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Resenha do livro

“Música na Educação Infantil:


Propostas Para a Formação Integral da Criança”
de Teca Alencar de Brito

por Carlos Roberto Prestes Lopes

BRITO,Teca Alencar de. Música na Educação infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003. (204 p.)
Uma leitura parcial através do Google livros é possível clicando aqui
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Teca Alencar de Brito - Música na Educação Infantil: Propostas para a formação Integral da Criança

POR QUE EXISTE MÚSICA?

É com esta pergunta feita por um aluno seu que a autora inicia este capítulo,
relatando um diálogo ocorrido durante uma aula.
Neste diálogo, primeiramente os alunos mostram os tipos de música segundo
sua visão, depois se inicia outro trecho da conversa, que parte da pergunta "Por que
existe som?", sobre a qual o tema é expandido.

SOBRE O SOM E O SILÊNCIO

Teca de Brito chama a atenção para a percepção do som, o ouvir como parte da
integração entre o Homem e o meio no qual este vive. Os sons que nos cercam são
expressões da vida, do movimento, e indicam situações, ambientes, paisagens sonoras,
que representam o meio e a presença do Homem neste.
Som é tudo o que soa!Tudo o que o ouvido percebe sob a forma de
movimentos vibratórios...
Silêncio não é simplesmente a ausência de som, mas sim a ausência de sons
audíveis. Já que tudo vibra, o tempo todo há movimento gerador de som, sendo este
audível ou não.
Temos ainda de considerar que a cultura na qual o indivíduo está inserido
influencia na sua escuta, exemplo disso é a dificuldade, de nós ocidentais, de distinguir
e reproduzir os microtons presentes na música indiana.
É assim que a autora explora o universo sonoro antes de apresentar os
parâmetros/qualidades do som (conjunto de características do som, ou de
agrupamentos sonoros, física e objetivamente definíveis, H.-J. Koellreutter, 1990).

O SOM TEM QUALIDADES (ou parâmetros)

 ALTURA - Um som pode ser grave ou agudo, dependendo de sua freqüência


(número de vibrações por segundo).Quanto menor for a freqüência, mais grave
será o som, e quanto maior, mais agudo será;
 INTENSIDADE - Um som pode ser forte ou fraco, dependendo da amplitude de
sua onda;
 TIMBRE - É a característica que personaliza o som, por exemplo, uma mesma
nota pode ser tocada no piano e no violão, com a mesma intensidade, e você
poderá distinguir de qual instrumento é o som pelo timbre;
 DENSIDADE - Refere-se a um grupo de sons, onde o adensamento ou rarefação,
maior ou menor agrupamento de sons é ouvido.

Brito, aborda com vários exemplos a importância da audição para um maior


entendimento do meio e sua interação com os sons que o cercam, sons portadores de
informações e significados.
A autora toca, ao final do capítulo, num assunto importante, mas pouco falado,
a "ecologia acústica", a imensa variedade e volume de sons aos quais estamos

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expostos nos grandes centros urbanos, e como esta poluição sonora afeta nossa
qualidade de vida. Neste sentido, a autora destaca R Murray Schafer (1933-),
compositor e educador que desenvolveu pesquisas acerca do som ambiente, suas
modificações (com o passar dos tempos), visando a conscientização. Esta pesquisa
teria seu ápice no "projeto acústico mundial", onde o ambiente teria seu som
produzido conscientemente pelos músicos, indivíduos integrantes do meio.

A MÚSICA
Neste capítulo, a autora apresenta "A música":
Origens;
Definições (a dificuldade de definir, como esta é influenciada por aspectos
culturais e históricos);
As muitas músicas da música (apresenta alguns estilos musicais e referências,
destaca como os materiais sonoros influenciam na produção sonora de
determinada época);
A música como jogo (apresenta análise de F. Delalande, que considera a música
como jogo).

SOBRE AS ORIGENS

A música teve principalmente no seu início uma conotação mágica.Iniciou-se


pela tentativa do homem reproduzir os sons da natureza, e possui uma série de lendas
a respeito de seu início.
É importante perceber que a música representa a sociedade e cultura de sua
época, sofrendo grandes transformações durante o tempo e comportando novas
funções em local diferentes .

SOBRE A QUESTÃO DA DEFINIÇÃO

A principal idéia desta sessão do texto é que “definição expressa concepção”, e


em defesa desta opinião a autora apresenta os fatos que a levaram a tal afirmação.
“A música é uma linguagem, posto que é um sistema de signos”, afirma Hanz-
Joachim koellreutter, música é linguagem que organiza, intencionalmente, os signos
sonoros no continuum espaço-tempo. Koellreutter considera a música como
linguagem, destacando a sua característica transmissora de informação.
A música é aceita como tal se inserida no contexto do ouvinte, se o ouvinte
compartilhar da mesma concepção do produtor/compositor sonoro.Por ex.: para
Koellreutter, a música é organizada intencionalmente, portanto quem faz a música
impõe sua intenção...já a concepção de John Cage expande e altera a de Koellreutter,
pois considera que o ouvinte é quem dá sentido à música, aos sons ao seu redor, então

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quem (ou o que) produz os sons, não precisa ser consciente ou ter uma intenção na
organização dos elementos.Portanto o que é música para Cage, Koellreutter pode não
considerar como tal.
A música (como já falado anteriormente) carrega informações, através das
quais pode-se identificar a região ou o período que foi composta.O séc. XX trouxe
novas fontes sonoras, apontando muito fortemente para um tipo de som que antes
não era considerado “usável” em música: o Ruído. A manipulação de ondas sonoras e
produção de sons a partir de fontes eletrônicas expandiram o universo sonoro.
Portanto, o universo sonoro no qual vivemos integra todos os tipos de sons: TOM,
RUÍDO E MESCLA.
Achei muito importante a observação sobre alguns povos e culturas que
desconhecem ou não adotam o conceito de melodia com começo, meio e fim. A visão
que temos do mundo é em grande parte baseada em nós mesmos, ocidentais lógicos e
organizadores, em busca de uma beleza cíclica que possua a sensação de repouso e
unidade.

A MÚSICA COMO JOGO

François Delalande relaciona a música às formas de atividade lúdica propostas


por Jean Piaget da seguinte forma:
Jogo sensório-motor – vinculado á exploração do som e do gesto;
Jogo simbólico – vinculado ao valor expressivo e à significação mesma do
discurso musical;
Jogo com regras – vinculado à organização e à construção da linguagem
musical;

Delalande em sua pesquisa agrupa os vários tipos de música de acordo com sua
função lúdica, ao contrário da tradicional classificação cronológica. Essa maneira de
organizar o repertório com certeza é mais interessante para o educador, pois ajuda
muito no que realmente se espera de um exercício, tornando o trabalho do professor
mais simples. Ao pensar uma atividade, se este utilizar esta proposta, já tem seu
repertório organizado de acordo com sua necessidade. Outro ponto interessante é que
a organização se dá de forma mais natural, mais próxima de como o homem se
relaciona com a música.

CRIANÇAS,
SONS E MÚSICA

As crianças se relacionam de forma natural e intuitiva com a música, já que os


sons e a música como forma de comunicação que representam, são algumas das
principais formas de relacionamento humano.

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Quando canta, bate, ou qualquer forma que a criança utiliza para produzir som,
a criança “se transforma em som”, representa a si através do som. E é por isso que
brincar é a melhor forma da criança aprender, porque quando brinca, se diverte, e
concentra maior atenção para aquilo que faz.

CONDUTAS DA PRODUÇÃO SONORA INFANTIL SEGUNDO FRANÇOIS DELALANDE

Delalande em sua pesquisa, afirma que o melhor caminho na educação infantil


é observar como estas exploram o universo sonoro e musical, e utilizar-se destas
informações para maximizar a experiência sonora da criança, direcionando e
ampliando suas possibilidades (o termo direção aqui indica não certo ou errado, mas
sim a orientação do trabalho), sempre respeitando o ritmo e a maneira da criança
realizar suas descobertas.
O autor indicado, em sua pesquisa subdivide a exploração sonora infantil em
três partes, aqui melhor delimitada:
- EXPLORAÇÃO: desde bebês, as crianças em seu desenvolvimento sensório-
motor, já podem utilizar objetos que provocam ruídos. Primeiramente com o
simples tocar (refiro-me toque como sensação) e depois explorando o objeto com
modificações no “como” toca, com que “força”, e “aonde” toca, provocando
variações no resultado sonoro;
- EXPRESSÃO: a representação da expressão pela criança, se dá pela
representação do real através do som, como pro exemplo quando imita a
dificuldade ou facilidade de subir ou descer uma escada. A criança liga o som à sua
fonte e o que ele representa para ela, sempre realizando os dois juntos, som e
gestual, como por exemplo quanto imita o som de um carro, o faz juntamente com
o gesto de dirigir o carro.
- CONSTRUÇÃO: a organização das idéias musicais pela criança se dá por volta
dos seis ou sete anos de idade, já que antes disso a criança se expressa pela música
como fonte de exploração ou representação de cenas. Quando esta passa pelo
período do jogo com regras, começa a organizar o conteúdo de sua produção
seguindo regras dadas ou criadas por elas.
Cada criança é única, portanto deve-se levar em conta que o trabalho pode e
deve variar de grupo para grupo.

DO IMPRECISO AO PRECISO - UMA LEITURA DA TRAJETÓRIA DA EXPRESSÃO


MUSICAL INFANTIL

Neste capítulo, a autora explana sobre como se dá o desenvolvimento da


criança na música. A partir de suas observações e pesquisas, ela utiliza-se de exemplos
para ilustrar a visão das crianças sobre o fazer musical, sua relação com a música e os
sons.
Os bebês, quando fazem diversas formas de sons, estão explorando,
aprendendo e ampliando as formas de usar o equipamento vocal que têm, além é
claro de se comunicar (por exemplo, quando está com fome ou com sono).

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Para as crianças, fazer ou ouvir música não significa seguir regras ou observar
características, mas sim vivenciar o momento, aprender. Quando faz um som ou um
movimento sonoro, a criança não está consciente de que está fazendo música, mas
quer apenas interagir com os objetos ou com si mesma. Ela não quer fazer música no
sentido que conhecemos, o da música intencional, organizada, mas o faz através da
ausência de intenção, para ela não importa como o outro toca o seu instrumento ou se
está fazendo corretamente, ela simplesmente toca.
É possível estabelecer relativos entre a expressão gráfica e a linguagem da
criança com a música. Ao fazer um desenho que ocupa todo o espaço do papel, por
exemplo, ela explora suas capacidades motoras, ou quando ela está no processo de
aquisição da linguagem, tem de organizar, filtrar e reproduzir o que ouve de forma
significativa, para que ela absorva o conhecimento, esse processo ocorre de forma
parecida na música.
“A finalidade última da intervenção pedagógica é contribuir para que o aluno
desenvolva as capacidades de realizar aprendizagens significativas por si mesmo...e
que aprenda a aprender.”
(C. Coll, 1990 p. 179)
CONCLUSÃO

O importante na educação musical das crianças é o desenvolvimento do ser, a


música vem como ferramenta de construção de um indivíduo, e não deve ser voltada
exclusivamente à formação de futuros músicos. Deve ser usada como uma experiência
significativa para a criança, para que seja realmente retida, transformada em
informação útil, e não somente um aprendizado mecanizado.

A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A música no Brasil sofreu (e sofre) com certos conceitos errôneos, como por
exemplo, a prática de utilizar a canção de forma condicionadora, adestradora, para a
hora do lanche ou a hora de ir embora, tornam a experiência musical vazia e sem
significado para a criança, já que ela somente reproduz o que lhe foi ensinado sem
nenhuma reflexão ou possibilidade de experimentação.
A concepção de música como algo pronto prejudicou por muito tempo o
aprendizado de todos, já que o aluno não era estimulado a criar e até mesmo refletir
sobre o trabalho não era habitual.
Promover o ser humano é a principal função da música. Portanto devemos
acolher a todos mesmo que sejam (estejam) desafinados, pois é através da prática que
podemos desenvolver o aprendiz.

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FAZENDO MÚSICA

“Consideramos fazer musical como o contato entre a realização acústica de um


enunciado musical e seu receptor, seja este alguém que cante, componha, dance ou
simplesmente ouça.”
(Ferraz, S. “elementos para uma análise do dinamismo musical” ,in Cadernos de
estudo/análise musical, nº. 6/7.São Paulo:Atrevez, 1994 p.18.)

O fazer musical acontece quando há interação entre a música e o ser.


A criação musical ocorre através de dois grandes grupos: interpretação,
improvisação e composição.

Atividades que devem estar presentes em creches e pré-escolas:


Trabalho vocal;
Interpretação e criação de canções;
Brinquedos cantados e rítmicos;
Jogos que reúnem som, movimento e dança;
Jogos de improvisação;
Sonorização de histórias;
Elaboração e execução de arranjos (vocal e instrumental);
Invenções musicais (vocal e instrumental);
Construção de instrumentos e objetos sonoros;
Registro e notação;
Escuta sonora e musical: escuta atenta, apreciação musical;
Reflexões sobre a produção e a escuta.

FONTES SONORAS PARA O FAZER MUSICAL

A autora define fonte sonora como “todo e qualquer material produtor ou


propagador de sons”. Para ela os instrumentos são como extensões do corpo humano,
ampliando as possibilidades de expressão corporal.
Ressalta que a criação de instrumentos musicais seguiu uma trajetória de
acordo com as possibilidades e necessidades do ser humano em sua época.

OS INSTRUMENTOS MUSICAIS

A autora apresenta duas formas de classificação dos instrumentos musicais,


uma delas é a divisão clássica, onde cada instrumento é classificado entre cordas,
sopro ou percussão, e a outra é a partir de pesquisas de Sachs e Hornsboestel, onde o
é classificado de acordo com os princípios acústicos no qual este está baseado, e as
divisões são:
Idiofones, onde o som é produzido pelo corpo dos instrumentos;
Membranofones, onde o som é produzido por uma membrana que produz o
som em uma caixa de ressonância;

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Aerofones, que produzem o som através da passagem da deslocação do ar


através do corpo do instrumento;
Cordofones, o som é produzido por uma ou várias cordas tencionadas;
Eletrofones, produção do som eletronicamente.

MATERIAIS MUSICAIS ADEQUADOS AO TRABALHO NA ETAPA DA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Brito neste trecho do texto destaca as qualidades e possibilidades de cada


instrumento ou família de acordo com a idade ideal em que podem ser usados com as
crianças. Um aspecto importante ressaltado pela autora é a qualidade do som
produzido pelo instrumento e a segurança que tem de oferecer para o manuseio das
crianças.
Indica alguns materiais relacionando-os com a idade onde pode ser usado:

Pequenos idiofones: ideais para crianças pequenas, por produzirem sons a


partir de movimentos que se pode fazer desde cedo;
Xilofones e metalofones: indicados para crianças maiores por necessitarem de
maior coordenação motora, mas são muito interessantes por estimularem a
criança a criar e improvisar;
Tambores: indicados a todas as idades, podem ser facilmente construídos
permitem o trabalho com os menores.
É importante ressaltar que o instrumental não precisa ser industrializado, e
pode ser feito a partir de qualquer material que produza um som interessante. As
crianças devem ser estimuladas a pesquisar em casa e com os materiais que tiver
disponível. Além destes pontos, há o aspecto cultural, os instrumentos locais ou de sua
cultura devem ser valorizados, já que normalmente as crianças já tomaram contado
com eles.

CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

É importante notar que a autora põe a expressão objetos sonoros logo no título
do trecho, já explicitando a necessidade de explorar objetos, não necessariamente
confeccionados pelo educador ou pelas crianças, que podem ou não ter a aparência de
um instrumento tradicional.

CONSTRUINDO SEUS PRÓPRIOS INSTRUMENTOS


A construção de instrumentos é uma atividade que desperta a curiosidade e
estimula a experimentação de sons, faz com que a criança realmente se envolva com
seu projeto, uma ouvinte atenta. Outro fato importante é a proximidade dela com o
que fez, alem de ser seu, é exclusivo, foi ela quem fez.
O material deve primeiro ser organizado e selecionado, para excluir aqueles
que possam ferir as crianças.

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O educador deve ter muita atenção para as chances que aparecem durante
esta atividade, ampliando a experiência das crianças com a história dos instrumentos e
como estes eram usados.

QUE MATERIAIS PODEMOS CONSTRUIR COM AS CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES?


O estimulo à pesquisa de novas fontes sonoras deve fazer parte do dia-a-dia
das crianças, portanto a construção de instrumentos é fundamental para o trabalho
com ela, já que é uma das melhores formas de exploração sonora.
Ao construir seu instrumental, as crianças devem ser orientadas pelo professor
para a atenção à riqueza sonora de seu projeto. A personalização da à criança a
oportunidade de tornar o instrumento mais próprio, aproximando esta do trabalho.

PARA CONSTRUIR
Nesta seção, a autora mostra como construir uma série de instrumentos com
facilidade, apresenta dicas e sugestões de instrumentos passo-a-passo, apresentando
vários conceitos do funcionamento acústico do instrumental e preparando o professor
para expandir os experimentos apresentados.

TRABALHANDO COM A VOZ

A música vocal é uma das maiores fontes de expressão musical do bebê, pois
representa sua forte comunicação com os pais ou responsáveis. Este absorve qualquer
som a sua volta e aos poucos vai organizando-os para sua futura comunicação.
Para a criança, a movimentação e a exploração de suas possibilidades motoras
deve ser sempre utilizada para promover a percepção musical, já que ela não distingue
ainda as sensações e ações como dados diferentes.

DESCOBRINDO A VOZ

Na fase dos bebês e crianças, a exploração vocal deve ser um dos objetivos do
trabalho.
“O educador deve considerar que, ao falar e cantar com as crianças, atuará
como modelo e um dos bons hábitos, tais como não gritar, não forçar a voz, inteirar-se
da região (tessitura) mais adequada para que as crianças cantem, respirar
tranqüilamente, manter-se relaxado e com boa postura.”
O educador deve observar se há crianças com problemas vocais para
encaminhamento ao médico especialista.

A CANÇÃO

A canção é uma forma de música que une música e letra, e o faz assim como a
criança que entende a vida como algo integrado (não a seccionando em letra, som,

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ação, etc., mas como momentos que fazem sentido como um todo), podendo com
maior facilidade e profundidade o conteúdo.
Deve-se prestar atenção em como se está cantando. Se o educador grita, as
crianças hão de acompanhá-lo, e este deve ter o cuidado de adaptar as peças à suas
possibilidades vocais.

A ESCOLHA DO REPERTÓRIO

O repertório deve conter músicas de diversas influências, trabalhando para


ampliar as experiências das crianças. A utilização do repertório trazido por elas deve
existir, assim como a experimentação e criação de músicas pelas crianças deve ser
estimulada.

A MÚSICA DA CULTURA INFANTIL

A criança por natureza gosta de música, brinquedo, poesia, por isso é


importante levar até ela o que lhe interessa e o que já conhece, e está presente nas
suas brincadeiras, no canto de ninar (acalanto), e em diversas atividades realizadas
pelas crianças.

ACALANTOS

Os acalantos são as cantigas de ninar que são cantadas para tranqüilizar e


relaxar o bebê.
A autora relaciona uma série de acalantos que se apresentam de formas
diferentes pelo Brasil:
Dorme nenê;
Nana nenê;
Boi da cara preta;
Tutu-marambá;
Senhora Santana.

No fim deste trecho (assim como nos outros) a autora tem recomendações e
perguntas que auxiliam o leitor-educando a refletir e lembrar-se de como estas
músicas e atividades foram significativas a ele.

BRINCOS E PARLENDAS

Juntamente com os acalantos, são das primeiras músicas que normalmente


chegam à percepção das crianças. Os Brincos são geralmente cantados, enquanto as
parlendas têm somente ritmo em conjunto com as palavras.

Brincos apresentados pela autora:

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A casinha da vovó;
Serra, serra, serrador;
Palminhas de guiné;
Bambalalão;
Dem, dem;
Toque pra São Roque;
Peneirinha;
Dedo mindinho.

Parlendas apresentadas pela autora:


Amanhã é domingo;
Um, dois, feijão com arroz;
Uma, duna, tena, catena;
Rei, capitão;
Lá em cima do piano;
Barra-manteiga
A-do-le-tá.

BRINQUEDOS DE RODA

O brinquedo de roda difere dos “estilos” apresentados anteriormente pela


forma característica que se brinca, e também por uma melodia normalmente mais
elaborada que as anteriores. Aqui, ela mostra além da música, a forma de se brincar.
Brinquedos propostos pela autora:
Lagarta pintada;
Passa, passa, gavião;
Sur lê pont d’Avignon;
Sambe-lelê;
O trem de ferro;
Bambu;
Sai, sai, piaba;
A linda rosa juvenil;
A pombinha voou;
Escravos de Jô;
Canção de Ghana.

Neste capítulo, a autora utiliza a música Samba-Lelê para analisar a frase


musical, explicando-a através de uma música conhecida, abordando um aspecto
específico do estudo musical de forma acessível a todos (o texto foi realmente
pensado para que qualquer um, mesmo não tendo estudado música, pudesse
entender). E sugere que o mesmo seja feito com as crianças.
As músicas devem ser aproveitadas para desenvolver outros assuntos,
integrando a música as necessidades de outras disciplinas.

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CANÇÕES DE NOSSA MPB

A nossa música deve ser mostrada também às crianças, para enriquecer seu
conhecimento. O repertório popular brasileiro contém diversas músicas que podem
ser trabalhadas com as crianças, e até algumas compostas por grandes compositores
especialmente para elas.
Canções propostas por Teca:
Maracangalha – Dorival Caymmi;
Pra mó de chateá – Tom Jobim;
A noite no castelo – Hélio Ziskind;
Minha Canção – Enriquez / Bardotti / Chico Buarque;
Havia um pastorzinho – desconhecido / cultura popular;

A autora chama a atenção para as características de duas músicas (além de


sugestões de trabalho para várias delas) Havia um pastorzinho e Minha Canção, por
ambas possuírem os nomes de notas combinando com sua melodia.

INVENTANDO CANÇÕES

Partindo do já exposto no capítulo anterior (sobre ser possível cantar qualquer


texto), a autora sugere algumas formas de facilitar para que as crianças inventem
canções. Brito utiliza muitos relatos para mostrar a reação das crianças às atividades,
principalmente sobre a diversidade como estas respondem.
A primeira sugestão é a de música de nome, onde a criança ou o grupo compõe
uma melodia para a pessoa utilizando o seu nome, sendo que esta poderá representar
a criança ou o dono da música. Esta canção, tem grande importância no trabalho, pois
além de unir o grupo e das uma identidade à eles, aproxima a criança do paixão à
música.

Relata três casos:


O Ratinho - caso de uma música composta durante uma aula, sobre um ratinho
que a turma conheceu, e por sugestão do próprio aluno. A música que no início
foi um improviso, teve opinião do grupo para definição e após aprovação do
grupo, foi escrita;
O burro barnabé - partiu da sonorização de uma história com efeitos sonoros, e
passou à criação de uma música. Esta experiência se mostrou diferente da
anterior, pois já ficou pronta na mesma aula, sem preocupação de muitos
detalhes;
Gasparzinho - neste caso, a turma inventou a letra para uma canção que já
faziam, usando como tema a porta que se abria sozinha (elas achavam que era
o gasparzinho).

Estas experiências são utilizadas pela autora para ilustrar as características do


pensamento musical das crianças. Ambas as músicas (no Ratinho e o Burro Barnabé)
utilizavam-se de melodias repetitivas, muito semelhantes às presentes no repertório
infantil, modificava-se a letra e poucas vezes o ritmo.

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INTEGRANDO SOM E MOVIMENTO

Neste capítulo, a autora traz sugestões de atividades usando som e movimento,


aqui são expostas formas de relacionar o movimento e som de forma mais livre,
usando atividades que a criança não conhece, para que possa se libertar das regras das
brincadeiras tradicionais. São elas:
Mover-se de acordo com o som – as crianças ao ouvir o estimulo sonoro,
transforma-se no som, representa-o através de seus movimentos (o educador
deve utilizar grande variedade de sons e timbres diferentes);
O jogo de Estátua – apesar de já conhecido das crianças, este jogo é importante
para que elas possam, valorizar o silêncio e centrar a atenção no que faz;
A loja de brinquedos de corda – cada criança define qual instrumento quer ser,
a partir daí um comandante “dá corda” nos brinquedos através do som, que
começam a funcionar;
Jogo dos animais – a criança representa o som do respectivo animal
juntamente com o som produzido por ele (este som pode ser feito pelas
mesmas, ou tocada uma obra para que elas se transformem, de acordo com
suas idéias, no animal);
Movimentos de locomoção – associando movimentos a sons ou músicas
específicos.

JOGOS DE IMPROVISAÇÃO

A improvisação na música (e na vida em geral) está ligada a uma conotação


ruim, onde o improvisado é tido como pobre e desinteressante. É especialmente
importante às crianças (aos adultos também) que possam se expressar livremente, e
para isso têm de exercitar sua imaginação e capacidade de criação, criando uma
fluência na criação expressiva.
Além de ampliar as capacidades da criança de criar, a improvisação pode ser
feita utilizando-se regras (o que acontece no jazz e no blues por exemplo), importante
para que esta se acostume a conseguir criar dentro de regras, se expressar mesmo que
limitada (e não é assim na vida?).
A improvisação deve ocorrer durante todo o processo educacional, já que a
música depende da expressão, seja na interpretação de uma partitura ou na
composição. Tão importante esta relação, que Hanz-Joachim Koellreutter a considera
como principal condutora das atividades musicais.
É preciso tomar cuidado com a atenção. Quando se improvisa existe um
objetivo nisso, e a criança deve estar atenta a ele, a música produzida deve ser
resultado real de suas vontades e ela deve fazer o possível para transformar em som
aquilo que imagina, que deseja.

RELATOS DE EXPERIÊNCIAS

Sinal verde, sinal vermelho – Aqui as crianças experimentavam as


possibilidades dos instrumentos quando um deles anunciou que pilotava sua

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moto. A partir daí, cada um decidiu qual seu transporte e então começaram a
explorar .A brincadeira ganhou maior elaboração quando o sinal foi inserido, as
crianças assumiram essa liderança depois;
Brincadeira do rio – Nesta atividade um líder leva o grupo ao rio. O grupo segue
as indicações do líder, representando o caminhar, as paradas, velocidade da
caminhada, etc.;
Estouro da pipoca – Aqui o grupo inspirou-se ao ouvir a pipoca estourando.
Representaram os sons e depois ouviram a gravação;
Sol e chuva, casamento de viúva – Um jogo de improvisação onde o contraste é
o principal elemento trabalhado (densidade), tema que possibilitou a inclusão
de parlendas e músicas para o grupo cantar.

É importante salientar que os relatos não são como aqui resumidos.


Representam especialmente a forma de pensar das crianças e a criatividade delas, sua
vontade de realizar e explorar.

SONORIZAÇÃO DE HISTÓRIAS

O faz-de-conta é um recurso que deve sempre ser utilizado, seja sonorizando-as


ou usando como efeitos especiais para alguma história, as crianças tem grande
atenção ao som quando este tem relação direta com algo, especialmente se a história
for criada por elas.
É importante que ao contar a história para as crianças, a voz seja expressiva e
clara, representando cada parte através de uma mudança na entonação ou do volume
(etc.).Esta postura é importante pois o professor como modelo deve mostrar que não
é importante só o conteúdo, mas sim o contexto, como se conta (especialmente para
as crianças que relacionam o que entendemos como partes como um todo, então a
expressão pode fazer a diferença entre entender o que se passa ou não), e que há
várias formas de interpretar o mesmo fato.
O educador deve estar atento às sugestões das crianças, já que se forem
participantes ativas na história absorverão mais desta. As crianças podem ser
questionas quanto a qual instrumento fez qual som, qual personagem representava.

CONTAR HISTÓRIAS USANDO A VOZ, O CORPO E/OU OBJETOS


Para enriquecer as estórias contadas, podemos e devemos utilizar a voz, o
corpo e objetos de forma criativa para melhor envolver a criança na estória.
É importante experimentar o que funciona para representar uma ação. As radio
novelas utilizavam-se da sonoplastia, que representa da forma mais fiel possível o som.

CONTAR HISTÓRIAS USANDO INSTRUMENTOS MUSICAIS


Podemos usar os instrumentos para sonorizar a história (assim como a
sonoplastia) ou para representar cada personagem, não tentando imitar o som real
que este emite, mas sua expressão.

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ELABORANDO ARRANJOS

Um arranjo musical é a forma com que são organizadas as partes e seções para
formarem uma unidade, o arranjo conseguir representar a peça.
Da parte do educador, é importante que utilize estruturas simples e que
possibilite a intervenção da criança, estimulando a participação na atividade (pode
criar atividades onde o objetivo seria que as crianças realizarem o arranjo).

O REGISTRO ou a NOTAÇÃO MUSICAL

Durante o tempo a notação se transformou, no início era imprecisa e usada


principalmente como auxiliar da memória, depois ganhou uma forte precisão, onde
tudo deveria (ao menos) poderia ser notado, mas esta notação era própria limitada,
apesar de servir para a música da época, não atende ás necessidades da música
moderna, que adotou novamente formas imprecisas de notação.
A notação ou registro musical tem o objetivo de preservar a idéia musical, e
pressupõe o conhecimento da linguagem daquele que a lê.

“A notação deve ser o resultado de uma necessidade musical e pedagógica, e


não o ponto de partida da iniciação musical,”
(C. Renard, 1982, p 128)

Brito considera que a notação musical pode ser trabalhada a partir dos três
anos de idade, através do desenho do som (assim como a representação corporal do
som, “fazer o que a mão ficou com vontade de fazer”).
É interessante perceber que a forma como a criança representa graficamente o
som é muito próxima de como ela o percebe e executa, e este pode ser uma ótima
forma de entender um pouco mais da percepção delas.
“O professor Koellreutter afirma ainda que o poder de abstração das crianças é
muito grande, levando em conta que elas percebem primeiro o todo e depois o
particular, os detalhes. Por isso, ele aconselha que se parta de uma imagem sonora
globalizante, e não de alturas definidas. Para as crianças, especialmente na educação
infantil, o espaço sonoro é global (silêncio e som), aberto e também multidirecional
(em todas as direções, e não apenas da esquerda para a direita).”

DESENHANDO SONS (A PARTIR DE TRÊS ANOS)


Para realizar esta atividade, é importante que o instrumental possibilite a
execução de diversas características do som, que se possa ter vários exemplos.
É importante ressaltar às crianças que não desenhem o instrumento.

CONSTRUINDO PARTITURAS GRÁFICAS (A PARTIR DE QUATRO ANOS)


É uma extensão da atividade anterior, onde o grupo define quais sinais gráficos
utilizar para que todos possam ler a partitura.

© Carlos Roberto Prestes Lopes - 2008 [ 15 / 17 ]


- Resenha -
Teca Alencar de Brito - Música na Educação Infantil: Propostas para a formação Integral da Criança

REGISTRANDO A FORMA (A PARTIR DE SEIS ANOS)


Nesta proposta, as crianças não mais se notam o som, mas agora a sua
estrutura, como a música se organiza.

ESCUTA SONORA E MUSICAL

Aqui a autora trata da escuta, delimitando o que é escutar musicalmente ou


simplesmente ouvir (a diferença está na consciência, na atenção).

“As relações entre ouvir e escutar salientam a importância das mudanças e


resultados esperados no quadro da educação auditiva”
(Abbadie-Gillie, apud Akoschky, 2000, p.20)

A apresentação de obras musicais que tenham algo em comum com suas


composições é uma boa maneira de aguçar a percepção das crianças, já que um dos
elementos de comparação elas já conhecem e tem uma relação mais forte. O material
utilizado deve representar o maior número possível de gêneros e estilos musicais, deve
ser curto e apresentar claramente as características desejadas durante o trabalho.
São sugeridas pela autora algumas peças, que tem elementos interessantes,
sendo que muitas foram compostas para este fim:
Pedro e o lobo – Sergei Prokkofiev;
O carnaval dos animais – Camille Saint-Saens;
O aprendiz de Feiticeiro – Paul Dukas;
Sinfonia dos brinquedos – Leopold Mozart;

OBSERVAÇÃO, REGISTRO E AVALIAÇÃO

Após apresentar a legislação sobre o assunto, a autora propõe sua posição


sobre o assunto. Para ela, o que deve ser avaliado não é o estágio em que se encontra
o aluno, mas sim sua evolução, o aluno deve ser comparado a ele mesmo, e não com a
média da turma.A avaliação em música deve ter em vista o envolvimento, a disposição
do aluno para aprender e discutir, o respeito ao silêncio.
É importante que o educador não queira avaliar a criança pelas sua habilidades
de percepção ou expressão isoladamente, já que as habilidades não valem se não
estiverem integradas a um contexto representativo.
A auto-avaliação é um método que deve ser implementado desde a infância,
pois traz grandes benefícios ao desenvolvimento da criança, preparando-a melhor para
a vida.

© Carlos Roberto Prestes Lopes - 2008 [ 16 / 17 ]


- Resenha -
Teca Alencar de Brito - Música na Educação Infantil: Propostas para a formação Integral da Criança

PARA UMA REFLEXÃO FINAL


“Fazendo referências a conteúdos, metodologias e estratégias que revelam, de
um lado, posturas pedagógicas próprias à concepção tradicionalista do ensino de
música na educação infantil e, de outro, posturas consideradas adequadas a uma
concepção que entende a música como linguagem e área cujo conhecimento a criança
constrói, o quadro comparativo apresentado a seguir tem a intenção de auxiliar a
reflexão do educador ou educadora, fornecendo subsídios que possibilitam identificar
aproximações e afastamentos entre as duas concepções.”

Eis o quadro integral:


Concepção tradicionalista Concepção construtivista
Atividades musicais que enfatizam a Atividades musicais que integram
reprodução reprodução, criação e reflexão
Fazer e/ou ouvir sem refletir Refletir sobre o fazer e também sobre o
apreciar
Exercícios de discriminação auditiva ou Percepção das questões relacionadas ao som
reconhecimento de qualidades do som como e à música inseridas em contextos de
fins em si mesmos realização musicais
Cações de comando, utilizadas como forma Invenção e interpretação de canções como
de criar ou reforçar comportamentos; meio de expressão e exercício musical
comemorativas e/ou informativas
Instrumentos de bandinha como única Contato com brinquedos sonoros,
possibilidade de contato com materiais instrumentos regionais, artesanais,
sonoros. Ênfase na reprodução; de modo industrializados, de outras culturas,
geral, as crianças tocam, mas não escutam. O pedagógicos, etc. Estímulo à pesquisa de
professor ou professora ensina a tocar e timbres, modos de ação e produção dos sons.
sempre determina o que e como se toca Construção de instrumentos musicais.
Elaboração de arranjos junto com as crianças.
Repertório musical limitado à produção Repertório musical que parte da legítima
infantil, a despeito de sua qualidade, e aos música da cultura infantil e que procura
“sucessos” veiculados pela mídia integrar variados gêneros e estilos musicais,
de diversas épocas e culturas
Submissão da música aos conteúdos Integração entre as áreas visando favorecer a
considerados “prioritários” construção do conhecimento de modo geral,
sem deixar de lado as questões específicas da
linguagem musical
Fazer musical que desconsidera o contexto Inserção de projetos musicais em sintonia
global dos conteúdos desenvolvidos nas com o desenvolvimento global dos conteúdos
outras áreas do conhecimento trabalhados
Integração entre música e movimento Respeito à expressão corporal de bebês e
restrita à realização de gestos marcados pelo crianças; estímulo à improvisação e À criação
professor. Canções com gestos e danças com de movimentos; consciência corporal
coreografia marcada

Ao fim do livro, é oferecido um glossário para que os professores não


especialistas em música possam entender e aprofundar-se nos conceitos musicais
apresentados durante a obra.

© Carlos Roberto Prestes Lopes - 2008 [ 17 / 17 ]

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