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faLintratexto A oportunidade (ou nao) da Reforma Universitaria Tramita, no Congreso Nacional, oProjeto de Lei que trata da Reforma Universitéria, proposto pelo Execu: tivo, apensado a outros projetos que tratam, direta ou indiretamente, sobre o mesmo tema importante lembrar que o Projeto de Lei n° 7.200, de 2006, foi encaminhado pelo Executivo por intermé- dio do atual ministro da Educasao, pelo regime de Urgncia constitucional, com base no art. 64, § 2°da Constituigdo Federal, e foi retirado posteriormente pela absoluta inviabilidade de tramitacao e pelo inte- esse do Executivo em fazer tramitar outros projetos de seu interesse. Por José Roberto Covac Segundo mensagem encaminhada 20 Congresso Nacional, os eixos normativos principals $80 0s se guintes: ( constituir um s6lido marco regulatério para a edu- ‘acto superior no pais; assegurar autonomia uni versitara, prevista no art. 207 da Constituigdo, tanto ‘para o setor privado quanto para o setor pdblico, pre- conizando um sistema de financiamento consistente e responsive para 0 parque universitério federal; I!) consolidar a responsabilidade social da educacao su- perior, mediante principios normativos e assisténcia estudantil. Olroeke CCuIee cUE nec Cie es que envo Ele n da filantropia... are Sater Froth Conforme a mensagem encaminhada, 0 Projeto de Lei "tem como um dos seus objetivos centrais criar ccondigées para a expansio com qualidade e equide- de: o nivel de acesso no Brasil € um dos mais baixos do continente (9% para jovens entre 18e 24 anos),a0 passo que a proporgao de matriculas em instituigdes pulblicas reduziu drasticamente’. 0 projeto de Reforma, que, no inicio, recebeu um grande interesse do governo, aos poucos foi desbo- tando e ficou praticamente esquecido, pois alouns dos temas propastos foram substituides por outras [els aprovadas. Esse foi ocaso do Fies e do Decreto n° 5.773, de 2007, que dispde sobre o exercicio das funcdes de regula (80, supervisao e avaliagao de instituicoes de educa- 40 superior e cursos superiores de graduacao e se- {quenciais no sistema federal de ensino, bem como da Portaria n° 40, de 2007, que instituiu © E-MIEC, sistema eletiénico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informacoes relativas aos processos de requilacao da feducacao superior no sistema federal de educacio, assim como as Portarias, que criaram novos inst: ‘mentos de avaliagao de curso ou de instituigo, entre ‘outros. Com efeito, a proposta de um marco regula- t6rio mais estével para o Ensino Superior foi substitu ido por regulamentos, em especial por Portarias. A politica de estado, de educagao, ¢ fator fundamen- tal para o desenvolvimento do pais, pensando-se em longo prazo, eo Congtesso Nacional, num estado de- ‘mocriico, deve ter atuacdo fundamental na discussdo, elaboraco de les, fiscalizagao do Executivo e acompa- nhamento das metas estabelecidas no Plana Nacional de Educacao, aprovado pela Lein® 10.172, de 2001, CCabe observar que 0 projeto de Reforma Universits ria ndo trata exclusivamente de questdes que envol vem 2 educagao superior, mas também da fantro- pia, financiamento de campanha poiticae relagdes de consumo. Por outro lado, nao trouxe nenhum avango quanto a educacao a distancia, Alguns aspectos propostos no projeto de Reforma foram até Implantados de forma positiva, como a alteracio do financiamento estudantil, programas de inclusao social, sobretudo o Programa Univer- Meek noone te sea seal sidade para Todos, criacao de critérios que visam 2 desoneracdo da avallacao, considerando a invia bilidade de avaliar mais de 22 mil cursos, assim como também a ampliago de vagas nas univer: sidades publica, Entyetanto, outros aspectos se mostraram negativos, tas quais 0s ctitérios definidos em instrumentos de avaliagao, que demonstram a dificuldade do poder paUblico de entender a diversidade de instituigoes e de cursos, em face da definicao de critérios de cum: primento de numero de professores titulados em Cursos em que nao existem dacentes qualificados, na uantidade estabelecida pelos referidos instrumen- tos aprovados. Outro ponto, que, inclusive, nBo traz coeréncia com a politica defendida pelo Ministério da Educagao, foi {a definicao de critéros inapropriados para os cursos tecnolégicos, como Nicleo Docente Estruturante, & a valorizacao de doutores e mestres em detrimento ‘de especialistas Da mesma forma, um grande problema que até hoje ‘do foi enfrentado pelos ministros da Educacao é 0 da falta de Implantagao de uma carteira de estado, ‘que permita que a maquina piiblica atue com ef: @ncia e eficicia, com funcionarios capacitados e mo- tivados, até para que os processos possam ter cont: rnuidade, fluidez e rapidez, observandoo principio da cficiéncia e economicidade, Pelo calendario eleitoral, hd que se ter muita caute- la em relacao a uma Reforma Universitaria em final de governo, mas, ao mesmo tempo, 0 Congresso Nacional nao pode ser excluido da responsabilidade de acompanhare fiscalzar as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educacao, em especial a educagao basica e 0 financiamento estudanti, permitindo 0 .acSS0 aos alunos em todos os niveis e graus. José Roberto Covac & advogado e consultor jurdi- co do Centro das Industrias do Estado de Sao Paulo (CIESP) e da Associaco Brasileira de Mantenedoras, de Ensino Superior (ABMES). wnwadvcovac.combr

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