de CEBAS pendentes de apreciagdo, bem como @ anulago de CEBAS j deferidos (paragrato Unco do art. 37 da MP n° 446); ©) arquiva recursos interposto pelo INSS, Secretaria da Receita Previdencidria e Secretaria da Receita Federal do Brasil a0 Ministro da Previdéncia Social contra decisbes do CNAS que beneficiaram entidades (art. 38 da MP 1° 446); d defers CEBAS 2 quem teve o pedido negado no préprio CNAS, desde que esteja pendente pedido de reconsiderapso ao proprio drgéo, ou recurso administrativo eo Ministro da Previdencia Social (art. 39 da MP n® 446).” 5. ‘Come decorréncia de tals argumentagdes, o MPF pleiteou que fosse determinado Unio que nao concedesse indiscriminadamente o CEBAS a entidades prestadoras de servigos de satide e educagio - como, por exemplo, hospitais privados e escolas privadas de linguas -, ‘sem mirar qual seria @ atividade precipua dessas instituigSes, porquanto © s6 fato de serem recenhecidas como ehtidades sem fins lucrativos, n&o justiicariam a sua incluso no conceito constitucional de “entidades beneficentes de assisténcia social(artigo 195, § 7°, de Constitui¢ao Federe!). 6. © autor da ACP procurou demonstrar que 0 cumprimento dos artigos 37, 38 e 39 da MP 446/208, causard graves prejuizos 20 patriménio publico, assim como seguridade social, & moralidade @ & ordem juridica, uma vez que decretou @ renovagio automatica de diversas cettiicagSes, cujos pedidos ainda néo tinham sido objeto de julgamento até a data de publicagto da Medida Proviséria. 7 Buscouse condenar a Unigo a definir de forma clara, expressa e explicita, 0 piblico que serd beneficiado pelos servicos prestados pelas entidades beneficiadas com a isengdo fiscal, para fins de atender a0 preceito constitucional consignado no art 195, § 7°, da Constituigo Federal, devendo, enquanto ndo realizada tal definic4o, serem observados os critérios dos artigos 20 e 21 da Lei n? 8.742/93 (fis. 129/130). 8. Atendendo, em parte, 0 pedide ministerial, o Juizo de origem determinou a Receita Federal que constituisse os crédites tributdrios das entidades cujos pedidos de concesstio e renovagao do CEBAS estavam pendentes de apreciagdo quando da edigaio da Medida Proviséria ‘n® 446/2008, suspendendo-se, contudo, a respectiva exigibilidade dos créditos, até decis4o em contrario do Juizo. 9. Inconformada, a Unido propés o presente pedido de suspenso de liminar, alegando que 0 decisum atacado causa grave leséo @ ordem publica, em administrative e juridico. Sustenta que a referida deciséo usurpa as fun: Nacional, uma vez que 0 Poder Judiciério no pode invalidar os menci Pendéncia do prazo de 60 dias a que alude o § 3° do art. 62 da CF, Tres aeodone tsonas wesuAnoe 2008. SUAS oh ost Oe nds POR (COCSE TRF 1REGIAO wae 3861 DNS: open swim TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIAO fi. SLAT 2009,01.00.052337-7/DF Legislative Federal 4 prerrogativa de disciplinar os efeitos concretos de medida proviséria rejeitada, como € o caso da MP n° 46/2008. 9/24/2003 18:68 —61-32260776 10. A ora requerente afirma que a argui¢ao de inconstitucionalidade dos arts. 37, 38 e 39 da MP n° 446/2008, feita pelo Parquet e acolhida pelo decisum atacado, somente poderia ‘ocorrer em sede de controle abstrato de consttucionalidade de normas, cuja competéncia & privativa do STF, nos termos do art. 102, |, “a’, da Constituigéo Federal de 1988. A ago civil pablica no se prestatia para anular lei geral e abstrata, podendo, no maximo, ser possivel sua utilizago para tentar anular ato individual e concreto que tenha sido praticado com amparo na Medida Proviséria em questo. 11. ‘Sustenta que, por néo estar o autor legitimado a propor ado direta de inconstitucionalidade (art. 103 da CF/88), no poderia se valer da aco civil publica como suced@neo da ago direta de inconstitucionalidade. Afima que o que pode ser “objeto de nulidade pela vie da ago civil pablice 6 0 ato concreto de execugéo praticado com base na norma legal, no este norma legal, cuja declaragao de nulidade, com efeitos vinculantes e erga omnes, s6 6 admissive! pela via da ADI.’ Nesse sentido, aduz que “caso o controle concrete de constitucionalidade, em sede ago civil publica, implique no esvaziamento prético da utilidade do controle abstrato de constitucionalidade, haverd violago da competéncia do Supremo Tribunal Federal" (fis. 18/21) 12. ‘Aduz, também, que mesmo que fosse admitida @ possibilidade de declaragao incidental de inconstitucionalidade dos referidos dispositivos, houve, na prolagdo da deciséo atacada, uma precipitaglo, uma vez que a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, nos ‘Tribunais, apenas pode ser dectarada pelo voto da maloria absoluta dos membros da Corte. 13. Sustenta, ainda, que a agao civil publica ndo pode ser utilizada em matéria nitidamente tributéria, como na hipétese dos autos, citando, para dar suporte ao seu entendimento, diversas precedentes, entre eles, o RE 248191, do STF, julgado em 01/10/2002, que teve como Relator 0 Ministro Carlos Velloso e foi publicado no DJ de 25/10/2002, p. 64. 14, ‘A Unio afirma que a ag&0 civil piblica ndio merecia, nem ao menos, ser conhecida, ‘em razo da impossibilidade juridica do pedido, da llegitimidade do Ministério Publica em matéria tributdria e da usurpaggo de competéncia privativa do STF. 15. Finalmente, alega que 0s deferimentos dos pedidos de jos CEBAS por forga da Medida Proviséria em comento, no tiveram 0 condao de as entidades beneficentes de assisténcia social o direlto constitucional 4 imunidade tr do art. 195, § 7°, da Constituigso Federal, na medida em que @ mera concessao a resulta na aquisicao do benefcio fiscal. E orelatorio. sreyratouone sence wsusnos ame sameeren OP x Sacra neon

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