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Liderada por Gustave Courbet e Jean-Franois Millet, o realismo assinalou a ruptura definitiva com a tradio artstica do passado. ORIGENS E INFLUNCIAS No fim da dcada de 1840, um grupo de escritores, artistas e intelectuais se reunia regularmente num bar parisiense, a Brasserie Andler. Os acalorados debates abrangiam uma ampla variedade de temas, de polticas radicais a questes sociais e s ltimas tendncias artsticas. Eles apelidaram o lugar de Templo do Realismo nome que Courbet adotou para a sua arte. Embora hoje possa parecer qualquer coisa, menos revolucionrias, as obras de Courbet provocaram uma tempestade de protestos no Salo a exposio patrocinada pelo estado em Paris -, em grande parte porque transgrediam a prtica acadmica. Esperava-se que cenas da vida rural fossem pequenas e pitorescas, dando aos cidados urbanos uma sensao de escapismo. As imagens pastoris de Courbet e Millet, porm, eram grandes, uma escala normalmente reservada a importantes temas histricos, e, pior ainda, um tema que, para os crticos conservadores, beirava perigosamente o socialismo. O realismo atraiu igual desprezo por suas pinturas figurativas. Os nus de Courbet tinham queixo duplo e montes de gordura, enquanto os trabalhadores de Honor Daumier eram caricaturas secas e magras. Para crticos acostumados s formas idealidades da arte acadmica, isso no era realismo, mas uma deliberada busca de feiura. O realismo se tornou influente, no tanto pelo estilo em si, mas pela maneira como Courbet o promoveu. Seu Pavilho do Realismo, na Feira Mundial de 1855, foi uma demonstrao de independncia artstica e serviu de modelo para as posteriores exposies dos impressionistas.